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A Importância do Voleibol no Contexto Escolar nos Anos Iniciais

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CONTEÚDO

CARVALHO, Lucas Eduardo Nogueira de [1], AMARO, Diogo Alves [2]

CARVALHO, Lucas Eduardo Nogueira de; AMARO, Diogo Alves. A Importância do Voleibol no Contexto Escolar nos Anos Iniciais. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 04. Ano 02, Vol. 01. pp 133-144, Julho de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo identificar a importância das aulas de voleibol no contexto escolar nos anos iniciais do ensino fundamental analisando a dualidade existente nesta modalidade através das ações desenvolvidas em uma aula de Educação Física e durante a aplicação deste desporto nas turmas de treinamento para competição. Neste trabalho foi possível verificar a relevância do voleibol na escola em todo o seu conjunto desde a Educação Infantil até o Ensino Médio e, portanto, avaliar a questão histórica, a contextualização social deste esporte no cenário do país, a estrutura e as características que o tornam diferente de outros esportes, além de sua prática no ambiente pedagógico escolar. O Voleibol teve suas origens na cidade de Holyoke, Massachussetts (EUA), em meados de 1895, tendo sido criado pelo professor Willian Morgan. O esporte chegou ao Brasil por volta de 1915 e iniciado em Pernambuco, no Colégio Marista. O Voleibol brasileiro é considerado mundialmente como o melhor de todos devido ao alto nível de desempenho, à capacitação dos técnicos, atletas e seus dirigentes sendo apontado como o segundo esporte mais popular, praticado por pessoas das diferentes idades. Os esportes coletivos, assim como o vôlei, promovem a autoestima, melhoram e possibilitam o trabalho em equipe, fomentam a disciplina e a organização. A metodologia desenvolvida neste estudo consiste em uma pesquisa bibliográfica através da utilização de livros e de artigos científicos encontrados em sites como: Scielo, Lilacs, Pub Med, Google Acadêmico.

Palavras-chave: Educação física, Voleibol, Ensino Fundamental, Importância do Vôlei.

1. INTRODUÇÃO

O Voleibol – também conhecido como vôlei – tem caracterizado um lugar de valor no fluxograma de Educação Física dos estudantes (BOJIKIAN, 1999). Segundo Bojikian (1999), além das escolas, dos clubes e de condomínios realizam um grande trabalho de transmissão do Voleibol entre as crianças. O autor acrescenta que a melhoria do nível técnico e físico dos jogadores de Voleibol nas categorias principais, assim como a aderência de um maior numero de futuros atletas depende absolutamente do ensino massificado, planejado e qualificado deste jogo para as crianças.

O vôlei como conteúdo se presta como mais um novo tipo de movimento que possa: preencher o tempo livre das crianças, enriquecer o seu acervo de sua memória motora, promover discussões sobre a variedade de movimentos possíveis para o corpo humano, ser utilizado para recreação, possibilitar o desenvolvimento de conhecimentos teóricos sobre os seus aspectos técnicos e táticos de jogos relacionados às ações de jogos infantis e, finalmente, talvez, o aluno que tiver um desempenho melhor nessa atividade esportiva poderá iniciar sua carreira esportiva nessa modalidade (CAMPOS, 2006). O autor observa que a possibilidade do aluno vir a ser um atleta de alto nível não está fora de questão, mas isso não é o objetivo principal que o professor irá trabalhar.

Neste trabalho, procura-se esclarecer o voleibol na escola em todo o seu conjunto, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, a fim de avaliar a questão histórica, a contextualização social deste esporte no cenário do país, a estrutura e as características que o tornam diferente de outros esportes, além de refletir acerca de sua prática no ambiente pedagógico escolar, trazendo, assim, à tona um voleibol possível e diferenciado na escola, permitindo ao aluno que o pratica um enorme prazer, alegria e qualidade de vida. (BOJIKIAN, 1999).

No ato de educar não se deve negligenciar os aspectos competitivos que são inerentes a qualquer sociedade. Entende-se que é o tratamento que o professor de Educação Física Escolar ou o professor treinador irá trabalhar com esses “aspectos competitivos” é que determinará os seus pontos positivos para o crescimento do aluno e do aluno atleta. É possível admitir que o vôlei possa ser trabalhado nessas duas abordagens na escola sem que prejudique a educação integral dos alunos. Para isso, deverá haver uma reflexão constante sobre os objetivos propostos e um planejamento coerente com toda a proposta pedagógica da escola e, principalmente, com as demandas dos alunos. (CAMPOS, 2006)

Em cada um desses estágios de desenvolvimento do aluno, abordagens de ensino, conteúdos e métodos de trabalho têm pequenas, mas decisivas variações para uma efetiva aprendizagem, enfim, entende-se hoje que o voleibol é um esporte indispensável na Educação Física Escolar, pois a prática dele faz com que crianças e adolescentes tenham melhor qualidade de vida e propicia ao individuo, ainda quando criança, a oportunidade de adquirir as habilidades motoras consideradas fundamentais para a aquisição de conhecimentos e para as relações sociais e afetivas com o mundo que o rodeia (CAMPOS, 2006).

1.1 JUSTIFICATIVA

Este trabalho se justifica devido à importância do voleibol no contexto escolar nos anos iniciais com intuito de promover uma aprendizagem significativa para os alunos, devido à importância de sua prática e suas contribuições para a vida do indivíduo tais como o desenvolvimento motor na percepção de lateralidade tempo e espaço, promoção da saúde, o desenvolvimento de inúmeros aspectos relacionados ao crescimento, à cultura corporal, a questões de sociabilidade, à afetividade, à cooperação, a aptidões físicas e à formação do cidadão.

Segundo Guimarães et al (2001) as aulas de educação física estão voltadas para as práticas esportivas e suas técnicas e, quando se trata da formação da criança, tal direcionamento acaba tornando-a fragmentada, considerando que os elementos essenciais da base para viver em sociedade como respeito cooperação e afetividade acabam não sendo trabalhadas.

A temática é importante para os educadores físicos, pois tem como objetivo descobrir nas crianças a capacidade motora e despertar nelas o interesse de se formar cidadão até mesmo descobrir nelas as influências intelectual na formação de sua personalidade também com a finalidade de levar para a sociedade conhecimentos sobre o papel dos educadores físicos nos anos iniciais que desempenham e venham a compreender que, através da Educação Física, há um ganho curricular de desenvolvimento relacionado ao processo educativo dos indivíduos e contribuindo diretamente para uma sociedade mais harmoniosa.

A aula de educação física é “um lugar de aprender coisas e não apenas o lugar onde àqueles que dominam técnicas rudimentares de um determinado esporte vão “praticar” o que já sabem enquanto aqueles que não sabem continuam no mesmo lugar” (SOARES, 1996).

1.2 OBJETIVOS

  • Objetivo Geral

Identificar a importância das aulas de voleibol nos anos iniciais do ensino fundamental.

  • Objetivos Específicos

Definir os aspectos relevantes nas aulas de voleibol no contexto escolar nos anos iniciais do ensino fundamental;

Pesquisar sobre o processo do voleibol nas atividades físicas no contexto escolar;

Proporcionar uma reflexão sobre a prática do Voleibol no cenário escolar nos anos iniciais analisando a dualidade existente na escola em relação a esta modalidade seja através das ações desenvolvidas em uma aula de Educação Física seja durante a aplicação deste desporto nas turmas de treinamento da escola.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A metodologia utilizada neste trabalho será uma pesquisa de revisão bibliográfica, realizada entre abril e junho de 2017, na qual se realizou uma consulta a livros e artigos científicos encontrados em sites como: Scielo, Lilacs, Pub Med e Google Acadêmico. A busca nos bancos de dados foi realizada a partir da utilização das terminologias cadastradas nos bancos de dados, o que permite o uso da terminologia comum em português, inglês e espanhol.

Sobre a pesquisa bibliográfica pode-se mencionar que se trata de um levantamento de toda a bibliografia já publicada, em forma de revistas, de livros, de publicações avulsas e de imprensa escrita. Houve, neste âmbito, a finalidade de fazer com que o pesquisador entre em contato direto com o material escrito de diversos autores sobre um determinado assunto, auxiliando na análise de suas pesquisas. Ela pode ser considerada como o primeiro passo de toda a pesquisa científica (MARCONI; LAKATOS, 1992). As palavras-chave utilizadas foram: Educação física; Voleibol; Ensino Fundamental; Importância do Vôlei.

3. HISTÓRIA DO VOLEIBOL

O Voleibol teve sua origem na cidade de Holyoke, Massachussetts (EUA), em meados de 1895, foi criado pelo professor Willian Morgan, Diretor da Associação Cristã dos Moços (ACM). Na época este esporte tinha o objetivo de levar as pessoas mais velhas a jogar sem maiores desconfortos físicos e diminuir as lesões devido ao fato de não haver o contato físico entre eles (BOJIKIAN, 2008).

Bojikian (1999), citado por Souza (2007), ao abordar a temática da origem deste desporto coletivo enfatiza que:

A primeira quadra media 15,75m de comprimento, 7,625m de largura. A rede tinha a largura de 0,61m, o comprimento de 8,235m e sua altura era de 1,98m (do solo ao bordo superior). Morgan deu nome de Minonette ao novo esporte, mas pouco tempo depois ele se transformou em Volley-Ball. (BOJIKIAN, 1999).

Nesta época, o voleibol tinha outros nomes como minonette ou mintonette. E um ano mais tarde, após algumas exibições de jogos nas cidades de Massachussetts e Nova Inglaterra, o nome do desporto passou ser chamado de Volleyball, sugerido pelo Dr. Halsted. (NASCIMENTO, 2007).

Conforme menciona Nascimento (2007) sobre os primeiros escritos do Volleyball:

O primeiro artigo sobre o novo esporte foi escrito em 09 de julho de 1896 por J. Y. Cameron – O volleyball é um jogo apropriado para o ginásio ou quadra coberta, mas que pode, também, ser praticado ao ar livre. Qualquer número de pessoas pode praticá-lo. O jogo consiste em conservar uma bola em movimento sobre uma rede alta (1,83), de um lado para o outro, apresentando as características do tênis e handball.

Nos anos 1900 houve um expressivo crescimento do Volleyball o que fez que este se desenvolvesse no Canadá e, em seguida, chegasse ao Japão, à China, ao México, aos países asiáticos, africanos e ao continente sul-americano. Em 1910 o desporto começou a se desenvolver na América do Sul, no Peru. Vale destacar que, nesse período, os Governos do Peru e dos EUA desenvolveram programas de Educação Física para crianças carentes de atividades físicas (NASCIMENTO, 2007).

Conforme Bojikian (1999), citado por Souza (2007), a Associação Cristã de Moços contribuiu decisivamente para a difusão do Volleyball pelo mundo. As primeiras regras começaram a ser firmadas em 1897. Entretanto, somente a partir de 1918 que se fixou a quantidade de 6 participantes por equipe, sendo denominado também quantos toques na bola cada time poderia dar por vez.  A disseminação dos jogos de Volleyball foi possível, pois poderia ser jogado em terrenos com uma rede improvisada e uma bola, o que se tornou, na época, muito adequado para os soldados que estavam na guerra, sendo este esporte uma forma de lazer para tais indivíduos. Diante disso, após a guerra vários países como a Tchecoslováquia, a Polônia, a União Soviética, a França e a Bulgária implantaram o Voleibol nos seus clubes e escolas.

Historicamente, o volleyball chegou ao Brasil por volta de 1915, mais especificamente em Pernambuco, no Colégio Marista. Outros autores relatam que a modalidade teve seu inicio em meados de 1916 e 1917 através da ACM (Associação Cristã de Moços) de São Paulo. Em 1946, a Confederação Sul-Americana foi criada no Brasil. Pode-se destacar que a partir da evolução histórica deste desporto pode-se relatar que também que a FIVB (federação internacional de voleibol) foi fundada em 1954 em Paris, na França. No Congresso de Sofia, em 1962, o Volleyball foi reconhecido como esporte olímpico, tendo a primeira participação em Tóquio no ano de 1964 com o time masculino da Rússia (URSS) consagrando-se como a primeira equipe campeã olímpica, o Brasil ocupando o 7º lugar na disputa e o Japão foi o campeão com a equipe feminina (NASCIMENTO, 2007).

Ainda sobre a história das origens deste esporte coletivo Junior (2012) afirma que:

O voleibol chegou ao Brasil em 1915, sendo jogado pela 1ª vez no Colégio Marista de Pernambuco. Porém, as informações divergem entre os estudiosos, em 1916 que o voleibol chegou ao nosso país, sendo praticado pela 1ª vez na Associação de Cristãos e Moços de São Paulo4. Em 1923, aconteceu à primeira iniciativa para a difusão do voleibol no Brasil, o Fluminense promoveu o 1º torneio desse esporte. Hoje esse jogo é modalidade olímpica, tendo destaque no Brasil por causa dos seus excelentes resultados.

Para Sousa (2007) a criação da Confederação Brasileira de Voleibol (C. B. V) no ano de 1954 desencadeou a formação dos Campeonatos Brasileiros, que passaram a ser elaborados e executados pela própria entidade que foi se especializando e, a partir de 1956, continuam sendo realizados nos dias atuais com altas tecnologias de treinamentos físicos, participação de vários patrocinadores e transmissão dos jogos na impressa televisiva com alta qualidade. Os clubes de futebol investem tanto nas quadras de jogos quanto em organização e infraestrutura, contratando profissionais de alto nível, com reconhecimento internacional para treinar, supervisionar e gerenciar suas equipes. O Voleibol brasileiro é considerado mundialmente como o melhor devido ao alto nível de desempenho e capacitação de técnicos, atletas e seus dirigentes.  A prática do voleibol no Brasil permite considera-lo o segundo esporte mais popular.

3.1 DINÂMICA E ESTRUTURA DO VOLEIBOL

Segundo Collet (2007) foi a partir de 1950, através do professor Jorge Bittencourt, formado na Escola de Educação Física do Exército, que começou a se trabalhar a técnicas do jogo de vôlei. Este professor cria nessa época a escola de Vôlei com intuito de formar técnicos de vôlei, elaborando uma metodologia fundamentada nas técnicas de jogo do vôlei (saque, passe, levantamento, cortada, bloqueio e a defesa) que determinava que o atleta só conseguiria entrar em quadra para disputa depois que tivesse todos estes fundamentos bem entendidos. Esta metodologia foi ensinada até meados da década de 90.

O voleibol é um esporte coletivo e, para que ocorra uma disputa são necessárias duas equipes com seis atletas cada. O tamanho da quadra em que ocorrem essas disputas tem 18m x 9m, divida ao meio por uma rede que pode variar entre 2,43 do chão no masculino e 2,24 do chão para o feminino, a bola tem de 65 cm a 68,5 cm de circunferência pesa cerca de 300g. Existe uma linha que fica a três metros da rede q define a área de ataque que podemos chamar de “linha dos três”. E da “linha dos três” para trás define a área da defesa (UGRINOWITSCH; UEBARA, 2006 apud TAVARES, 2015).

O vôlei é uma modalidade desportiva que exige dos jogadores um posicionamento correto dentro da quadra, porém todos mudam conforme acontecem as jogadas. O rodízio é uma técnica característica do vôlei que determina que os jogadores trabalhem tanto na defesa como no ataque. Neste contexto, na atualidade já existe o sétimo jogador que é líbero, um jogador diferenciado que só pode defender e que fica posicionado somente na linha dos três e não tem direito de saque. Uma partida de vôlei é jogada em no máximo cinco sets sendo os quatro primeiro disputados com 25 pontos em cada e o ultimo com 15 pontos. Na regra deste jogo quando acontecem empates do tipo 24 x 24 ou 14 x 14 vence a equipe que tiver a vantagem de fazer dois pontos primeiro (TAVARES, 2015).

Ugrinowitsch e Uebara (2006) salientam que o vôlei pode ter duas maneiras de haver posicionamento em quadra dos jogadores sendo a 6×6 usada no inicio da aprendizagem do jogo, pois assim o jogador que passa a bola pode fazer o levantamento e o 4×2, no qual todos os jogadores definem bem suas posições e somente dois atletas fazem o levantamento. Por ultimo, o 5×1 é o mais usado para disputas de alto nível técnico onde cinco jogadores atacam e somente um faz os levantamentos.

3.2 O VOLEIBOL NOS ANOS INCIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

O Vôlei, como um esporte coletivo, é considerado fundamental para crianças e adolescentes, pois estimula o desenvolvimento psicomotor, possibilitando vivências no meio escolar e contribuindo para estabelecer a organização da imagem corporal. Para a Educação Física todo movimento corporal pode ser pedagogicamente tematizado e desenvolvido através da aplicação dos conteúdos os esportes e os jogos coletivos.

Segundo Campos (2006) dentro da disciplina de Educação Física o voleibol é um conteúdo com possibilidade de se estudar e desenvolver de várias atividades, mas também é uma modalidade esportiva que tem finalidade competitiva. Nesse sentido, cabe ao professor da disciplina avaliar essas questões e introduzir o desporto no âmbito escolar sem causar prejuízos aos alunos.

No contexto da Educação Física escolar o voleibol é compreendido e proposto neste âmbito com o intuito de promover a cultura corporal de movimento. A maneira de aplicação aos alunos não deve ser “excludente” e sim “inclusiva”, pois todos os alunos devem ter direito às atividades de movimento.  Os movimentos básicos deste esporte deverão ser trabalhados de forma que todos os alunos possam desenvolvê-los.  Assim, o professor como educador deve elaborar situações na aplicação do movimento de vôlei visando à promoção da formação integral do aluno (CAMPOS, 2006).

Afirma Betti (1999 apud BARROSO; DARIDO, 2010) que:

Ao defender uma Educação Física direcionada à cidadania, destaca que não é o fato de a Educação Física constar na legislação como componente escolar que garantirá a todos terem acesso ao seu conteúdo. Ou seja, para o autor dependerá do professor se realmente os alunos entrarão em contato com o conhecimento da área, pois ela pode estar na grade curricular e ser destinada a apenas determinados alunos e/ou apresentar conteúdos reduzidos, impossibilitando que na prática escolar a Educação Física aconteça de uma forma que permita ao aluno conquistar a sua cidadania (BETTI, 1999).

A Educação Física considerada desde os anos 70 como esportivista valorizava os alunos que realizam de maneira correta as técnicas das modalidades, determinadas pelos professores sendo a única forma plausível para a execução dos movimentos a técnica esportiva com movimento já padronizados predeterminados. Neste sentido Bizzocchi (2004 apud BARROSO; DARIDO, 2010) menciona que:

No caso da modalidade voleibol isso também é característico, pois nas primeiras décadas do século XX, logo após o seu surgimento em 1895 (BOJIKIAN, 2003), o jogo desenvolvia-se realizando os fundamentos de saque por baixo e toque. O fundamento manchete só foi criado a partir da década de 60 pela escola asiática (Japão, China, Coréia). O surgimento desse movimento ocorreu em resposta ao movimento da cortada criada anteriormente pela considerada escola do Leste Europeu (União Soviética, Polônia, Tchecoslováquia) (BIZZOCCHI, 2004).

Conforme menciona Nascimento (2007) os esportes coletivos desportivos estão divididos em três etapas ou fases de desenvolvimento que são: fase de iniciação esportiva I; fase de iniciação esportiva II; fase de iniciação esportiva III. Este mesmo autor argumenta que em cada etapa os objetivos são bem definidos conforme o ensino formal e consoante a cada fase da idade biológica, escolar, cronológica e também se relacionando às categorias de certames a ser disputados nos campeonatos a serem executados. Nos anos iniciais do ensino fundamental, que equivalem ao período da 1ª a 4ª series, deve ser trabalhada a etapa de iniciação esportiva I. Nesse momento, as crianças têm o envolvimento nas atividades desportivas com cunho lúdico, participativo e alegre para que sejam estimuladas a desenvolver o pensamento tático. Nesse processo é de suma importância que todos os alunos participem das atividades, pois devem ter acesso aos princípios educativos dos jogos e brincadeiras visando o processo de ensino-aprendizagem de forma positiva. Ressalta-se que nesta etapa é melhor evitar as competições, pois estes alunos ainda não estão maduros para estas atividades onde é exigido perfeição nos movimentos e melhores táticas de jogadas.

3.3 BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DO VOLEIBOL

Atualmente, os desportos estão sendo praticados com maior ênfase nas diferentes faixas etárias, principalmente pelas crianças e, assim sendo, a procura tem sido enorme. Em muitos lugares, o voleibol não é visto como um esporte de lazer, de diversão, mas como uma maneira de formar atletas, sempre buscando um bom desempenho. O esporte em si está associado à possibilidade de romper barreiras e hierarquias sociais, colocando as pessoas em igualdade diante das regras, o que torna o vôlei uma atividade educativa e coletiva (NASCIMENTO, 2007).

Segundo Silva (2014) o profissional de Educação Física deve orientar seus alunos a respeito da importância da atividade física, em relação aos benefícios que ela proporciona, principalmente na infância e adolescência, promovendo hábitos saudáveis evitando as doenças da sociedade moderna. Os esportes coletivos, assim como o vôlei, promovem a autoestima, melhoram e possibilitam o trabalho em equipe, fomentam a disciplina e a organização. No meio escolar o treinamento desportivo deve respeitar as diferenças entre crianças e adolescentes no âmbito de sua aplicação.

O voleibol explora diversos movimentos corporais do aluno que poderá criar movimentos, sendo esse um meio de socialização entre meninos e meninas que poderão estar praticando juntos. Portanto, o professor precisa entender que a prática do esporte nas escolas deve ser entendida e trabalhada como conteúdo da Educação Física através de jogos e do lúdico, despertando nos alunos o prazer de movimentar-se (SILVA, 2014).

Para Moscarde et al. (2013) dentre os vários benefícios da prática esportiva, desde a idade mais tenra das crianças, o desenvolvimento e o sucesso do voleibol está interligado aos profissionais de Educação Física e deriva do comprometimento, da qualidade e de métodos pedagógicos que, aplicados, vão considerar a relevância do desporto como um meio de crescimento social, emocional e intelectual dos alunos. Neste sentido, este mesmo autor afirma que:

O voleibol tem inúmeros benefícios e características, contribui no desenvolvimento físico, afetivo, social e cognitivo, na aquisição de habilidades motoras, estimula satisfação, alegria e motivação. E, se trabalhado corretamente na escola, os benefícios serão vistos também em outras disciplinas, pois a interação principalmente na concentração (MOSCARDE, et al, 2013).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os benefícios do voleibol no contexto escolar nos anos iniciais são o desenvolvimento motor na percepção de lateralidade tempo e espaço e a promoção da saúde dos indivíduos, pois, ao ser aplicado na escola tal prática vai além desse benefício visto que este esporte viabiliza o desenvolvimento de inúmeros aspectos relacionados ao desenvolvimento, ao crescimento, à cultura corporal, a questões de sociabilidade, à afetividade, à cooperação, a aptidões físicas e à formação do cidadão.

O voleibol nos anos iniciais deve promover uma aprendizagem significativa para os alunos sobre a importância da sua prática e o que esta contribui para a vida do indivíduo. É preciso que os alunos compreendam sua importância formando cidadãos participativos que desenvolvam o respeito a regras, que aprendam a ganhar e perder e a viver em sociedade com respeito, cooperação e afetividade.

A Educação Física Escolar, em especial o Voleibol, assegura que todas as atividades desenvolvidas como um todo tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio, quanto como esporte praticado na forma de lazer e competição promovem o movimento benéfico do corpo em qualquer fase da vida.

REFERÊNCIAS

BARROSO, A.L.R. & DARIDO, S.C. Voleibol Escolar: uma proposta de ensino nas dimensões conceitual, procedimental e atitudinal do conteúdo. Rev. bras. Educ. Fís. Esport., São Paulo, v.24, n.2, p.179-94, abr./jun. 2010.

BOJIKIAN, J. C. M. Ensinando Voleibol. São Paulo: Phorte, 1999.

BOJIKIAN, J. C. M. Ensinando Voleibol. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2005.

CAMPOS, L.A.S. Voleibol “da” escola. Jundiaí: Fontoura, 2006.

COLLET, Ca. et al. Processo de Ensino- Aprendizagem- Treinamento no voleibol infantil masculino em Santa Catarina. Revista da Educação Física/ UEM. Maringá, vol.18, n. 2, p. 147-159, 2 sem. 2007.

JUNIOR, N. K. M. História do voleibol no Brasil e o efeito da evolução científica da educação física brasileira nesse esporte. EFDeportes.com, Buenos Aires, ano 17, n. 170, Jul. 2012. Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Nelson_Marques_Junior/pu
blication/237067327_Historia_do_voleibol_no_Brasil_e_o_efeito_
da_evolucao_cientifica_da_educacao_fisica_brasileira_nesse_espo
rte/links/00b7d51b25ca209809000000.pdf. acesso em 05 jun.
2017.

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1992.

NASCIMENTO, A. N. A Prática Esportiva do Voleibol e suas Possíveis Mudanças de Comportamento em Alunos da Escola Pública no Projeto 2º Tempo. Maceió. 2007.

MOSCARDE, E. R.; ALVES, E.; GREGOL, D. C. Os Benefícios do Voleibol no Âmbito Escolar. EFDeportes.com, Buenos Aires, ano 18, n. 181, Junho de 2013. http://www.efdeportes.com/. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd181/os-beneficios-do-voleibol-no-ambito-escolar.htm.  acesso em: 05 jun. 2017.

SILVA, J. A. da. A prática de voleibol na escola: investigação sobre a relação ensino aprendizagem das habilidades básicas do Voleibol. Disponível em: http://bdm.unb.br/bitstream/10483/9658/1/2014_JoseAdailtonDaSilva.pdf. Acesso em 05-06-2017 acesso em: 05 jun. 2017.

SOARES, C. L. Educação física escolar: Conhecimento E especificidade. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, supl.2, p. 6-12, 1996.

SOUZA, C. A. F. de. A Importância da prática do Voleibol “da” Escola. São Paulo: 2007.

TAVARES, I.  F. Vôlei na Educação Física Escolar como ferramenta pedagógica em séries iniciais. Brasília. 2015. Disponível em: http://repositorio.uniceub.br/handle/235/7486. acesso em 05 jun. 2017.

UGRINOWITSCH C, UEHARA P. Modalidades esportivas coletivas: o voleibol. In: JÚNIOR, R. (Org.). Modalidades esportivas coletivas. Rio de Janeiro: Guanabara, 2006, p. 166-79.

[1] Aluno do Curso de Graduação em Educação Física da Faculdade Patos de Minas (FPM).

[2] Professor no curso de Educação Física da Faculdade Patos de Minas – FPM.

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Lucas Eduardo Nogueira de Carvalho

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