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Impacto socioeconômico do Acidente Vascular Cerebral (AVC) em doentes e familiares

RC: 61516
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL 

CAPIÑALA, Henriques Tchinjengue [1], BETTENCOURT, Miguel Santana [2]

CAPIÑALA, Henriques Tchinjengue. BETTENCOURT, Miguel Santana. Impacto socioeconômico do Acidente Vascular Cerebral (AVC) em doentes e familiares. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 10, Vol. 13, pp. 05-40. Outubro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/acidente-vascular-cerebral

RESUMO

Introdução: Acidente vascular cerebral (AVC) é um problema de saúde pública mundial e uma das maiores causas de incapacidade adquirida em todo o mundo. Objetivo:  Estudar o Peso socioeconômico do AVC em doentes e familiares, seguidos em consulta externa de Neurologia do Hospital Américo Boavida (HAB) e no Centro de Medicina Física e Reabilitação de Luanda (CMFRL) de junho a agosto de 2013. Métodos: Realizou-se um estudo observacional descritivo transversal, de 56 doentes após AVC, assistidos no HAB e no CMFR/2013. A amostra foi não probabilística, do tipo conveniência. Os dados foram recolhidos mediante um formulário bem como o Índice de Barthel (IB) para aferir o grau de dependência funcional. Resultados: A média das idades foi de 53 anos, sendo que a faixa etária modal foi de 50-59 anos, o género masculino foi o mais frequente (53,6%), a maioria dos doentes eram casados (69,6%), desempregados (25%), com o ensino primário feito (37,5%); 80,4% vai a consulta de transporte público, a maioria referiu ser cuidado pelo cônjuge (67,9%), pelo que 100% dos desempregados foi devido a sua doença; 50% referiu ter agregados constituídos por 6-8 pessoas; a renda mensal mais frequente foi de 2-5 salários mínimos (47%), sendo que gastou-se mais pelos exames complementares de diagnóstico com uma média de 9 844,64 Kz/mês e um total de gastos em média de 28510,71 Kz/mês e que 25% da amostra gastou mais de 50% da renda mensal pela doença; 44,6% era dependente moderado. Por último, constatou-se que a maior parte dos que tinham algum grau de dependência ficou desempregada e gastava mais de 50% da renda mensal do agregado familiar pela doença. Conclusão: O AVC acomete, frequentemente as pessoas mais carenciadas e, ao mesmo tempo, contribui ainda mais para a carência socioeconômica.

Palavras Chaves: AVC, Impacto, socioeconômico.

INTRODUÇÃO

CONCEITO DE AVC

Define-se acidente vascular cerebral (AVC) como um conjunto de sinais e sintomas que duram pelo menos 24h e resultam de lesões cerebrais provocadas por alterações da irrigação sanguínea. (HARRISON et. al., 2008; GOMES, 2003; ANTÓNIO, 2011; PIRES, 2004; RODGERS, 2004; PEREIRA, 2001; NICOLETTI et. al., 2000)

EPIDEMIOLOGIA

O AVC é um problema de saúde pública mundial, uma das maiores causas de incapacidade adquirida em todo o mundo (CORREIA, 2006; CABRAL et. al., 2013) . A prevalência mundial na população geral é estimada em 0,5% a 0,7% e considera-se a terceira maior causa de morte, após as doenças cardíacas e cancerígenas (CABRAL et. al., 2013; CHAGAS e MONTEIRO, 2013). Em cada ano, 15 milhões de pessoas sofrem de AVC. Delas 5 milhões morrem e 5 milhões ficam com incapacidade permanente, impondo-se um pesado fardo a indivíduos, famílias e comunidade (LOGEN, 2003; ANTÓNIO, 2011). A mortalidade varia consideravelmente em relação ao grau de desenvolvimento socioeconômico, sendo que cerca de 85% ocorre em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento e um terço dos casos atinge a parcela economicamente ativa da população. (CORREIA, 2006) No continente americano a taxa de mortalidade foi estimada em 59 mortes por 100.000 habitantes. Aproximadamente 730 mil americanos apresentam um novo AVC ou recorrência a cada ano. Dados recentes sugerem um aumento na incidência. Este impacto deverá ampliar-se nas próximas décadas, pois espera-se um aumento de 300‰ na população idosa em países em desenvolvimento nos próximos 30 anos, especialmente na América Latina e na Ásia (SILVA e COSTA, 2012). O Brasil é o 6º país em número de acidente vascular cerebral, após China, Índia, Rússia, Estados Unidos e Japão. Entre os países da América Latina, é o país com maior mortalidade por acidente vascular cerebral tanto em homens como em mulheres. (SÁ, 2013) E de acordo com Ministério da Saúde brasileiro o AVC é a primeira causa de morte no Brasil (PADILHA, 2011) Ocorrem grandes diferenças geográficas, étnicas, culturais e socioeconômicas, relativamente a incidência do AVC, nos bairros da cidade de São Paulo e do Salvador (LOGEN, 2003; GOMES, 2003). Na Europa estima-se que a taxa de mortalidade por AVC é de 115 mortes por 100.000 habitantes (SILVA e COSTA, 2012). As estatísticas oficiais mostram que Portugal tem a mais elevada taxa de mortalidade por AVC de entre os países da Europa Ocidental, onde constitui a primeira causa de morte. É o segundo país com maior prevalência de entre todos os países da Europa, variando de 1 a 2 casos por 1000 habitantes (ABE, 2010; PADILHA, 2011) . No qual pode-se dizer que, está calculado que, seis pessoas, em cada hora, sofrem um AVC, e que duas a três morrem em consequência desta doença, segundo a SPAVC (Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral) (ABE, 2010; SILVA e COSTA, 2012) .

A O.M.S. no seu programa global sobre doença (Global Burden of Disease), divulgado em 2008, apresenta resultados baseados em estimativas, sendo que dois dos quais, afirmam que mais de 85% do AVC ocorrem nos países com menores recursos, relativamente aos países ricos onde fazem intervenções preventivas consideráveis para a redução da ocorrência do AVC correspondendo, a nível global, por 10% de todas as mortes (PADILHA, 2011). Estudos mais recentes revelam que os casos mais fatais de AVC são mais frequentes na África subsaariana (ANTÓNIO, 2011). Um estudo feito na África do Sul no Hospital Baragwanth revelou que o AVC constitui cerca de 60% dos casos neurológicos observados naquele hospital  (ANTÓNIO, 2011). Estudos realizados no Zimbabwe e Nigéria mostraram ser elevada a frequência de AVC hemorrágico, em relação aos países desenvolvidos, facto justificado pela alta prevalência de HTA nestes países (ANTÓNIO, 2011).

Em Angola ainda não se conhece a real magnitude do impacto socioeconômico das doenças cerebrovasculares por carência de dados exatos sobre estudos epidemiológicos, mas estudos feitos por estudantes para trabalhos de fim de curso revelaram uma frequência elevada de AVC (mais o hemorrágico do que o isquêmico) nos nossos Hospitais. É o caso do estudo feito por Kussola sobre Morbimortalidade por AVC em 62 doentes admitidos na UCD da CSE( Clínica Sagrada Esperança)  em 2008 em que a taxa de  letalidade era muito elevada atingindo os 50%, por António no HAB( Hospital Américo Boavida) em 2011 que revelou uma taxa de letalidade de 24% e por muitos outros realizados em 1999, 2001, 2003 e 2004 que revelaram ser elevada a frequência de AVC nos nossos Hospitais da Província de Luanda (ANTÓNIO, 2011).

TIPOS DE AVC

AVC Isquêmico (oclusão de vaso) e hemorrágico (ruptura de vaso).

FATORES DE RISCO

Os fatores de risco podem ser modificáveis e não modificáveis. Encontramos entre os modificáveis, Hipertensão arterial (HTA), diabetes, tabagismo, cardiopatias, dislipidemia, obesidade, sedentarismo, alcoolismo, e os fatores socioeconômicos. De entre os não modificáveis encontramos a idade, o género, a raça, história familiar (ANTÓNIO, 2011; FERREIRA et. al., 2013; CHAVES, 2013)

Quadro nº 3- Grau de dependência pelo índice de Barthel

Autónomo 100 pontos
Dependente leve > 60 pontos
Dependente Moderado > 40 e ≤ 60 pontos
Dependente grave ≥ 20 e ≤40 pontos
Dependente Total < 20 pontos

Fonte: Adaptado de (RICARDO, 2012)

(score: 0-100 pontos)

OBJETIVOS

Geral:

  • Avaliar o Peso social e económico do AVC em doentes e familiares, seguidos na consulta externa de Neurologia do Hospital Américo Boavida e no Centro de Medicina Física e Reabilitação de Junho a Agosto de 2013

Específicos:

  • Descrever o perfil sócio demográfico da população de estudo.
  • Caracterizar a amostra de acordo com a renda mensal do agregado familiar.
  • Avaliar o impacto económico da doença, na família em função da renda mensal do agregado familiar.
  • Descrever as implicações sociais da doença na família.
  • Relacionar o grau de dependência funcional aferido pelo Índice de Barthel e o impacto socioeconômico.

METODOLOGIA

LOCAL DO ESTUDO

O estudo foi realizado nas consultas externas do Hospital Américo Boavida (H.A.B.)  e no ginásio do Centro de Medicina Física e de Reabilitação (C.M.F.R.).

TIPO DE ESTUDO

Realizou-se um estudo observacional, descritivo transversal de todos os doentes pós AVC assistidos, na consulta externa de Neurologia do Hospital Américo Boavida (H.A.B.) e no Centro Medicina Física e Reabilitação (CMFR), de Junho a Agosto de 2013.

UNIVERSO

A população de estudo foi constituída por todos os doentes após AVC Seguidos em consulta externa HAB e CMFR de Junho a Agosto de 2013.

AMOSTRA

A amostra foi não probabilística, do tipo conveniência constituída por 56 doentes após AVC seguidos em consulta externa do H.A.B. e C.M.F.R., de Junho a Agosto de 2013.

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Foram incluídos no estudo todos os doentes, seguidos em consultas externas do HAB e no CMFR que foram vítimas de AVC confirmado no processo com um período de até 2 meses no mínimo, sem deficiência verbal e dispostos a participar do estudo, cujos familiares também concordaram.

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Foram excluídos, todos os doentes com patologia associada confirmada e aqueles sem acompanhantes (prestadores informais de cuidados de saúde).

VARIÁVEIS

Identificação sócio demográfica (Idade, Género, estado civil, Ocupação, nível de escolaridade e agregado familiar), formas de ir às consultas, grau de parentesco com o prestador informal, ficar desempregado devido a doença, renda mensal do agregado familiar, impacto económico do AVC (formas de gasto e gastos totais) grau de dependência funcional.

RECOLHA E PROCESSAMENTO DE DADOS

A recolha de dados foi feita mediante a aplicação de um formulário que visou determinar a caracterização socioeconômica e demográfica da amostra, bem como ao registo da avaliação do índice de Barthel que visou determinar o grau de dependência funcional após a doença.  Os dados foram introduzidos numa base de dados do Excel, tratados e analisados através da estatística descritiva no software SPSS versão 19.0 (Statistical Package for the Social Sciences) – Pacote Estatístico para Ciências Sociais.

Os resultados foram redigidos em forma de texto, apresentados em tabelas e gráficos através do Programa Microsoft Word 2010®, posteriormente projetados por meio de um projetor no Programa Microsoft PowerPoint 2010® em ambiente Windows 8®,  no dia da comunicação pública.

ASPECTOS ÉTICOS

O estudo contou com a autorização da Direção da FMUAN bem como das Direções Clínicas do HAB e do CMFR, mediante uma carta que foi enviada previamente, bem o consentimento informado feito de forma tácita, havendo o compromisso de manter o anonimato e confidência em relação aos dados dos doentes.

DIFICULDADES

Tendo em linha as características sociodemográficas dos indivíduos que compunham a amostra (incluindo o baixo grau de educação-instrução), a maioria dos doentes não tinha uma renda fixa, não sabia precisar a renda mensal do agregado familiar nem tinham a noção clara do total de gastos o que exigiu tempo, cálculos e muita paciência para estimar a partir de dados provenientes de perguntas básicas.

DEFINIÇÕES OPERACIONAIS

Renda mensal do agregado familiar: O somatório de todo o rendimento dos indivíduos produtivos que compõe a família.

Salário mínimo: O mínimo que se pode pagar a um funcionário que no nosso país, de acordo com a publicação mais recente (ano de 2012) no diário da república de Angola são 15 mil Kwanzas.

Prestador informal de cuidado: Todo indivíduo que estabelece alguma relação sócio-afetiva-emocional com a pessoa doente e com responsabilidade de cuida-la, auxiliando em todas as atividades diárias, que o mesmo não pode realizar sozinho tendo em conta as deficiências, incapacidades e desvantagens causadas pela doença.

RESULTADOS

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Dos 56 doentes incluídos no estudo, constatamos que a média das idades foi de 53,04 anos (±10,44), variando entre 32 a 77 anos, sendo que a faixa etária modal foi dos 50-59 anos representando 39,3% dos doentes que compõem a amostra. (gráfico nº 1).

Gráfico nº1: Distribuição da amostra, segundo a idade, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Do total de doentes observados em ambas instituições de saúde, constatamos que 26 (46,4%) foram do género feminino, enquanto 30 (53,6%) foram do género masculino. (gráfico nº 2).

Gráfico nº 2: Distribuição da amostra, segundo o género, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Em relação ao estado civil, vimos que 39 (69,6%) doentes eram casados e/ou viviam em união de factos, seguindo os solteiros e viúvos com 7 (12,5%) doentes. A minoria, 3 (5,4%) era divorciado(a). (gráfico 3).

Gráfico nº 3: Distribuição da amostra, segundo o estado civil, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Sobre a ocupação profissional observou-se que, 14 (25%) dos 56 doentes estudados eram desempregados, seguido dos que eram motoristas com 8 (14,3%) doentes e dos empregados domésticos que foram 6 (10,7%) doentes. Houveram 4 (7,1%) doentes aposentados e outras ocupações menos frequentes, com um caso apenas para cada, que no total foram 5 (8,9%). (gráfico nº4).

Gráfico nº4: Distribuição da amostra, segundo a ocupação, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Em relação ao nível de escolaridade, 21 (37,5%) eram do ensino primário enquanto 17 (30,4%) eram do primeiro ciclo. Apenas 1 doente tinha o ensino superior feito, o que corresponde 1,8% de todos estudados. (gráfico nº5).

Gráfico nº 5: Distribuição da amostra, segundo o nível de escolaridade, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Ao avaliarmos as principais formas de ir a consulta dos doentes inseridos no estudo, constatamos que 45 doentes que equivale a 80,4% da amostra, vão de táxi às consultas. Sete doentes (12,5%) vão de transporte público e 3 doentes (5,4%) vão de transporte alugado. Houve apenas 1 doente (1,8%) que referiu ir à consulta a pé. (gráfico nº6)

Gráfico nº6: Distribuição da amostra, segundo as formas de ir a consultas, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Em relação ao grau de parentesco dos prestadores informais de cuidados de saúde, constatamos que 38 (67,9%) eram cuidados pelo conjunge, sendo que 10 (17,9%) doentes eram cuidados pelos filhos (as). Apenas 1 (1,8%) doente referiu ser cuidado pela tia. (gráficos 7).

Gráfico nº 7: Distribuição da amostra, segundo o grau de parentesco com o prestador informal cuidados de saúde, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Dos 14 doentes que eram desempregados, 100% referiu ter ficado desempregado devido a sua doença. (gráfico nº 8).

Gráfico nº 8: Distribuição da amostra, segundo o desemprego motivado pela doença, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

A média dos agregados familiares dos 56 doentes estudados foi de 6,71 (±2,78) pessoas, onde o agregado mínimo era constituído por 1 pessoa e o máximo por 15 pessoas. O agregado familiar modal foi o intervalo de 6-8 pessoas (28 agregados), correspondendo 50% de todos agregados dos doentes estudados. (gráfico nº 9). 

Gráfico nº 9: Distribuição da amostra, segundo o nº do agregado familiar, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Analisando a renda mensal por número de salários mínimos dos agregados familiares de todos doentes incluídos no estudo constatou-se que a média da renda mensal foi 52139 kwanzas (±51 712 40) (4 Salários mínimo) que encontra-se contido, ao mesmo tempo, na renda mensal modal de 2-5 salários mínimo correspondendo 41,1% da população de estudo. A renda mínima estudada foi de 7000 kwanzas equivalente, aproximadamente, a metade de um salário mínimo, incluídos nos 14 doentes (25%) de agregados classificados com renda de até 1 salário mínimo sendo que a renda máxima foi de 260000 Kwanzas (17 salários mínimo) que foi incluído, também, nos 3 doentes (5,4%) de agregados com mais de 10 salários mínimos. ( tabela nº 1 e gráfico nº10 ).

Gráfico nº 10: Distribuição da amostra, segundo a renda mensal do agregado familiar em nº de salários mínimos, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Analisando as principais formas de gasto pela doença, verificamos que gasta-se mais pelos exames complementares de diagnósticos com uma média de 9 844,64±15 840,798 variando de 0 a 75 000,00. As consultas são as que tem menos custo monetário que acarreta com uma média de 633,93±1373,420 sendo que o valor mínimo foi de 0 e o valor máximo foi de 7 500,00. (tabela nº1).

Tabela nº 1: Distribuição dos valores médios da renda mensal, principais formas de gasto e gastos totais pela doença dos 56 doentes seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Variáveis Média Mediana Mínimo Máximo Desvio padrão
Renda 52139,00 39500,00 7000,00 260000,00 51712.449
Consultas 625,00 500,00 0,00 7500,00 1375.929
Exames 9845,00 5900,00 0,00 75000,00 15840.798
Medicação 6921,00 5250,00 0,00 35000,00 6451.264
Nº S. Reabilitação 5073,00 7200,00 0,00 45000,00 6349.617
Transporte 6146,00 3500,00 0,00 48000,00 7797.155
Gastos totais 28611,00 21100,00 6000,00 134700,00 25936.816

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Quanto ao gasto mensal pela doença em função da renda mensal, verificou-se que os doentes gastaram na totalidade em média 28510,71±28510,71, variando de 6 000 Kwanzas (mais de 80% do valor mínimo da renda mensal) a 134 500 Kwanzas (mais de 50% do extremo máximo da renda mensal). 25% (14 doentes) da amostra, gastava mais de 50% da renda mensal do agregado familiar enquanto 10 (17,9%) dos doentes gastavam mais de 100% da renda mensal e somente 2 (3,6%) doentes gastavam até 10% da renda, mensal pela sua doença. Conforme podemos observar na tabela nº 1 e gráfico nº 11.

Gráfico nº 11: Distribuição da amostra, segundo o gasto mensal pela doença, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Aferindo o grau de dependência funcional pelo índice de Barthel, vimos que dos 56 doentes, mais de 70% tinham um certo grau de dependência, sendo que, o grau de dependência mais frequente foi a moderada com 25 (44,6%) doentes. Apenas 9 doentes eram autônomos correspondendo 16,1% da amostra. (Ver gráfico 12).

Gráfico nº 12: Distribuição da amostra, segundo o grau de dependência pelo índice de Barthel, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Relacionando a dependência funcional aferido pelo IB e o total de gastos, vimos que entre os doentes que eram autónomos (44,4%) e dependentes leves (41,4%) gastavam menos que 50% da renda mensal pela doença enquanto os doentes com dependência moderada (48%), dependência grave (50%) e dependência total (100%) gastavam mais de 50% da renda mensal pela doença. (ver gráfico nº16).

Gráfico nº13: Distribuição da amostra, segundo  o grau de dependência pelo índice de Barthel e o total de gastos, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

Analisando relativamente a questão de ficar ou não desempregado e o grau de dependência pelo Índice de barthel, constatamos que dos doentes que eram autônomos 5 (55,6%) doentes responderam negativamente enquanto a minoria (44,4%) respondeu afirmativamente. O inverso aconteceu entre os doentes com algum grau de dependência em que a maioria, com pouquíssimas exceções, respondeu afirmativamente e a minoria negativamente. Nesta senda, é de salientar que dos 12 doentes com dependência leve 70,6% responderam sim à questão e 29,4% responderam não; Entre os doentes com dependência moderada 14% responderam sim contra 11% que responderam não. (gráfico nº16).

Gráfico nº14: Distribuição da amostra, segundo a questão de ficar ou não desempregado devido a doença e o grau de dependência pelo índice de Barthel, seguidos em consulta externa do HAB e CMFR de Maio a Agosto de 2013.

Fonte: Base de coleta de dados do autor

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A média das idades foi de 53,04 anos (±10,44), variando entre 32 a 77 anos, com predomínio da faixa dos 50-59. Esses resultados assemelham-se aos encontrados por Falcão et. al. (2004) num estudo sobre Implicações do AVC precoce para adultos em idade produtiva atendidos pelo sistema único de saúde, em que houve maior concentração dos doentes nas faixas etárias de maior idade com uma moda igual a do presente estudo de 50-59 que representou 56,5% da sua amostra, sendo que a média das idades foi de 52 anos (FALCÃO et. al., 2004). Kussola (2008) num estudo sobre Morbimortalidade por AVC na Unidade de cuidados diferenciados da CSE, observou maior prevalência entre a quarta e quinta década de vida. António (2011) no seu estudo sobre Morbimortalidade por AVC em doentes admitidos no Serviço de Neurologia do Hospital Américo Boavida, verificou predomínio da faixa dos 60-69 anos (ANTÓNIO, 2011). Estes resultados abarcam sustentáculo bibliográfico segundo o qual, a frequência com que ocorre um AVC aumenta exponencialmente com a idade, acima dos 50 – 60 anos ou a partir dos mesmos  e o “ risco de AVC é diretamente proporcional à idade” (RICARDO, 2012). Diferentes dos resultados do presente estudo, são os encontrados por Ricardo (2012) num estudo sobre Avaliação dos ganhos em saúde utilizando o Índice de Barthel, nos doentes com AVC em fase aguda e após a alta, com intervenção de Enfermagem de Reabilitação, em que a média das idades foi de 75 (±10,1) anos, com predomínio das faixas dos 70-79 anos (RICARDO, 2012).. Esta diferença é compreensível pela esperança de vida que é relativamente baixa no nosso país.

O predomínio do género masculino com 30 (53,6%) em relação ao feminino com 26 (46.4%) coincide com o estudo feito por Ricardo (2012) sobre Avaliação dos ganhos em saúde utilizando o Índice de Barthel, nos doentes com AVC em fase aguda e após a alta, com intervenção de Enfermagem de Reabilitação (54,8% masculinos e 43,2% feminino) (RICARDO, 2012)., por Silva e Costa (2012) num estudo sobre o perfil do doente com AVC e eventuais diferenças e semelhanças entre os sexos (51,6% masculinos e 48,4% feminino), por Valverde (2007) no seu estudo sobre perfil dos pacientes vítimas de acidente vasculares cerebrais atendidos no hospital de urgência de Goiânia (58,6% masculinos e 41,4% feminino) e por muitos outros estudos que envolvem doentes com AVC como por exemplo o de Kussola (2008), de Massango (2009), de Falcão et. al. (2004), de Duncan et. al. (2003), de Saposnik; Del Brutto (2003), de Medina; Shirassu; de Goldefer (1998); de Rodrigues; Sá; Alouche (2004); de Nunes; Pereira; Silva (2005); de Radanovic (2000); de Pires; Gagliardi; Gorzoni (2004); de Melcon (2006); de Anesi; Okubadejo e Ojini (2007); (RIBEIRO et. al., 2012). Estes resultados confirmam o consenso existente na literatura em que “no homem a incidência de AVC é ligeiramente superior” (RICARDO, 2012). Regra geral a mulher, em idade fértil, está menos predisposta ao AVC devido a proteção hormonal. Depois dos 50 anos de idade a incidência desta patologia é igual em ambos os sexos, ocorrendo mais no sexo masculino (RICARDO, 2012). Os estudos feitos por Ribeiro et. al. (2010) sobre caracterização dos utentes com AVC e respostas sociais após alta e Por António (HAB/2011) sobre Determinantes de Morbimortalidade por AVC em doentes admitidos no Serviço de Neurologia do HAB, contrastam com o presente estudo um a vez que verificou-se um predomínio do gênero feminino sobre o masculino, o que pode ser compreensível, uma vez que, apesar da morbidade ser mais frequente no gênero masculino, a mortalidade por AVC é maior no sexo feminino, devido, provavelmente, ao facto do AVC na mulher ocorrer em idades mais avançadas (RICARDO, 2012).

Quanto ao estado civil (69,6% casados e ou viviam em união de factos, 5,4% divorciado/a 12,5% solteiros e viúvos), coincide com os resultados encontrados por Falcão et. al. (2004) num estudo sobre Implicações do AVC precoce para adultos em idade produtiva atendidos pelo sistema único de saúde, em que o estado civil casado ou união de fatos prevaleceu antes e após o AVC, por Alves et. al. (2010) num estudo sobre depressão após AVC: Intervenção de enfermagem (62,5% casados), por da Costa (2010) no seu estudo sobre Evolução Cognitiva e funcional de pacientes pós-Acidente Vascular Cerebral (mais de 50% eram casados) e por Pereira et. al. (2009) no seu estudo sobre Prevalência de acidente vascular cerebral em idosos no Município de Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil, através do rastreamento de dados do Programa Saúde da Família (SILVA e COSTA, 2012; COSTA, 2003). A convergência ampla dos dados acima descritos tem suporte bibliográfico, porque o AVC ocorre em idades avançadas altura em que maior parte das pessoas já contraiu o seu matrimónio e/ou coabita em união de fatos sendo que o grau de parceria é tão intenso nesta fase, que não permite divórcios fáceis nem mesmo diante de uma doença fortemente incapacitante como o AVC, motivo pelo qual o estado civil casado/ou união de fatos ser predominante em todos os trabalhos de pesquisa (em que inclui doentes com o AVC) consultados, descritos e não descritos no presente trabalho.

Observou-se que, 14 (25%) dos 56 doentes estudados eram desempregados, seguido dos que eram motorista com 8 (14,3%) doentes e dos empregados domésticos que foram 6 (10,7%) doentes. Houveram 4 (7,1%) doentes aposentados e outras ocupações menos frequentes, com um caso apenas para cada, que no total foram 5 (8,9%). De referir que ainda neste estudo 80,4% dos doentes referiram ir às consultas de transporte público (ver gráfico nº5 e tabela em anexo). Estes resultados assemelham-se aos encontrados por Falcão et. al. (2004) num estudo sobre Implicações do AVC precoce para adultos em idade produtiva atendidos pelo sistema único de saúde, em que foi observado que o AVC trouxe modificações, com redução da condição de trabalhadores. Antes do AVC, 83% dos homens e 54% das mulheres encontravam-se trabalhando; após o AVC, apenas 25% dos homens e 4,5% das mulheres mantiveram essa condição” (RICARDO, 2012). O predomínio de desempregados após a doença pode justificar-se pelas deficiências e incapacidade que o AVC causa, a percentagem relativamente alta de aposentados pode ser reflexo da idade avançada dos doentes enquanto a maior referência de atividades de pouca qualificação profissional (de menor envolvimento intelectual) e o predomínio de doentes que acorre as consultas de transporte público (por falta de transporte próprio), pode refletir um baixo nível socioeconômico dos indivíduos uma vez que historicamente, a ocupação profissional tem sido considerada como o indicador mais fiável da posição relativa de qualquer indivíduo na hierarquia social (RICARDO, 2012). Ela fornece informação socioeconômica pois serve como base para uma escala salarial; de diferentes níveis de segurança e de estabilidade financeira em profissões distintas; de autoridade e controle diferente a cada ocupação profissional (oferecendo níveis diferentes de satisfação pessoal e de tensão física e psicológica); e de diferentes graus de prestígio serem atribuídos a ocupações distinta (RICARDO, 2012). O estatuto ocupacional é ainda indicativo dos fatores de risco para a saúde concomitantes em determinadas profissões, como por exemplo a exposição a agentes tóxicos ou a riscos para a integridade física (RICARDO, 2012). Juntamente com dois indicadores que mais abaixo vamos nos debruçar (nível de escolaridade e renda mensal) permitem a estratificação social em classe. E tendo em linha de conta que o tipo de patologia varia com a classe social, afirma-se que o AVC acomete maioritariamente as classes mais desfavorecidas como o presente trabalho apresenta. E do ponto de vista de impacto socioeconômico, aumenta grandemente as despesas da família e diminui consideravelmente a qualidade de vida tanto do indivíduo como da sua família instalando-se assim um ciclo vicioso de feedback positivo.

Dos 56 doentes que compunham a amostra, 21 (37,5%) eram do ensino primário enquanto 17 (30,4%) eram do primeiro ciclo. Apenas 1 doente tinha o ensino superior feito, o que corresponde 1,8% de todos estudados. Estes resultados devem-se ao fato já esclarecido na discussão anterior em que o nível de escolaridade constitui o pré-requisito para a ocupação profissional e consequentemente a renda, sendo que os três indicadores juntos informam o nível socioeconômico do indivíduo. Sabe-se que o nível de educação de uma população se relaciona com o estado de saúde. Mais especificamente, existe uma correlação significativa entre a educação dos pais e a saúde dos seus filhos. Este indicador pode dar mais informações no caso de se efetuar uma discriminação segundo níveis de escolaridade. Indivíduos com melhor nível educacional têm uma situação ocupacional mais elevada, melhores condições habitacionais e estilos de vida mais saudáveis (RICARDO, 2012). Pelo que, ser de um nível socioeconômico baixo constitui um grande fator de risco para doenças cerebrovasculares como o AVC. Por este motivo, existe uma grande concordância do presente estudo com os realizados por de Santana (1996) sobre características socioeconômicas de pacientes com acidente vascular cerebral em que 82% eram analfabetos e ou semianalfabetos, por Fernandes e Santos (2009) sobre evolução motora e Funcional de doentes com AVC nos primeiros três meses de vida após a alta hospitalar em que 50% eram do I ciclo seguidos dos que eram analfabetos com 36,7%, por Pereira de Sá (2013) sobre a influência de parâmetros socioculturais no reconhecimento do Acidente Vascular Cerebral em que 63,4% eram do ensino primário seguido dos analfabetos com 25,7%, por Albuquerque e Coelho (2010) sobre determinantes da Capacidade Funcional do Doente após Acidente Vascular Cerebral em que o grupo mais representativo foi o ensino básico (I ciclo) com 55,8%. O grupo menos representativo foi do ensino superior, apenas com 4.9%, por Panhoca e Gonçalves (2009) sobre Afasia e qualidade de vida consequências de um AVC na perspectiva da fonoaudiologia em que observou-se que a população estudada tem baixa escolaridade, sendo que 12,5% são analfabetos e 45% cursaram até o ensino fundamental (SÁ, 2009; PANHOCA e GONÇALVES, 2009; SANTANA et. al., 1996)e por muitos outros estudos realizados nas mais diferentes partes do mundo.

Quanto ao grau de parentesco do prestador informal verificou-se que 38 (67,9%) eram cuidados pelo conjunge, sendo que 10 (17,9%) doentes eram cuidados pelos filhos (as). Apenas 1 (1,8%) doente referiu ser cuidado pela tia. Este fato prende-se muito com a definição de prestador informal dada por Edivaldo segundo o qual um prestador informal é todo aquele que presta cuidados e assistência para outros, mas sem remuneração. Geralmente, este serviço é prestado num contexto de relacionamento já em andamento. É uma expressão de amor e carinho por um membro da família, amigo ou simplesmente por um outro ser humano em necessidade. Cuidadores, no sistema informal, auxiliam a pessoa que é parte ou totalmente dependente de auxílio no seu cotidiano, como: para se vestir, alimentar, cuidados de higiene, dependência de transporte, administração de medicamentos, preparação de alimentos e gerir finanças (BAIA, 2010). E, geralmente, num lar, a pessoa com as qualificações mencionadas tem sido o cônjuge, o que justifica os resultados encontrados no presente trabalho. Por outro lado, ao encontrarmos maior referência do cônjuge como prestador informal, o nosso estudo fica coincidente com o estudo feito por Baia (2010) sobre doente com AVC: dificuldades da família em que 60% dos inquiridos afirmaram que o cuidador informal é o marido/esposa para 32% dos inquiridos o cuidador informal foi o filho(a) (BAIA, 2010). Gomes (2010) no seu estudo sobre Satisfação relativa aos serviços educativos e sócio sanitários disponíveis para os doentes vítimas de AVC. A perspectiva do cuidador informal, verificou que o grau de parentesco Marido/mulher representou 58,7%, o Filho/a representou 26,1%  enquanto Irmão/a 6,5% (GOMES, 2010). Costa (2003) no seu estudo sobre qualidade de vida pós-avc verificou que a maior percentagem dos prestadores eram marido/esposa e filhos(as) (COSTA, 2003).

A maioria dos doentes (69,6%) ficou desempregada e/ou deixaram de estudar devido a sua doença, refletindo claramente o grande impacto negativo do AVC do ponto de vista socioeconômico. Pensamos que este resultado deve-se ao fato desta patologia ser uma forte causa de deficiência, incapacidade e desvantagem. Segundo a bibliografia, o status profissional, altera-se com o AVC, deslocando-se da condição de trabalhador para a de aposentado (RICARDO, 2012) ; o que coincide com os resultados de Falcão et. al. (2004) num estudo sobre implicações do AVC precoce para adultos em idade produtiva atendidos pelo sistema único de saúde, verificou que o AVC trouxe modificações, com redução da condição de trabalhadores. Antes do AVC, 83% dos homens e 54% das mulheres encontravam-se trabalhando; após o AVC, apenas 25% dos homens e 4,5% das mulheres mantiveram essa condição (FALCÃO et. al., 2004). Mas, relatam que em uma população de 15 a 45 anos o retorno ao trabalho de pouco mais de 70%, em média, após oito meses de AVC, embora tenha havido necessidade de ajustes na ocupação de, cerca de 26%. Ching-Lin e Mong-Hong encontraram 60% de retorno ao trabalho, com volta completa de quase metade destes e limitação na jornada ou tipo de trabalho do restante (RICARDO, 2012). A diferença destes resultados com o nosso, compreende-se pelo tempo de evolução da doença na população de estudo em que para o nosso caso foi relativamente menor.

Neste estudo verificamos que a maior parte dos doentes tinha um agregado familiar constituído por 6-8 pessoas com uma renda mensal modal de 2-5 salários mínimos, sendo que o salário mínimo foi de 7000 kw e o máximo foi de 260000 Kw com uma média de 52139 kwanzas. Esse resultado, no mesmo sentido do que já foi discutido até aqui sobre a influência que o nível socioeconômico tem relativamente a susceptibilidade à patologia em questão, é consequência da cascata, com algum grau cíclico vicioso, em que o baixo nível socioeconômico condiciona baixo grau de escolaridade com consequentes ocupações pouco rentáveis. E ao mesmo tempo que isso acontece o número de filhos tende a ser maior também alargando assim o agregado familiar. Santana et. al. (1996) ao estudar as características socioeconômicas de pacientes com acidente vascular cerebral, verificou que 82% dos pacientes eram analfabetos ou semianalfabetos, mais de metade da sua amostra tinha um agregado de 2-4 pessoas e 60% viviam com renda familiar de 1 a 2 salários mínimos (SANTANA et. al., 1996). As diferenças encontradas neste estudo quanto ao agregado familiar, pensamos que, devem-se a questões culturais, no nosso meio, em que quanto mais se é da camada pobre mais se cumpre com a visão de ter os filhos como uma espécie de investimento a longo prazo para o sustento na velhice e, paradoxalmente, acabam sendo mais uma sobrecarga que uma ajuda, pela incapacidade que os pais têm, dada as suas limitações, de conceder uma instrução e educação suficiente para que a mudança de nível socioeconômico se efetive. Deus (2013) no seu estudo sobre morte por AVC é maior na zona urbana da cidade do Amazonas, verificou que o perfil mais comum dos acometidos pela doença era de homens, pardos, sem estudo formal e com renda de um a dois salários mínimos (DEUS, 2013). Ribeiro et. al. (2012) ao estudar o Perfil de Usuários Acometidos por Acidente Vascular Cerebral Adscritos à Estratégia Saúde da Família em uma Capital do Nordeste do Brasil, inferiu que a situação socioeconômica também desempenha um papel determinante na saúde dos indivíduos ao observar que a maioria dos entrevistados possuiu renda familiar entre 1 a 2 salários mínimos (49,3%) para manutenção de toda família (RIBEIRO et. al., 2012). Dias (2006), em sua pesquisa transversal, com 82 usuários, em 12 Unidades de Saúde da Família da cidade de Divinópolis- MG, verificou uma prevalência de 622 reais como média da renda familiar (RIBEIRO et. al., 2012).  Pelo que a convergência, com a literatura, dos resultados do presente estudo, relativamente a este indicador, é bastante intensa.

25% (14 doentes) da amostra, gasta mais de 50% da renda mensal do agregado familiar enquanto 10 (17,9%) dos doentes gasta mais de 100% da renda mensal e somente 2 (3,6%) doentes gastam até 10% da renda, mensal pela sua doença. Este resultado dá a noção clara do grande impacto socioeconômico do AVC na família tendo em conta as outras necessidades básicas que carecem de cobertura financeira. Por outro lado, vai de encontro a bibliografia que diz que o custo do AVC é bastante grande para a família e sociedade em geral, quer pelo aumento dos gastos, quer pela diminuição da capacidade de produção do sujeito (no Brasil 40% de todas as aposentadorias precoces são decorrentes dessa doença) (RIBEIRO, 2011). Da pesquisa feita, quase nenhum estudo teve como foco gastos mensais por um doente com AVC, mas um estudo feito por Ribeiro (2011) sobre o peso do AVC e da Fibrilhação Atrial inferiu que os custos são bastante altos para o Estado. Chega a R$12 mil o gasto do Sistema Único de Saúde (SUS) por cada vítima de AVC isquêmico fatal. Em 2009, o SUS gastou R$150 milhões só em internamentos (RIBEIRO, 2011). Pieri revela que o AVC leva a enormes custos com hospitalização, reinternamentos, aposentadoria, auxílio-doença e reabilitação (RIBEIRO, 2011).

Aferindo o grau de dependência funcional pelo índice de Barthel, vimos que dos 56 doentes, mais de 70% tinham um certo grau de dependência, sendo que, o grau de dependência mais frequente foi a moderada com 25 (44,6%) doentes. Apenas 9 doentes eram autônomos correspondendo 16,1% da amostra. Este resultado prende-se muito com o fato de o AVC ser a principal causa de deficiência e incapacidade funcional. No estudo efetuado por Matos et. al., (2003), publicado na Revista da Faculdade de Medicina de Lisboa, com o objetivo de avaliar o grau de dependência em doentes que sofreram AVC, numa lista de utentes dum médico de família, revelou que 19,2% dos utentes são independentes; 57,7% apresenta uma dependência ligeira a moderada; 11,6% apresentam uma dependência grave e 11,5% estão totalmente dependentes. A pontuação global apresentou um valor mínimo de 0 (totalmente dependente) e um valor máximo de 20 (independente), sendo a mediana observada em 90 (dependência ligeira a moderada). Estudos da Direção Geral da Saúde, publicados nas recomendações das Unidades de AVC, em 2001/Portugal, revelam que três meses após o AVC, 24% dos doentes são dependentes graves, 18% ficam com dependência leve e 30% são independentes. A convergência existente com o presente estudo sustenta o consenso existente na literatura de que atualmente, o IB continua a ser amplamente utilizado, essencialmente em contexto hospitalar, unidades de convalescença e centros de reabilitação e vários autores consideram-no o instrumento mais adequado para avaliar a incapacidade para a realização das atividades da vida diária. E que as diferenças que podem existir entre as percentagens de leves, moderados e graves podem ser entendidas como o tempo de ocorrência da doença em que os doentes tendem a ser mais dependentes no início e com o passar do tempo tendo em conta reabilitação começam a reaver as funções passando de pontuações baixas (muito dependente) para altas (autonomia).

Relacionando a dependência funcional aferido pelo IB e o total de gastos, vimos que entre os doentes que eram autónomos (44,4%) e dependentes leve (41,4%) gastavam menos que 50% da renda mensal pela doença enquanto os doentes com dependência moderada (48%), dependência grave (50%) e dependência total (100%) gastavam mais de 50% da renda mensal pela doença. Estes resultados devem ao fato de que a autonomia é um sinal claro de cura e recuperação completa da entidade nosológica e das suas sequelas, um indicador da redução de atividades que são motivos de dispêndio de dinheiro e o aumento da capacidade de produção do indivíduo. O doente com autonomia vai sozinho ao hospital (o que implica pouco gasto com o transporte), diminui ou cessa com as cessões de reabilitação, o número de exames a solicitar, o gasto com os medicamentos e outras.

Analisando Relativamente a questão de ficar ou não desempregado e o grau de dependência pelo Índice de barthel, constatamos que dos doentes que eram autónomos 5 (55,6%) doentes responderam negativamente enquanto que a minoria (44,4%) respondeu afirmativamente. O inverso aconteceu entre os doentes com algum grau de dependência em que a maioria, com pouquíssimas exceções, respondeu afirmativamente e a minoria negativamente. Este resultado prende-se com o facto de as deficiências e incapacitações que impõe o AVC as pessoas levam as pessoas a deixarem de exercer as suas a atividades laborais. Falcão et. al. (2004) no seu estudo sobre acidente vascular cerebral precoce: implicações para adultos em idade produtiva atendidos pelo Sistema Único de Saúde em que inferiu que após o AVC aumentou o número de desempregados e aposentados e as incapacidades repercutem negativamente na satisfação de vida de mais de 70% dos entrevistados (RIBEIRO, 2011).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

  1. Na amostra estudada, houve predomínio de indivíduos na quinta década de vida, sendo que o gênero masculino foi mais frequente. Eram na sua maioria casados, sem ocupação profissional predominando o ensino primário feito.
  2. Os doentes tinham, na sua maioria, uma renda mensal de 2-5 salários mínimos que em média foram estimados em 52139 kwanzas com um agregado familiar modal de 6-8 pessoas por cada família.
  3. A maior parte dos doentes teve algum grau de dependência e destes, quase todos, ficaram desempregados devido a sua doença e referiram aumento dos gastos mensais consumindo, mais de 50% da renda mensal só pela doença.
  4. Predominantemente os doentes eram cuidados, em casa, pelo cônjuge ou filho, o que mostra claramente as implicações sociais que a doença causa na família.
  5. Por último, constatou-se que quanto maior for a dependência funcional maior é o gasto mensal pela doença e maior é o grau de desemprego.
  6. Às competentes instituições governamentais e não-governamentais que abarcam um cunho filantrópico, no sentido de se criar políticas de instruir a população, sobretudo as mais carenciadas, em relação aos fatores de risco do AVC por um lado e a subvenção dos gastos dos doentes com AVC por outro lado, tendo em consideração a carência tanto do ponto de vista educativo-instrutivo quanto econômico.
  7. Ás instituições que visam a reabilitação dos doentes (em especial o Centro de Medicina Física e Reabilitação), que apliquem um desconto monetário em função, não só da idade como já é feito atualmente, mas também da gravidade.
  8. Aos médicos que lidam com doentes com AVC, no sentido de apelarem aos familiares a não permitirem que pessoas em idade escolar ou no exercício das suas funções profissionais e economicamente produtivas, sejam responsabilizadas a cuidar dos
  9. À comunidade estudantil, para que estudos de impacto socioeconômico do AVC continuem sendo feitos, com intuito de despertar a atenção das entidades competentes para uma efetiva intervenção tanto preventiva quanto terapêutica.

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[1] Médico, Neurologista, Mestrando da Faculdade de Medicina da Universidade de Campinas.

[2] Orientador. MD, Neurologista, Phd.

Enviado: Setembro, 2020.

Aprovado: Outubro, 2020.

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Henriques Tchinjengue Capingana

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