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Resenha crítica: As 10 lições de Marx

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CONTEÚDO

RESENHA

MASONI, Gustavo de Lima [1]

MASONI, Gustavo de Lima. Resenha crítica: As 10 lições de Marx. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 11, Vol. 01, pp. 145-152. Novembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/filosofia/10-licoes

RESUMO

Esta resenha crítica do livro “10 lições sobre Marx”, do professor de filosofia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Fernando Magalhães tem como seu principal objetivo explicar de maneira sucinta e objetiva as 10 lições de Marx promovendo uma melhor compreensão a respeito do tema sobre as ideias de Marx. Para tal foram utilizados outros dois artigos em bases de pesquisas de artigos como Pepsico e Scielo, selecionando dois artigos que mais se enquadram ao tema dos últimos 13 anos. Podendo se concluir que as ideias de Marx apoiadas por outros pensadores de sua época como Engels se baseiam na luta das classes trabalhadoras para que dentro de um contexto democrático possam fazer com que esta classe continue seu sofrimento por conta de uma política capitalista.

Palavras-chave: Marx, comunismo, resenha crítica, marxismo, filosofia.

1. INTRODUÇÃO

Ao longo da humanidade foram surgindo grandes pensadores com ideologias que se destacaram em seus tempos atraindo grande público e influenciando gerações. Ideias essas que são discutidas dentre diversos meios acadêmicos até os dias de hoje.

Um desses pensadores foi Karl Marx que em sua vida realizou um trabalho intitulado “O capital” que junta diversos livros que em si fazem uma análise mais concreta sobre todos os aspectos dos meios de produção capitalista com críticas ao sistema econômico politico. (MACHADO, 2007)

Partindo também da ideia de que Marx em conjunto de Engels trabalharam juntos para que fosse elaborada uma luta das classes trabalhadoras contra o sistema que realizava uma opressão contra estes que eram menos favorecidos economicamente. Sempre em seus trabalhos e dizeres que o comunismo que ambos propunham executar não era uma fantasia, mas sim algo concreto a ser realizado para todos. (TIBLE, 2014)

Neste contexto, o vigente estudo tem como seu principal objetivo explicar de maneira sucinta as 10 lições de Marx por Magalhães (2014) e deste modo promover uma melhor compreensão deste assunto.

2. DESENVOLVIMENTO

Magalhães explica já de início que a obra se trata de uma composição mais simples das obras de Marx. O autor relata inicialmente a queda do socialismo de modo oficial em 1989, com a queda do Muro de Berlim, acontecendo assim quedas econômicas em países considerados comunistas. Ressaltando que “Morre um homem, permanecem as ideias” (MAGALHÃES, 2014, p. 13), ou seja, as ideias são mantidas mesmo após a morte de seu criador.

As ideias de Marx são postas posteriormente para serem estudas em universidades, mas em contra partida é dito que surgiram ideias que visavam acabar com esses pensamentos, como as pessoas que apostavam no “novo” ideário de liberdade.

O autor afirma que Marx baseou fundamentalmente seu trabalho “o capital” de um texto de Engels, no qual faz criticas aos economistas burgueses e ao sistema que favorecia aos mais ricos da época. Magalhães também coloca os apontamentos preconceituosos de Marx contra antigos amigos que se opuseram às suas ideias, porém é inegavelmente de se destacar “seu lado humanista e dedicado à emancipação humana” (MAGALHÃES, 2014, p. 18).

Na primeira lição Magalhães desenvolve a questão de “O pensador do século”, explicando que na época em que Marx era vivo o capital industrial era o predominante, enquanto hoje em dia o capital financeiro é quem assume essa posição. Marx destaca em suas obras que houve um avanço qualitativo nos campos das novas ciências, porém mesmo após um século, algumas de suas ideias ainda se encaixam como o fato de que o trabalhador era e ainda continua sendo apenas um personagem com atividades essencialmente manuais.

Marx previu uma nova etapa do capitalismo, em que resumidamente se trata do aumento do poder para que se modifique a materialidade dos objetos e uma inclinação do mundo para uma expansão das finanças do mundo. Magalhães ainda complementa dizendo que Marx havia previsto as revoluções cientificas do nosso tempo.

A teoria marxista ainda permanece atual em diversos aspectos, como o da alienação que ocorre dentro da sociedade contemporânea que se fez “completamente apática” (MAGALHÃES, 2014, p. 29).

Na segunda lição Magalhães fala sobre “o primeiro marxismo”, este capítulo traz o caminho traçado por Marx, mostrando que o mesmo começou suas leituras clássicas com seu vizinho e mais tarde acabou casando com a filha dele. Marx foi estudar direito e com o passar do tempo acabou se identificando com a esquerda hegeliana e quando dentro desta tendência, Marx faz diversas críticas à religião.

Após uma trajetória de estudo e trabalho Marx tem emergido o seu “comunismo filosófico que o conduz a elevar o proletariado a uma condição privilegiada da história” (MAGALHÃES, 2014, p.35). Marx chamou de alienação a relação entre o aumento da riqueza do proprietário e a desvalorização humana para quem trabalha. Marx ainda afirma que o comunismo é a emancipação e reabilitação do ser humano, pois só assim conseguira essa necessidade de superação.

Marx tem algumas de suas obras publicadas no final da década de 60 que resultaram na sua “economia”, desse modo que Magalhães chama esse período de uma fase mais madura, pois é nela que Marx “descobre filosoficamente o sujeito da transformação social” (MAGALHÃES, 2014, p. 41).

Na terceira lição que se intitula “Marxismo: uma filosofia da práxis” Magalhães afirma que o marxismo é de legado da teoria Marx, o autor ainda sintetiza uma filosofia marxista, falando a respeito do amadurecimento de Marx destacando que é essa filosofia que une de forma dialética a teoria e a pratica, denominada assim práxis, passou por uma transformação social ao longo dos anos para assim definir uma prática revolucionária que deve ser realizada pelos trabalhadores contra os que os oprimem.

Sendo assim, Marx destaca essa filosofia da práxis como algo que seria um modo de mudança social que como dito anteriormente une a teoria e prática para que aja uma revolução do proletariado, ou seja, libertar o homem da opressão do capitalismo.

“As concepções do Estado e da Revolução” como é denominada a quarta lição pelo autor, refere-se inicialmente a um conceito de estado que diverge de Hegel, ressaltando que para Marx, a revolução é a “força motriz da história” (MAGALHÃES, 2014, p. 52). Tanto Marx quanto Engels sentem uma ausência de uma teoria sistemática do Estado, sendo isso reconhecido por muitos de seus comentaristas. Hegel colocava que o Estado “tem por finalidade o interesse geral” (página 54) que se entendia como algo ou organismo que reprimia.

Magalhães aponta que a revolução descrita por Marx trata-se de um ato político que “retira” o poder existente de modo radical e a velha formação econômica, porém o autor diz que Engels e principalmente Marx abordar uma questão de uma revolução contra a burguesia que não precisaria usar necessariamente de violência para se conseguir o objetivo desejado.

Marx faleceu sem poder vivenciar os processos de expansão dessa natureza, coisa que Engels conseguiu por certo tempo. Magalhães afirma que após a morte de Marx houve uma mudança no Estado ao mencionar que o mesmo pode ser mediador frente às faces das classes, baseando-se nos trabalhos do falecido.

Na quinta lição intitulada “O partido: um conceito amplo” Magalhães explica que Marx tinha uma concepção deste partido que se voltava para a massa trabalhadora, ou seja, o proletariado a partir de elementos constitutivos. Marx ainda aponta que o comunismo não é um partido que diz o que os trabalhadores devem agir, mas sim que os ajuda a fazer as coisas por conta própria. Afirmar isto não significava dizer que Marx era contra a organização de um partido formal.

Em resumo, vale ressaltar que Marx colocava os trabalhadores ou proletariado como elementos representativos de si mesmos sem que fossem mandados ou mandassem em outras classes.

Na sexta lição intitulada “Ditadura e democracia: a transição para o socialismo” Magalhães destaca que o ideário marxista é composto de uma base econômica igualitária e “o espaço de liberdade originada das relações intersubjetivas” (MAGALHÃES, 2014, p. 78).  Ainda afirmando que Engels e Marx não enxergavam no pacifismo uma das formas mais viáveis para que houvesse uma transformação social, mas assim como a violência, era uma opção a ser tomada.

Marx relata que não havia como desagregar os trabalhadores ou proletariado de um corpo político que é comandado por um poder ofensivo chegando a uma concepção de “ditadura dos trabalhadores aliados” (MAGALHÃES, 2014, p. 80). Mas em resumo, tanto para Engels quanto para Marx, uma mudança verdadeira só poderia ocorrer se fosse aplicada dentro de um Estado democrático.

Na sétima lição intitulada “Proletariado: o sujeito revolucionário” traz a tona o autor já inicia que a ditadura do proletariado não é algo repentino, mas sim algo que se faz ao longo de um desenvolvimento que serviria para “por fim a dominação política burguesa” (MAGALHÃES, 2014, p. 90) e desse modo conseguir transformar toda a sociedade.

Esta classe trabalhadora a quem Marx e Engels se referem é composta pelos trabalhadores assalariados e todos os que são explorados pelo sistema capitalista ao quais estão. Com essa revolução do proletariado não haveria mais exploração deste sistema e haveria oportunidades mais justas para os assalariados pós-revolução.

Na oitava lição “Maturidade e revisão” o autor já inicia o capítulo dizendo que a maturidade em si é um processo não arbitrário e instantâneo. Mesmo sendo algo natural, a maturidade sempre irá de vir com “maior grau de conhecimento e sabedoria” (MAGALHÃES, 2014, p. 106). Ressaltando que esse amadurecimento com o tempo se trata de algo de uma transformação histórica e cultural.

Marx então percebe que dentro desta transição para esse amadurecimento deve ser posto de uma forma dialética e democrática, trazendo esta concepção deste amadurecimento como um argumento histórico, ou seja, algo que também pode ser modificado com o tempo.

A nona lição intitulada “Há lugar para Marx no século XXI” Magalhães em resumo destaca que a teoria marxista é posta como algo que não é superada pelo seu tempo, ou seja, pode ser considerada atemporal, pois os seus valores e ideais de base tornam esse pensamento atual.

O autor ainda destaca que as ideias de Marx não oferecem pretensão alguma de religião ou política, pois se trata de uma teoria crítica que acaba por se renovar sozinha tendo como seu principio fundamental a evolução histórica, como já havia sido mencionado nas lições anteriores, à libertação do proletariado. Sempre prezando pela evolução humana de maneira científica e democrática.

As ideias de Marx poderiam se encaixar no século XXI por conta de que seus ideais poderiam fazer relação com a luta dos trabalhadores e da classe menos favorecida e da compreensão de uma igualdade entre as classes, sem que essas prejudiquem ou sema prejudicadas pelas outras.

Na décima lição intitulada “Ética e sujeito na teoria de Marx” Magalhães trata de prováveis causas que fizeram com que Marx caminhasse para o comunismo, começando pela questão de tomada de consciência da situação que Marx vivia, dado a isso o surgimento de um interesse pelo bem-estar social que começara pelos das classes mais oprimidas pelo sistema.

Outra causa que o fez caminhar para o comunismo foi uma grande indignação contra injustiças sociais e a degradação da classe trabalhadora, na qual Marx fez questão de ressaltar que deveriam, em resumo, ser mais respeitados. Marx ainda afirmava que “O avanço tecnológico deixa sua marca incontinente na essência humana” (MAGALHÃES, 2014, p. 139), com isso Marx queria dizer que este sistema priorizava apenas a tecnologia e assim os ganhos, fazendo com que se esquecesse da humanidade.

O autor coloca que o marxismo lutava por uma igualdade das classes, colocando um fim à exploração da burguesia sobre os trabalhadores e as classes mais baixas que eles.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Magalhães (2014) conclui seu livro enaltecendo o pensamento proposto por Marx sobre a luta de classes, relatando que apesar de diversas críticas o pensamento marxista permanece de certa forma atual. O autor desenvolve ao longo do texto uma participação crítica relacionada com as ideias marxistas, nos quesitos de qualidade e atemporalidade da obra como mencionada anteriormente, como as lutas contra a desigualdade de classes.

No contexto apresentado, esta ideia de uma luta democrática de classes é bem vista, porém uma coisa a ser destacada seria como a população que vive há anos dentro de um sistema que esta de certa forma cômodo reagiria a uma mudança mesmo que gradual sabendo que seria colocado o comunismo em suas vidas, uma ideia que sofre de tantos preconceitos e estigmas, sendo assim de fato o investimento nas pesquisas e em métodos científicos que visem o desenvolvimento das pessoas de diferentes classes algo que possa ser benéfico para todos.

Partindo também da ideia de que Marx em conjunto de Engels trabalharam juntos para que fosse elaborada uma luta das classes trabalhadoras contra o sistema que realizava uma opressão contra estes que eram menos favorecidos economicamente. Sempre em seus trabalhos e dizeres que o comunismo que ambos propunham efetivar não era uma fantasia, mas sim algo concreto a ser realizado para todos.

4. REFERÊNCIA

MACHADO, Sérgio Bacchi. Marx e a crítica à história como consciência: uma confrontação com a filosofia do sujeito. Cad. psicol. soc. trab., São Paulo, v. 10, n. 2, p. 63-79, dez. 2007. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-37172007000200006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 15 out. 2020.

MAGALHÃES, Fernando. 10 lições sobre Marx. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

TÍBLIA, Jean. Marx contra o Estado. Rev. Bras. Ciênc. Polít., Brasília, n. 13, pág. 53-87, abril de 2014. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-33522014000100003&lng=en&nrm=iso>. acesso em 15 de outubro de 2020. https://doi.org/10.1590/S0103-33522014000100003 .

[1] Estudante de Psicologia.

Enviado: Maio, 2020.

Aprovado: Novembro 2020.

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