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A afetividade no processo de ensino e aprendizagem no primeiro ano do ensino fundamental

RC: 99883
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SILVA, Rosiane Borges da [1]

SILVA, Rosiane Borges da. A afetividade no processo de ensino e aprendizagem no primeiro ano do ensino fundamental. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 06, Ed. 10, Vol. 08, pp. 05-16. Outubro 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/afetividade-no-processo

RESUMO

O presente artigo é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso em Pedagogia, tem por finalidade apresentar análises sobre a importância da afetividade na relação professor-aluno e sua contribuição para o processo educativo tomando como base de estudo, o caso de duas turmas do primeiro ano do Ensino Fundamental. A relação entre afetividade e alfabetização se faz necessária ao se pensar em uma aprendizagem significativa onde o professor tem a seu favor a afetividade como aliada, pois toda transmissão de conteúdo feita pelo professor deve ser permeada de afeto. Diante do exposto, tem como questão norteadora: Como os professores veem o papel da afetividade na aprendizagem no primeiro ano do Ensino Fundamental? Adotamos como base metodológica a pesquisa qualitativa de natureza descritiva onde os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário semiestruturado com duas professoras regentes da mesma escola, após essa fase, foram feitas observações em sala durante as aulas para análise da prática das professoras. A pesquisa de campo foi realizada em uma Escola Pública Municipal de Naviraí – MS, que no presente artigo daremos o pseudônimo de “Esperança” para resguardar a identidade dos participantes. Os resultados evidenciaram que as professoras acreditam que a afetividade é indispensável na aprendizagem das crianças, pois em uma relação estruturada na afetividade, as crianças, passam a admirar cada vez mais seu professor e agirem com autonomia.

Palavras-chave: Afetividade, Ensino/Aprendizagem, Alfabetização.

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como proposta investigar a importância da afetividade no processo de ensino-aprendizagem atualmente e no que diz respeito à visão das professoras entrevistadas. A escolha pelo tema foi uma inquietação por saber se o profissional em Educação está preocupado em transmitir apenas os conteúdos ou acredita que o afeto também faz parte de sua metodologia.

Assim surgiu a seguinte indagação: Como os professores veem o papel da afetividade na aprendizagem no primeiro ano do Ensino Fundamental?

Tendo como objetivo geral investigar como os professores lidam com a afetividade em sala de aula do 1º ano do ensino fundamental, e como objetivos específicos verificar como esses professores estão trabalhando com a afetividade em sala de aula relacionando com o processo de ensino e aprendizagem; descobrir se existe algum tipo de trabalho em conjunto entre escola e pais para tratar com a afetividade na alfabetização dos alunos estudados no trabalho a campo; se as professoras entrevistadas realizam alguma atividade estimulando a afetividade com seus alunos em sala de aula.

A partir dos resultados obtidos com essa pesquisa, espera-se elucidar como a afetividade pode influenciar positivamente no processo educativo. Sendo assim, um apoio à reflexão de profissionais que lidam com a aprendizagem de crianças, pois uma boa relação entre professor e aluno não depende só da mediação de conhecimentos.

Embora a escola seja um local onde o compromisso maior que se estabelece é com o processo de mediação e produção de conhecimento, pode-se afirmar que “as relações afetivas se evidenciam, pois a mediação do conhecimento implica, necessariamente, uma interação entre pessoas. Portanto, na relação professor-aluno, uma relação de pessoa para pessoa, o afeto está presente” (ALMEIDA, 1999, p. 107).

METODOLOGIA

Em primeiro momento houve a escolha do tema que surgiu a partir de uma inquietação por saber se os professores acreditam que utilizando a afetividade em sua metodologia obtém mais êxito na aprendizagem com seus alunos. Dessa forma após leituras e discussões, realizou-se uma revisão literária embasada nos autores apresentados na primeira parte deste artigo.

A pesquisa Bibliográfica é essencial para dar suporte a qualquer outro tipo de pesquisa e é caracterizada em termos genéricos por um conjunto de conhecimentos reunidos em obras de toda natureza. Tem como finalidade conduzir o leitor a pesquisa de determinado assunto, proporcionando o saber (FACHIN, 2006, p. 120).

Dando sequência ao processo de construção deste Trabalho foi realizada uma pesquisa qualitativa de natureza descritiva, cuja metodologia para Ludke e André (1986, p. 13) envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes.

Da mesma forma salienta Neves (1996, p. 520) que pesquisa qualitativa tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social trata-se de reduzir a distância entre o indicador e o indicado, entre teoria e dados, entre contexto e ação.

A pesquisa descrita foi realizada em uma escola Municipal de Naviraí. Os dados da pesquisa foram coletados da seguinte forma: Primeiramente o recolhimento da assinatura do diretor no Termo de Compromisso e juntamente com as assinaturas das professoras que aceitaram participar da pesquisa respondendo ao questionário aplicado posteriormente como forma de entrevista. Após essa etapa foram realizadas observações em sala de aula para verificar a prática das professoras indagadas.

Conforme Chizzotti (2001, p. 90), a observação participante “é obtida por meio do contato do pesquisador com o fenômeno observado, para recolher as ações dos atores em seu contexto natural, a partir de sua perspectiva e seus pontos de vista”.

Para coletar alguns dados referentes à escola foram feitas análises do Projeto Político Pedagógico da instituição, com a autorização do diretor. Além disso houve uma conversa informal com o mesmo a fim de confrontar com as respostas das professoras, já que houve casos de contrariedade de informações.

A escola pesquisada no presente artigo terá o pseudônimo de “Esperança” para resguardar a identidade da mesma e de seus participantes. Ela é uma instituição que atende no geral, 952 alunos, divididos em matutino e vespertino. No período matutino funcionam duas salas de Jardim II; duas de Jardim III, uma de 1° ano; uma de 2° ano; duas de 5° ano; duas de 6° ano; duas de 7° ano, três de 8° ano; duas de 9° ano. Já no período vespertino funcionam duas salas de Jardim II; duas de Jardim III; três de 1° ano; duas de 2° ano; três de 3° ano; duas de 4° ano; duas de 5° ano.

A pesquisa teve como sujeitos principais duas professoras regentes, alfabetizadoras do primeiro ano do Ensino Fundamental que trabalham na mesma escola com turmas diferentes e que neste artigo será resguardada as suas identidades onde as chamaremos de P1 (professora nº 1) e P2 (professora nº 2).

O questionário semiestruturado para a coleta de dados com as Professoras mencionadas segue como roteiro para as entrevistas realizadas com as seguintes perguntas:

  1. Dados pessoais e profissionais:

a- Sexo

b- Idade (anos)

c- Quais os cursos que você realizou para o exercício da docência?

d- Há quanto tempo atua como professor(a) nos anos iniciais do Ensino Fundamental?

2. Qual é a sua formação acadêmica?

3. O que você entende por afetividade?

4. Você acha possível trabalhar a afetividade na alfabetização? Como isso acontece durante as suas aulas?

5. Você encontra alguma dificuldade para trabalhar utilizando a afetividade no seu cotidiano escolar?

6Uma pedagogia baseada na afetividade facilitaria o processo de alfabetização?

7. Qual a importância da afetividade na qualidade de ensino de seus alunos?

8. Em sua opinião de que maneira as relações afetivas entre professor e aluno pode contribuir para o desenvolvimento da alfabetização e de aprendizagem?

9. Há algum trabalho em conjunto entre pais e escola para lidar com a afetividade na alfabetização?

Após os dados coletados com as professoras, foram descritos de modo a proceder às análises e discussões deles. Na última etapa houve a elaboração do artigo científico.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A P1 é do sexo feminino, tem 36 anos de idade, é formada em Pedagogia com Licenciatura Plena e é pós-graduada em Educação Especial com 17 anos de atuação como professora.

A P2 é do sexo feminino, têm 41 anos de idade, fez o Magistério antes da graduação em Pedagogia, é pós-graduada em Psicopedagogia, Educação Infantil e Séries Iniciais, com 17 anos de atuação como professora.

Analisando o resultado do questionário feito com as professoras constatou-se que na primeira pergunta: O que você entende por afetividade? As respostas foram:

P1 “(…) É uma relação de carinho ou cuidado que se tem com alguém querido e muito determinante para a autoestima das pessoas a partir da infância, pois quando uma criança recebe afeto dos outros consegue crescer e desenvolver-se com segurança e autonomia”.

P2 “(…) são as vivências e experiências agradáveis ou desagradáveis que o indivíduo vivencia ao longo de sua vida”.

A partir das observações percebeu-se muita interação entre as professoras e as crianças, de maneira geral, constata-se cumplicidade e admiração nas relações, contudo, foram os alunos da P1 que mais expressaram afeto à Professora, quando lhe ofereceram cartas e flores. Quando questionada sobre essa ação, a P1 esclarece que recebe esses presentes de seus alunos constantemente.

Ao serem questionadas sobre a possibilidade de trabalhar utilizando a afetividade em sala de aula obtivemos as seguintes respostas: P1 “(…) por ser um ambiente dinâmico, o docente deve estar preparado para as intempéries que poderão surgir. Dessa maneira faz-se necessário procurar conhecer a criança, bem como sua família”.

Aqui a professora ressalta que é muito importante para a criança que o seu professor saiba um pouco de seu cotidiano, de suas preferências e seus interesses. Desta forma ele demonstra ao aluno solicitude, valorizando-o como individuo socialmente integrado ao meio de convívio. E continua dizendo: “Com a educação emocional criamos um vínculo afetivo muito grande, acontecendo assim um comprometimento mútuo entre professor e aluno, respeitando a individualidade de cada um, enquanto pessoa”.

Ainda a P1 destaca que o professor que trata a criança com respeito e a conhece, sabe detectar quando ela chega à sala de aula triste, com problemas, ansiosa, nervosa, com febre e em dado momento dedica uma atenção especial a essa criança, ouvindo-a e em algumas situações acalentando-a, estreitando cada vez mais os laços afetivos existentes entre eles.

Na sala de aula durante as observações várias vezes as crianças chegaram até a professora para falar de algo que houve em casa com os seus pais, por exemplo, uma menina que falou para a professora que sua mãe tinha brigado com ela no dia anterior, a professora perguntou por que, então ela respondeu que foi por causa de uma teimosia.

A P1 ainda diz “(…) Às vezes nem precisamos ir até elas, eles confiam na gente e vem contar seus problemas”.

Quando questionada a professora P2 diz que: “(…) É possível sim trabalhar a afetividade dentro da sala de aula e isso acontece através da fala do professor e da forma como ele trata e motiva os seus alunos durante o processo de alfabetização”.

Seguindo a mesma perspectiva, Brust (2009, p. 79) enfatiza que é preciso haver empatia entre professor e aluno, pois isso favorece o aparecimento de uma simpatia mútua entre ambos. O professor deve ter claro que o processo de ensino e aprendizagem é uma via de mão dupla, um vai-e-vem dele para com o aluno e do aluno para com ele.

Buscar, portanto, segundo a autora, uma maior aproximação afetiva com o aluno, também através do diálogo e até mesmo, citando seu nome algumas vezes e fazendo-lhe perguntas, entre outras manifestações de interesse, mostra uma atitude afetiva para com ele, o que, de certa forma, faz o aluno sentir-se motivado a realizar atividades escolares.

Quanto às dificuldades ao trabalhar com afetividade no cotidiano escolar a P1 diz que não encontra nenhuma dificuldade para trabalhar utilizando a afetividade, pois trata a todos com respeito e isso se aplica em todos os ambientes que frequenta. Em suas palavras: “(…) precisamos nos relacionar bem, para nós fazermos entender melhor, e por que não utilizarmos a afetividade tão bem-vinda a nosso favor, pois o ambiente fica acessível e propício para o processo de ensino-aprendizagem”.

Brust (2009, p.65) enfatiza que a afetividade exerce influência na formação do conhecimento, visto que, o período, em que ocorre a aprendizagem da matéria, resulta da esfera de afetividade na classe. O educador precisa se relacionar com a sua sala de aula de modo afetivo para que os alunos não se sintam sem motivação, de modo a dificultar a aprendizagem deles.

A P2 diz que encontra dificuldades em suas aulas, em suas palavras: “(…) possuem inúmeras variáveis que interferem negativamente nesse trabalho utilizando a afetividade”.

Ela afirma que um dos fatores que dificulta o trabalho com a afetividade é a grande quantidade de alunos existentes na sala de aula que na maioria das vezes, chegam entre 35 a 40 alunos e nas palavras da P2, “isso dificulta um pouco essa questão da afetividade, pois se não tiver pulso firme as coisas saem do controle”.

Dando realce a essa discussão Leite (2006, p. 457), afirma que as práticas de alfabetização “[…] devem ser desenvolvidas num ambiente afetivamente favorável, através de relações emocionais positivas, evitando-se situações aversivas ou ameaçadoras”.

Ao perguntar a P1 se ela acredita que uma pedagogia baseada na afetividade facilita o processo de alfabetização ela afirma “[…] a criança necessita de cuidados e atenção, além disso, até mesmo o conteúdo mais difícil, fica com carga menos pesada quando se sabe que tem alguém que fará o possível para a aprendizagem acontecer”.

Na observação feita em sua sala percebeu-se que o trabalho da professora é todo baseado na afetividade, pois o momento que ela chega à sala de aula as crianças ficam felizes saem todas para abraçá-la, como já foi mencionada ela ganha muitas cartas e o conteúdo dessas cartas é de agradecimento por ter ajudado eles a lerem e escreverem.

Ao ser indagada com a mesma pergunta a P2 afirma “(…) sim, mas não posso me preocupar somente com a afetividade”. Ela fala que temos que ter em mente a aprendizagem das crianças e que a afetividade sozinha não faz acontecer. Nas observações em sua sala a P2 em poucos momentos utilizou-se da afetividade.

As duas professoras acreditam que a afetividade pode auxiliar no ensino e aprendizagem, mas a P2 afirma mais de uma vez que não devemos só nos preocupar com a afetividade.

É interessante o fato de que há pessoas que possuem dificuldades ao expressarem seus sentimentos e assim demonstrarem afeto. Essas dificuldades devem ser bem estudadas, sendo que um novo trabalho de pesquisa poderá enfocar essa situação.

Ao perguntar a P1 qual a importância da afetividade na qualidade de ensino de seus alunos ela responde: “É importantíssima, uma vez que os alunos já se acostumaram com a dinâmica de ensino. Há um pacto implícito de respeito mútuo para que as aulas possam realmente ser uma constante busca pelo conhecimento, levando em conta as limitações de cada um”.

Na mesma pergunta a P2 diz que: “[…] a afetividade melhora as relações e eleva a autoestima dos alunos”.

De acordo com Piaget (apud OLIVEIRA 1992, p.16), o afeto é papel fundamental no funcionamento da inteligência do homem, pois “a vida afetiva e cognitiva são inseparáveis, embora distintas. E são inseparáveis porque todo intercâmbio com o meio pressupõe ao mesmo tempo estruturação e valorização”.

Quando questionadas sobre se há na escola um trabalho entre a instituição e os pais para lidarem com a afetividade elas respondem que: P1 “[…] há reuniões onde pais, professores e alunos possam avaliar as aprendizagens no decorrer do bimestre”.

Essas reuniões que a professora citou acontecem na escola todo final de bimestre onde num primeiro momento, no pátio da escola, a direção fala com todos os pais, pedem para acompanharem e serem mais participativos na vida escolar de seus filhos, e no segundo momento os pais vão para as salas de seus filhos onde lá a professora fica a disposição para conversar sobre notas, comportamentos e algumas outras coisas que os pais querem saber.

A P2 diz que “(…) Na escola não tem nenhum trabalho entre pais e escola para lidar com a afetividade na alfabetização”. Ela não reconhece em sua fala essas reuniões que acontecem periodicamente como um trabalho em conjunto com os pais, dando um enfoque de obrigatoriedade no cumprimento desse dever, ou seja, a P2 entende as reuniões como uma prática de costume da escola e de repente não aproveita o momento de encontro com os pais para fazer um trabalho mais significativo.

Nas observações constatou-se que a escola é muito preocupada com a aprendizagem e o bem-estar das crianças e essas reuniões acontecem justamente para se ter um momento entre pais e escola para discutirem a vida escolar e o comportamento desses alunos.

Segundo a Direção, existe um envolvimento de todos os segmentos da escola, os pais têm participação significativa na vida escolar dos filhos, porém alguns se preocupam apenas com os resultados que visam o aprendizado, transferindo tais responsabilidades unicamente à escola.

Ainda de acordo com a Direção:

temos feito uma gestão transparente na transmissão de informações claras e objetivas, realizando momentos de diálogos apoiando as mudanças para a melhoria do nível dos professores, com uma preocupação especial ao aluno, proporcionando assim o respeito mútuo e a democracia entre os membros da comunidade escolar.

E continua dizendo que “os professores se dedicam em estimularem os alunos, despertando-os para a necessidade de ampliar conhecimentos. Esses usam materiais didáticos diversificados, que proporcionam aulas atrativas e motivadoras, visando desenvolver o senso crítico”.

Insistindo no enfoque, perguntaram-se as professoras se elas realizam algum trabalho para lidarem com a afetividade dentro da sala de aula a P1 respondeu

(…) todo o meu trabalho é dado ênfase na afetividade, mas uma vez por semana criei o dia do brinquedo, e da leitura sem contar no dia a dia que qualquer desentendimento que ocorrem tanto fora da sala de aula ou dentro faço com que resolvam sempre pedindo desculpas um ao outro.

A mesma professora relatou que utiliza a contação de histórias para trabalhar a afetividade com as crianças. Nas observações realizadas em sua sala pode-se constatar muitas brincadeiras e dinamismo na explicação dos conteúdos.

Ela diz que através das histórias e desenhos eles fixam mais os conteúdos além de se divertirem. Com base nas observações, os alunos da P1 apresentam maior satisfação ao realizarem as atividades propostas.

Comungando com os autores citados, a afetividade está relacionada com a maneira como nos expressamos e nos relacionamos com o outro, considerando-o, respeitando-o, valorizando-o, sendo capaz de enxergar as reais necessidades e atuar nelas.

Segundo Serrat (2007 p.38) afirma que o educador tem a responsabilidade de “[…] aprender esse olhar e ter disponibilidade para utilizá-lo no contato com o aprendente”. Pensando nessa necessidade no processo de alfabetização, é preciso que o professor saiba escutar, dialogar, respeitar o desenvolvimento do aluno, deixando ele lançar-se para aprimorar seus conhecimentos e sua concepção de leitura e escrita.

A partir das observações e pelas respostas ao questionário percebeu-se muita interação entre as professoras e as crianças, de maneira geral.

Na observação feita em sala percebeu-se que o trabalho das professoras é todo baseado na afetividade, pois desde o primeiro momento que elas chegam à sala de aula as crianças ficam felizes saem todas para abraçá-las, elas ganham muitas cartas e o conteúdo dessas cartas é de agradecimento por terem ajudado eles a lerem e escreverem. As duas professoras acreditam que a afetividade pode auxiliar no ensino e aprendizagem.

É interessante o fato de que há pessoas que possuem dificuldades ao expressarem seus sentimentos e assim demonstrarem afeto. Essas dificuldades devem ser bem estudadas, sendo que um novo trabalho de pesquisa poderá enfocar essa situação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desta pesquisa, podemos ver que o fator afetivo é muito importante para o desenvolvimento e construção do conhecimento do ser humano, pois através da afetividade o aluno se desenvolve, aprende e constrói conhecimentos.

A interação afetiva do professor alfabetizador com o aluno ajudará a construir um cidadão psicologicamente saudável, favorecendo e garantindo a sua aprendizagem.

Os dados apresentaram momentos em que se destacou a preocupação das professoras em transmitir tranquilidade aos alunos, favorecendo o processo de aprendizagem, embora elas utilizem a afetividade com intensidades diferentes. Constata-se a partir disso que uma maior intensificação afetiva no processo ensino/aprendizagem resulta num maior desenvolvimento de habilidades nessa fase específica da alfabetização. Pensando assim, o educador sempre deve utilizar estratégias aliadas à afetividade e motivação que provoquem o desenvolvimento intelectual e autonomia dos alunos.

A afetividade apenas é gerada por meio da experiência, em que o Professor/Educador constitui uma relação com o aluno. A criança necessita de segurança emocional para que possa ter envolvimento com o aprendizado. A afetividade também pode ser um meio eficiente de se aproximar do aluno e o lúdico, em conjunto, é um meio estimulador e enriquecedor a fim de alcançar uma plenitude no procedimento do aprender, se existe realmente um aprendizado.

Como os autores Brust (2009), Serrat (2007), Oliveira (1992), Leite (2006), direcionados a esses estudos afirmam, há muitas formas de se demonstrar afeto, e isso não significa ser permissivo, mas que há um verdadeiro interesse e uma sincera preocupação com as pessoas de convívio.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, A. R. S. A emoção e o professor: um estudo à luz da teoria de Henri Wallon. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 13, n º 2, p.51- 239-249, Mai/ago. 1999.

ALMEIDA, A. R. S. A emoção na sala de aula. 5.ed. Campinas: Papirus, 2005.

BRUST, Josiane Regina. A influência da afetividade no processo de Aprendizagem de Crianças nos anos iniciais do ensino fundamental. 2009. Trabalho de conclusão de curso. Disponível <http://www.uel.br/ceca/pedagogia/pages/arquivos>. Acesso em: 20 de agosto 2021.

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 5ª edição. São Paulo: Cortez 2001.

FACHIN, O. Fundamentos de metodologia. 5.ed.rev. – São Paulo: Saraiva, 2006. pág.120.

LEITE, S. A; TASSONI, E. C. M. A afetividade em sala de aula: as condições de ensino e a mediação do professor. 2006. Disponível <http://www.fe.unicamp.br/alle/textos>. Acesso em: 04 SET. 2021.

LUDKE, M. ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

NEVES, J. L. Pesquisa qualitativa características usos e possibilidades. Caderno de pesquisa em Administração, São Paulo, 1996, v.1, nº 3, 2º semestre.

OLIVEIRA, M. K. O problema da afetividade em Vygotsky. In: LA TAILLE, Y. (Org.) Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992. p. 75-84.

TASSONI, E. C. M. (2000) Afetividade e produção escrita: a mediação do professor em sala de aula. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação UNICAMP. Disponível <http://www.anped.org.br.pdf>. Acesso em: 06 set. 2021.

[1] Curso de Pedagogia, pós-graduada em educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental, Educação especial e Inclusiva, Gestão e Coordenação Pedagógica.

Enviado: Setembro, 2021.

Aprovado: Outubro, 2021.

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Rosiane Borges da Silva

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