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A dimensão do estresse no processo de trabalho do enfermeiro

RC: 26909
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/dimensao-do-estresse

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

ORIGA, Valquiria Castro de Morais [1]

ORIGA, Valquiria Castro de Morais. A dimensão do estresse no processo de trabalho do enfermeiro. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 03, Vol. 02, pp. 54-84. Março de 2019. ISSN: 2448-0959.

RESUMO

O estresse é um dos males que vem abraçando a população no decorrer de sua atividade profissional. Os profissionais de enfermagem no processo de trabalho ficam expostos a agentes estressores, como esses fatores: a desvalorização salarial e profissional, recursos inadequados, números reduzidos de funcionários, sobre cargas das atividades, inexperiência do supervisor, falhas na comunicação, também com a vivência direta e ininterrupta do processo de dor, morte, sofrimento, desespero, incompreensão, irritabilidade e tantos outros sentimentos e reações desencadeadas pelo processo doença. Esses fatores caracterizam – se ao estresse que em consequência também leva a outras doenças. No entanto, a área da enfermagem é abrangente e considerada uma das mais estressantes, pois o enfermeiro se expõe a risco físico, químico, mental e biológico. Este estudo de pesquisa qualitativa de levantamento bibliográfico de dez artigos indexados nos últimos dez anos, e que tem seu fundamento nos autores Paschoal, Tamayo, Santini, Ferreira e Martino, trata da descrição a dimensão do estresse na sua intensidade e nível que avaliado através dos sinais e sintomas que organismo dá como resposta em tentativa de adaptar – se, sendo assim o estresse possui quatro fases: 1- alerta; 2- resistência; 3- exaustão e 4- quase exaustão. Sabido o causador e danos que pode causar, permite estratégias para o enfrentamento. Contudo, a prevenção do estresse colabora com a saúde do trabalhador, com a qualidade de vida no ambiente de trabalho.

Palavras-chave: Enfermagem, Estresse, Trabalho, Dimensão, Acidente.

1. INTRODUÇÃO

O estresse é a causa de vários fatores de ameaça e desafios diariamente, que exige um determinado esforço emocional e físico para enfrentamento das diversas situações no ambiente de trabalho. Santini (2005) observa que no processo de trabalho do enfermeiro depara com sobre carga de trabalho e pressões psicológicas que são percebidas como ameaça a sua integridade, o que gera doença ocupacional.

A definição do estresse é um conjunto de respostas não específicas de defesa e de adaptação orgânica ao causador, o que depende da resistência do organismo de cada indivíduo. Na defesa e enfrentamento do agente estressor, muitas vezes, excede esta capacidade e quebra o equilíbrio do organismo, e não mantém a sua constância. Sendo assim, de acordo com Santos e Cardoso (2010), reações físicas e emocionais aparecem e ocorrem várias doenças, das mais simples, até graves.

O estresse tem três fases, essas fases que Araújo, Santo e Silva (2009), denominam a Síndrome de Adaptação Geral. A cada fase surgem sinais e sintomas do organismo humano, que dimensiona qual o nível de estresse está instalado.

As respostas psicológicas mais frequentemente associadas ao estresse ocupacional são ansiedade, insatisfação e depressão. Manifestações que causam impactos negativos, conforme Paschoal e Tamayo (2004), pois a qualidade profissional vai ao declínio e consequentemente atinge toda a equipe se logo não diagnosticada e solucionada.

Ainda, segundo conforme os autores Paschoal e Tamayo (2004), o enfermeiro no processo do seu trabalho se encontra exposto a fatores de risco de natureza física, química e biológica. No entanto, há também outras preocupações, como manter a satisfação dos seus clientes, em exercer suas atividades com qualidade, supervisionar a equipe e eliminar e minimizar conflitos, até mesmo dos clientes; sendo assim, este profissional está de frente às situações de vulnerabilidade aos agentes estressores.

A enfermagem é uma profissão complexa, pois há várias especialidades que pode atuar. Dentre elas, encontram fatores situacionais e pessoais que interferem no ambiente de trabalho, isto pode ocorrer vagarosamente e surpreendentemente, de dimensão danosa à saúde no processo do trabalho do enfermeiro. Por isso, Pafaro e Martino (2004) lembram que é fundamental indicar o agente estressor (causador) para propor estratégia de enfrentamento da doença.

A dimensão do estresse é avaliar o nível e sua intensidade no trabalho do enfermeiro. Estudo publicado, em revista saúde pública por Griep et al (2011), mostra a concordância da ideia dos autores supracitados, que se houver incentivo e condições de trabalho os agentes estressores serão minimizados e eliminados. Contudo, a dimensão do estresse é a resposta do desequilíbrio biológico do organismo, dependentemente do empenho exacerbado de adaptação do indivíduo no trabalho.

1.1 OBJETIVO

Descrever a dimensão do estresse causado por agentes estressores no processo de trabalho do enfermeiro.

1.2 JUSTIFICATIVA

Pesquisar este tema a fim de conhecer melhor o assunto e contribuir nas informações para promoção de minimizar a dimensão do estresse e eliminar os agentes estressantes, que em razão desses; gera desequilíbrio emocional e físico o que pode ocasionar em doença ocupacional.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O QUE É O ESTRESSE

A palavra estresse derivada do latim, usada no sentido psicológico no século XVIII. A princípio foi baseado na força e tensão realizada numa barra de metal, classificado no quanto resistisse antes que deformasse ou rompesse.

Segundo Ferreira e Martino (2006), esse estudo foi aplicado na área da saúde em 1926, pelo estudante de medicina Hans Selye, sob influência de dois fisiologistas Bernard e Cannon que estudavam os mecanismos de equilíbrio interno do organismo.

Hans Selye realizou intensas pesquisas baseadas na fisiologia, no entanto define-se em 1936, já formado em endocrinologista, o estresse como alteração biológica, em duas etapas:

1. Síndrome de Adaptação Geral – respostas não específicas de defesa do organismo e

2. Síndrome de Adaptação Orgânica ao Causador, esta divide em três fases.

– Fase de alerta: no início o organismo identifica o agente causador e mobiliza uma resposta orgânica imediata para o enfrentamento.

Se o organismo superar o agente estressor, voltará à homeostase, caso contrário, sua evolução será a segunda fase;

Fase de resistência: desaparecem os sinais da primeira fase, independente da permanência ou não do estressor, podendo evoluir para a homeostase ou para a terceira fase;

Fase de exaustão: o agente causador permanece e o organismo não é capaz de eliminá-lo ou adaptar-se, podendo os sinais da primeira fase retornar mais acentuados, e o organismo fica mais suscetível à doença.

Lipp (2001), após quinze anos de pesquisa, descobre a quarta fase, que se desenvolve entre a fase de resistência e da exaustão, chamada quase-exaustão, em que há e incapacidade do indivíduo em resistir ou adaptar-se ao estressor, podendo surgir leves problemas de saúde, que não o incapacitam.

A dimensão do estresse é denominada através das suas fases, que por sua vez ocorre à quebra da homeostase; dependentemente de sua intensidade, levará a doenças ocupacionais, das simples até graves, observados por Griep et al (2011).

2.2 A FISIOLOGIA DO ESTRESSE

2.2.1 A FASE DO ALARME

O sistema nervoso central e acionado quando é percebido a tensão no organismo e o hipotálamo estimula a hipófise que aumenta a secreção do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). Este, por sua vez, estimula as supra-renais a aumentarem a produção de adrenalina e corticóides. Já na circulação sistêmica, estas substâncias chegam a todas as células do organismo. Estes hormônios são essencialmente úteis e, juntamente com as reações do sistema nervoso central e com outros componentes químicos, constituem a defesa do organismo contra o estresse. Se forem em sua produção inadequada podem causar doenças, várias reações complexas, conforme descrevem os autores Pafaro e Martino (2004); como:

– A produção de hormônios aumentada;

– A respiração acelerada;

– Os batimentos cardíacos aumentam de frequência e

– Os músculos ficam tensos.

2.2.2 A FASE DE RESISTÊNCIA

Há o aumento da capacidade de resistência do organismo e plena adaptação ao estressor, quando a atividade fica mais intensa em função do sistema labutário, possuindo o efeito de desmobilizar o equilíbrio do corpo, pois este baixa novamente o nível de alerta. A respiração, os batimentos cardíacos, a circulação e a pressão arterial voltam gradativamente a seus níveis anteriores, porém, havendo persistência dos agentes estressores, o nível de resistência vai diminuindo e inicia-se o estágio de exaustão, também observa Pafaro e Martino (2004).

2.2.3 A FASE DE EXAUSTÃO OU ESGOTAMENTO

 

Nessa fase, segundo Pafaro, e Martino (2004), os sintomas de alerta reaparecem mais acentuado e outros desenvolvem – se tornando o organismo mais suscetível a doenças. Isso ocorre devido à incapacidade dos mecanismos responsáveis pela defesa do organismo ficarem expostos aos efeitos dos fatores estressores por tempo prolongado. Dessa forma a constituição do corpo humano em permanente contato com o fator em questão torna-se esgotado sem imunidade e por fim acometido pelo estressor.

2.3 O ESTRESSE OCUPACIONAL

Citam Araújo, Santo e Servo (2009) que o estresse no trabalho acontece quando o ambiente de trabalho é percebido como uma ameaça ao indivíduo, repercutindo no plano pessoal e profissional, surgindo demandas maiores do que a sua capacidade de enfrentamento.

Batista e Bianchi (2006) afirmam que o estresse é um assunto de ampla abrangência, ocupa vários meios profissionais é matéria abordada em temas populares, Antes, o tema estava vinculado à abordagem de auto ajuda. Nas publicações literárias e atualmente, verifica-se que houve aumento de publicações de artigos e pesquisas cientificas relacionadas ao método de como lidar com o estresse e mui grande preocupação na área da enfermagem.

Tal preocupação prende-se ao fato de o estresse estar presente em nosso cotidiano. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, 90% da população mundial é afetada por esse mal que tomou aspecto de uma epidemia global. Isso revela o quão importante é a conscientização do tema, pois o referido não se trata apenas de um fantasma ele realmente existe e vem acometendo não somente a área da enfermagem, mas num todo. Para Batista, Melo e Bianchi (2006) somente a conscientização nos fará praticar a prevenção.

Essa discussão iniciou-se na década de 60, quando a enfermagem foi mostrada como uma profissão estressante. O estresse no trabalho é decorrente da circunstância do indivíduo nesse ambiente, pois o trabalho possibilita crescimento, transformação, reconhecimento e independência pessoal, mais também causa problemas de insatisfação, desinteresse, apatia e irritação, conforme descreve Bauer (2002).

Sendo assim, o trabalho deve ser atuado com prazer, para promover a qualidade de vida dos indivíduos.

Ser enfermeiro significa ter como agente de trabalho o homem, e, como sujeito de ação, o próprio homem. A ligação entre o trabalho e o trabalhador é bem estreita, diretamente e ininterruptamente com a dor, morte, sofrimento, desespero, incompreensão, irritabilidade e outros que despertam o processo doença. Diversos autores classificaram-se em categorias os estressores relacionados com a enfermagem e seu trabalho, como cita Healy (2000):

– Problemas de comunicação com a equipe;

– Inerente à unidade;

– Assistência prestada;

– Interferência na vida pessoal e

– Atuação do enfermeiro.

A carga de trabalho é o estressor mais proeminente na atividade do enfermeiro, além dos conflitos internos entre a equipe e a falta de respaldo do profissional, sendo a indefinição do papel profissional um fator somatório aos estressores.

Estudos sobre o estresse segundo Stacciarini e Tróccoli (2001) explicam que a manifestação do estresse ocupacional na área da enfermagem pode ajudar a entender e esclarecer alguns problemas vivenciados na profissão, tais como; insatisfação profissional, diminuição na produtividade no trabalho o absentismo e acidentes. A preocupação científica atual com o estudo do estresse justifica-se pelas evidências de sua relação com o adoecimento e sofrimento psíquico dele decorrentes. No entanto, apesar do consenso acerca da ligação entre estresse e adoecimento, não há precisão quando se trata da utilização do termo estresse. Atualmente, esse conceito é utilizado para descrever tanto o estímulo que provoca um estado de desgaste do organismo quanto à resposta deste frente a uma situação de tensão. O termo estresse é usado para identificar as reações fisiológicas de um organismo frente a uma situação aversiva.

O estresse é sempre resultado da interação entre fatores estressores do ambiente e as condições psíquicas do indivíduo, ou seja, a maneira como ele percebe a realidade à sua volta. Este processo envolve o organismo como um todo, e ocorre mediante a interpretação do indivíduo que enfrenta uma situação desafiadora, tenha ela uma conotação negativa ou positiva. O surgimento do estresse, dessa forma, implica em uma junção de duas condições:

– Disposições pessoais e

– Circunstâncias favorecedoras de estresse.

Deste modo, certas características são fundamentais para a avaliação do estresse:

– Personalidade;

– História de vida;

– Condições emocionais atuais e

– Condições do ambiente.

O estresse é, portanto, uma combinação entre estímulos estressores internos e externos, sendo que essa associação juntamente com as estratégias de enfrentamento do indivíduo determinará a ocorrência ou ausência do estresse excessivo. O fenômeno do estresse relacionado às pressões da vida cotidiana é configuração da modernidade.

As ameaças que se apresentam atualmente envolvem tensões físicas e psíquicas, que mantêm os indivíduos constantemente sob pressão. A maioria das queixas relacionadas aos profissionais da área de enfermagem tem haver com cansaço mental, dificuldade de concentração, apatia e a diminuição criatividade bem como a produtividade do indivíduo. Outra queixa do estresse, de acordo com Stacciarini e Tróccoli (2001) é a queda da resistência imunológica do organismo, o que conduz à maior suscetibilidade às doenças.

Dentro das diversas pressões a que estão submetidos os seres humanos, no âmbito profissional se apresenta como estímulo potencialmente estressor, os seguintes fatores:

– Falta de preparo para realizar a função à qual foi designado;

– Sobrecarga;

– Relacionamentos interpessoais de má qualidade;

– Falta de perspectivas de carreira.

A relação entre estresse e trabalho limitava-se ao setor industrial, característica que vem mudando recentemente, e ampliando-se para outros profissionais, como os da saúde e educação. Para Paschoal e Tamayo (2004) o desgaste em relação com o trabalho favorece significativamente a ocorrência de transtornos relacionados ao estresse, como ansiedade, depressão e fobias.

O desgaste emocional e físico a que estão expostos os profissionais nas relações de trabalho acaba propiciando o surgimento de diversos sintomas indicativos do estresse ocupacional.

Assim observando Stacciarini e Tróccoli (2001) alguns dos estressores provenientes do âmbito laboral envolvem:

– Características do trabalho (turnos, carga horária, quantidade de tarefas),

– Papel desempenhado (ambiguidade),

– Nível de responsabilidade (Falta de identidade profissional),

– Relações interpessoais (chefia, subordinados),

– Relação hierárquica com outros profissionais de equipe multidisciplinar;

– Alta responsabilidade, por vezes não reconhecida com os pacientes atendidos,

– Trabalho que envolve situações difíceis (como adoecimento e morte),

– Possibilidades na carreira (pouco desenvolvimento profissional, insegurança),

– Estrutura da organização onde se trabalha (pouca participação e comunicação), e

– Manejo do trabalho.

O estresse e as particularidades do trabalho da enfermagem o tornam especialmente suscetível ao estresse ocupacional, tendo sido classificado como profissão mais estressante no setor público. Refere que um aspecto presente no trabalho da enfermagem é a indefinição do papel profissional, caracterizando-se como uma fonte de estresse para esses trabalhadores, os quais procuram construir uma identidade própria e obter reconhecimento dos demais. Além disso, como destacam os autores, é preciso contextualizar historicamente o trabalho do enfermeiro, o qual sempre foi marginalizado e desprovido de apoio de outras classes de profissionais. Citando Stacciarini e Tróccoli (2001), isto significa que o estudo sobre a vivência do estresse pela equipe de enfermagem não deve negligenciar a dimensão histórica, e não apenas situacional, dessa vivência.

A ocorrência de enfermidade grave e óbito são decisivos para situar a profissão como favorecedora de maior risco ao estresse. Diante da problemática evidenciada por esse tema tão discutido questiona-se o cenário laboral em que os enfermeiros estão inseridos, o tipo da instituição em que atua a categoria profissional, a carga labutaria e duplo vínculo empregatício, declara Pafaro e Martino (2004).

No Brasil o maior número de profissionais de enfermagem encontra-se nas unidades hospitalares seguindo o modelo de assistência do setor de saúde, diversos considerados estressantes por desenvolver desgaste físico e mental. A ausência de controle sobre o próprio trabalho prolifera o aumento de sentimento de insatisfação profissional, fator chave para a proliferação do tão discutido. O tema em tela nem sempre gera doenças, mas pode apresentar no homem mudanças de comportamento como descreve Griep et al (2011).

O estresse teria solução? – obviamente sim. Em outras patologias, proveniente do trabalho, aplica-se a prevenção, incluindo o estresse, optando pela readaptação das atividades profissionais, nos setores de trabalho, nas condições do trabalho, revisão da carga horária, mudança de atitudes perante os eventos corriqueiros, adoção de regimes anti-estresse, bem como; exercícios físicos, boa alimentação, relaxamento entre outros.

É possível amenizar as situações de estresse dentro das instituições e contribuir para a prevenção de tal, a partir da adoção de alternativas como a readaptação nas condições de trabalho, revisão de tarefa e em especial a valorização do indivíduo.

2.4 O ESTRESSE DO ENFERMEIRO EM ALGUMAS ESPECIALIDADES

2.4.1 UNIDADE DE EMERGÊNCIA

O Estresse está presente na atuação do enfermeiro. Estudo realizado junto aos enfermeiros de unidade de emergência de instituição hospitalar, conforme Batista e Bianchi (2006), revelou o nível de estresse desses profissionais tanto nas instituições públicas quanto nas particulares do município de São Paulo. O enfermeiro presta assistência em setores considerados desgastantes, tais como:

– Carga de trabalho excessiva,

– Como pelas especificidades das tarefas,

– Número de funcionário reduzido,

– Falta de respaldo profissional,

– Assistência ao número excessivo de paciente,

– Falha na comunicação e

– Inexperiência do supervisor e

– Do outro lado relacionamento familiar.

Essas são algumas dificuldades de uma unidade de emergência. Pode-se considerar que a maior satisfação no trabalho do enfermeiro em unidade de emergência é doar – se na assistência a fim de manutenção da vida humana.

Por outro lado, o profissional enfermeiro e sua equipe enfrentam diretamente toda carga de estresse emocional dos pacientes e familiares destes, por muitas vezes estarem em risco de morte ou sofrimento, assim também os agentes estressores se fazem presentes na unidade emergencial.

Mesmo os enfermeiros sendo de uma unidade de emergência de pronta demanda, atua de frente à instabilidade dos pacientes, pesquisa indica nível médio de estresse, o maior nível de estresse está relacionado à administração de pessoal pelo fato de falta de recursos, relação interpessoal, cobranças e poder de decisão.

Para Batista e Bianchi (2006) cabe às instituições analisarem esses requisitos para possibilitar a diminuição do estresse vivido pelos enfermeiros, ou seja, investirem em treinamento emergencial para diminuir tensões e correria desnecessária no momento de assistência, material adequado e número de funcionário para assistir determinada população.

2.4.2 UNIDADE DE ONCOLOGIA

O profissional de enfermagem em um centro oncológico pediátrico exige profunda mobilização para poder atender a demanda, uma unidade que requer assistência 24 horas em pacientes fragilizados e ao mesmo tempo fortes par suportar o tratamento dessa patologia. Os familiares em sofrimento por vivenciar esse drama requerem cautela e carinho pelos profissionais de enfermagem que os assistem também. Pafaro e Martino (2004) dizem que devido à inquietação pela questão em foco a partir dos problemas do cotidiano, as reações são individuais ao estresse vivenciados pelos profissionais no ambiente de trabalho, que por vez necessita de dupla jornada de trabalho.

O estresse ocupacional nessa especialidade mais uma vez se destaca em vivenciar variadas situações críticas como o centro oncológico. Nesse tipo de unidade, o profissional convive em maior grau com estressores que atuam na sua estrutura biológica, bem como nas suas relações sociais, resultando em demandas psíquicas enfrentadas de diferentes formas, dependendo de cada um.

Com base na pesquisa, teve-se como objetivo traçar o perfil dos profissionais de enfermagem de um centro oncológico (C.O) nos aspectos pessoais e profissionais a fim de identificar o grau de satisfação. Nos aspectos pessoais pesam a situação econômica, baixo renda familiar, então se propõe a realizar dupla jornada de trabalho, pois sente frustrado por não vencer tantas tarefas, incluindo terceira jornada que são tarefas domésticas e educação familiar. Com dupla jornada de trabalho e sem dupla jornada de trabalho não houve considerações significativas para diferenciar os níveis de estresse, segundo Pafaro e Martino (2004).

Para Lipp (2000) o estresse até certo ponto é essencial para a saúde física, impulsiona a pessoa à ação. Entretanto, cada indivíduo possui um determinado limiar na tolerância ao estresse, deixando este de ser benéfico para adquirir características maléficas. Os pensamentos e emoções comandados pelo estresse influenciam o Sistema Nervoso Central e o Sistema Imune, ativando assim o circuito bidirecional, que ocorre via Eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal, iniciando uma cascata por todo o organismo. As manifestações do estresse podem ser de ordem psicológica.

O atendimento à clientela específica, como no caso do C.O, em que a necessidade de cuidados especiais, requer intervenções mais complexas, assistência ininterrupta, levando os profissionais de enfermagem a um processo de trabalho diferenciado das unidades consideradas não críticas, mas que também os fatores de estresse no trabalho assimilam com as demais áreas, envolvendo a questão social e psicológica, visto por Paschoal; e Tamayo (2004):

– Recursos humanos insuficientes,

– Sobrecarga de trabalho,

– Patologia sofrimento,

– Administração do horário do pessoal deficiente,

– Carga horária excessiva,

– Falta de valorização ou protecionismo e

– Relações pessoais.

A falta de parceria entre profissionais, principalmente em ambiente crítico como o centro cirúrgico na especialidade de oncologia, é sem dúvida bastante preocupante, não só em relação à clientela assistida, mas também em relação à saúde desses trabalhadores, atuando sobre forte tensão.

Para Evely, apud Lipp (1996, p.237) “sobrecarga é o mesmo que superestímulo, ou seja, o estado no qual as exigências excedem a capacidade do indivíduo de processar ou cumprir, ocorrendo distress (estresse excessivo).”

A sobrecarga de trabalho inviabiliza um melhor desempenho no trabalho bem como pode predispor o trabalhador ao estresse, pelos danos à sua saúde física e mental. Essa matéria refere às condições que o trabalho representa a interação e o inter-relacionamento das circunstâncias material, psíquica, biológica e social, que por sua vez são influenciadas pelos fatores econômico, técnico e organizacional do trabalho, constituem o ambiente e proporcionam os determinantes da atividade laboral.

De acordo com os resultados supracitados, Ferreira e Martino (2006) diz que tais aspectos podem revelar a identificação de satisfação em relação ao trabalho, apesar de todo o estresse apontado, que considera o trabalho uma das ações mais importantes na vida do ser humano, pois é da sua atividade que ele adquire os elementos para a sua própria subsistência e a de seus familiares. Porém, não o faz apenas por salário, mas também pelo fato de sentir satisfação emocional profunda pelo trabalho e pelos resultados que advém do seu esforço. Além do contato direto com o sofrimento do cliente com câncer, existe um número elevado de elementos imponderáveis, próprios do tipo de trabalho, como certa identificação estabelecida entre o profissional e o papel desempenhado por ele. O ambiente de trabalho, como se pode constatar, é consideravelmente estressante. As atividades desenvolvidas exigem alto grau de responsabilidade e grau de qualificação, com desgaste emocional intenso, sendo exercidos durante anos e com carga horária excessiva.

O excesso de atividades desenvolvidas pelos trabalhadores do estudo, recursos humanos deficientes e a cobrança contínua no trabalho inviabilizam um ambiente de trabalho a contento. Como dizem West e Lisboa (2001), nos serviços de saúde o quantitativo de pessoal é inferior ao necessário para atender às exigências cotidianas, sobrecarregando os trabalhadores e levando ao comprometimento da qualidade dos serviços prestados e da saúde do trabalhador. Inicialmente, os fatores de estresse identificados neste estudo servem de ponto de partida para promover reflexões acerca da qualidade de vida do trabalhador relacionadas às condições do ambiente de trabalho, implementando programas de atenção à saúde do trabalhador, organização racional e valorização do trabalho, bem como a interação multiprofissional.

Ressalta Araújo, santo e Servo (2009) ser de fundamental importância o investimento na prevenção do estresse como controle da saúde dos trabalhadores de enfermagem, oportunizando o alcance de maior rendimento no trabalho e uma assistência de qualidade.

2.4.3 UNIDADE PSIQUIÁTRICA

O ser humano em suas atividades diárias realiza trabalho constante. Aurélio (2006) conceitua trabalho como sendo “a aplicação das forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim”, é por meio dele que sobrevivemos, e nos tornamos seres participantes e essenciais para a sociedade. O trabalho é um dos elementos que mais interferem nas condições e qualidade de vida do homem e, portanto, na sua saúde. Profissionais em exercício coletivo em saúde, é dividido, especializado e hierárquico, sendo suas classes compostas por auxiliares, técnicos e enfermeiros e suas atividades realizadas de acordo com a complexidade e capacidade de entendimento de cada um. Esse processo de trabalho, segundo Santos e Cardoso (2008), transformou-se e se complexificou ao longo do tempo, tornando o profissional mais autônomo embora ainda gerenciado pelo serviço médico. Dentro dessa realidade, há o surgimento da enfermagem psiquiátrica, que formou um corpo de conhecimento especial fundamentado no conceito de loucura, que a partir de então, foi considerada doença mental, adjetivada e específica, requerendo assim, um saber diferenciado de técnicas e métodos de tratamento. Com isso surgem os hospícios instituições disciplinares, onde o médico exercia um papel de autoridade e a equipe de enfermagem o de responsável pela execução das ordens médicas.

Apesar de haver uma mudança na concepção das pessoas sobre o indivíduo portador de doença mental, que visa promover um processo de desinstitucionalização gerado pela reforma psiquiátrica, ainda assim essas unidades se mantêm presentes hoje e o trabalho de enfermagem atrelado a essas raízes, no momento em que o sofredor psíquico é aprisionado e afastado do convívio social.

Em função disso, para Carvalho e Telli (2006), existe na sociedade a crença de que esses trabalhadores estão mais propensos ao risco de adoecer mentalmente que os demais profissionais de outras especialidades, pois estes estão sujeitos a cargas de trabalho diferenciadas.

Essas cargas submetem a equipe de enfermagem a desgastes físicos, psíquicos e biológicos que se tornam agentes estressantes, produzindo uma alteração no ambiente que é percebida como ameaçadora ou lesiva para o equilíbrio dinâmico da pessoa, tornando-a incapaz de satisfazer as demandas de situações novas. Estudo em artigos encontrados em bases de dados da área da saúde, como dos autores Santos e Cardoso (2010) tem o objetivo de identificar os fatores estressantes e a intensidade que estes interferem na qualidade de vida e saúde dos profissionais de enfermagem de unidade psiquiátrica, e analisar dentre esses estressores aqueles que aparecem com maior frequência e quais os mecanismos de enfrentamento encontrados por tais profissionais.

O estresse seja ele de natureza física, psicológica ou social, é um termo que compreende um conjunto de reações fisiológicas, as quais, sendo exageradas em intensidade e duração, acabam por causar desequilíbrio no organismo, frequentemente com efeitos danosos, concordam os autores Griep, Rotenberg, Landsbergis e Silva (2011). O trabalho do enfermeiro, por sua própria natureza e características, revela-se especialmente suscetível ao fenômeno do estresse ocupacional, isto se dá devido ao fato de que as atividades dos profissionais de enfermagem são tensiógenas, tanto pelas prolongadas jornadas de trabalho, número limitado de profissionais, quanto pelo desgaste psicoemocional nas tarefas.

Novamente os autores Costa, Lima e Almeida (2003) descreve a exposição aos agentes estressores, físicos, mecânicos, biológicos, químicos e psíquicos que se assemelham aos enfrentados pelos trabalhadores de diversas área da saúde, porém causam um impacto diferenciado pela intensidade com que acontecem e pelos indivíduos neles internados, serem portadores de comportamentos agressivos e exigir cautela.

Os tipos de desgastes a que a equipe de enfermagem se expõe no ambiente hospitalar psiquiátrico e sua relação com o processo de trabalho cotidiano influenciam muito na qualidade de vida e no desenvolvimento de patologias relacionadas ao estresse gerado por estes.

Para Moreno (2004), os trabalhadores de enfermagem de saúde mental compõem um dos grupos mais suscetíveis às agressões ocupacionais, muitas delas cometidas pelo próprio usuário que está sob sua assistência. Isso se deve, pelo tipo de paciente que é atendido, pois estes se encontram, muitas vezes, descontrolados e com comportamentos atípicos da clientela.

No artigo revisado por Costa Lima e Almeida (2003) foram destacados, pela enfermagem, como cargas físicas, a exposição à umidade, a barulho e a iluminação inadequada. Estes justificam que tem que percorrem muitas vezes trajetos encobertos expondo-se a instabilidades do tempo sem proteção. Para eles esses fatores constituem agravos em sua saúde. Outra sobrecarga que está muito presente no cotidiano do trabalhador de saúde mental são as agressões físicas, a que estes estão expostos.

Segundo Carvalho (2006) essas cargas constituem-se como mecânicas, uma vez que se materializam em danos corporais, considerados acidentes de trabalho. As cargas biológicas que se destacam na opinião dos trabalhadores são as infestações por parasitas e o contato com secreções corporais humanas. Um exemplo citado por eles é a infestação por pediculose e ou escabiose. O contato com as secreções corporais, o que é uma prática comum a todas as unidades, torna-se um agravante no momento em que acontece de forma diferenciada, pois esta se da em situações inesperadas, deixando o trabalhador despreparado e mais vulnerável a contaminações.

Quanto às cargas químicas foi relatado, pelos trabalhadores de enfermagem, apenas a exposição à fumaça do cigarro, em virtude de a maioria dos pacientes psiquiátricos serem tabagistas. Dessa forma estes se tornam fumantes passivos podendo desenvolver doenças carcinogênicas e respiratórias. A exposição a fatores biológicos e químicos citados também contribuem para presença de agentes estressores. Que ao longo da análise do material percebe que as cargas psíquicas são as únicas que estão presentes em quase todo o processo de trabalho.

As mais citadas entre eles foram à possibilidade de agressão, o assédio sexual, o estado de alerta permanente, o sentimento de desvalorização por algumas categorias de enfermagem pelos demais integrantes da equipe multidisciplinar e o distanciamento da chefia e questões de divisão do trabalho, conforme Costa, Lima e Almeida (2003).

Todas essas situações produzem nos trabalhadores de enfermagem de unidades psiquiátricas um estado de alerta permanente, somando-se também as jornadas de 12 horas de trabalho contínuo e falta de valorização pela chefia da equipe. Outro ponto abordado pelos autores foi o distanciamento dos enfermeiros em relação ao paciente. A maioria dessas cargas está presente em hospitais psiquiátricos como também em unidades gerais, o que as diferencias é que nos hospitais psiquiátricos elas se somatizam gerando um impacto mais significativo na vida do trabalhador.

Este estudo identifica que o trabalhador de enfermagem em unidade psiquiátrica também está exposto a diversos estressores que afetam a sua a saúde e implicam no desenvolvimento deficiente de suas atividades. Estes estão presentes no cotidiano do profissional sendo por esses classificados como sobrecargas, e estas ainda sendo categorizadas como cargas físicas, mecânicas, biológicas, químicas e psíquicas. Constatamos ainda, baseados em Santos e Cardoso (2011) que o processo de trabalho de enfermagem em saúde mental, por si só já é desgastante, pois os indivíduos muitas vezes não são aceitos pela sociedade, que apresentam comportamentos diferenciados, o que acaba transformando o ambiente de trabalho tornando-o tenso.

Agregado a este ambiente, a literatura traz a potencialização das cargas, estas se somam e intensificam as consequências causadas por elas, tornando o trabalhador mais suscetível ao desenvolvimento de doenças laborais e afastamento do trabalho. Devido a isso, acredita que este assunto está longe de se esgotar e requerendo uma maior iniciativa na pesquisa.

2.4.4 CENTRO OBSTÉTRICO

Toda profissão existe um percentual de condições identificadas como estressores, isso é próprio em razão da atuação específica. A enfermagem é conhecida como uma das profissões altamente estressante. Porém, não apresenta estressores idênticos em todas suas áreas de atuação. A área obstétrica, cirúrgica apresenta em seu cotidiano condições, procedimentos e intercorrências, que no conjunto tornam o setor continuamente, altruísta repleto de emoções, exigindo das enfermeiras, certo controle para minimizar as fontes de estresse e adequação das condições de trabalho oferecidas às mesmas com a intenção de não deixar espaço para a proliferação do estresse, segundo Araújo, Santo e Servo (2009).

2.4.5 PEDIATRIA

As particularidades do trabalho da enfermagem o tornam especialmente suscetível ao estresse ocupacional, tendo sido classificado como umas das profissões mais estressantes no setor público. Trabalhar em um serviço pediátrico pode sensibilizar profundamente os profissionais da equipe, especialmente quando se deparam com casos graves e possibilidade de morte iminente. Para Stacciarini, e Tróccoli (2001) está presente em tal especialidade o assunto tratado, o estresse, por ser uma atividade considerada estressante e desgastante.

A equipe de enfermagem da UTI pediátrica aponta como maior fator de estresse a dinâmica do trabalho, envolvendo casos graves, óbitos, envolvimento com pacientes infantis, dificuldade de separar o lado pessoal, lidar com os pais abalados, necessidade de orientar pais, sentimento de impotência. Também foram mencionadas a falta de reconhecimento, pressão e cobranças. Inadequação do ambiente físico e maior estresse no relacionamento interpessoal.

Observa Stacciarini, e Tróccoli (2001) que as equipes encontram-se em semelhante vivência de estresse no contexto de seu trabalho, apontando a profissão de enfermagem como propensa ao fenômeno do estresse ocupacional, independentemente do local em que trabalham. O estresse, originalmente, apontava para um conjunto de alterações ocorridas no organismo em resposta a uma situação de tensão. Reação adaptativa fundamental para a sobrevivência da espécie humana, o estado de estresse preparava o organismo para lidar com situações de perigo, seja para lutar ou para fugir.

Observa-se a dificuldade do profissional em lidar com a morte, pois, uma vez que a busca é sempre pela saúde, quando o objetivo final de cura não é atingido à atuação é vista como fracasso. Essa situação é ainda mais intensificada no ambiente da UTI, onde toda a tecnologia disponibilizada deveria ser suficiente para superar a morte. No ambiente de uma UTI, a ênfase no conhecimento técnico-científico e na tecnologia para o atendimento biológico, com vistas a manter o ser humano vivo, relata Jacques (2002).

Nas UTI, por existirem equipamentos modernos e sofisticados e profissionais, em geral, qualificados para o trabalho, predomina uma cultura em que a equipe tem a obrigação de salvar todos os pacientes ali internados, independente da gravidade e complexidade do quadro clínico. Desse modo, a morte faz emergir no profissional, sentimentos de frustração e impotência, possíveis geradores de estresse para a equipe.

Para Araújo e Servo (2007) as enfermeiras que trabalham em UTI neonatal, destacam-se como fortes candidatas ao estresse, por se isolarem durante sua carga horária, pois o local de labuta tem como características físicas (ambiente fechado, ruído constante) e envolve cuidar de recém-nascidos em estado grave. Trabalhar em um serviço pediátrico pode sensibilizar profundamente os profissionais da equipe, especialmente quando se deparam com casos graves e possibilidade de morte iminente. Além disso, a própria comunicação do óbito para a família também se configura como uma tarefa difícil e geradora de estresse para a equipe.

A presença da família na internação da criança trouxe novas demandas de assistência da equipe de enfermagem, a qual deve, além dos cuidados com o paciente, lidar com as necessidades dos pais, que envolvem a passagem de informação e o manejo de conflitos emocionais, Por fim, o profissional de enfermagem atuante deve lidar com o trabalho em equipe, que demanda cooperação coletiva, comunicação eficiente e boa interação, tanto com familiares dos pacientes e entre os membros da enfermagem.

Obstáculos que impedem o consenso entre os profissionais dificultam o andamento e a eficácia do trabalho, e podem ser fontes estressoras do ambiente laboral, frente a todos esses desafios, a equipe de enfermagem se depara com diversos estressores potenciais em seu trabalho diário, comparando dois locais de atuação da equipe, entende Parfaro e Martino (2004):

– A UTI neo pediátrica e

– A Pediatria.

Favorecem o surgimento de estresse na equipe, tais como a convivência com situações de risco, ansiedade de familiares e dos profissionais, rotinas, urgências. A UTI é completamente diferente das outras unidades de internação, sendo permeada por desconforto, impessoalidade, falta de privacidade, isolamento, dependência de aparelhagem tecnológica.

A partir do consenso das dificuldades enfrentadas pelos profissionais de enfermagem que atuam na UTI neo pediátrica, busca-se realizar uma comparação entre a vivência de estresse pelos técnicos, auxiliares e enfermeiros que trabalham nesse setor e pela equipe que presta assistência em outro local do hospital, a Pediatria. Foi escolhida outra área do hospital em que também são assistidas crianças para que haja maior semelhança entre as características do trabalho de ambas equipes. A partir dessa comparação, segundo Batista e Bianchi (2001) verifica-se a possível diferença nos relatos das equipes de enfermagem em termos da quantidade de estresse experienciado em cada um dos locais de atuação.

Partindo dos pressupostos discutidos acima, entende-se que a UTI Neo pediátrica seja possivelmente um setor com maior propensão ao surgimento do estresse entre os profissionais que ali atuam. Não só nas especialidades citadas que a doença, estresse, desenvolve nos enfermeiros, mas como foi relatado o estresse acompanha os profissionais de saúde em todas as áreas de especialidade, a de lembrar que os fatores estressores a estes profissionais vem cada vez mais tomando espaço devido tais terem como objeto de trabalho o próprio homem e por consequência disso erros mínimo pode não ter volta.

Frente à natureza do trabalho da equipe de enfermagem, considera-se que esta profissão está relacionada a uma grande suscetibilidade ao estresse. A importância da investigação acerca do nível de estresse vivenciado pela equipe deve-se à relação com a qualidade do serviço prestado por estes profissionais, além da própria saúde mental e física.

2.5 DOENÇAS CAUSADAS PELO ESTRESSE

Urofuse, (2004), mostra que a força de trabalho de enfermagem está sendo consumida por danos que afetam o corpo e a mente em decorrência de enfermidades causadas por violência oculta no trabalho, conhecidas também como doenças da modernidade, tais como:

– LER/DORT,

– Depressão,

– Angústia,

– Estresse,

– Alcoolismo,

– Hipertensão arterial e

– Infarto agudo do miocárdio.

Constatou se que a instituição acompanha as mudanças processadas no mundo do trabalho adquirindo novas tecnologias e equipamentos, promovendo mudanças organizacionais com novas modalidades de assistência e modelos gerenciais. Destaca-se que 55,7% dos trabalhadores de enfermagem possuíam vínculo de trabalho temporário, ou seja, relações precárias de trabalho, sem direitos e garantias trabalhistas e assistenciais. Os trabalhadores estão expostos, não apenas ao mal do século, mas a outras doenças da modernidade. A organização do trabalho exerce, sobre o homem, uma ação específica, cujo impacto é o aparelho psíquico. Em certas condições, emerge um sofrimento que pode ser atribuído ao choque entre a uma história individual, portadora de projetos, de esperanças e de desejos, e uma organização do trabalho que os ignora. Esse sofrimento, de natureza mental, começa quando o homem, no trabalho, já não pode fazer nenhuma modificação na sua tarefa no sentido de torná–la mais conforme as suas necessidades fisiológicas e a seus desejos psicológicos – isso é, quando a relação homem – trabalho é bloqueada, Ribeiro e Shimizu (2007).

A forma de que se reveste o sofrimento varia com o tipo de organização do trabalho. O trabalho repetitivo cria a insatisfação, cujas consequências não se limitam a um desgosto particular. Ela é de certa forma uma porta de entrada para a doença, e uma encruzilhada que se abre a descompensações mentais ou doenças somáticas, em virtude de regras que foram em grande parte elucidadas. As tarefas perigosas, executadas na maioria das vezes em grupo, dão origem a um medo específico. A vida psíquica é, também, um patamar de integração do funcionamento de diferentes órgãos. Sua desestruturação repercurte sobre a saúde física e sobre a saúde mental, diz Santos e Cardoso (2010).

Quando as pessoas apresentam sofrimento ou necessidades emocionais não satisfeitas, elas vivenciam um sentimento global de infelicidade. À medida que a tensão aumenta, a segurança e a sobrevida são ameaçadas. As diferentes maneiras pelas quais as pessoas respondem a essas situações problemáticas refletem o nível de adaptação e maturidade de cada uma. As pessoas emocionalmente saudáveis se empenham para satisfazer as demandas das situações angustiantes, enquanto ainda se deparam com os problemas típicos que surgem em suas vidas. As maneiras pelas quais as pessoas respondem aos estímulos desconfortáveis refletem sua exposição a diversas experiências biológicas, emocionais e socioculturais. O comportamento disfuncional em uma pessoa não só afeta gravemente a saúde emocional, mas também pode colocar outros em risco de lesão ou morte. Segundo Brunner et. al (2006), à medida que esses comportamentos destrutivos são repetidos, evidencia-se um padrão cíclico:

– Raciocínio prejudicado,

– Sentimentos negativos e

– Mais ações disfuncionais que impedem que a pessoa satisfaça as demandas de vida diária.

2.5.1 ANSIEDADE

Sintomas de ansiedade são muito frequentes e surge acompanhado de angústia sendo tipicamente mais intensa pela manhã. As alterações da psicomotricidade podem variar da lentificação à agitação. Pode haver lentificação do pensamento. Os episódios depressivos devem ser classificados nas modalidades: leve, moderada, grave sem sintomas psicóticos, grave com sintomas psicóticos.

Oler et. alii (2005), lembra que diante do exposto, e por saber que a dinâmica do trabalho de enfermagem envolve tanto intervenções com o corpo e mente dos pacientes, como também, estão expostos as mais variáveis formas de estímulos físicos e mentais no ambiente de trabalho, estando susceptíveis a desenvolver sentimentos de impotência profissional, ansiedade, depressão e medo, comprometendo a qualidade de assistência prestada e, interferindo diretamente na saúde mental desses profissionais, que por vezes necessitam receber apoio e acompanhamento de uma equipe multiprofissional, que possa auxiliar esse trabalhador na identificação de seu sofrimento e consequentemente desenvolver programas de prevenção e manutenção da saúde mental do profissional de enfermagem.

A ansiedade apresenta-se em maior prevalência com relação à depressão, na enfermagem, vive-se uma realidade de trabalho cansativo e com muito desgaste devido à convivência com a dor e sofrimento dos clientes. A diversidade de atividades executadas, as interrupções frequentes, os imprevistos, o contato direto com o sofrimento e a morte, são fatores agravantes no trabalho de enfermagem, que na maioria das vezes podem produzir um desgaste mental.

2.5.2 SÍNDROME DE BURNOUT EM ENFERMEIROS

No mundo do trabalho têm ocorrido muitas mudanças no que concerne à tecnologia, aos estilos de gestão organizacionais, à transformação do emprego e ao crescimento na importância do setor de serviços no cenário econômico.

Cada vez mais há uma variedade, complexidade e responsabilidades atribuídas ao trabalhador que demandam novas exigências de qualidade na execução das tarefas. Dessa forma, torna-se cada vez mais emergente avaliar o nível de estresse do profissional. É em consequência das enfermidades decorrente desse tão preocupante malefício vem aí a síndrome de burnout, na qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho e faz com que as coisas já não tenham mais importância, qualquer esforço parece ser inútil. O burnout é um conceito desenvolvido na década de 1970.

Segundo Kleinman (1998) o profissional sente-se esgotado, sem energia, pouco tolerante, facilmente irritável e “nervoso” no ambiente de trabalho vindo o profissional a assumir uma atitude desumana. Progressivamente, ocorre um distanciamento emocional que traz frieza e indiferença diante das necessidades dos outros perdendo a capacidade de identificação e empatia com as pessoas que precisam de ajuda e não as trata como seres humanos e, sim, como coisas. E por fim, chega a ter o sentimento de redução da realização pessoal e profissional. (2001).

Para Maslach, Schaufeli e Leiter( 2001) no decorrer do tempo desenvolve-se um sentimento de decepção e frustração por não estar desenvolvendo o que tinha planejado para a sua vida, seus sonhos, suas ambições, podendo haver sentimentos de solidão, alienação, ansiedade e impotência; apatia, agressividade e cinismo; isolamento, distúrbios do humor e irritabilidade frequente; problemas cardiovasculares como: taquicardia, hipertensão e palpitações ou respiratórios como: crise asmática e taquipneia; imunológicos, com probabilidade maior de adquirir infecções, os musculares como: dores lombares, entre outros. Dentre as consequências para a organização situam-se a diminuição na qualidade assistencial, o absenteísmo elevado, a diminuição do interesse e esforço para realizar atividades profissionais, o aumento dos conflitos interpessoais com colegas de trabalho, ou até mesmo uma tendência ao abandono do emprego. A síndrome de burnout tem sido considerada um problema de extrema relevância e vem sendo estudada em vários países.

2.6 A PREVENÇÃO DO ESTRESSE

Os enfermeiros pela característica de seu trabalho estão pré-dispostos a desenvolver perturbações à saúde causada pelo mal do século, a partir, devemos ficar atentos a este pois ocasiona séries de doenças, tudo devido à ativação excessiva prolongada que nos exausta baixando nosso imunológico .

O certo é que, mesmo vivenciando o quão estressante é o nosso dia a dia e a nossa labuta, devemos optar por dias saudáveis, praticando esporte, tendo uma alimentação saudável, sabemos que às vezes pela carga horária e a dupla jornada trabalhista torna-se impossível a pratica esportiva, mas podemos no poucos minutos executar alongamento, fazer do nosso ambiente lugar agradável, tratar bem o próximo mesmo este pertencendo ao público externo da instituição, observa Dumani (2000).

Nossa vida não se resume somente ao ambiente de trabalho, somos seres humanos com altruísmo e sujeito a paixões da mesma forma que o nosso público externo, às vezes somos confundidos como maquinas, como deus, como salvadores, mas nossa obrigação é prestar o socorro e realiza-lo da melhor forma possível. Realizar as nossas tarefas, a tarefa do homem e da mulher de branco da melhor maneira a fim de que o sentimento de culpa não nos acompanhe, viver a nossa família, doar carinho, amizade, respeito, diálogo, aproveitando o pouco tempo que temos para se fazer presente, não guardar rancor, ódio se importar com as pessoas e se possível perdoar, isso nos fará sentirmos melhor. O estresse é o mal da exaustão física e mental, creio que a ocorrência de tal, deve se ao fato do não jogar limpo, do acarretamento de pressões, da falta de respeito com o próximo e do tratar como escravos; cobrança do público externo e da não compreensão de tais e até da falta de informação, como citado por Ferreira e Martino (2006).

O essencial seria uma educação por parte de ambos, público externo e interno é o saber lidar com a vida, saber lidar com pessoas viver cada minuto sem explosão de sentimentos amargos ter satisfação com o que fazemos com o que estamos realizando enfim é o significado da palavra respeito. Esses itens retrodescrito em andamento já seria um enorme passo para dizer não ao estresse que por sua vez é ata de reunião é pauta de matéria em revista é preocupação mundial. De verdade o que fazemos para prevenção de tal?

Quer saber? O ser humano criado pela magnitude de Deus está perdendo a essência a caridade e se este ser tão divino cheio de altruísmo correr atrás da essência perdida tudo se resolverá.

Prevenção para o estresse é o respeito é o amor ao próximo é a caridade… isso resolve.

2.7 ACIDENTES DE TRABALHO COM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

É uma questão de tipo descritivo e exploratório que estão expostos os trabalhadores de enfermagem no desenvolvimento de suas atividades A maioria dos acidentes de trabalho ocasionados aos enfermeiros decorrente do trabalho são causados por materiais perfuro cortantes, por quedas, por exposições a fluidos biológicos e por contusões. O excesso de atividades e carga de trabalho pode obter ocorrências de acidentes. Os acidentes de trabalho aumentaram e se tornaram frequentes com a expansão dos negócios a partir 1870.

O profissional de enfermagem está vulnerável à doença pela força de trabalho excessiva, as tarefas diversificadas, forma e organização e divisão de trabalho inadequado, a formação técnica heterogênea que influencia a característica profissional individual, o que leva consideravelmente em uma equipe.

A problemática do pessoal de enfermagem pré-dispõe pelas falhas do direcionamento administrativo pessoal, recurso, decisão de chefia e formação heterogenia da profissão. Componentes de grande valia para resultado de satisfação ou insatisfação da equipe no ambiente de trabalho. A falta de funcionário, o material a ser utilizado, boa relação com a equipe e as atitudes e decisão tomadas pela direção/ supervisor. O enfermeiro desenvolve atividades heterogêneas, bem como procedimentos complexos, ainda gerenciamento do serviço da unidade. O auxiliar e técnico de enfermagem competem desempenhar as atividades assistenciais.

Segundo Ribeiro e Shimizu (2007) o enfermeiro tem o conhecimento do processo, por isso planeja, executa e avalia a assistência aos pacientes, sendo assim direciona os auxiliares e técnicos de enfermagem nas situações, para evitar desmotivação.

Conforme Parfaro e Martino (2004) o maior quadro de funcionário da enfermagem é do sexo feminino, assume dupla jornada de trabalho, plantões dobrados e atividades do lar. Isto dificulta convívio social, contribui para ocorrência de acidentes, e exposição a fortes pressões físico-emocionais; como:

– Enfrentar dor,

– Sofrimento de familiares e

– Morte de pacientes.

A enfermagem está exposta a riscos ao desenvolver atividades assistenciais prestados diretamente aos pacientes no hospital. Assim diz Ribeiro e Shimizu (2007) que os acidentes mais frequentes ocorridos com os profissionais da enfermagem são ferimentos perfuro corto contusos, lacerações, feridas, contusões, entre outros. Os acidentes de trabalho se dão em decorrência do desgaste do trabalhador e a carga de trabalho em que os trabalhadores estão inseridos.

A seguir estão relacionados alguns fatores responsáveis pelos acidentes:

– A falta de infra-estrutura adequada,

– Escassez de treinamento em serviço,

– Falta de conhecimento de modos de prevenção e

– Entre outros.

A atividade de enfermagem resulta condições insalubres e penosas que traz danos à saúde humana. Isso revela falta de treinamento e de capacitação de profissionais além dos ambientes físicos não serem adequados, existe a falta de material apropriado para realizar os procedimentos à inexistência de manutenção preventiva de equipamentos, excesso de trabalhadores gerando sobrecarga excessiva aos existentes, pois relata também os autores Batista e Bianchi (2006).

O auxiliar de enfermagem é umas das categorias que mais sofre acidentes, porque é responsável pela maior parte dos atendimentos diretos aos pacientes na enfermagem desenvolvendo procedimentos complexos e até cuidados aos pacientes graves.

Com relação aos profissionais que prestam serviços nas UTI Neonatal deparam com baixo nível de acidentes, pois nele é possível planejar as atividades e existe em média dois pacientes para vários profissionais por serem unidades com menos agitação onde é oportuno trabalhar com tranquilidade.

A qualificação do pessoal de enfermagem com relação à prevenção dos acidentes demarca a transferência de informações que deve chegar à conscientização, mas para que aconteça é necessário à formação de espaços para que os profissionais de enfermagem interajam questões relacionadas a condições de trabalho e diminuam efetivamente os riscos.

Para Ribeiro e Shimizu (2007) uma das alternativas para a diminuição ou até a ausência dos acidentes de trabalho com o profissional de enfermagem é a troca de experiências, sobre prevenção de acidentes com apoio e presença de profissionais de educação continuada, ou seja, CIPA, CCIH, SAM.

Para que possam alcançar condições de trabalho segura enfermeiros precisarão estar tecnicamente capacitados de forma a executar suas atividades de maneira segura.

3. METODOLOGIA

Trata-se de levantamento bibliográfico de pesquisa qualitativa dos artigos indexados no período de 2001 a 2011, obtidos pela base de dados online dos sites Scielo e PUC.

A pesquisa foi efetuada com base nas palavras chaves: Enfermagem, Estresse, Trabalho, Dimensão e Acidente. Encontrados dezessete artigos sobre o tema para análise, após leitura, dez foram selecionados.

Por critério de exclusão descartou-se os artigos mais antigos; os que apresentavam o tema com menor clareza e objetividade; e ainda os que tratavam o assunto superficialmente.

Estudo realizado para descrever a dimensão do estresse causado por agentes estressores no processo de trabalho do enfermeiro.

4. RESULTADO E DISCUSSÃO

A partir dos dados obtidos o fator principal deste estudo são os agentes estressores que pré dispondo das atividades exercidas pelo profissional de enfermagem, expõe o professante a situações desgastantes, exaustando o organismo que em prol de sua defesa reage demonstrando a tentativa de adaptação. A dimensão do estresse é determinada por fases, que por vez, demonstra o nível e a intensidade pelos sintomas, e por consequência ocorre à quebra da homeostase, ou seja, do perturbador de equilíbrio interno.

Os autores pesquisados Santos e Cardoso (2010); Batista e Bianchi (2006) concordam ao afirmar que todo ser humano está sujeito a quebra da homeostase, sendo aparentemente para muitos apenas um fantasma, não dando importância ao assunto. Porém somente demonstram preocupação com a prevenção àquele que tem conhecimento científico do quão danoso é este à saúde.

Araújo, Santo e Servo (2009) descreve que na maioria das vezes implica negativamente ao profissional de enfermagem que fica exposto aos agentes estressores, contribuindo assim para enfermidades; já Parfaro e Martino (2004) o estresse produz adrenalina, e consequentemente o indivíduo tem mais agilidade e produtividade em seu trabalho. No qual ambos concordam que quando extrapolam todas as fases do estresse, a produtividade declina e desencadeia várias doenças que pode levar à morte.

Alguns sinais e sintomas evidencia o estresse, tais como: a sudorese, tensão muscular, taquicardia, hipertensão arterial, aperto da mandíbula, ranger de dentes, hiperatividade, náuseas, mãos e pés frios. Sintomas psicológicos como: a ansiedade, tensão, angústia, insônia, alienação, dificuldades interpessoais, preocupação excessiva, dificuldade de concentração, dificuldade de relaxar, irritabilidade e hipersensibilidade emotiva, em acordo com a pesquisa de Ferreira e Martino (2006) com concordâncias dos demais autores bibliográficos desde trabalho.

Como foi verificado na pesquisa supradescrita, o tema é uma das principais fontes de enfermidades mundialmente, portanto em todas as áreas de atuação do enfermeiro, os fatores estressantes estão presentes. Atuação do enfermeiro docente e administrativo há os principais enfoques que determinam o estresse, sendo as cobranças solicitadas induzindo às pressões e dentre as tarefas algumas impossíveis de serem cumpridas, também tem que manifestar exigências a outros subordinados cumprirem, o segundo enfoque e o poder de decisão em que limita sua autoridade para resolução de problema, dependentemente de outras instâncias superiores, conclui Stacciarini e Tróccoli (2001) a qual a atuação administrativa é considerada a mais estressante. Controversa por Costa, Lima e Almeida (2003) pontuando o estresse na área de psiquiatria, já que estes serviços lidam com pacientes de transtornos mentais, pois o profissional de enfermagem é vulnerável as situações estressantes do ambiente até mesmo em agressão física provenientes das patologias destes pacientes. Para Paschoal e Tamayo (2004) em relação aos estressores organizacionais, estes podem ser de natureza física; através de barulho, ventilação e iluminação do local de trabalho ou psicossocial; psicossociais que se destacam nas tarefas exercidas, os fatores intrínsecos do trabalho, do relacionamento interpessoal no trabalho, a autonomia/controle no trabalho e os fatores relacionados ao desenvolvimento da carreira. Grande parte dos estudos que enfoca estressores organizacionais tem se apoiado nas teorias de papéis do enfermeiro que refere a conflito no qual há embasamento parecida com a teoria do autor abaixo.

Griep et al (2011) mostra estudo com dois tipos de estresse psicossocial referido pelos profissionais de enfermagem; o estresse desequilíbrio esforço/ recompensa que avalia o excesso de esforço com baixo reconhecimento, as demandas de trabalho e a recompensa com salário adequado, apoio da equipe e respeito; segundo tipo de estresse; e a demanda/ controle que verifica relacionamento entre os estressores de demanda psicológica em seu ritmo, intensidade e controle de autonomia, habilidade com condições de trabalho. Sendo observado o melhor resultado do tipo desequilíbrio esforço/ recompensa.

Os estressores organizacionais citados por Paschoal e Tamayo (2004) podem contribuir para ocorrência de acidentes de trabalho, conforme observa o autor Ribeiro e Shimizu (2007). Contudo os autores escolhidos para este estudo visam em organizar estratégias de enfrentamento ao estresse, para qualidade de vida no trabalho, tais como: estreitar relacionamento no trabalho para boa comunicação, promoção do relaxamento, exercícios físicos regulares, alimentação adequada, reavaliação de objetivos, lazer, dietas equilibradas e participação de atividades de grupos.

CONCLUSÃO

Com relação aos artigos pesquisados, a dimensão do estresse é causada por vários agentes estressores encontrados em diversas áreas de trabalho do enfermeiro, sendo diversificadas suas atividades e especialidades. Mas a especialidade no qual mais desgasta o profissional é a administração de pessoal |que predispõe por razão de fatores intrínsecos e organizacionais tais como:

– A falta de recurso humano,

– Sobre carga de trabalho,

– A relação interpessoal,

– Cobranças e

– Poder de decisão.

As atividades do enfermeiro são mais complexas e de risco, como também liderar a equipe de enfermagem, exigido assim, desgaste físico e mental. Os agentes estressores estão presentes em todas as especialidades da enfermagem, em razão desses, é primordial boa relação pessoal, comunicação, assim as problemáticas são reveladas, planejadas e executadas ações de enfrentamento aos agentes estressores. Contudo, o apoio da equipe é essencial para ações funcionarem.

A maioria dos atuantes na área da enfermagem pertence ao sexo feminino, que além de ter duplo vínculo empregatício e por decorrência da desvalorização salarial, ainda labuta de maneira responsável assistindo também sua família, desta forma tem aí o terceiro vínculo, pelo qual necessita doar-se por completo.

Nota – se a alta dimensão do estresse no processo do trabalho do enfermeiro, que por resposta, o organismo pede ajuda não atendido; adoece.

Além do estresse poderão aparecer outras patologias. O estresse tem quatro fases, nos artigos demonstram que as maiorias dos enfermeiros estavam na fase de resistência. Contudo o estresse não é somente um fator situacional da profissão, mais é também a maneira que o indivíduo visualiza o mundo e as características do ambiente de trabalho para manter a sua homeostase.

REFERÊNCIAS

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COSTA, J.R.A; LIMA, J.V ; ALMEIDA, P.C. Aurélio (2006). Stress no trabalho do enfermeiro. Rev Esc Enferm USP 2003; 37(3):63-71. Disponível em: WWW.scielo.br Acesso em: 12/04/2011.

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[1] Especialista em Enfermagem do Trabalho, Gestora serviços de saúde em Santana de Parnaíba.

Enviado: Agosto, 2018.

Aprovado: Março, 2019.

 

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Valquiria Castro de Morais Origa

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