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A Importância da Criatividade: Estudo de Caso Sobre Diferentes Abordagens na Contação de História na Educação Infantil

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CONTEÚDO

SILVEIRA, Danielli Maria Neves da [1]

SILVEIRA, Danielli Maria Neves da. A Importância da Criatividade: Estudo de Caso Sobre Diferentes Abordagens na Contação de História na Educação Infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 06, Vol. 04, pp. 81-102, Junho de 2018. ISSN:2448-0959

Resumo

O presente artigo pretende abordar a importância da contação de histórias na Educação Infantil, sendo essa etapa um campo de novidades ainda no campo educacional faz-se necessária constante pesquisa e análise para a demanda de melhorias qualitativas no atendimento as crianças. Pesquisamos as característica e concentração e apreciação da contação de história em diferentes momentos e a partir de diferentes abordagens na sala de aula bem como foi realizada entrevista com a professora que atua com a turma pesquisada e realizado questionário para que a mesma respondesse. Assim, como objetivo, visa levantar os encaminhamentos metodológicos e análise dos momentos das narrações das histórias para as crianças do Maternal II. Ressalta a necessidade de práticas pedagógicas adequadas à faixa etária dos alunos bem como abordagens e métodos diversificados buscando a adequação e melhoria do atendimento utilizando as histórias para melhoria do desenvolvimento infantil, aprendizagem e percepção de mundo. A revisão da bibliografia proporcionou referências teóricas envolvendo o tema, contribuindo para a análise de dados coletados através da pesquisa de campo.

Palavras-Chave: Educação Infantil, Contação de História, Criatividade na Educação Infantil, Ensino-aprendizagem.

1. Introdução

A Educação Infantil no contexto educacional de aliar o cuidar ao educar é um processo de história recente no Brasil e dentro dessa realidade é uma forma de ampliar o acesso ao conhecimento desde os primeiros anos de vida visando uma melhoria tanto na quantidade de vagas como na qualidade da aprendizagem para que se efetive um acesso igualitário a todos os cidadãos.

Essa pesquisa buscou compreender qual a importância da contação de histórias na etapa da Educação Infantil bem como as abordagens que se podem fazer com o objetivo de apresentar diversas histórias com vivências que enriquecem a aprendizagem e experiência das crianças inseridas nas instituições que ofertam essa etapa da Educação Básica.

A investigação proposta procurou compreender se a metodologia que vem sendo aplicada pela docente que atua com a turma do Maternal II no Centro Municipal de Educação Infantil Reino Encantado vem contribuindo para o crescimento psíquico e empírico dos alunos que frequentam a turma e se tem auxiliado no cotidiano tanto enriquecendo as áreas do conhecimento como já trabalhando a interação e a concentração diante da narração das histórias.

Pensar na abordagem metodológica que envolve a contação de histórias na Educação Infantil é buscar a melhoria constante do ensino e buscando atender o desafio que é acompanhar as necessidades que vem surgindo junto a cada geração que exige mudanças conceituais e de abordagem em sala de aula, o desafio docente abrange diversos aspectos e a seleção e a forma como conta histórias é um aspecto de grande importância pois estimula a imaginação e a fantasia da criança enriquecendo brincadeiras, diálogos e vivências do aluno.

O objetivo desta pesquisa foi o de analisar a vivência da contação de história com diferentes abordagens na turma do maternal II bem como analisar as observações apontadas pela professora quanto a turma e a apreciação que esta tem em relação a contação de histórias e no que as mesmas vem contribuindo.

Essa pesquisa se mostrou importante pelo fato de considerar diferentes meios de se utilizar a literatura infantil e narração de histórias com o objetivo de enriquecer a aula na Educação Infantil.

Os órgãos públicos e Secretária de Educação devem ser parceiros do docente e ambos juntos buscar a melhoria qualitativa e criatividade para a exploração da contação de histórias de forma lúdica e prazerosa de forma a divertir ao aluno enquanto o mesmo apreende e amplia sua visão de mundo.

A pesquisa tipo estudo de caso possibilitou acompanhar a aula presencial no CMEI, estruturei a investigação mais detalhada no questionário que foi entregue para a professora e foi realizada entrevista com a professora regente da turma bem como com a agente de apoio que acompanha a turma também.

Fazem-se importantes estes três tipos de analise comparando e delimitando pontos em comum e diferenças para melhor compreender a realidade vivenciada pelas crianças e a relação com a atual metodologia empregada pela docente. A melhoria da Educação se faz a partir de diversos aspectos e âmbitos e a contação de história enquanto elemento importante tende a enriquecer todo o cotidiano e a vivência educacional dos alunos.

2. Contribuições da literatura infantil para o processo de ensino-aprendizagem na educação infantil

A Educação Infantil compõe a primeira etapa da Educação Básica e no Brasil tem o caráter educacional incorporado na história recente. O Referencial curricular nacional para a educação infantil ressalta que no Brasil “[…]a sociedade está mais consciente da importância das experiências na primeira infância, o que motiva demandas por uma educação institucional para crianças de zero a seis anos.” (BRASIL, 1998, p.11).

Conforme aponta a Lei de Diretrizes e Bases:

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade. (BRASIL, 1996, Art. 29)

O processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil se dá de forma lúdica preferencialmente considerando que nesta etapa a faixa etária exige uma abordagem metodológica diferenciada e voltada para os alunos que se encontram nos seus primeiros anos de vida.“[…] A literatura infantil pode ser usada como recurso lúdico desenvolvendo na criança um comportamento prazeroso […]” (ALVES, 2011, p. 12).

A literatura vem de encontro com os interesses e é um recurso crucial no processo de aprendizagem nos primeiros anos de vida, conforme aponta as autoras “Desenvolver o interesse e o hábito pela leitura é um processo constante que deve ser iniciado desde as primeiras fases da infância, ainda em casa, aperfeiçoado pela escola e continuado por toda a vida. […]” (ARBOLEYA e BRINGMANN, 2008, p.5).

Além de ser um recurso no processo de ensina o professor que atua na Educação Infantil estimula os alunos a obterem contato com livros de literatura infantil ensinando assim o hábito de ler, o que é benéfico não apenas para a aprendizagem mais também para o prazer a criança.

O trabalho com a leitura se conecta com a atividade dominante de cada fase da infância, sendo um recurso auxiliar para o processo do brincar que é a principal atividade dentro do trabalho com o desenvolvimento infantil. Taís Danna destaca:

A literatura é uma forma de arte, através dos contos várias emoções que não encontram vazão no dia-a-dia podem ser libertadas pelo caráter mágico e fantasioso da história. Isso aproxima o efeito psicológico do conto de fadas com a brincadeira. A atividade artística da criança desenvolve-se no jogo, que é a principal atividade durante a idade pré-escolar. (2007, p. 30).

Sendo assim, a exploração do caráter mágico e fantasioso da história enriquece a imaginação e ideias para possibilidades de criação na brincadeira, a história na Educação Infantil atua de forma direta com a criatividade.

A literatura infantil faz uma “ponte” com o momento em que a criança vive, oferecendo mais elementos para a imaginação da mesma no desenvolvimento de sua criatividade nas brincadeiras. Conforme observa LIPPI e FINK:

[…] É através da interação com livros de literatura infantil que a criança aprende sobre si, sobre os adultos e sobre o modo de viver coletivamente, sem que para isso precise abandonar o seu universo infantil, repleto de descobertas, magia, brincadeiras e fantasia. (2012, p.30).

As histórias e contos infantis se relacionam intimamente com o universo imaginário da criança e relaciona elementos que conhecem junto a novos elementos que lhe apresentam vários aspectos do mundo que o cerca. A autora Olivia da Silva Pires aponta:

[…] acredita-se que a literatura infantil é de suma importância, principalmente na mais tenra idade, lembrando que a responsabilidade do professor na Educação Infantil é de incentivar a leitura, pois a criança que tem contato com livro desde pequena terá maior oportunidade de se tornar um leitor assíduo por toda sua vida, usando a literatura com prazer – e não obrigação. (2011, p.16).

Tratando-se de instituições públicas se ressalta essa importância que a autora enfatiza que é garantir a oportunidade, ou seja, neste espaço o aluno terá o acesso ao material e ao profissional preparado para elaborar e planejar a aula utilizando os recursos próprios para o fim que deseja alcançar. No caso da leitura se faz importante uma análise e uma intencionalidade por parte do professor quanto a história que será utilizada em sala.

O Currículo para a Rede Pública Municipal de Cascavel cita:

A escola pública como parte constituinte do Estado- em seu nível federal, estadual ou municipal- é também espaço de tensão de classes e, por isso, é também espaço de construção de consciência, que tem por função dar acesso aos saberes sistematizados pela humanidade, saberes esses imprescindíveis para a possibilidade de crítica consistente. […] (CASCAVEL, 2008, p.20).

Sendo a escola pública um espaço de tensão, a qualidade deve estar aliada ao trabalho intencional do docente, isso inclui em primeira etapa a Educação Infantil a qual apesar do descaso do poder público e baixo investimento pode progredir e ter um avanço qualitativo. Conforme aborda o Projeto Político Pedagógico do Centro Municipal de Educação Infantil Reino Encantado:

“A partir do trabalho sistematizado, as expectativas e objetivos do CMEI reino Encantado, além do desenvolvimento integral das crianças de 0 a 5 anos, é efetivar um trabalho pedagógico, com unidade na concepção teórica e que isso resulte na formação da consciência crítica dos sujeitos. […]” (2016, p.11).

Valorizar a leitura nesse âmbito significa possibilitar para o aluno que ele aproprie o que foi e vem sendo produzido pela humanidade com qualidade em um espaço democrático e somando instrumentos para a formação da consciência crítica do aluno inserido na instituição. “[…] acredita-se que literatura infantil contribui significativamente para a formação do sujeito e deve estar presente no cotidiano escolar. […]” (PIRES, 2011, p. 17).

A valorização da literatura infantil requer estudos e análise sobre quais utilizar e como utilizar e o professor e o aluno são agentes de análise fundamentais, pois, a realidade que mostra como se pode utilizar esse recurso enquanto instrumento de mudança social visando a melhoria na comunidade de forma mais ampla, pois na instituição de Educação Infantil se pode iniciar a melhoria na vida da criança e consequentemente da família. PIRES enfatiza que:

Pais e educadores devem tomar consciência da urgência da necessidade de promover o interesse da criança pela leitura, o que, além de reduzir seu tempo em frente à televisão, e que dará uma bagagem muito maior de conhecimento e poderá estimular a imaginação e a criatividade. (2011, p.21).

Diante de um cenário em que a tecnologia vem tomando cada vez mais espaço o ato de ler se torna mais raro e por isso deve haver a estimulação principalmente no espaço institucional educacional, a imaginação e a criatividade são despertos a partir de vários elementos que se encontram na literatura infantil e conforme aborda PIRES (2011) o professor deve motivar o aluno a gostar das histórias portando o mesmo deve realizar o esforço para uma contação que possua diferenciais e traga o aluno para o mundo da fantasia abordada na literatura infantil.

3. A contação de histórias na educação infantil

 Um fator de grande importância na utilização da literatura infantil na etapa da Educação Infantil é a contação de história, a arte de contar a história e encantar tende a obter mais sucesso entre os “pequenos”. Considerando-se que em seus primeiros anos de vida as crianças estão em constante processo de aprendizagem deve ser atrativo o modo como as histórias infantis lhe são apresentadas.

A contação de história sempre encantou, antes mesmo de se inventar a escrita já havia a história oral. Conforme abordam as autoras SOUZA e BERNADINO “O homem descobriu que a história além de entreter, causava a admiração e conquistava a aprovação dos ouvintes. O contador de histórias tornou-se o centro da atenção popular pelo prazer que suas narrativas proporcionavam.” (2011, p. 236).

Em um contexto mais amplo a contação de história é algo que atrai não apenas as crianças que estão inseridas na Educação Infantil como tem um poder atrativo até mesmo sobre adultos mudando-se contextos e elementos das histórias. Considera-se o espaço institucional que atende as crianças em período em que se objetiva a aprendizagem enquanto principais agentes da promoção de contação de histórias, os docentes incubem-se de apresentar esse caráter lúdico da literatura.

O espaço escolar é um espaço que democratiza o acesso e, portanto a oportunidade de explorar livros e as formas como contar histórias com a utilização da metodologia adequada a idade cabe ao educador. Conforme cita RAMOS “Entendemos como importante que os professores, de todos os anos escolares, (re) conheçam a pratica de narrar historias como uma pratica de leitura fundamental para a formação dos alunos enquanto leitores. […]” (2011, p.21).

A interação que o professor tem com a história e para com os alunos tende a influenciar o prazer que a criança tem em relação a história infantil que está sendo explorada, portando, a imaginação e a fluidez do educador influência no gosto da criança pelo momento da contação de história.

Promover o estímulo a leitura tende a contribuir com todas as áreas do conhecimento que compõem o currículo escolar do aluno ao longo dos anos que frequenta as instituições escolares. Conforme ressalta REGATIERI:

Ao professor caberá buscar técnicas e estratégias variadas de narração para que o aluno se familiarize com os livros. Sendo as crianças irrequietas por natureza, e difíceis em manter a atenção numa mesma atividade por muito tempo, o uso de uma boa técnica narrativa poderá evitar longas descrições e, conseqüentemente, divagações quando o educador for trabalhar com a literatura. (2008, p. 34).

Considerando-se que a Educação Infantil abrange dos zero aos cinco anos de idade a necessidade de o professor dominar técnicas e estratégias variadas para chamar a atenção do aluno para a história é intensificada conforme apontou REGATIERI. MORENO referindo-se a contação de história dialoga que “[…] Esse recurso pedagógico leva a criança a conviver com os livros, divulga a literatura e cria interação com os colegas de aula.” (2009, p. 234-235).

Dentro das áreas do conhecimento a contação de história traz consigo diversas contribuições principalmente na língua portuguesa, RAMOS aponta “No plano linguistico, a audicao dos textos, por exemplo, de livros, permite ao leitor, aprender e desenvolver estruturas de frases e textos, bem como ampliar seu repertorio vocabular e linguistico. […]” (2011, p.50).

O educador no momento que explora a contação da história permite ao aluno na condição de ouvinte perceber o vocabulário utilizado bem como a estrutura que o professor utiliza no texto contado da história. RAMOS (2011) lembra ainda que pode ser percebido pelo ouvindo o uso e efeitos da pontuação.

SOUZA e BERNADINO argumentam em relação a exploração que o educador pode realizar da contação de histórias, “Aprender sobre povos e suas culturas, sobre História e Geografia, são possíveis na medida em que essas histórias acontecem em tempo e espaço diversificados […]”. (2011, p. 239).

A partir dessa perspectiva dos autores se percebe que a contação de história é recurso didático criativo que possibilita trabalhar diversos conteúdos e de forma enriquecedora tornando a aprendizagem um ato de prazer, a partir do momento que se utiliza o lúdico e se permite possibilitar ao aluno uma forma diferente de aprender há uma proposta metodológica inovadora em vista de superar dificuldades metodológicas e didáticas presentes no cotidiano escolar.

Conforme argumenta REGATIERI:

Ouvir e contar histórias compete hoje com os meios de comunicação de massa, indústria que alimenta a ansiedade da atualidade, do ter e não do ser. Por isso, a necessidade de proporcionar às nossas crianças, principalmente na educação infantil, imagens significativas que alimentam o espírito com vivências que serão experimentadas no decorrer de sua vida. (2008, p. 35).

A partir da perspectiva proposta pela autora também há a superação da comunicação de massa envolvida na didática escolar, portando com a exploração da contação de história utilizando a literatura infantil de qualidade com vivências e histórias que não objetivam estimular o consumismo ou algo parecido como é oferecido a todo tempo pela mídia que cerca a criança nos outros espaços que ela convive na sociedade.

4. Metodologia utilizada na pesquisa

O presente artigo utilizou-se de pesquisa do tipo Estudo de Caso, com uma revisão da bibliografia referente ao tema e com aplicação de instrumentos de coleta de dados como entrevista, questionário e observação in loco. Os dados foram coletados utilizando-se técnicas características da pesquisa qualitativa.  A pesquisa de campo realizou-se no Centro Municipal de Educação Infantil Reino Encantado localizado na Rua Rio Ibema, N°45 na cidade de Cascavel- PR.

Conforme verificado para melhor andamento da pesquisa foi observada uma turma em específico, a qual foi a turma do Maternal II a qual atende as crianças que completam três anos de idade no decorrer do ano letivo de dois mil e dezesseis.

Para isso, essa pesquisa foi do tipo estudo de caso que segundo Gil: “O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir conhecimento amplo e detalhado do mesmo […].” (1995, p. 78).

O estudo de caso visa realizar uma investigação detalhada em que se observam as várias características que compõem o objeto de estudo. Nesta pesquisa o estudo de caso está relacionando a um grupo de dezoito crianças que frequentam a turma do Maternal II do CMEI Reino Encantado.

Realizou-se uma entrevista com a professora de educação infantil a qual é regente da turma do Maternal II bem como se realizou com a agente de apoio que também atua na turma. A entrevista teve por objetivo conhecer as características da turma, como interagem e como os alunos realizam as brincadeiras e quais são as práticas e metodologias mais frequentes que compõem a rotina da sala de aula. Durante a entrevista já se apontou características da contação de história com a turma.

Foi utilizado também um questionário o qual foi entregue a professora regente indagando sobre os aspectos gerais da turma bem como aspectos pedagógicos do trabalho com as crianças, segundo Vieira: “Os questionários constituem em instrumentos de coleta de dados, especificadamente elaborados com o objetivo de obter respostas para questões que são importantes para o desenvolvimento das pesquisas.” (2011, p. 65).

O questionário foi composto por questões dissertativas com o teor informativo em sua maioria sobre a turma, conteúdos e encaminhamentos que são utilizados bem como questões gerais sobre como a professora planeja as aulas e objetivos que visa alcançar na atividade de ensino com o Maternal II no ano letivo de dois mil e dezesseis. O questionário foi entregue após a entrevista, de forma que caso algum ponto importante não tenha sido dito a docente pudesse descrever no questionário para entregar na semana seguinte a data que lhe foi entregue a folha com as questões.

A observação in loco teve como objetivo presenciar como se dá a interação das crianças perante diferentes abordagens da contação de história, então no momento da entrevista foi explicado o objetivo da pesquisa para a docente que avisou previamente em que dias havia planejado a contação de história na rotina em que já segue. Conforme aborda SANTOS:

“O emprego de técnicas, por si só, no processo educativo, pode configurar a visão de um desvinculamento entre a teoria e a prática. Desprovidas de reflexão, o mero emprego delas não é capaz de dar conta da complexidade da prática docente […]” (2010, p. 167).

As observações ocorreram no período matutino subdivido em oito visitas em que se realizou a contação de história em sete delas, pois no primeiro dia foi apenas observação da rotina e como as crianças interagem e para se integrar com os horários e com os alunos para que não houvesse estranhamento tão grande em um momento superior na observação voltada para a pesquisa em específico.

A turma do Maternal II se mostrou assídua, em todos os dias de observação mais de 70% da turma estava presente, o dia em que havia menos crianças presentes haviam quatorze crianças. A maioria das crianças demonstrou naturalidade diante da observação e interagiam com naturalidade.

5. Análise dos dados coletados

O Centro Municipal de Educação Infantil Reino Encantando pertence a Rede Pública de Ensino do município de Cascavel no estado do Paraná, o CMEI se encontra na região norte do município de Cascavel e atende no horário das 07:00 horas da manhã até as 18:30 horas da tarde um total de 60 alunos na faixa etária de 0 (zero) a 4 (quatro) anos. É localizado na Rua Rio Ibema, número: 45 no bairro Brasmadeira.

A instituição trabalha de acordo com o Currículo da Rede Pública Municipal de Cascavel volume I e conforme cita no Projeto Político Pedagógico referente a abordagem que utiliza-se na instituição: “ O CMEI Reino Encantado tem por objetivo o cuidar e o educar numa abordagem sócio interacionista, proporcionando a transmissão dos conhecimentos científicos, filosóficos, políticos e artísticos. ”(2016, p. 10).

O espaço institucional é composto pelos seguintes ambientes: quatro salas de aula, dois banheiros infantis, um banheiro exclusivo dos adultos, lavanderia, cozinha, despensa, almoxarifado, uma sala de hora atividade. No espaço externo tem um parquinho, casinha de boneca, solário e uma área de paver, uma rampa que dá acesso do portão e a porta principal do CMEI.

Para a referida pesquisa utilizaram-se três instrumentos diferentes: O questionário (o qual a professora de educação infantil que é regente da turma do Maternal II respondeu); a entrevista que se realizou com a docente e com a agente de apoio que atua na turma a qual foi realizada a pesquisa. A entrevista se realizou por meio do diálogo com anotações e o questionário foi entregue a professora ao término da entrevista (neste a professora poderia responder as questões dissertativas complementando as questões e algo que não foi contemplado na entrevista). A observação in loco deu-se no espaço da sala de aula durante as aulas normais dos dias letivos sem interromper a rotina ou o trabalho pedagógico, todas foram realizadas no período matutino.

A turma do Maternal II a qual foi analisada é composta por nove meninas e onze meninos, a turma é assídua e há bastante interação com as professoras e com os colegas. Os alunos se demonstram a vontade com o ambiente do CMEI, há os momentos de refeição e de ir ao banheiro e fora esses momentos os mesmo pedem quando desejam ir e conhecem o espaço que convivem. Conforme é apontado no RCNEI: “O espaço na instituição de educação infantil deve propiciar condições para que as crianças possam usufruí-lo em benefício do seu desenvolvimento e aprendizagem. […].” (BRASIL, 1998, p.69).

No primeiro dia em que foi realizada a observação em sala de aula apenas se observou os aspectos da rotina e aspectos pedagógicos, nesta data a professora regente não planejou nenhum momento para a contação de história. Observou-se que os alunos se demonstram agitados logo que retornam do café que é quando se dão início as atividades pedagógicas, porém, quando a professora iniciou a rotina de preencher o cabeçalho no quadro e trabalhar o conteúdo que neste dia era formas geométricas dentro da disciplina de matemática as crianças já estavam mais focadas e participando.

No momento da realização do cabeçalho e da atividade as educadoras tiveram que chamar atenção algumas vezes de alguns alunos que se mostravam agitados e se distraiam e por consequência acabando interferindo na concentração de seus colegas.

Conforme aponta o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: “A intervenção do professor é necessária para que, na instituição de educação infantil, as crianças possam, em situações de interação social ou sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos […].” (BRASIL, 1998, p. 30).

Os momentos de distração foram poucos e todas as crianças se envolveram na participação e no momento posterior em que realizaram uma atividade no caderno de desenho referente às formas geométricas.

Na maioria dos dias em que foi realizada a observação na sala do Maternal II a contação de histórias se deu através da utilização dos livros de literatura infantil e utilização da voz e gestualização durante a história, foram cinco dias em que as histórias foram contadas desta forma e não sequencialmente.

No primeiro dia em que houve a contação de história utilizando o livro de literatura infantil a professora solicitou que a turma permanecesse em silêncio para que se realizasse a contação e os alunos se demonstraram empolgados e conforme afirmado pela professora regente na entrevista os mesmos apreciam histórias infantis, a mesma trabalha desde o início do ano com a inserção de histórias na rotina diária na maioria das vezes.

Conforme aborda Claúdia C. Gorte Alves:

[…] A literatura infantil pode ser usada como recurso lúdico desenvolvendo na criança um comportamento prazeroso. É preciso tornar as crianças familiarizadas com os livros, orientando-as quanto ao manuseio e à sua conservação, já que com as histórias elas aprendem brincando a respeitar regras, a se divertir, seja através da imitação, socialização, interação ou dificuldade a ser superada. (2011, p.12)

No questionário a docente afirmou que também permite que os alunos explorem os livros e manuseiem bem como estimula para que contem a história que tem em mãos para os colegas, o caráter prazeroso que os alunos do Maternal II atribuem as histórias se observou quando foi noticiado que seria contada a história.

O papel de estímulo por parte da docente é crucial, pois cabe o adulto mediar a interação da criança com a literatura, “Mediar e interceder e o mediador da leitura e aquele capaz de fazer fluir o próprio objeto de leitura ate o leitor, preferencialmente de forma eficaz […].” (RAMOS, 2011, p.48).

No segundo dia em que se observou a contação de história com a utilização de livros de literatura infantil a professora utilizou duas histórias bem como nos outros dias em que houve a contação de história com utilização dos livros. Os momentos em que se utilizou para contar a história foram após o café da manhã com as crianças.

Após o momento do café da manhã que compõe a rotina das crianças as mesmas são encaminhadas ao banheiro para utilização dos sanitários e escovação de dente.

A professora na entrevista relatou que costumam chegar na sala de aula agitados, geralmente vem correndo pelo corredor e há necessidade de chamar a atenção então quando conta a história os mesmos prestam atenção e ficam mais calmo para então seguir adiante com a rotina para as atividades dirigidas as quais são planejadas para cada dia contemplando as áreas do conhecimento que compõem o planejamento semestral e o currículo do município de Cascavel. Conforme observa LIPPI e FINK:

[…] A contação de histórias faz-se necessária, pois transforma o momento lúdico da leitura em uma mistura de aprendizagem e satisfação pela história contada, fazendo deste, um espaço para a apreciação da palavra bem articulada, do vocabulário novo e ainda, um momento de descoberta e realização para a criança. […] (2012, p.30).

As maiorias dos alunos nos momentos da contação de história demonstraram interesse durante toda a contação e alguns que se distraiam quando eram chamados a olhar para a história recuperavam o interesse, conforme a citação anterior é uma oportunidade de análise por parte dos alunos da palavra bem articulada pelo professor na contação da história o que contribui para a formação do vocabulário da criança.

Em todos os dias em que a professora realizou a contação de história utilizando os livros de literatura infantil com títulos diversos se observou que os alunos apreciavam observar as imagens alguns até solicitavam que a professora virasse o livro para ele (a).

[…] ressaltamos que é importante mostrar o livro para as crianças após uma contação, ou intercalar momentos em que as histórias são lidas, para que elas percebam de onde vieram as histórias, o que estará estimulando e despertando seu interesse para buscar novas histórias e novos livros. (REGATIERI, 2008, p. 34).

A imagem se mostrou como um elemento de grande importância para as crianças que focavam ainda mais a atenção quando a professora mostrava o livro antes de virar para a próxima página e dar continuidade a sequência da história. RAMOS comenta:

A prática de narrar histórias é uma das tantas formas empregadas pelo professor em seu trabalho com a leitura em sala de aula. E muito comum essa pratica na Educação Infantil, onde os alunos ainda não dominam a tecnologia da escrita, apenas são capazes de ler a linguagem oral, imagens, gestos e o que esta em seu entorno. […] (2011, p.21).

Tratando-se a turma de crianças que completam 3 anos completos no decorrer do ano letivo se percebeu que alguns que já completaram a idade percebiam alguns elementos das histórias mais rapidamente e demonstravam com emoções como susto, risadas, etc.

A turma do Maternal II de forma geral demonstrava empolgação quando havia gestualização, reações, expressão facial, etc. por parte da professora na contação. MORENO aponta:

Quando o professor conta uma história, expressando-se com uso de voz e gestos, de forma a imitar o personagem, ora sorrindo, ora chorando, faz com que os alunos viajem nas asas da imaginação de um mundo mágico e inesquecível. (2009, p. 234).

A utilização da criatividade fazia a diferença quanto a interação e concentração das crianças, os mesmos se envolviam e se divertiam ao observar a imitação dos personagens. “Entende-se que o professor deva proporcionar momentos em que os alunos sintam prazer ao estar em contato com a literatura. […]” (PIRES, 2011, p.35).

De forma geral o que se observou nas contações de história com os livros de literatura infantil é que conforme a professora se envolvia e interpretava a história e o personagem com criatividade e imaginação mais as crianças interagiam.

A abordagem da contação de história infantil utilizando fantoches foi realizada em um dos dias em que foi observado a professora regente da turma do Maternal II planejou e registrou no diário de classe para trabalhar o eixo oralidade que compõe seu planejamento semestral e o currículo do município de Cascavel para a Rede Pública na etapa da Educação Infantil.

A história que se utilizou foi criada pela professora em que a mesma realizou um improviso apresentando os fantoches de animais aos alunos explorando os sons que cada animal utilizado produzia bem como o diálogo dos mesmos com os alunos.

Os bonecos atraem as crianças proporcionando o prazer de dar vida e voz a eles; graças ao fantoche pode-se superar a timidez que dificulta a comunicação e podem ser expressos sentimentos. O teatro de fantoches ensina a criança a prestar atenção no mundo sonoro […] (SOUZA E BERNADINO, 2011, p. 244).

Quando utilizou o cachorro, por exemplo, a professora aproveitou para explorar o som do animal e composição do enredo da história: “Au, au. Vocês sabem que animal sou eu crianças? (…) Agora vou chamar um amigo meu que mora na fazenda e gosta de rolar no barro, vocês sabem que é? Ouvi falar que ele é parecido com a Peppa Pig (…)”.

A utilização dos fantoches permitiu que a professora dialogasse com os alunos e até mesmo chamando nome de alguns para responder algumas perguntas convidando aqueles que eram mais tímidos para passar a mão em algum fantoche se aproximando e interagindo. “[…] o uso de uma boa técnica narrativa poderá evitar longas descrições e, conseqüentemente, divagações quando o educador for trabalhar com a literatura. […]” (REGATIERI, 2008, p. 34).

Após terminar a história a professora distribuiu os animais entre os alunos para que eles utilizassem os fantoches de animais para interagir e brincar, alguns relembravam falas daquele animal que seguravam e imitavam conforme a historia que a professora havia criado. Alguns quiseram trocar com os colegas, pois haviam gostado mais de determinado animal, algumas trocas foram possíveis e outras não, pois às vezes não era consentido.

De forma abrangente a maioria dos alunos relatou algo da característica do personagem na história e criando ou improvisando continuações e brincadeiras com os fantoches. Conforme aborda DANNA:

Na brincadeira a criança é motivada a criar uma situação imaginária, porém não é possível ter clareza de quais sejam tais motivações, sabemos que os desejos não realizados podem originar a brincadeira, mas isso não ocorre sempre desse modo e nem necessariamente logo em seguida ao desejo negado. (DANNA, 2007, p.31).

Sendo assim, a brincadeira após a contação de história trás elementos para a imaginação da criança estimulando uma composição mais rica da brincadeira de faz- de- conta a qual está elaborando. Este tipo de narrativa de história permitiu uma aproximação das crianças com os personagens além de permitir que interagissem com estes para criar uma história no contexto em que elas mesmas criam.

Houve uma aula em que a professora utilizou uma caixa de história colocando a história de um livro chamado: Construindo um Sonho. No livro mostra a construção de uma casa etapa por etapa. Para a contação desta história a professora apagou as luzes da sala e deixou uma lanterna apontada para a caixa de forma que somente a história ficasse mais iluminada.

Os momentos de suspense e emoção são importantes para o sucesso da história contada. O contador de histórias deve deixar que as crianças imaginem a história partindo do seu mundo de fantasias e encantamentos, fazendo com que ela interaja mais de perto com o enredo e se interesse mais por ele. (LIPPI e FINK, 2012, p. 23).

A primeira reação das crianças ao ver a montagem da história foi se surpreender e se mostraram ansiosos e com uma expectativa em relação à história que seria contada. “A literatura é uma forma de arte, através dos contos várias emoções que não encontram vazão no dia-a-dia podem ser libertadas pelo caráter mágico fantasioso da história. […]”. (DANNA, 2007, p.30).

A docente contou a história duas vezes. Na primeira vez que contou foi contando a história e rolando a história na caixa para irem visualizando as imagens conforme a narrativa da professora seguia. Na segunda vez que contou foi mostrando as imagens e comentando a história além de questionar os elementos da imagem e o que ia acontecendo na história, de forma geral a segunda vez foi comentada tanto pela docente como pelos alunos.

Após terminar a segunda vez que contou utilizando à caixa a professora utilizou o livro com a mesma história e foi passando parte a parte e as crianças comentando o que já haviam visto e o que estava ocorrendo em cada trecho da história.

As crianças que compõem a turma do Maternal II do Centro Municipal de Educação Infantil Reino Encantado os quais completam três anos de idade no decorrer do ano letivo se mostraram receptivas com as diversas abordagens e narrativas de histórias as quais a professora regente da turma realizou se demonstrou mais curiosidade e interesse na contação com a Caixa de Histórias e conforme a professora relatou era a primeira vez que esse recurso estava sendo utilizado pela mesma no presente ano letivo.

A utilização dos fantoches também atraiu bastante a atenção das crianças para a história e para o diálogo durante a mesma, a história contada no dia-a-dia mais comumente é com os livros de literatura infantil e de forma mais simples, a atenção não é a mesma que utilizando recursos diferenciados mais se observa a interação e concentração diante destas abordagens também, pois se cria uma expectativa para o momento da história e há um entusiasmo tanto da docente como dos alunos.

As crianças se atraem pelas histórias e nos momentos em que podem manusear os livros mantém o cuidado e preferem as histórias que já foram contadas pela professora para contar para seus colegas, o que demonstra que apreciam a contação para enriquecer sua leitura e seu interesse por determinada história.

6. Propostas de estratégias de melhoria da oferta do ensino

A oferta da Educação Infantil vem crescendo e diante deste cenário de crescimento há muito para se repensar e para progredir no rumo de uma oferta qualitativa para as crianças que frequentam as instituições que ofertam essa etapa da Educação Básica.

A contação de histórias enquanto momento de ludicidade e prazer envolvendo a literatura infantil e narrativa de histórias diversas trás momentos de aprendizado não somente contemplados no planejamento como no psiquismo da criança que freqüenta a Instituição que oferta Educação Infantil.

Conforme apontamentos da professora e observações realizadas na sala do Maternal II do CMEI Reino Encantado as crianças possuem um enorme apreço pelas histórias e demonstram encantamento principalmente quando a história é contada de uma forma diferente do que estão acostumados no cotidiano escolar.

A professora utilizou recursos diferenciados em duas das oito vezes que foi observado para contar a história, a mesma afirmou que sempre que consegue adianta o diário; planejamento; preenchimento do livro de chamada para que haja um espaço de tempo para construção de um material didático diferente para que ela possa realizar, por exemplo, a construção da Caixa de História que foi utilizada em uma das aulas observadas. Conforme aponta REGATIERI “Sabemos que não é tarefa fácil para o educador estar sempre inovando, buscando trabalhar de forma criativa e dinâmica para que o aluno tenha sempre novidades. […]” (2008, p. 38).

Sendo assim, faz-se importante que as autoridades públicas e a gestão da educação de forma geral analisem e melhorem sempre que possível os momentos de planejamento do professor, a Hora- Atividade é um momento de suma importância pois, é quando o professor se ausenta da sala para avaliar e preparar métodos para a aprendizagem e desenvolvimento das crianças, portanto, algo que faz-se necessário até mesmo para a reflexão do que vem sendo trabalhado em sala e o que necessita de modificações.

Faz-se necessário também que os professores que atuam com a Educação Infantil reconheçam a importância da contação de história enquanto elemento fundamental no cotidiano de aprendizagem nessa etapa.

Ouvir e contar histórias compete hoje com os meios de comunicação de massa, indústria que alimenta a ansiedade da atualidade, do ter e não do ser. Por isso, a necessidade de proporcionar às nossas crianças, principalmente na educação infantil, imagens significativas que alimentam o espírito com vivências que serão experimentadas no decorrer de sua vida. […] (REGATIERI, 2008, p. 35).

Conforme apontado pela autora a concorrência dos meios de comunicação já se faz desleal no ambiente familiar muitas vezes, então cabe a escola ser um espaço diferenciado e proporcionar que o aluno conviva com histórias que transmitem mais do que apenas imagens e intencionalidades comerciais.

Considerações finais

Junto ao desafio da atividade docente que é sempre inovar e acompanhar as mudanças que vêm junto as gerações o professor que atua na Educação Infantil atua em um campo que ainda apresenta várias novidades para a sociedade empregando o ato de educar junto ao cuidar desmitificando a função da creche que já foi de somente oferecer o cuidado.

Faz-se necessário tanto um comprometimento do docente para a formação e qualificação dada a importância da contação de história na Educação Infantil como da gestão e autoridades competentes de investimento nesse âmbito da Educação acrescentando e proporcionando riqueza e diversidade de materiais, livros bem como momentos de formação e proporcionar ao professor o momento da Hora- Atividade tanto na elaboração de planejamentos envolvendo inovações na contação de histórias como formação buscando especialização na narração e no enriquecimento metodológico para este fim.

Nessa pesquisa observamos que a atuação da docente já empreende vários momentos de contação de história e se reflete de maneira positiva na aprendizagem, concentração e comportamento das crianças na faixa etária de três anos que já se concentram e se interessam pelas histórias em tempo qualitativo para a idade.

As instituições públicas que ofertam a Educação Infantil merecem atenção e reconhecimento pelo trabalho com a etapa que interfere profundamente na personalidade das crianças que frequentam para o resto da vida, então o quadro de profissionais e os recursos são primórdios para a melhoria do ensino nessa etapa. As particularidades regionais e culturais tendem a demandar certa singularidade no planejamento financeiro, institucional e pedagógico.

A presente pesquisa traz a reflexão sobre as contribuições da contação de história no cotidiano da Educação Infantil trazendo vários fatores positivos para a aula planejada pelo (a) docente. Acreditamos que a história deve ser inserida em vários momentos do cotidiano e contribuir para as diversas áreas do conhecimento e para a formação do aluno enquanto cidadão e ser humano consciente, refletindo e construindo diversas percepções com base em diversas histórias em diferentes situações.

Com essa pesquisa podemos concluir que é indispensável conhecer a importância e a contribuição que a contação de histórias trás para o cotidiano escolar na Educação Infantil bem como ampliar e melhorar as possibilidades e estratégias de contação e narração. Trazer para a criança experiências e conceitos de acordo com o que vem sendo construído pela humanidade em busca do “ser” e não com a proposta comercial que geralmente a mídia direciona a criança em busca do “ter”.

O espaço escolar desde a Educação Infantil traz abordagens e conceitos com uma finalidade e cabe ao professor pensar na criança enquanto cidadã (o) e diversificar a metodologia buscando uma melhoria na vida do aluno e consequentemente da sociedade.

Referências

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ARBOLEYA, Valdinei; BRINGMANN, Danieli. Literatura Infantil, contação de histórias e mídia: Alternativas Metodológicas e Prática Pedagógica. Cascavel, PR, 2008. Disponível em: www.unioeste.br/cursos/cascavel/pedagogia/eventos/2008/1/Artigo%2036.pdf.Acesso em: 05/12/2016.

BRASIL. LDB, Lei 9.396, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm. Acessado em: 15/12/2016.

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DANNA, Taís. Literatura e imaginação: realidade e possibilidades em um contexto de educação infantil. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Florianópolis- SC, 2007. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/90653. Acesso em: 09/12/2016.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

LIPPI, Elisiane Andréia; FINK, Alessandra Tiburski. A arte de contar histórias: Perspectivas teóricas e práticas. Vivências. Vol.8, N.14: p.20-31, Maio/2012. Disponível em: http://www.reitoria.uri.br/~vivencias/Numero_014/artigos/artigos_vivencias_14/n14_02.pdf. Acesso em: 15/12/2016.

MORENO, Leonel de Alencar. O lúdico e a contação de histórias na educação infantil. Cad. de Pesq. Interdisc. em Ci-s. Hum-s., Florianópolis, v.10, n.97, p. 228-241, jul./dez. 2009. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/view/1984-9851.2009v10n97p228. Acesso em: 18/12/2016

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VIEIRA. José Guilherme Silva. Metodologia de pesquisa científica na prática. Curitiba: FAEL, 2011.

[1] Mestranda em Educação pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná– Professora de Educação Infantil, Historiadora pela UNIPAR, Pós-graduada em Metodologia do Ensino Superior e EAD, EAD e Novas Tecnologias e em Educação Infantil.

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Danielli Maria Neves da Silveira

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