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Epidemiologia da Complicações Macrovasculares: AVC e IAM; Em Pacientes Acompanhados no Hiperdia em Goiás entre 2008 e 2012

RC: 6355
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CONTEÚDO

SILVA, Pedro Henrique Costa Matos da [1], HOSHINO, Rafael Yudi Scalia Cunha [2], MATIDA, Karen Tamae [3]

SILVA, Pedro Henrique Costa Matos da; HOSHINO, Rafael Yudi Scalia Cunha; MATIDA, Karen Tamae. Epidemiologia da Complicações Macrovasculares: AVC e IAM; Em Pacientes Acompanhados no Hiperdia em Goiás entre 2008 e 2012. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 01, Ed. 01, Vol. 12, pp. 34-40 Dezembro de 2016. ISSN:2448-0959

RESUMO

INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) e o Diabetes mellitus (DM) são doenças de alta prevalência. A HAS acomete entre 22% e 44%  e o DM acometia, em 2013, cerca de 11 milhões no Brasil. Entre as complicações do HAS e DM, a cardiopatia isquêmica e a doença cerebrovascular são decorrentes da disseminação rápida e potente de lesões ateroscleróticas. Objetivo: Avaliar as variáveis: sexo, faixa etária e hábitos de vida nas complicações acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio (IAM); e avaliar o  tabagismo, sedentarismo e sobrepeso como fatores de risco para estas complicações em pacientes diabéticos e/ou hipertensos. Metodologia: Utilizando dados do DATASUS, foi realizado um estudo descritivo e analítico com dados secundários, de pacientes acompanhados pelo programa HIPERDIA, durante o período de 2008 a 2012, em Goiás. Analisou-se, no termo AVC e IAM, as variáveis tabagismo, sedentarismo e sobrepeso como fatores de risco através do calculo do Odds ratio.
RESULTADOS: A incidência de IAM entre pacientes do estudo, foi de 7,87%, e a de AVC, foi de 7,7%. A incidência de IAM e AVC foi maior nos grupos com DM e HAS e menor em pacientes exclusivamente com DM. A incidência de IAM e AVC foi maior no sexo feminino do que masculino, 62,3% e 60,7% respectivamente. As faixas etárias com maior incidência para IAM e AVC foram entre 55 a 59 anos. A prevalência de tabagismo, sobrepeso e sedentarismo foi, respectivamente, 41,49%, 42,33% e 50,46% nos pacientes com IAM; e 39,7%, 38,7% e 52,9% nos pacientes com AVC. Observou-se que as variáveis tabagismo, sedentarismo e sobrepeso aumentaram, respectivamente em 2,77; 1,4; e 1,32 a chance de IAM; e, respectivamente, em 2,55; 1,49; e 1,12 vezes a chance de AVC.

Palavras-chave: Epidemiologia, Medicina Baseada em Evidência, Medicina Preventiva.

INTRODUÇÃO

O Diabetes Mellitus (DM) consiste em grupo de síndromes metabólicas crônicas marcadas pela hiperglicemia, que resulta de defeitos na secreção ou ação da insulina. Pacientes com DM possuem chances aumentadas de desenvolver complicações macro e microvasculares. (QUEIROZ; AGUIAR; MORAES; PIMENTEL; FERRAZ; FERRAZ, 2011). Dentre as complicações a nível macrovascular observa-se a cardiopatia isquêmica, a doença cerebrovascular e a doença vascular periférica. Os eventos macrovasculares decorrem da disseminação rápida e potente de lesões ateroscleróticas. (MONTEIRO; ROSÁRIO; TORRE, 2007). Estas alterações estão diretamente relacionadas à maior morbimortalidade dos pacientes diabéticos (CENCI; SILVA; GOMES; PINHEIRO, 2013).  A incidência de doença arterial coronariana e cerebrovascular é de cerca de duas a quatro vezes maior nos pacientes diabéticos do que na população geral (SOARES et al., 2010).  Doenças como diabetes e doenças cardiovasculares, são atualmente os maiores responsáveis pelas causas do aumento da morbidade e mortalidade no atual século. O Programa HIPERDIA visa amortizar os impactos sócio-economicos e pessoais para cada paciente, da Hipertensão e Diabetes crônicas. Assim, dados referentes à DM e suas complicações podem ser obtidos por meio do Programa.

RESULTADOS

O estudo contou com a analise dos dados de 119.098 pacientes acompanhados pelo HIPERDIA entre 2008 a 2012, em Goiás. Destes pacientes, 29.570 eram Hipertensos e Diabéticos (24,9%), 85.974 eram apenas hipertensos (72,2%), e 3545 eram exclusivamente diabéticos do tipo 2 ( 2,9%);

A incidência de IAM nessa população foi de 7,87%, a incidência foi maior no subgrupo com HAS e DM2, 12,58%. O grupo com DM2 teve menor incidência, apenas de 2,91%;

A incidência de AVC nessa população foi de 7,7%, a incidência foi maior no subgrupo com HAS e DM2, 11,55%. O grupo com DM2 teve menor incidência, apenas de 2,68%;

A incidência de IAM e AVC associadas, foi de 2,53%. O grupo com HAS e DM2 teve a maior incidência, 4,87%;

A incidência de IAM e AVC foi maior no sexo feminino, 62,3% e 60,7% respectivamente;

As faixas etárias com maior incidência para IAM e AVC foram entre 45 a 74 anos, especialmente na faixa etária de 55 a 59 anos na qual a incidência dessas complicações foram de 15,9% e 14,2% respectivamente;

Nos pacientes que tiveram como complicações o IAM, 41,49% eram tabagistas, 42,33% tinham sobrepeso e 50,46% eram sedentários;

Nos pacientes que tiveram como complicação o AVC, 39,7% eram tabagistas, 38,7% tinham sobrepeso e 52,9% eram sedentários;

Nos pacientes que tiveram como complicação IAM e AVC associadas, 50,8% eram tabagistas, 45,7% tinham sobrepeso e 56% eram sedentários;

Ao analisar as variáveis tabagismo, sobrepeso e sedentarismo, todas foram consideradas como fatores de risco tanto para IAM quanto para AVC. Com um intervalo de confiança de 95%, observou-se nessa população que o tabagismo aumento em 2.77 vezes a chance de apresentar como complicação o IAM, e 2.55 vezes o AVC; o sedentarismo aumentou em 1,4 a chance de ocorrer IAM e 1,49 vezes a chance de ocorrer AVC; e o sobrepeso aumento em 1,32 vezes a chance de ocorrer IAM e 1,12 vezes a chance de ocorrer AVC

Tabela 1
Tabela 1
Tabela 2
Tabela 2
Figura 1
Figura 1

DISCUSSÃO

As doenças cardiovasculares (DCV) representam a maior causa de mortalidade no Brasil e no mundo, cerca de 20% em pacientes acima de 30 anos. Na maior parte dos casos tanto o AVC como a IAM têm etiologia conhecida sendo causados por fatores de risco bem estabelecidos. Dados dos estudos de Framingham, MRFIT e PROCAM demonstraram o indiscutível papel das dislipidemias,  LDL-colesterol elevado e HDL-colesterol diminuídos, HAS, fumo, idade e DM como fatores de risco independentes para a aterosclerose e consequente IAM  e AVC. O controle da HAS diminui o AVC em cerca de 42%, a isquemia miocárdica em 15%. Já a DM2 mostrou que o risco relativo para DCV aumenta de duas a quatro vezes nos pacientes com DM2 comparados à população em geral. Ao contrario da literatura, o estudo mostrou que a incidência de IAM e ACV teve maior incidência em pacientes com DM2 exclusivos do que em pacientes com HAS exclusivamente. Dentre todas as análises realizadas pelo trabalho, foi unânime que o tabagismo, sedentarismo, sobrepeso, HAS e DM são fatores de risco

As doenças cardiovasculares (DCV) representam a maior causa de mortalidade no Brasil e no mundo. São responsáveis por cerca de 20% de todas as mortes em indivíduos acima de 30 anos. O controle de alguns dos fatores de risco pode reduzir a mortalidade secundária ocasionada por doenças ateroscleróticas. O controle da HAS diminui o AVC em cerca de 42%, a isquemia miocárdica em 15% e a cessação do tabagismo pode diminuir o risco de mortalidade em até 70% em indivíduos já portadores de isquemia miocárdica (OSAWA, 2015)

TRICHES, et al, em seu estudo transversal com 927 pacientes com DM2  mostrou que o risco relativo para DCV aumenta de duas a quatro vezes nos pacientes com DM2 comparados à população em geral. Esses pacientes apresentam frequentemente associação de fatores de risco cardiovascular: hipertensão arterial sistêmica, valores baixos de HDL séricos, microalbuminúria e doença renal, aumento do índice de massa corpórea (IMC) e da relação cintura quadril. A doença cerebrovascular tem também maior incidência em pacientes com DM do que em indivíduos não diabéticos. Entre os pacientes com AVC, a prevalência de DM é três vezes maior do que nos indivíduos sem DM (TRICHES, 2009).

Na maior parte dos casos tanto o AVC como a IAM têm etiologia conhecida sendo causados por fatores de risco bem estabelecidos. Dados dos estudos de Framingham, MRFIT e PROCAM demonstraram o indiscutível papel das dislipidemias,  LDL-colesterol elevado e HDL-colesterol diminuídos, HAS, fumo, idade e DM como fatores de risco independentes para a aterosclerose e consequente IAM  e AVE (SANTOS FILHO, 2002).

Dentre todas as análises realizadas pelo trabalho, foi unânime que o tabagismo, sedentarismo, sobrepeso, HAS e DM são fatores de risco importantes para as doenças cardiovasculares, principalmente para a gênese das placas de ateroma.

Para uma prevenção adequada da doença cardiovascular é necessário o controle dos fatores predisponentes. Várias diretrizes foram publicadas na tentativa de se prevenir a doença cardiovascular e devem ser seguidas. É mandatório que se controle a pressão arterial e o colesterol agressivamente. O tabagismo também deve ser combatido de forma agressiva. A prevenção e o tratamento do excesso de peso, da síndrome metabólica e do DM, por intermédio de alimentação adequada e exercício físico, também têm papel extremamente importante. Sem dúvida, a prevenção da aterosclerose passa por um processo de educação de médicos e de pacientes (SANTOS FILHO, 2002).

CONCLUSÃO

As doenças cardiovasculares (DCV) representam a maior causa de mortalidade no mundo, cerca de 20% acima de 30 anos. Na maior parte, tanto os casos de AVC como IAM têm etiologia conhecida sendo causados por fatores de risco bem estabelecidos. Dados do estudo de Framingham, demonstrou o papel das dislipidemias, HAS, fumo, idade e DM no IAM e AVC. Na literatura, observou-se que o controle da HAS diminui o AVC em cerca de 42%, a isquemia miocárdica em 15%. Já a DM2 mostrou que o risco relativo para DCV aumenta nos pacientes com DM2. Ao contrario da literatura, o estudo mostrou que a incidência de IAM e ACV teve menor incidência em pacientes com DM2 comparado a pacientes com HAS. O tabagismo, sedentarismo, sobrepeso são fatores de risco.

REFERÊNCIAS

QUEIROZ, P.C.; AGUIAR D.C.; MORAES, C.C.; PIMENTEL I.R.S.; FERRAZ, C.L.H.; FERRAZ T.M.B.L. Prevalência das complicações micro e macrovasculares e de seus fatores de risco em pacientes com diabetes mellitus e síndrome metabólica. Rev Soc Bras Clin Med 2011; 9(4):254-258.

CENCI D.R.; SILVA M.D.; GOMES E.B.; PINHEIRO H.A. Análise do equilíbrio em pacientes diabéticos por meio do sistema F-Scan e da Escala de Equilíbrio de Berg. Fisiot Mov 2013; 26(1):55-61

MONTEIRO, A. G.; ROSÁRIO, F.; TORRE, J. B. Complicações cardiovasculares na diabetes: Prevenções Primária e Secundária nos CSP. Rev. Port. Clin. Geral., Portugal, v. 23, n. 6, p. 627-647, 2007.

SOARES, A. L. et al. Alterações do sistema hemostático nos pacientes com diabetes melito tipo 2. Rev. Bras. Hematol. e Hemoter., São Paulo, v. 32, n. 6, p. 482-488, ago. 2010.

FERREIRA, C.R.L.A ; FERREIRA, M.G. Características epidemiológicas de pacientes diabéticos da rede. Arq Bras endocrinol metab, v. 53, p. 1-80, 2009.

[1] Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (FM-UFG), Goiânia – GO, Brasil.

[2] Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (FM-UFG), Goiânia – GO, Brasil.

[3] Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, Botucatu – SP, Brasil.

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Rafael Yudi Scalia Cunha Hoshino

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