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Avaliação na Alfabetização [1]

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CONTEÚDO

MATIAS, Marcia Nunes Batista [2]

MATIAS, Marcia Nunes Batista. Avaliação na Alfabetização. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 01, Vol. 04, pp. 79-92, Janeiro de 2018. ISSN: 2448-0959

RESUMO

O texto apresenta um estudo sobre avaliação e alfabetização, ao fazer uma reflexão sobre o vasto campo da alfabetização, levantar um estudo sobre as várias concepções de avaliações, pesquisar autores que trazem estudos sobre o como avaliar, quando avaliar e quem avaliar, durante o processo de alfabetização, verificar qual a contribuição da avaliação no processo de alfabetização e estudar os objetos de avaliação que podem ser utilizados durante a alfabetização do aluno. Esta pesquisa acadêmica cientifica e bibliográfica buscou concepções de alfabetização, prática plural e multifacetada, polissêmica, de acordo com o contexto sócio-histórico-cultural-econômico e político, sob a proteção de diferentes paradigmas. Os instrumentos de avaliação especificamente o portfólio quando utilizados, contribuem na oferta e resgate de dados importantes que o docente precisa durante o processo de avaliação e alfabetização. Alfabetização, avaliação e aprendizagem não se justificam por si sós, mas em função do conhecimento letrado do aluno. No processo de alfabetização deve-se usar a avaliação somativa, onde o docente precisa estar certo de como o processo da alfabetização está ocorrendo. Concluindo, também é parte integrante do trabalho de alfabetização, um currículo bem elaborado que contemple os objetivos e os métodos de avaliação, para contribuir também no processo de aquisição da escrita.

Palavras-chave: Avaliação, Alfabetização, Portfólio e Aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

Esta pesquisa trata-se de uma pesquisa cientifica acadêmica partindo do tema “AVALIAÇÃO NA ALFABETIZAÇÃO”, do ‘problema’ de como se aplica a avaliação no processo de ensino aprendizagem, com o interesse de buscar para o conhecimento do futuro docente como se dá a fase inicial da aprendizagem, não se trata de desafio acadêmico apenas, mas de um trabalho empenhado a buscar um senário em que fundamente a ideia de alfabetização e avaliação as quais se complementam pedagogicamente.

Os objetivos deste trabalho são:

Fazer uma reflexão sobre o vasto campo da alfabetização:

Levantar um estudo sobre as várias concepções de avaliações:

Pesquisar autores que tragam estudos sobre o como avaliar, quando avaliar e quem avaliar, durante o processo de alfabetização:

Verificar qual a contribuição da avaliação no processo de alfabetização:

Estudar os objetos de avaliação que podem ser utilizados durante a alfabetização do aluno.

A justificativa desta pesquisa deve-se ao fato de se verificar entre educadores o uso inadequado do processo de avaliação, e, principalmente na alfabetização que é à base de uma experiência acadêmica letrada, neste momento a necessidade de ter todo um cuidado ao se avaliar o educando para não fazer de forma equivocada, levando em consideração a busca sempre da clareza do objetivo da avaliação. Metodologia: Esse estudo apresenta uma abordagem que analisa a utilização da avaliação no desenvolvimento integral das crianças, jovens e adultos no processo de alfabetização, será realizado em caráter de pesquisa bibliográfica, coletando informações de autores pesquisados em artigos científicos, dissertações, documentos coletados na internet, livros e outros, o levantamento bibliográfico consiste basicamente na recuperação dos dados impressos ou dos arquivos eletrônicos.

2. CONTEÚDO DO TEMA

Ao se tratar de avaliação na alfabetização, este trabalho trará uma série de informações que se apresentam a partir deste momento, sabendo-se em primeira mão que avaliação não é parte constituinte de um privilegio de educadores, mas, sim, faz parte do dia a dia de todo o educador.

A palavra avaliação muitas vezes é entendida como fantasma, bicho de sete cabeças, muitos educadores colocam dessa forma o conceito de avaliação na cabeça dos educandos, dizendo que o objetivo da avaliação é a punição por meio de aprovar ou reprovar os mesmos, muitas vezes por seus atos, uma vez que, não se recomenda na educação que os valores quantitativos prevaleçam sobre os qualitativos, ou seja, que os números falem mais alto que a própria cognição.

“A avaliação desempenha na prática, um papel político, portanto, deixa de ser um instrumento pedagógico, metodológico, de reorientação do processo de ensino-aprendizagem”. VASCONCELLOS, (2000, p. 42)

Segundo conteúdos estudados durante o curso de alfabetização e linguagem, ao estudar sobre concepções de alfabetização, trata-se de uma prática plural e multifacetada, polissêmica, de acordo com o contexto sócio-histórico-cultural-econômico e político em que se insere, sob a proteção de diferentes paradigmas, que acabaram mudando as decisões metodológicas e os procedimentos didáticos.

Assim, a alfabetização, se dá de forma multifacetada, e, sendo assim, o processo de avaliação também deve ocorrer da mesma forma, Both (2012, pg.53) em sua obra avaliação “voz da consciência” da aprendizagem, pondera:

Você e eu sabemos ser da consciência da avaliação não se acomodar ao demostrar os níveis mais e menos positivos do desempenho e da qualidade da competência, da capacidade, da habilidade e da convivência do educando no decorrer de sua vida estudantil, sem nele perceber um comprometimento e uma paralela reação consequente ante suas virtudes e dificuldades.

Conceber a ação de avaliar sob os aspectos de dar e receber valor em outrem constitui forma pedagógica correta, uma vez que atinge o âmago e a essência do ser humano, mediante o reconhecimento profundo não somente das dificuldades escolares que apresenta, como, e principalmente, dos valores e das potencialidades perceptíveis e latentes.

Então, ao pensar em alfabetizar e avaliar todo cuidado deve-se ao fato, não jogando todo o processo pra cima do educando seja ele adulto ou infantil, pois se sabe o aluno traz uma série de conhecimentos consigo então ele não pode ser entendido como uma tábula rasa que só se deve colocar o conhecimento em sua cabeça, e que só ele deve ser avaliado em seu desempenho, Cordiolli (2011, pg. 172) traz:

O modelo de avaliação da LDBEN de 1996 está centrado nos processos de aprendizagem, que podem se recuperados em ações paralelas, e não na memorização dos conteúdos. O pressuposto dessa lei é de que, com a avaliação qualitativa o professor passa a conhecer melhor as dificuldades particulares dos estudantes. Os processos de recuperação são intervenções para a superação dessas dificuldades.

Tais como as leis educacionais e as propostas para as áreas de conhecimentos, os profissionais não poderão estar somente sistematizando as ações dentro da escola, mas cumprindo determinações legais, decididas a partir de resultados obtidos na avaliação da rede educacional.

Eis aí mais um dos motivos de     avaliar na alfabetização, o conhecimento do professor mediante as dificuldades do aluno, assim o professor diagnosticando o grau de dificuldade do alfabetizando ele consegue através de sua bagagem de experiências saber qual forma qual metodologia de ensino deve adotar suprir essa dificuldade.

A dificuldade de aprendizado não esta relacionada a uma única classe social: precisamos ter a consciência de que ela esta presente nos mais variados níveis sociais e econômicos e em todo o país, independentemente de raça cor ou condições financeiras. Não é um problema que atinge a uma determinada pessoa, é uma dificuldade que aflige a todos, Portanto, algo que deve ser constantemente estudado no sentido de amenizar as dificuldades enfrentadas pelos educadores e sobre tudo dos educandos que são o foco principal deste processo que está sendo pesquisado.

2.1 PORTFÓLIO NO PROCESSO DE AVALIAÇÂO E ALFABETIZAÇÂO

O portfólio é um instrumento que pode ser considerado muito útil no processo de avaliação na alfabetização, pois nele podem ser registradas as atividades por etapas do desenvolvimento do aluno o passo a passo do processo de alfabetização.

Observando os tipos de portfólio vemos que o Portfólio de Aprendizagem flexibiliza e motiva a reflexão em relação ao programa de trabalho e oportuniza uma ampla comunicação entre os atores do processo de aprendizagem, já o portfólio demonstrativo condensa o anterior e auxilia os professores para observar as aprendizagens do aluno.

Ao estudar sobre avaliação e alfabetização vemos na concepção de Elizabeth Shores e Cathy Grace (2001, p.15) que existe magia no processo de montagem do Portfólio.

Pois ele é um registro como antes dito, importantíssimo e muito usado na prática docente, através do registro conseguimos avaliar o desempenho tanto da ação docente como do processo de aprendizagem especificamente aqui falando da alfabetização.

Both (2011, pg. 86), afirma:

O portfólio permite avaliar o desempenho do corpo docente mediante a coleta de dados significativos sobre a qualidade do ensino por ele ofertado, em combinações com avaliações efetuadas pelos alunos sobre o mesmo aspecto. A utilização desse instrumento nos oferece vários benefícios como:

Avaliação somativa do desempenho docente;

Avaliação formativa das atividades do professor, possibilitando a autoanálise e o aperfeiçoamento de seu desempenho;

Possibilidade de o docente refletir sobre suas decisões instrucionais e a divulgação do trabalho realizado com os alunos.

Mediante essa afirmação, e sabendo que os instrumentos de avaliação especificamente o portfólio em que se fala neste trabalho, quando utilizados, contribuem na oferta e resgate de dados importantes que o docente precisa durante o processo de avaliação e alfabetização, como apoio a melhoria do ensino aprendizagem.

Alfabetizar sem dúvida, é abrir oportunidade para alguém ver o mundo com um olhar diferente, crítico da realidade vivida, por isso deve ser uma ação responsável do fazer docente, que exige comprometimento e estudo bem como atualização constante, não deixando de lado aquilo que já se conquistou em sua carreira profissional, isso se faz de forma a registrar as atividades para que não venham a se perder no tempo.

Both (2012, pg.168) traz:

No entanto, não basta ao avaliador ter domínio de variados tipos de instrumentos de avaliação, pois, por si só, não cumprem em plenitude papel avaliativo nem em profundidade nem em abrangência, quando não empregados de acordo com a característica funcional de cada um.

Outro aspecto não menos importante academicamente é o avaliador perceber mediante qual tipo de instrumento de avaliação cada aprendiz consegue demonstrar melhor o seu domínio de conhecimento.

Assim, no processo de alfabetização se o docente usar um instrumento de avaliação como uma prova objetiva com dez questões exatas, por exemplo, é claro que seu diagnóstico não terá sucesso, pois o educando dificilmente conseguirá um bom desempenho nesta avaliação.

Aí vem então o bom senso do professor, já em se tratando de um portfólio o professor vai passo a passo a cada atividade desenvolvida conseguindo comparar e assim avaliar o alfabetizando de forma mais sutil.

2.2 ENSINO-APRENDIZAGEM E ALBATIZAÇÃO

Ensino e aprendizagem são duas palavras que não podem se separar, precisam, e devem caminhar juntas de forma que uma concorde com a outra, caminhem lado a lado para que o objetivo possa ser alcançado, Melo e Urbanetz (2012, pg. 105) fundamentam:

É na relação ensino-aprendizagem e, mais especificamente no sucesso desta última que toda didática ganha sentido. O ato educativo tem como característica a intencionalidade, ou seja, é uma ação proposital que visa a um fim, o qual, por sua vez, depende das concepções dos atores presentes no ato educativo.

Vemos aqui, que, o ato de aprender aqui se tratando da alfabetização, vai depender das duas partes do ensino e da aprendizagem, deve se avaliar sempre, quem é o sujeito do ensino, quem é o sujeito da aprendizagem, qual a formação desse professor, qual a prática mais favorável pra que esse alfabetizando possa ter um melhor desempenho, então vemos aí uma série de fatores que estão diretamente ligados à alfabetização desse sujeito.

Portanto o ato de ensinar, além de envolver o conhecimento científico adequado ao ensino que a escola adota envolve também os métodos apropriados para que esse conhecimento possa ser realmente adquirido pelo educando.

Outra afirmação em relação à prática de ensino-aprendizagem é de que o aluno não vem para a escola como uma lousa branca livre de todo o conhecimento, precisando que os professores iniciem esse processo como uma mãe inicia o processo de inserir alimentação ao seu pequeno bebê, seja ele criança ou adulto, veja a afirmação abaixo.

O aprendizado consiste em uma mudança relativamente persistente no comportamento do indivíduo devido à experiência. Esta abordagem, portanto, enfatiza de modo particular a maneira como cada indivíduo interpreta e tenta entender o que acontece. O individuo não é um produto relativamente mecânico no ambiente, mas um agente ativo no processo de aprendizagem, que procura de forma deliberada processar e categorizar o fluxo de informações recebido do mundo exterior. (FONTANA, 1998, pg.157.)

Podemos aqui afirmar que a alfabetização advém de um processo de como o indivíduo vai entender, vai raciocinar esse novo conhecimento que chega agora como uma novidade mediante tudo oque já está acostumado, e o professor precisa dar a devida atenção aos fatores que motivam esse aluno a ser alfabetizado.

O professor deve partir do problema, ou, da realidade de conhecimento do aluno, fazendo a geração do inicio do processo de ensino-aprendizagem embasado nessa realidade, para que não fuja daquilo que o aluno vive em seu cotidiano, para que se torne mais interessante a esse aluno tal processo. Pondera Cordiolli (2011, pg. 196):

Também devem reconhecer que: “as aprendizagens são constituídas pela interação dos processos de conhecimento com os de linguagem e os afetivos, em consequência das relações entre as distintas identidades dos vários participantes do contexto escolarizado”.

Eis então aqui mais uma afirmação de que as experiências dos alunos devem sim ser levadas em consideração para um bom aprendizado, principalmente neste momento de alfabetização que é à base do conhecimento letrado do sujeito ativo no processo do ensino e da aprendizagem.

Alfabetização, avaliação e aprendizagem não se justificam por si sós, mas em função do conhecimento letrado do aluno, para uma melhor qualidade de vida desse sujeito, para melhorar sua capacidade profissional, sua cidadania e sua consciência e compromisso com os problemas sociais.

2.3 AVALIAÇÂO SOMATIVA E FORMATIVA NA ALFABETIZAÇÃO

Both (2011, pg. 74), ao citar Romanowsk e Cortelazzo nos ensina que:

A avaliação da aprendizagem adota duas modalidades, a formativa e a somativa. A avaliação formativa é a que procura acompanhar o desempenho do aluno no decorrer do processo de aprender e a somativa é realizada no final desse processo e visa indicar os resultados obtidos para definir a continuidade dos estudos, isto é indica se o aluno foi ou não aprovado.

Basicamente, no processo de alfabetização usa-se a avaliação somativa, pois o docente precisa estar ao lado de como o processo da alfabetização está ocorrendo, para sempre estar em processo de atualização das práticas e métodos de ensino.

Haja visto que se deve a avaliação ao educador e ao educando o mesmo autor continua,

Poderá concluir que o tema avaliação talvez seja aquele em que se possa destacar o maior número de aspectos e que maior inspiração cause não só nos educadores, como também em qualquer pessoa, letrada ou não, dado ser uma das suas funções apontar o nível de desempenho do estudante (em termos de aprendizagem) e do profissional (no cumprimento de suas funções).

Mais adiante o autor diz ainda que a avaliação requer observação e percepção voltadas ao nível de desempenho e de contribuição do aluno em sua formação formativa.

No processo de alfabetização cada detalhe deve ser avaliado, cuidadosamente, para que a avaliação possa cumprir seu papel de apoio ao processo de aprendizagem seja ela na forma somativa ou formativa.

Já sabemos que a avaliação é um dos aspectos principais do processo de aprendizagem, que na verdade, avaliação e ensino se equivalem quando por processo interativo dá realidade a aprendizagem.

A aprendizagem deve sempre constituir meta primeira do professor, então basicamente ele dedica seu tempo em relação ao ensino, a alfabetizar os discentes e assim na hora de utilizar-se da avaliação formativa, com certeza na maioria, terá a aprovação dos alunos, visto do resultado do seu trabalho, da sua principal meta como professor alfabetizador.

Both (2012, pg.76), enfatiza “que não basta ao professor facilitar a aprendizagem, é preciso ininterruptamente avaliar a sua pertinência o seu alcance pessoal e social a sua amplitude e a sua profundidade”.

Ao pesquisar o documento intitulado “Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa” Brasília, 2012, encontramos várias afirmações que nos ajudam a fundamentar este trabalho, uma delas fala:

Do desenvolvimento de mecanismos integrados de avaliação requer um acompanhamento do que é planejado até as ações de ensino que de fato forem vivenciadas em sala de aula, utilizando-se instrumentos variados que permitam analisar a progressão dos estudantes e suas relações com as estratégias didáticas adotadas. Nesse processo, é importante estar atento que o planejamento requer que o professor defina os objetivos, ou seja, tenha clareza do que se pretende dos alunos com relação à aprendizagem.

Ao buscar aprofundamento sobre o tema descobrimos que alfabetizar e avaliar caminha pelo mesmo caminho, e com os mesmos objetivos, ou seja, nem um deles consegue desenvolver um bom resultado sozinho, as duas ações dependem uma da outra pra desenvolver o ensino aprendizagem com êxito. João Batista Araujo e Oliveira no artigo “Página Aberta” “Avaliação em Alfabetização”, nos traz uma proposta para a avaliação na alfabetização.

A proposta de Matriz e Referência do SAEB para os concluintes da 2ª. série do ensino fundamental, que vem circulando pela Internet a partir de meados de 2004 incorre nesse mesmo tipo de erro. Nessa proposta há apenas uma competência relacionada com o funcionamento do sistema de escrita: dominar o princípio alfabético. Essa competência, na Matriz do SAEB, é desdobrada em 4 descritores: identificar as relações entre fonemas e grafemas; identificar palavra composta por sílabas canônicas, identificar palavras compostas por sílabas não canônicas; relacionar palavra à figura.

E, os professores alfabetizadores devem procurar conhecer as matrizes curriculares que norteiam as avaliações, bem como, os objetos de alfabetização que possam oferecer um melhor rendimento.

2.4 PROCESSOS DE AQUISIÇÂO DA ESCRITA EM ALFABTIZAÇÃO

Soares (2004, pg. 11) fala da pesquisa de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky “Psicogênese da língua escrita”, como sendo um marco importante no que diz respeito ao processo de aprendizagem da língua escrita. É preciso “entretanto, reconhecer que ela conduziu a alguns equivocos e a falsas inferencias, que podem explicar a desinvenção da alfabetização”.

Aprendemos com ainda com o autor que não se deve dizer ao aluno: “voce errou, ou, está errado, não é assim” ao se obter um resultado negativo ao se avaliar a alfabetização do aluno para privilegiar a faceta da psicológica da alfabetização, ou seja o processo da aquisição da escrita. Afirma o autor:

Em primeiro lugar, dirigindo-se o foco para o processo de construção do sistema de escrita pela criança passou-se a substimar a natureza do objeto de conhecimento em construção, que é, fundamentalmente, um objeto línguistico constituido, quer se considere o sistema alfabético quer o sistema ortográfico, de relações convencionais e frequentemente arbitrárias entre fonemas e grafemas. Em outras palavras, privilegiando a faceta da psicológica da alfabetização, obscureceu-se sua faceta línguistica – fonética e fonológica. ( SOARES. 2004, pg.11) .

Sabendo que se o aluno tiver contato intenso com o material escrito circulante nas práticas sociais o alunos já é capaz de se alfabetizar, quanto mais com a mediação do professor, cabe ao alfabetizador prestar atenção as indiferenças e as mudanças no processo educativo, para não causar prejuízo  ao processo de alfabetização do sujeito. Gonzaléz (2007, pg.29). declara que a intevenção educacional,

Somente pode atingir os objetivos propostas de formação integral  em conhecimentos, destrezas, valores de todos os alunos e oferece a melhor qualidade de vida possivel nos âmbitos pessoal, profissional e social, etc., mediante as adaptações curriculares apropriadas.

Na verdade, a educação é só uma, mas tem diferentes ajustes para atender a diversidade das crianças e dos adolecentes. O sistema edicacional, em seu conjunto deve oferrecer os meios necessários para proporcionar a ajuda de que cada pessoa necessita dentro de um contexto educativo mais normal possível.

Cabe ao professor aderir um currículo bem elaborado para o processo de alfabetização, que contemple o processo avaliativo, as técnicas de avaliação, bem como, os objetos de alfabetização a serem utilizados durante o processo de aquisição da leitura e escrita, não esquecendo que o processo está sempre em constante mutação por isso suas práticas devem estar sempre em reconstrução.

Lima, Zanlorenzi e Pinheiro, (2012, pg. 135) concordam “as mudanças no sistema de ensino para subsidiar práticas educativas mais democráticas e inclusivas necessitam ser pensadas”.

Para o processo de aquisição da escrita, um ambiente aconchegante favorece o aluno a desenvolver melhor suas práticas de escrita , Brasília, 2012, afirma que “é importante, no momento da produção, criar um clima agradável e motivador para a criança. Sendo assim, ela se sentirá mais livre para a escrita e conseguirá expor ainda mais seus conhecimentos sobre a língua”.

Pensando no processo de aquisição da escrita não se pode deixar de lado o processo  de desenvolvimento oral do aluno, o qual deve ser diariamente observado e avaliado  (Brasília 2012) infere:

Uma das formas de avaliar algumas habilidades voltadas para oralidade é traçar roteiros de observação considerando as expectativas de aprendizagem da etapa correspondente e as peculiaridades da comunidade na qual a escola está inserida.

Então de acordo com a sociedade em que o alfabetizando convive deve ser adotada as práticas de ensino bem como os objetos de avaliação no processo de aquisição da escrita. Podemos comparar uma aula com um prato de comida, há vários tipos de sabor alguns sujeitos apreciam e digerem certos sabores já outros detestam estes, e apreciam e digerem muito bem outros tipos de sabores.

Assim são as aulas, alguns alunos digerem os conteúdos aplicados de uma forma, já, para outros, é necessários que sejam preparados de outra forma, com outra metodologia, o bom certeiro investimento do professor em práticas de ensino e instrumentos de avaliação, com certeza trará um ótimo resultado com reflexos positivos nos seguintes níveis escolares do aluno, e em consequência em sua vida profissional e social futura.

É claro que a responsabilidade do professor é grande, mas, é gratificante na hora de avaliar, utilizando-se de uma avaliação apropriada e consciente, poder contemplar o desenvolvimento linear do aluno, isso é possível, ao olharmos para autores importantes que estudamos e pesquisamos durante toda a formação acadêmica a trajetória profissional do docente.

Pela complexidade do tema escolhido, talvez não se tenha chegado ao ponto final da pesquisa, mas abriu um caminho e uma visão vasta de como o processo se desenrola no decorrer do ensino aprendizagem.

CONCLUSÕES FINAIS

Conclui-se aqui, este trabalho de pesquisa sobre o tema avaliação na alfabetização, ao resgatar para seus objetivos algumas respostas, descobrindo que é preciso ser avaliado todo o contexto em que esteja ocorrendo o processo de ensino-aprendizagem, tanto o aluno, quanto seu aprendizado, o professor, seus métodos e objetos de ensino, de avaliação, o espaço social em que este aluno vive, enfim, a avaliação deve estar no conceito de formação do currículo do alfabetizador.

Esta pesquisa serviu de auxilio para o processo de formação acadêmica, ao disponibilizar informações e reflexões sobre as práticas de avaliações na alfabetização, havendo assim um enriquecimento do conhecimento para o futuro docente alfabetizador.

REFERÊNCIAS

Página Aberta. Avaliação em Alfabetização. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v13n48/27556.pdf

Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa. Brasília, 2012,Disponível em: http://pacto.mec.gov.br/images/pdf/Formacao/caderno_avaliacao.pdf

BOHT, Ivo José. Avaliação planejada, aprendizagem consentida: é ensinado que se avalia, é avaliando que se ensina– 3. ed. rev. – Curitiba: Ibpex, 2011.

BOHT, Ivo José. Avaliação: “voz da consciência” da aprendizagem-Curitiba: InterSaberes, 2012.(Série Avaliação Educacional.

CORDIOLLI, Marcos Antonio, Sistemas de ensino e políticas educacionais no Brasil-Curitiba: Ibpex, 2011.- (Série Fundamentos da Educação).

FONTANA, D. Psicologia para professores. São Paulo: Loyola, 1998.

GONZÁLEZ, E. Necessidades educativas especiais. Porto Alegre: Artmed, 2007.

LIMA, Michelle Fernandes, ZANLORENZI, Claudia Maria Petchak, PINHEIRO, Luciana Ribeiro. A Função do Currículo no Contexto Escolar – Curitiba: InterSaberes, 2012.

MELO Alessandro de, URBANETZ, Sandra Terezinha, Fundamentos de didática. 1 ed. – Curitiba: InterSaberes, 2012.

SHORES. Elizabeth; GRACE. Cathy. Manual de Portfólio: Um guia passo a passo para o professor. Trad. Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed. 2001.

SOARES, Magda Becker. Letramento e Alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 25 p. 5-17 jan./abr. 2004.

VASCONCELLOS, Celso S. Avaliação. Concepção dialética-libertadora do processo de avaliação escolar. 14 ed.. São Paulo: Libertad (Cadernos Pedagógicos do Libertad – n. 3). 2000.

[1] Trabalho entregue à Faculdade de Educação São Braz, como requisito legal para convalidação de competências, para obtenção de certificado de Especialização Lato Sensu, do curso de Alfabetização e linguagem, conforme Norma Regimental Interna e Art. 47, Inciso 2, da LDB 9394/96.

[2] Especialização Lato Sensu em Alfabetização e linguagem

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Marcia Nunes Batista Matias

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