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Técnicas de oratória: Se comunicando com crianças autistas

RC: 77830
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/comunicacao/tecnicas-de-oratoria

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

NOGUEIRA, Karoline Batista [1], REINERT JUNIOR, Adival José [2]

NOGUEIRA, Karoline Batista. REINERT JUNIOR, Adival José. Técnicas de oratória: Se comunicando com crianças autistas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 03, Vol. 03, pp. 149-156. Março de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/comunicacao/tecnicas-de-oratoria, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/comunicacao/tecnicas-de-oratoria

RESUMO

Este artigo amplia o conhecimento do uso das técnicas de oratória para a comunicação entre familiares e suas crianças autistas. Aborda-se aqui os diversos sinais e distúrbios das crianças inseridas no Transtorno do Espectro Autista (TEA), entre eles, o déficit na comunicação e na interação social. Proponho então, a partir da minha vivência pessoal com meu filho autista, empregar algumas técnicas de oratória, como: “tom da voz”, “linguagem não verbal”, “conhecimento da plateia”, “percepção do espaço onde se fala” e o “domínio do assunto”. A partir de alguns exemplos, é possível perceber que o emprego correto destas técnicas, por parte dos familiares, contribui para que a criança autista entenda diversos comandos e possa estabelecer uma comunicação eficaz com seus pais e familiares.

Palavras-chave: Comunicação, Oratória, Autismo, Família.

1. INTRODUÇÃO

Este artigo aborda como as técnicas de oratória podem ser aplicadas pelos familiares de crianças autistas com o grau leve. Levanto aqui algumas questões como: por que é tão difícil fazer a criança autista atender a um determinado comando ou pedido, por que os pais e familiares dessas crianças empregam abordagens comunicacionais pouco eficientes e então por que eles não aprendem técnicas adequadas para lidar com a comunicação no dia a dia? Esse tema destaca a importância de se buscar meios para otimizar a comunicação entre os familiares e suas crianças autistas. Uma vez diagnosticado o Transtorno do Espectro Autista, a criança passa a ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar que envolve fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia, além do próprio médico psiquiatra ou neurologista. Porém os pais navegam por um mar pouco conhecido, até recebem informações desses profissionais, mas a interação no dia a dia com seu filho autista é desafiadora. Neste artigo trago a minha experiência como mãe de um menino autista e os desafios para manter uma comunicação eficaz. Como jornalista percebi que se  eu usar as técnicas que aprendi com a minha profissão, caminho para um diálogo mais compreensível com meu filho autista. Dessa forma, esse artigo tem como objetivo apontar técnicas de oratória que podem contribuir para a eficácia da comunicação com crianças autistas, sendo assim possível entender, por exemplo, qual tom de voz usar, qual a linguagem adequada e o vocabulário mais próximo da realidade dessa criança autista, quais gestos fazer, como empregar a expressão facial e como a linguagem não verbal se torna aliada nesse processo de interação comunicacional.

De acordo com Farrell (2008) as dificuldades na fala, na linguagem e comunicação comprometem o entendimento do significado das palavras, logo a sua compreensão. Dessa forma, o esforço dos familiares  é muito maior para que essa criança os compreenda e atenda seus pedidos.

2. ENTENDENDO O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

O TEA (Transtorno do Espectro Autista) é um transtorno neurológico do desenvolvimento que compromete as habilidades de comunicação e interação social e geralmente aparece até os 3 anos de vida. De acordo com Volkmar e Wiesner (2019),

a condição conhecida como transtorno autista, autismo na infância ou autismo infantil (todos os três nomes significam a mesma coisa) foi inicialmente descrita pelo Dr. Leo Kanner, em 1943 (embora provavelmente já tivessem sido observados casos antes disso). O médico fez relatos de 11 crianças portadoras do que denominou “um distúrbio inato do contato afetivo.

Anos depois, Volkmar e Wiesner (2019) apontam que:

Ao final da década de 1970, houve consenso de que o autismo era caracterizado por (1) déficit no desenvolvimento social de um tipo muito diferente em comparação ao das crianças sadias; (2) déficit na linguagem e em habilidades de comunicação – novamente de um tipo distinto; (3) resistência à mudança ou insistência nas mesmas coisas, conforme refletido na adesão inflexível a rotinas, maneirismos motores, estereotipias e outras excentricidades comportamentais; e (4) início nos primeiros anos de vida.

É possível observar também outros sinais do autismo como a dificuldade em brincar de faz de conta. A apresentação de alterações emocionais frente a pequenas mudanças – expressadas normalmente pela agressividade-, a realização de movimentos corporais repetitivos ou rotinas repetitivas e, ainda, a demonstração de apego anormal aos objetos representam alguns desses sinais. Assim, os problemas de comunicação ocasionados por esse transtorno podem incluir: a dificuldade em iniciar ou manter uma conversa entre as pessoas, a utilização de gestos como forma de comunicação ao invés de palavras, o lento desenvolvimento da linguagem ou até mesmo não desenvolvimento da mesma, a autorreferência de si mesmo na terceira pessoa e, ainda, a repetição de palavras ou versos memorizados.

3. O DIA A DIA DA COMUNICAÇÃO COM UMA CRIANÇA AUTISTA

Nesse momento trago meu relato como mãe de um menino de três anos diagnosticado há seis meses com o Transtorno do Espectro Autista em grau leve, porém esses sinais que vimos anteriormente aqui já mencionados foram observados por mim desde o primeiro ano de vida dele. Como o foco deste artigo é a comunicação, irei especificar os problemas de linguagem apresentados por meu filho Bruno.

Volkmar e Wiesner (2019) relatam que, na maioria dos casos, os pais começam a ficar preocupados quando o filho não desenvolve palavras, não responde a sons ou parece socialmente desconectado. E assim foi comigo. Quando o Bruno tinha um ano de idade não respondia e nem olhava quando o chamávamos. Depois veio a falsa impressão de comunicação, pois ele apenas repetia as palavras e não as usava com a intenção de se comunicar.

Na sequência, aos dois anos, o atraso na linguagem já era bem perceptível.  Buscamos o estímulo precoce nessa fase e, apesar dele ser acompanhado por psicóloga e fonoaudióloga, a nossa comunicação era muito difícil, não só por ele não conseguir se expressar, mas por  perceber que ele também não me entendia.

Ao completar três anos, passei a adotar algumas técnicas de oratória e a linguagem utilizada no jornalismo televisivo, isso porque esse era o meu campo de atuação, como jornalista, até a presente data. Squarisi (2011) relata acerca da fala para a televisão e para o rádio, e diz que para esses veículos é preciso adotar algumas técnicas como: Ritmo, usar pausas estratégicas; Emoção, utilizar uma carga emotiva ao falar; Harmonia, organizar as palavras para ganhar fluência. Veja então um exemplo simples: O Bruno estava vendo desenho e eu precisava oferecer água. Antes eu falava assim com o meu filho: “Bruno o seu copo de água está aqui, toma.” Ele nem me olhava e muito menos olhava para o copo. Logo, emendava a frase: “Você precisa beber água, não bebeu água hoje”. O Bruno continuava ignorando meu comando. Nesse momento eu tinha duas opções, usar a minha autoridade e forçar ele a beber água, o que lhe causaria um transtorno maior, pois como vimos antes, as crianças autistas apresentam uma alteração emocional anormal, ou então modificar o jeito da minha fala. Veja esse exemplo: “Hummmm! Que água boa!” (espero ele me olhar). “Trouxe es-pe-ci-al-men-te pra você!”. Modifiquei o tom da minha voz, no caso do Bruno, precisa ser mais baixa. Fiz uma pausa estratégica e alterei a minha expressão facial com um sorriso e assim falei a última frase: “Trouxe es-pe-ci-al-men-te pra você!”.  Funcionou. Ele pegou o copo e bebeu. A minha reação após ele beber a água foi imediata, só que dessa vez, não disse nada, apenas sorri e fiz um gesto de “positivo” com o polegar. Refiz esse processo para diversos comandos e também em tentativas de estabelecer uma conversa, como por exemplo, quando eu queria saber como foi o dia dele no colégio.  Eu parava na  frente dele e dava um sorriso e perguntava: “Bruno, o que te deixou muuuuuuuito feliz hoje?” O Bruno deu um sorriso e respondeu: “Matinha!!! Binquei matinha!!! (sic)” O Bruno brincou de massinha. O som da letra “s” ainda é bem difícil pra ele. E assim fiz por diversas vezes, sempre me atentando para alguns técnicas que irei explicar mais adiante.

Volkmar e Wiesner (2019) lembram que problemas de atenção e hiperatividade são muito comuns em crianças com TEAs e podem incluir dificuldades de escutar comandos, desorganização, altos níveis de atividade e impulsividade. Por isso atrair a atenção dessas crianças para a nossa fala – a fala familiar – não é uma tarefa fácil, demanda prática e repetição. Apliquei esse método de comunicação com meu filho autista, usando recursos da oratória durante o período de dezembro de 2018 até maio de 2019.

4. TÉCNICAS DE ORATÓRIA: SE COMUNICANDO COM CRIANÇAS AUTISTAS

4.1 O QUE É ORATÓRIA?

Ferreira (2017) cita Ernout e explica: “A essência da oratória é o “discurso proferido em público, a arte do bem falar, que se pode confirmar pela etimologia, pois oratória se constrói no radical de os, oris, que significa ‘boca’ e ‘boca enquanto órgão da fala’”. (FERREIRA, apud ERNOUT, 1951, p. 833). A oratória acompanha o ser humano desde a sua primeira fala de  comunicação. É através da fala que o ser humano manifesta os seus pensamentos, os seus sentimentos e os seus desejos, compreendida, portanto, como uma fonte inseparável do homem e infinita de valores (FERREIRA, 2017, p. 108). O Autor explica que oratória não é magia e destaca que demanda “empenho, dedicação, estudo, treino, amadurecimento, coragem, um conjunto de valores e atributos pessoais constituintes do orador e de técnicas e ferramentas adequadas” (FERREIRA, 2017, p. 109). Sobre as ferramentas, o autor cita por exemplo, o “tom da voz”, que permite aos ouvintes captar sua “vulnerabilidade, inteligência e sua paixão”. Prossegue dizendo que o domínio da oratória é complexo e destaca que, além dos cuidados com a comunicação verbal (oral), é também necessário cuidar da comunicação não verbal, cuja interferência na eficácia da persuasão é significativa. Os gestos falam, comunicam e precisam ser harmônicos com o dito, com o discurso. Somando-se ao “tom da voz” e a “linguagem não verbal”, o “conhecimento da plateia”, a “percepção do espaço onde se fala” e o “domínio do assunto” também compõem as técnicas da oratória.

A Oratória também pode ser entendida como “competência comunicativa” (FERREIRA, 2017, p. 112), se bem empregada, leva ao convencimento e à compreensão do discurso. Por isso cabe ressaltar aqui que os  profissionais de meios de comunicação como o rádio e a televisão se apropriam das técnicas de oratória para que a informação chegue ao ouvinte ou telespectador de forma atraente, criativa, eficaz e de fácil compreensão. No campo da internet os “influenciadores digitais” com seus seguidores nas redes sociais também se apropriam dessas técnicas. Desta forma, observa-se a renovação, a revitalização e o resgate da oratória (falar em público) já vista na Grécia e em Roma; contudo, sob um cenário que possibilita um maior alcance de ouvintes, através da facilidade do compartilhamento e do acesso aos discursos em qualquer tempo e lugar (FERREIRA, 2017, p. 113). Se podemos usar as técnicas da oratória em qualquer lugar, por que não as aplicar no nosso lar? Veremos a seguir como a oratória influencia a comunicação da família com sua criança autista.

4.2 TÉCNICAS DE ORATÓRIA E A ROTINA DO DIA A DIA

4.2.1 CONHECIMENTO DA PLATEIA E DOMÍNIO DO ASSUNTO

Vamos transpor essas técnicas para um outro cenário: a criança autista é seu público. Sua casa é seu espaço de discurso. Levando em consideração que você precisa ter “conhecimento da plateia”, cabe nesse momento se aprofundar nas características de uma criança autista e para isso é preciso colocar em prática a busca por informações, como por exemplo, o que causa incômodo a essa criança, o que lhe pode tirar a atenção dela da sua fala? Barulho ao redor? Voz muito alta? Falar muito rápido?  Usar palavras de difícil compreensão? Passe a reparar em cada detalhe. Cada criança tem suas particularidades e certamente você conhece bem a sua criança autista.

É importante saber o que vai falar e como falar – o “domínio do assunto”. Sabe-se que o diálogo do dia a dia é simples, perguntas do tipo: como foi o dia, o que vai querer comer, chegou a hora do banho, qual brinquedo, etc. Mas a escolha das palavras influência na compreensão dessa criança autista. Por isso, se o que você deseja comunicar é um comando para que a criança pare de jogar o carrinho no chão, por exemplo, saiba que nesse momento as escolhas das palavras fazem diferença, veja: “Não jogue no chão, assim o carrinho vai pelos ares”. Parece de fácil compreensão, né? Mas não para um autista, pois buscando informações sobre essa criança, você certamente vai saber que expressões que não são possíveis de identificar o seu significado mediante o sentido literal causa confusão, ruído de comunicação para a criança autista. Então prefira a seguinte frase: “O carrinho caiu? Xiiiii, vai quebrar a roda! Deixa o carrinho aqui, na mesa.” Até a palavra “não” deve ser evitada – como mãe, sei que é muito difícil. Eu cometia muito esse erro, até perceber que quando eu falei a frase: “vai sobrar para você, é melhor deixar a sua irmã em paz.” O meu filho ficou quieto e não entendeu nada. Até que depois de alguns minutos ele perguntou: “Soprar?”; “Pai?”. Então, o ideal é mudar o vocabulário, evitar expressões de duplo sentindo e até ironias. O que se pode e deve fazer é repetir as palavras, reforçando assim o que se deseja comunicar.

4.2.2 TOM DA VOZ E LINGUAGEM NÃO VERBAL

No momento do discurso – da fala em si – é  preciso adequar o “tom da voz” e ter consciência corporal (“linguagem não verbal”). A criança autista no grau leve, normalmente verbaliza, mas há uma dificuldade de compreender e responder a determinados comandos, por isso ela precisa ser atraída, ter a atenção voltada para a sua fala. Estabeleça um sincronismo harmonioso entre os gestos, a voz e a mensagem (FERREIRA apud POLITO, 2005a, p. 104-114). Apliquei essas técnicas em situações de elogios e também de correção de uma conduta errada.

Na primeira situação, o elogiei pelo desenho feito: Arregalei os olhos – fiz cara de surpresa e disse com a voz suave: “Que de-se-nho lindo!”, fiz o polegar em sinal de positivo e disse: “Muito bom!”. Me abaixei, fiquei pertinho dele e disse com a voz mais alegre: “Faz outro?”. E encerrei com um sorriso. O Bruno reagiu bem, fez um outro desenho e na sequência dispersou e foi fazer outra atividade. O registro dessa interação comunicacional ficou guardado na memória dele, pois quando o chamo para desenhar, ele se propõe a atividade. Criei, nesse caso, um estímulo positivo através do tom de voz, das expressões faciais e dos gestos utilizados nessa fala.

Na segunda situação, o chamei a atenção, pois havia me mordido (situação bem comum para crianças autistas). Dessa vez, minha expressão facial foi de zangada, mudei o tom da voz, para deixar mais grave, porém ainda baixa e disse: “Ai! Isso dói!” O Bruno reagiu rindo. Isso mesmo, riu da situação. A graça estava em me provocar dor. Mudei a minha expressão facial –  fechei os olhos, minha fisionomia foi ficando triste, balancei a cabeça em sinal de negativo e com o tom de voz firme disse: “Isso é muito feio e muuuuuito triste”. Ele reagiu de outra forma, não riu. Saiu de perto de mim. Minutos depois (o Bruno tinha esse atraso nas reações) ele retorna e me pede desculpa.

O familiar precisa gerar essa consciência de fala, se atentando para a linguagem não verbal sabendo que o gesto, o movimento, a postura e as expressões faciais descrevem, complementam e reforçam ideias; dão colorido à fala; substituem palavras; dinamizam a comunicação (FERREIRA apud MENDES; ALMEIDA; HENRIQUES, 2010, p. 77); e para o tom de voz, a fim de evitar algumas situações como, falar muito baixo, falar muito depressa ou muito devagar. Falar com voz estridente. Falar em tom monótono, sem modulação. (FERREIRA apud MENDES; ALMEIDA; HENRIQUES, 2010, p. 75).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Utilizar essas técnicas não é uma tarefa fácil, mesmo sabendo que o existir humano necessariamente depende da oratória, da fala, que é um sistema de interação humana. (FERREIRA, 2017). O que muitas vezes nos falta é ter a consciência dessas técnicas e praticá-las diariamente. Para as famílias com crianças autistas, as técnicas de oratória podem contribuir muito para que a criança autista assimile bem a informação passada pelos seus pais e familiares. Muitas destas técnicas são aplicadas nas terapias, mas pouco ensinadas aos responsáveis. Espero que este artigo possa contribuir para ampliar o conhecimento de mães, pais, tios, avós e irmãos de crianças autistas. Existem muitos manuais de oratória disponíveis no mercado, mas a abordagem é empregada para a vida profissional, para contribuir com a venda de produtos e serviços ou para autoajuda, como vencer o medo de falar em público ou técnicas para profissionais de comunicação. Sabe-se muito pouco como utilizar as técnicas de oratória nos diálogos entre crianças autistas e seus familiares, provavelmente essa falta de informação contribui para uma comunicação ineficaz entre eles. Este artigo é uma pequena contribuição para que familiares de crianças autistas busquem meios de se fazerem entender e otimizar a comunicação com essas crianças. O Transtorno do Espectro Autista não tem cura, mas seus sinais e distúrbios, como o déficit na comunicação, podem ser amenizados se todos os envolvidos buscarem o estímulo certo para que essa criança se desenvolva e mantenha uma comunicação eficaz ao longo da sua vida.

REFERÊNCIAS

FARIAS, Luiz Alberto (Org.). Relações Públicas estratégicas: técnicas, conceitos e instrumentos – organizado por  Luiz Alberto Farias – São Paulo. Summus, 2011.

FARREL, Michael. Dificuldades de comunicação e autismo: guia do professor / Michael Farrell; tradução Maria Adriana Veríssimo Veronese. – Porto Alegre : Artmed, 2008.

FERREIRA, Luiz Antonio. Artimanhas do dizer : retórica, oratória e eloquência [livro eletrônico] / organizado por Luiz Antonio Ferreira. -–São Paulo : Blucher, 2017.

SQUARISI, Dad. Manual de redação e estilo para mídias convergentes. São Paulo. Geração Editorial. 2011.

VOLKMAR, Fred R. ; WIESNER, Lisa A. Autismo : guia essencial para compreensão e tratamento [recurso eletrônico] / Fred R. Volkmar, Lisa A. Wiesner ; tradução: Sandra Maria Mallmann da Rosa ; revisão técnica : Maria Sonia Goergen. – Porto Alegre : Artmed, 2019.

[1] Especialista em Comunicação Empresarial e Comunicação e Oratória; graduada em Comunicação Social – Jornalismo.

[2] Orientador. Especialização em Teoria Psicanalítica.

Enviado: Dezembro, 2020.

Aprovado: Março, 2021.

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Karoline Batista Nogueira

2 respostas

  1. Muito bom! Diferente da grande produção comportamentalista que anda por ai que deixa a subjetividade da criança intocada.
    Não usamos na nossa pesquisa a expressão “criança autista” mas criança diagnosticada com autismo.

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