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Efeito da Ingestão de Semente de Abóbora Cucurbita máxima L. no Perfil Lipídico e Glicídico de Ratos Wistar Machos [1]

RC: 16476
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CONTEÚDO

ROSBACH, Tiago [2], PEREIRA, Francine Martins [3]

ROSBACH, Tiago; PEREIRA, Francine Martins. Efeito da Ingestão de Semente de Abóbora Cucurbita máxima L. no Perfil Lipídico e Glicídico de Ratos Wistar Machos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 06, Vol. 05, pp. 5-16, Junho de 2018. ISSN:2448-0959

Resumo

O colesterol e o fitoesterol estão presentes nos alimentos de origem animal e vegetal respectivamente sendo o colesterol responsável pela permeabilidade celular atua na síntese de ácidos biliares, vitamina D e de hormônios. No organismo humano cerca de 70% do colesterol de origem endógena, e somente 30% é de origem exógena adquirido através da dieta. O presente trabalho tem por objetivo avaliar os efeitos da ingestão de semente de abóbora no metabolismo lipídico e glicídico de ratos Wistar machos. Para o experimento utilizou–se 30 ratos Wistar com indução à hipercolesterolemia por 20 dias. O sangue foi coletado para os devidos exames, onde foi utilizado o kit de teste enzimático não colorimétrico para colesterol, TGS, LDL, VLDL, HDL e glicemia. Para o seguinte trabalho foi comparado o grupo hipercolesterolêmico com o grupo hipercolesterolêmico mais semente de abóbora utilizando o teste t para amostras não paramétricas com valor de significância de p <0,05, onde observou-se aumento na fração HDL colesterol, porém para as demais variáveis não se obteve resultados significativo.Com o estudo, foi possível concluir que a semente de abóbora por ser rica em fibras e fitoesterois quando adicionadas a alimentação de ratos Wistar, foi capaz de aumentar o HDL colesterol.

Palavras chave: Cucurbita máxima L, Ratos Wistar, Hipercolesterolemia.

Introdução

A fitoterapia e o uso de plantas para fins medicinais fazem parte da prática da medicina popular, sendo um conjunto de saberes e crenças passados de pessoa para pessoa especialmente pela tradição oral. Devido ao processo de industrialização esta pratica milenar vem diminuindo.

Contudo o uso de plantas vem sendo apresentado como uma forma eficaz de atendimento primário a saúde, podendo complementar ao tratamento convencionalmente empregado, para a população de menor renda (ELDIN S, et al 2001).

A investigação do uso de plantas por comunidades indígenas para fins de tratamento possibilitou a descoberta de muitas drogas com ação psicoativa, como a ioimbina, efedrina, tubocurarina e galantamina. Neste contexto do uso de plantas para fins medicinais destaca-se o campo da etnofarmacologia que combina o conhecimento do uso popular/tradicional com estudos químicos e farmacológicos como instrumento descoberta de novas drogas (ELISABETSKY, 2007).

Os produtos naturais demonstram uma grande significância na descoberta de novos compostos biologicamente ativos e no desenvolvimento de novos medicamentos para o tratamento de inúmeras doenças. No ano de 2000, a relação de drogas desenvolvidas a partir de produtos naturais era de cerca de 20%, tendo um aumento significativo nos anos seguintes. Newman (2008) sugeriu que cerca de 60% das drogas disponíveis foram derivadas de produtos naturais, sendo que os mesmos consistem em uma importante fonte para o desenvolvimento de novos agentes com potencial. Além disso, tem sido demonstrado que inúmeras substâncias derivadas da natureza, podem interagir com receptores de mamíferos atestando a bioatividade destes produtos.

O colesterol é um tipo de gordura (lipídio) encontrado naturalmente em nosso organismo, fundamental para o seu funcionamento normal. O colesterol é o componente estrutural das membranas celulares em todo nosso corpo e está presente no cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração. Nosso corpo usa o colesterol para produzir vários hormônios, vitamina D e ácidos biliares que ajudam na digestão das gorduras. 70% do colesterol de origem endógena sendo produzido pelo nosso próprio organismo, no fígado, sendo que somente 30% vêm de origem exógena através da dieta (BRAGAGNOLO, 2001).

A hipercolesterolêmia se dá principalmente pela ingestão de ácidos graxos saturados como o mirístico encontrado nas gorduras de origem animal, láurico encontrado no óleo de coco e o palmítico no azeite-de-dendê. Os ácidos graxos Insaturados se dividem em dois grupos,poliinsaturado (ômega-3 e ômega-6),onde seu efeito benéfico é de diminuir o número de receptores de LDL colesterol, assim diminuindo o risco de doenças cardiovasculares e monoinsaturado (ômega 9) que diminui o colesterol total e o LDL colesterol, além de possuir efeito antitrombótico e inibir a agregação plaquetária (CUPPARI, 2002).

Designam-se dislipidemias as alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos das lipoproteínas. As dislipidemias estão entre os mais importantes fatores de risco para a doença cardiovascular aterosclerótica, juntamente com a hipertensão, a obesidade e o diabetes mellitus. No entanto, estudos nacionais e internacionais mostram redução nos eventos coronarianos quando se realiza intervenção nos fatores de risco (CASTELLI WP, 1984).

O colesterol total e o LDL colesterol têm relação direta com a morbidade e mortalidade por doença arterial coronariana. A hipertrigliceridemia isolada não constitui fator de risco independente de doença coronariana, mas passa a constituí-lo quando associada ao alto nível de LDL-c e ao baixo nível de HDL-c. Já o HDL-c (higher-density lipoprotein cholesterol), atua no transporte reverso do colesterol, diminuindo ou parando a formação da placa aterosclerótica. No III National Health and Nutrition Examination (NHANES III), realizado nos Estados Unidos, os fatores que afetaram os níveis de colesterol sérico foram numerosos, dentre eles a idade, a dieta, a pré-disposição genética e o peso corporal (STEINBERG D,1987).

A fibra alimentar é a parte comestível de plantas ou carboidratos que são resistentes à digestão e absorção no intestino delgado de humanos, com fermentação completa ou parcial no intestino grosso. A fibra alimentar inclui polissacarídeos vegetais, como celulose, hemiceluloses, pectinas, gomas e mucilagens, oligossacarídeos, lignina e substâncias associadas de plantas. Esta definição foi elaborada em 1999 pela American Association of Cereal Chemists, após vários debates subsidiados com informações de industrias, academias e órgãos governamentais de vários países (COPPINI, L.Z, et al 2002).

As fibras alimentares são divididas em duas categorias devido a solubilidade em água, são elas fibras solúveis e fibras insolúveis. As fibras solúveis incluem a maioria das pectinas, gomas, mucilagens e hemiceluloses. São encontradas em frutas, farelo de aveia, cevada e leguminosas (feijão, lentilha, ervilha e grão de bico) (COPPINI LZ, et al 2002, CAVALCANTI MLF,1997).

A fibra solúvel tem como característica o aumento do tempo de trânsito intestinal e está relacionada à diminuição do esvaziamento gástrico, ao retardo da absorção de glicose, diminuição da glicemia pós-prandial e redução do colesterol sangüíneo devido às suas propriedades de absorção conferindo viscosidade ao conteúdo luminal. (COSTA RP, et al 1997).

As fibras insolúveis contribuem para o aumento do volume do bolo fecal, redução do tempo de trânsito intestinal, retardo da absorção de glicose e retardo da hidrólise do amido. A celulose, a lignina, algumas hemiceluloses e mucilagens são exemplos de fibras insolúveis. São encontradas em maior quantidade nas cascas de frutas, no farelo de trigo, nos cereais integrais e seus produtos, nas raízes e nas hortaliças. Geralmente, não sofrem fermentação, de maneira que, quando esta ocorre, ela se dá de forma lenta. Proporcionalmente, a fração insolúvel das fibras é a mais abundante, constituindo cerca de 2/3 a 3/4 da fibra alimentar de uma dieta composta por variados alimentos de origem vegetal (MARLETT JA, SLAVIN JL,1997).

Os fitoesteróis assim como o colesterol são constituintes das membranas celulares no caso das plantas e são responsáveis pela permeabilidade da célula. Estruturalmente difere do colesterol apenas por conter um ou dois grupos metilo ou etilo na cadeia lateral da molécula1. Só recentemente os fitoesteróis despertaram o interesse de pesquisadores devido ao seu potencial benefício na redução dos níveis de colesterol sérico, seus efeitos como parte natural dos alimentos comuns são moderados, uma vez que o seu consumo atual é baixo (entre 200 e 400 mg/dia). Porem sua adição a alimentos tem comprovado resultado na diminuição do colesterol plasmático (CHAN Y, V.A et al.2006).

Os fitoesteróis atuam em vários níveis no metabolismo do colesterol, embora seu mecanismo de ação não esteja, ainda, totalmente elucidado (SANÉ A, et al 2006).

No lúmen intestinal o colesterol e o fitoesterol são incorporados às micelas entrando nos enterócitos através da bordadura em escova pelo transportador NPC1L1. Assim o colesterol é esterificado pela acil CoA:colesterol aciltransferase (ACAT) e incorporado aos quilomicrons que são secretadas para a linfa. Isto acontece a uma pequena parte dos fitoesterois pois têm pouca afinidade para a ACAT. Ou seja, enquanto o cplesterol é absorvido, os fitoesterois são muito pouco. Apenas 0,5 a 1,9% dos fitoesteróis são absorvidos. Uma vez no enterócito uma pequena parte do colesterol e a grande parte dos fitoesteróis são excretados novamente para o lúmen intestinal através dos transportadores ABCG5 e ABCG8 sendo assim não se acumulam no organismo (YANG C, et al 2004).

Dentre as variadas fontes de alimentos ricos em fibras, podemos citar a semente de abóbora sendo um subproduto da abóbora. A abóbora pertence à ordem Cucurbitales, família Cucurbitaceae e espécie Cucurbita, sendo o seu estado maduro o usualmente utilizado para compor a dieta. A semente de abóbora também vem sendo utilizada pela medicina popular brasileira. Estudos feitos em animais demonstram que seu consumo in natura, sem sofrer tratamento térmico, pode diminuir a biodisponibilidade de alguns nutrientes devido a presença de fitatos. (DEL-VECHIO, et al 2005).

A semente de abóbora vem sendo usada de várias maneiras na alimentação humana torrada e salgada como aperitivo, óleo ou em forma de farinha como coadjuvante no emagrecimento devido ao seu elevado teor de fibra alimentar, possui ainda efeito vermífugo e antioxidante, além de ser uma boa fonte protéica. (AL-ZUHAIR H, FATTAH AAA, SAYED MI,2000).

Em razão da contribuição positiva da fibra alimentar à saúde e aos efeitos benéficos dos fitoesterois e do alto teor de fibra da semente de abóbora o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da semente de abóbora no metabolismo lipídico e glicídico de ratos Wistar machos.

Metodologia

O experimento teve início com a indução à hipercolesterolemia e posteriormente a oferta da semente de abóbora, os animais foram sacrificados ao final do experimento. Ao todo foram utilizados 30 ratos Wistar machos de aproximadamente 90 dias de idade provenientes do biotério da Faculdade Assis Gurgacz. No decorrer do experimento os animais eram mantidos em 6 caixas com maravalha contendo 5 animais em cada, limpos 3 vezes por semana durante 7 semanas e pesados semanalmente. Foram divididos em 3 grupos sendo: grupo controle, grupo hipercolesterolêmico e grupo hipercolesterolêmico mais semente de abóbora.

Para a indução da hipercolesterolemia foi usado ração misturada em banha suína, com a proporção de 200g de ração/50g de gordura por 15’, durante 30 dias. Após esse período os grupos induzidos a hipercolesterolemia receberam juntamente com a ração e banha na proporção de 1kg de ração/100g de banha mais a semente de abóbora para o grupo semente de abóbora.

As sementes de abóbora foram adquiridas em lojas de produtos naturais e oferecidos 3 vezes por semana, onde cada animal recebeu 0,2g de acordo com as recomendações descritas no rotulo do produto e dividido pela média de peso dos ratos durante 25 dias.

Para a coleta do sangue houve o sacrifício dos animais através de uma guilhotina para decapitação, sendo estes pegos um por um, o sangue foi depositado em tubo para coleta com K³EDTA (solução anticoagulante para uso em hematologia) não siliconado com a ajuda de um funil e levado a centrífuga por 15´ para separação das hemácias do plasma, em seguida o plasma foi coletado com a ajuda de uma seringa e transferido para um tubo de microcentrifuga.

Para avaliar os resultados foi verificado o peso corporal, HDL, LDL, VLDL, colesterol total e triglicerídeos analisando se ocorreu alterações nos níveis plasmáticos através de exames bioquímicos e do peso total.

Para verificar as variáveis, colesterol total, triglicerídeos, LDL VLDL e HDL colesterol foi utilizado kits para teste enzimático e colorimétrico para determinação em soro e/ou plasma da marca Bioliquid da empresa Laborclin, seguindo os procedimentos descritos na bula e os cálculos (absorbância da amostra/absorbância padrão x 200) para colesterol total e triglicerídeos e para HDL colesterol (absorbância do sobrenadante/absorbância padrão x 50 x 1,1) onde sobrenadante é o líquido retirado do plasma após centrifugação para separar a gordura. Para LDL colesterol (HDL+LDL+VLDL) e VLDL colesterol (TG/5) onde TG é triglicerídeo. Os valores de absorbância eram dados pelo espectofotômetro com comprimento de onda de 500nm.

Para o seguinte trabalho Foi comparado o grupo semente de abobora com o grupo hipercolesterolêmico utilizando o teste t para amostras não paramétricas com valor de significância de p <0,05.

Resultados e discussão

Através dos resultados encontrados observou-se um aumento significativo na fração HDL colesterol no grupo hipercolesterolêmico mais semente de abóbora em relação ao grupo que somente recebeu dieta hipercolesterolêmica, para as variáveis colesterol total, triglicerídeos,LDL,VLDL e glicemia não houveram resultados significativos como demostra a figura 1.

Figura 2: Efeito da administração de semente de abóbora sobre o peso corporal total de ratos Wistar hipercolesterolêmicos. *** p< 0,0001.
Figura 2: Efeito da administração de semente de abóbora sobre o peso corporal total de ratos Wistar hipercolesterolêmicos. *** p< 0,0001.
Figura 1: Efeito da administração de semente de abóbora em ratos Wistar machos hipercolesterolêmicos. Os valores para as variáveis colesterol total, HDL, LDL, VLDL, TGS e glicemia são expressos em mg/dl. * p< 0,05. HDL: lipoproteína de alta densidade, LDL: lipoproteína de baixa densidade; VLDL: lipoproteína de densidade intermediária; TGS: triglicérides.
Figura 1: Efeito da administração de semente de abóbora em ratos Wistar machos hipercolesterolêmicos. Os valores para as variáveis colesterol total, HDL, LDL, VLDL, TGS e glicemia são expressos em mg/dl. * p< 0,05. HDL: lipoproteína de alta densidade, LDL: lipoproteína de baixa densidade; VLDL: lipoproteína de densidade intermediária; TGS: triglicérides.

Como demonstrado na figura 1 os valores de colesterol total, LDL colesterol, VLDL, triglicerídeos e glicemia não foram significativos, porém no estudo de Borges et al. 2012 quanto aos triglicerídeos, as dietas com semente de linhaça geraram efeito redutor, quando comparadas ao grupo controle (p<0,005), o mesmo foi observado na fração VLDL. Pode-se analisar ainda que em uma dieta hiperlipídica, a suplementação de semente de linhaça apresentou efeito benéfico e significativo na fração LDL colesterol, com valores menores, quando comparados com o grupo controle.

Em estudo realizado no ano 1998 por Frias & Sgarbieri durante 28 dias testaram o efeito de dietas contendo 0%, 10% e 15% de goma guar, sobre o perfil lipídico de ratos wistar onde observaram que em concentrações igual ou superior a 10% a goma guar foi eficaz no tratamento da hipercolesterolemia em ratos.

Em trabalho realizado por Derivi e Pourchet-Campos (1984), estudando duas variedades de feijões: feijão carioca (Phaseolus vulgaris) e feijão macassar (Vigna sinensis), a pectina foi identificada como um componente hipocolesterolêmico presente nas leguminosas. Os autores verificaram que o acentuado efeito hipocolesterolêmico apresentado pelo feijão carioca era devido à presença de um alto teor de pectina solúvel (1,46 g%), enquanto que este efeito não foi observado no feijão macassar que apresentava 0,64 g% de pectina solúvel em sua composição.

Em estudo realizado por Fietz & Salgado (1999), adicionando a dieta de ratos Wistar pectina e celulose por 30 dias contendo 5,10,15 e 20% destas, observaram que as dietas com mais de 10% de pectina e celulose tiveram efeito significativo na redução dos níveis de colesterol.

Em um estudo realizado com humanos, verificou-se redução significativa dos níveis de colesterol plasmático total e colesterol LDL a partir do consumo, por um período

correspondente a 21 dias, dos ésteres de esteróis (13.4 e 12.9%, respectivamente) em relação aos ésteres de estanóis (10.2 e 7.9%, respectivamente). O grupo de controle foi submetido ao consumo de margarina sem incorporação de fitoesteróis (6.0 e 3.9%, respectivamente), (P<0,05). Quanto aos níveis plasmáticos de colesterol HDL e de triglicerídeos, não se observou alterações significativas devido ao uso de fitoesteróis (CLIFTON, 2002).

Em estudo realizado por Cerqueira et al, (2008), observou-se que após a ingestão de farinha de semente de abobora houve uma redução nos níveis de glicemia em relação ao grupo controle de (p<0,05).

Observou-se um aumento significativo em relação ao peso corporal dos ratos que receberam dieta hipercolesterolêmica mais semente de abobora em relação aos ratos com dieta hipercolesterolêmica como mostra a figura 2.

Figura 2: Efeito da administração de semente de abóbora sobre o peso corporal total de ratos Wistar hipercolesterolêmicos. *** p< 0,0001.
Figura 2: Efeito da administração de semente de abóbora sobre o peso corporal total de ratos Wistar hipercolesterolêmicos. *** p< 0,0001.

De posse dos resultados pode-se observar que os ratos alimentados com dieta hipercolesterolêmica mais semente de abóbora tiveram aumento de peso corporal total significativo (***p<0,0001) em relação ao grupo hipercolesterolêmico, isto deve-se ao fato de que as gorduras têm o poder de dar mais sabor aos alimentos tornando-os mais saborosos e também ao sabor adocicado da semente de abobora deixando a ração mais saborosa aumentando o consumo pelos ratos.

Segundo Akiyama et al (1996), ratos com dieta hiperenergética e com alto teor de gorduras tendem a desenvolver obesidade. Em estudo Duarte et al (2006), relataram que, mesmo sem aumentar a quantidade diária de ração ingerida, a dieta hiperlipídica promoveu a obesidade.

Ao analisar o consumo total de energias ao longo das oito semanas, observou-se ingestão energética maior no grupo-experimental o suficiente para o acúmulo de tecido adiposo, como observado no trabalho de Pullar & Webster (1977).

A literatura indica que não só os totais de energia ingerida e gasta regulam a quantidade dos estoques corporais. O balanço de cada macronutriente parece possuir um rigoroso controle para ajustar seu consumo com sua oxidação (e vice-versa) e manter um estado de equilíbrio. O balanço de nitrogênio e de carboidratos é facilitado pela capacidade do organismo em ajustar as taxas de oxidação de aminoácidos e de glicose, respectivamente, em relação aos seus consumos alimentares. No caso das gorduras, esse ajuste é bem menos preciso e o aumento no seu consumo não estimula proporcionalmente a sua oxidação, e o aumento na ingestão lipídica induzirá ao balanço lipídico positivo e, conseqüentemente, ao acúmulo na massa adiposa corporal (PEREIRA et al., 2003).

Conclusão

Com base nos resultados obtidos pode-se concluir que a semente de abóbora pode ser uma boa aliada no controle da hipercolesterolemia devido a sua composição rica em fibras e fitoesterois que tem ação benéfica já comprovada em outros estudos. O aumento na fração HDL colesterol se deve ao fato da presença de ácido linoleico (ômega 6). As demais variáveis podem não apresentar significância devido ao fato da quantidade ofertada ou de que não houve um controle do quanto cada rato comeu de ração.

Para trabalhos futuros sugerimos aumentar a dose de semente de abóbora ofertada e aumentar também o número de dias em que receberão o produto passando a oferecer todos os dias da semana.

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[1] Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para  obtenção  do  título  de  Bacharel  em Nutrição.

[2] Acadêmico-Faculdade Assis Gurgacz.

[3] Docente orientador-Faculdade Assis Gurgacz.

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