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Metodologia científica: Principais tipos de pesquisas e suas caraterísticas

RC: 64192
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/tipos-de-pesquisas

CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

CESÁRIO, Jonas Magno dos Santos [1], FLAUZINO, Victor Hugo de Paula [2], MEJIA, Judith Victoria Castillo [3]

CESÁRIO, Jonas Magno dos Santos. Et al. Metodologia científica: Principais tipos de pesquisas e suas caraterísticas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 11, Vol. 05, pp. 23-33. Novembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/tipos-de-pesquisas, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/tipos-de-pesquisas

RESUMO

O propósito principal desse trabalho foi descrever os tipos de pesquisas cientificas. Tendo como pergunta norteadora: Quais os tipos de pesquisas cientificas e suas respetivas caraterísticas? Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica, exploratória. Permitindo investigar na literatura os vários tipos de pesquisa cientifica e seu conjunto de procedimentos para embasar o raciocínio logico. Foi encontrado nos resultados a existência de diversas formas de pesquisas as quais forma classificadas segundo a abordagem ( quantitativa ou qualitativas), segundo à natureza (básica e aplicada) segundo os Objetivos (exploratória, descritiva, explicativa) e segundo os procedimentos (experimental, bibliográfica, documental, de campo, ex-post-facto, de levantamento, com survey, estudo de caso, participante, pesquisa-ação, etnográfica e etnometodológica), evidenciando também as suas diferenças. Sendo necessário reforçar que independente da escolha que o pesquisador venha realizar para o desenvolvimento de seu projeto, ele terá que enfrentar as limitações de cada técnica ou pesquisa a ser realizada.

Palavras-chave: Metodologia Científica, conhecimento, artigos científicos, tipos de pesquisa, ciência.

INTRODUÇÃO

Se questionarmos diversas pessoas sobre a definição do termo pesquisa, possivelmente iremos obter várias respostas diferentes. Apesar de fazer parte de nosso cotidiano, esse termo muitas vezes não é bem compreendido. Uma parcela da população irá afirmar que realiza pesquisa regularmente, ao executar buscas em diferentes plataformas, como blogs, sites, jornais e revistas eletrônicas, assim como para realizar a busca de um determinado produto ou serviço (MATOS, 2010).

A pesquisa pode ser definida como um procedimento sistemático e racional que tem como princípio de prover a resposta para problemas pré-estabelecidos. A pesquisa é realizada por meio de um processo constituído por diversas etapas que ocorre desde a formulação de uma pergunta até a sua apresentação e discussão dos resultados obtidos. Uma pesquisa só irá existir se tiver uma pergunta ou dúvida a ser respondida. Pesquisar é realizar a procura ou busca por alguma resposta (MANZIN, 2011).

As justificativas para realizar uma pesquisa podem estar associadas com razões intelectuais e razões práticas. A vontade em realizar a pesquisa científica é o primeiro passo, no entanto é importante o acesso a recursos financeiros, humanos e materiais, para que a pesquisa se torne mais abrangente. A utilização de métodos adequados ao tipo de pesquisa também irá garantir que os recursos sejam mais bem utilizados (DEVECHI; TREVISAN, 2010).

Nesse sentido, o conhecimento de outro idioma é um fator importante que o pesquisador conseguir decifrar os dados gerados durante a pesquisa. Devido ao grande volume de dados que uma pesquisa pode gerar, é recomendado que o autor seja dedicado e comprometido, seguindo à risca o cronograma definido (MATOS, 2010).

Na área acadêmica a pesquisa é uma das principais atividades universitária, na qual os pesquisadores buscam a produção de conhecimento científico para contribuir com a ciência e claro, o seu próprio desenvolvimento pessoal e profissional.

No meio corporativo, a pesquisa também é amplamente utilizada para o desenvolvimento de novas soluções e produtos. As empresas e consultores realizam diversas formas de pesquisa para diversas soluções de problemas organizacionais, como alguns déficits de logísticas ou para traçar a persona de seu cliente e, assim, oferecer serviços adequados ao perfil traçado. Diversos alunos graduandos realizam pesquisas na Internet com a finalidade de encontrar informações para auxiliá-los no desenvolvimento de projetos de pesquisas, monografias etc. Estudantes que cursam pós-graduação e estão trabalhando em projetos de pesquisa para um orientador podem realizar a pesquisa na forma de coleta ou análise de dados relacionados ao seu próprio projeto. No entanto, nenhuma das opções que foram citadas acima pode ser considerada de fato uma pesquisa científica, pois para um estudo ser considerado uma pesquisa cientifica ele deve contribuir com a ciência por meio de um método científico.

A pesquisa cativa constantemente um plano empírico onde todos os dados são levados para um plano teórico onde essas informações são separadas em teorias e leis generalizáveis. Esta habilidade demora um certo tempo para ser desenvolvida e até hoje é o maior déficit entre alunos e pesquisadores. Para pensar como pesquisador é necessário algumas das abstrações mentais que incluem unidade de análise, construtos, hipóteses, operacionalização, teorias e modelos, algo que nem sempre é abordado nos cursos de graduação e pós-graduação.

Além de desenvolver as habilidades, é necessário que o pesquisador saiba utilizar as diversas formas e tipos de pesquisa existentes, aplicando o método correto conforme o fenômeno estudado, ou ainda, que saiba quando deve alterar o tipo de pesquisa, por exemplo, quando um estudo se inicia como uma pesquisa bibliográfica e a partir dos resultados coletados, o pesquisador vai de um campo descritivo para um campo quantitativo (TEIXEIRA, 2003; ARAGÃO, 2011).

Assim sendo, definiu-se como pergunta norteadora: Quais os tipos de pesquisas cientificas e suas respetivas caraterísticas? visando responder com uma linguagem clara, objetiva e com conteúdo atualizado. Dessa forma, esse estudo se justifica pela necessidade de contribuir com a comunidade acadêmica e fomentar o debate sobre essa temática.

METODOLOGIA

Tratou-se de uma pesquisa bibliográfica, exploratória. Permitindo investigar na literatura os vários tipos de pesquisa cientifica e seu conjunto de procedimentos para embasar o raciocínio logico.

O trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica, que de acordo com Praia; Cachapuz e Pérez (2002), fundamenta-se com base em material que já fora construído, o que incluí artigos científicos publicados em periódicos acadêmicos.

Para o levantamento das informações foi realizado uma busca por artigos que abrangessem o assunto colocado em questão. Pode-se perceber que tal pesquisa é bastante utilizada atualmente e dessa forma, na elaboração deste estudo, os conhecimentos obtidos foram estruturados para que ocorra uma construção reflexiva a respeito do assunto estudado (GIL, 2008; WILL, 2012).

A coleta de dados foi realizada no mês de setembro/2020 e para a elaboração da pesquisa, realizou-se um levantamento teórico por meio de bancos de dados e revistas acadêmicas que explanem sobre o assunto apresentado.

Para critério de inclusão foram utilizados artigos acadêmicos que foram publicados entre os anos de 2000 a 2020, em língua portuguesa, disponibilizados de forma gratuita e online nos bancos de dados e revistas acadêmicas da Scielo, utilizando os seguintes descritores: Metodologia Científica; Conhecimento; Artigos Científicos; Tipos De Pesquisa e Ciência.

Após a pesquisa inicial, realizou-se uma sintetização dos principais achados nas literaturas a partir de uma leitura minuciosa acerca do tema trabalhado, que levou em consideração os aspectos relevantes de acordo com o objetivo da pesquisa, que é descrever os tipos de pesquisas cientificas e conhecer suas respetivas caraterísticas. Dessa forma, foram considerados na pesquisa, 12 artigos, de um total de 36 encontrados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foi encontrado nos resultados a existência de diversas formas de pesquisas as quais forma classificadas conforme tabela 1 abaixo.

Tabela 1. Classificação dos tipos de pesquisas

Tipos de pesquisa segundo:
À Abordagem À Natureza Os Procedimentos Os Objetivos
Quantitativa Básica Experimental Exploratória
Qualitativas Aplicada Bibliográfica Descritiva
Documental Explicativa
  De Campo
  Ex-Post-Facto
  De Levantamento
  Com Survey
  Estudo De Caso
  Participante
  Pesquisa Ação
  Etnográfica
  Etnometodológica

Fonte: elaborado pelos autores, 2020.

Neste sentido e ao evidenciar suas diferenças, é necessário reforçar que independente da escolha que o pesquisador venha realizar para o desenvolvimento de seu projeto, ele terá que enfrentar as limitações de cada técnica ou pesquisa a ser realizada.

Antes de descrever os seus tipos, é válido entender como funciona a pesquisa e o método científico. Em relação à pesquisa cientifica, é importante saber que ela sempre irá operar em dois níveis: um nível teórico e um nível empírico. O nível teórico está voltado para o desenvolvimento de vários conceitos abstratos sobre um fenômeno social ou natural para construir teorias, o nível empírico está voltado a realizar teste dos conceitos teóricos para definir as observações da realidade, o seu principal objetivo é realizar a construção em última instância de uma excelente teoria. Com o passar do tempo, uma teoria pode-se tornar cada vez mais refinada, pois a ciência ganha maturidade (ROMANOWSKI; ENS, 2006; GARCES, 2010).

Conforme o interesse do pesquisador e do treinamento, a investigação científica poderá assumir uma de duas formas variáveis: dedutiva ou indutiva.  Na pesquisa indutiva, o pesquisador tem o objetivo de inferir conceitos teóricos e padrões a partir de informações coletadas. Na pesquisa dedutiva o pesquisador tem o objetivo de testar conceitos e padrões que foram descobertos na sua pesquisa utilizando dados empíricos (OLLAIK; ZILLER, 2012).

A pesquisa indutiva também pode ser denominada como pesquisa para construção de teoria e a pesquisa dedutiva como aquela que realiza o teste da teoria. Os objetivos do teste são refinar, testar, melhorar e estender uma teoria. As pesquisas indutiva e dedutiva fazem parte de um ciclo que comunica constantemente a teoria e as observações. O pesquisador não deve realizar uma pesquisa indutiva ou dedutiva se não estiver acostumado com a teoria e os principais componentes de dados da pesquisa, no entanto percorrer todo o ciclo de pesquisa é importante na formação do pesquisador (SÁ-SILVA; ALMEIDA; GUINDANI, 2009).

Para a compreensão e desenvolvimento de novas teorias (pesquisa indutiva) e o teste de teorias (pesquisa dedutiva) são primordiais para o avanço da ciência. A teoria pode ser elegante, mas não terá valor nenhum senão corresponder à realidade. Desta forma, enormes quantidades de dados serão inúteis se não houver contribuição com a construção de teorias significativas. Estes processos devem possuir interação entre a teoria e os dados para contribuir com o avanço da ciência (ROMANOWSKI; ENS, 2006).

A construção de uma teoria junto com o teste dessa teoria é um mais difícil nas ciências sociais, devido a imprecisão dos conceitos teóricos e utilização de ferramentas inadequadas, além do uso de fatores não explicados que também podem influenciar no resultado da pesquisa (VILLARES; NAKANO, 2000).

Um exemplo de como é difícil testar e utilizar teorias, que às vezes não funcionam bem, é a teoria do comunismo, elaborada pelo Karl Marx, que inicialmente foi descrita como um dos meios mais eficazes na produção econômica, porém os testes e aplicações dessa teoria falharam em sua replicação por décadas, antes dela ser desacreditada pela comunidade científica.

A realização de pesquisas científicas, portanto, requer dois conjuntos de habilidades, a teórica e a metodológica, que são necessárias para operar nos níveis teórico e empírico, respectivamente. As habilidades metodológicas são relativamente padronizadas e pouco variáveis entre as disciplinas, também são facilmente adquiridas por meio da formação de pesquisadores nos programas de mestrado e doutorado. No entanto, habilidades teóricas são consideravelmente mais difíceis de serem dominadas, pois requerem anos de observação e reflexão. As habilidades teóricas não podem ser “ensinadas”, pois somente são adquiridas com a experiência acadêmica (OLLAIK; ZILLER, 2012).

O pesquisador precisa conhecer bem o método científico, pois é este conjunto padronizado de técnicas que irá construir o conhecimento científico, por meio da interpretação de resultados e análise de dados. O método científico permite que pesquisadores façam a elaboração de testes de forma independente e imparcial sobre teorias anteriores ou preexistentes, com a finalidade de submetê-las a um debate aberto, modificações ou aprimoramentos.

Qualquer ramo de investigação que não permita que o método científico teste suas leis ou teorias básicas não pode ser chamado de “ciência”. Por exemplo, a teologia (o estudo da religião) não é ciência porque as ideias teológicas (como a presença de um ser superior) não podem ser testadas por observadores independentes usando um método replicável e preciso. Da mesma forma, as artes, música e literatura, ainda que não sejam considerados ciências, são empreendimentos criativos e valiosos por si próprio (SÁ-SILVA; ALMEIDA; GUINDANI, 2009).

O método científico inclui uma variedade de abordagens, ferramentas e técnicas de pesquisa, como dados qualitativos e quantitativos, análises estatísticas, experimentos, pesquisas de campo, pesquisas de caso e assim por diante. No nível empírico da pesquisa é onde o método científico irá se manifestar de maneira mais clara, ou seja, dando subsídios sobre como fazer, analisar e interpretar observações. Pouco desse método é diretamente pertinente ao nível teórico, que é realmente a parte mais desafiadora da pesquisa científica (VILLARES; NAKANO, 2000).

Em se tratando dos tipos de pesquisa segundo a abordagem, esta pode ser quantitativa ou qualitativa, no entanto a abordagem pode ser mista, utilizando as duas abordagens.

A pesquisa quantitativa é realizada de forma numérica, sem a presença de descritiva e costuma ser aplicada em estatística ou matemática. O processo de avaliação dessa pesquisa é realizado por meio iterativo em que as evidências são avaliadas. Os resultados são frequentemente apresentados em tabelas e gráficos de forma conclusiva, podendo assim, ser utilizada para investigação e tomada de decisão (GARCES, 2010; ARAGÃO, 2011).

Segundo Will (2012), a pesquisa quantitativa permite classificar e realizar análise traduzindo os resultados em números, para serem classificados e consequentemente analisados.

Já na pesquisa qualitativa não há forma numérica, pois o pesquisador utiliza uma forma indutiva para descrever a situação observada. Nesse sentido, os dados qualitativos não podem ser representados graficamente, sendo a pesquisa de caráter exploratório e investigativa (CRISTIANE 2014; EVÈNCIO et al, 2019).

Quando ocorre a mistura de métodos quantitativos e qualitativos ou características paradigmáticas, podemos dizer que houve uma pesquisa mista, de natureza quali-quantitativa, pois os dados são uma mistura de variáveis, palavras e imagens.

Em se tratando dos tipos de pesquisa segundo à sua natureza, esta pode ser classificada em básica (ou fundamental) ou aplicada. Na pesquisa básica ocorre uma investigação sobre os princípios básicos e as razões para a ocorrência de um determinado evento, processo ou fenômeno. É também chamada de pesquisa teórica. O estudo ou investigação de algum fenômeno natural ou relacionado à ciência é denominado de pesquisa básica. Estas pesquisas às vezes não podem ser aplicadas de forma imediata. Não tem a preocupação de resolver quaisquer problemas práticos de interesse imediato. Mas é de caráter original ou básico. A pesquisa básica fornece uma visão sistemática e profunda de um problema para facilitar a extração de explicações, conclusões científicas e lógicas, além de ajudar a construir novas fronteiras de conhecimento. Os resultados dessa pesquisa formam a base de muitas pesquisas aplicadas. Os seus objetivos são buscar generalização, visar processos básicos, tentar explicar o porquê as coisas acontecem e tentar obter todos os fatos (SITTA et al, 2010).

Já a pesquisa aplicada auxilia a resolução de alguns problemas por meio de teorias e princípios bem conhecidos e aceitos na comunidade acadêmica. Esta Pesquisa compõe grande parte da pesquisa experimental, estudos de caso e pesquisa interdisciplinar, podendo também ser útil para a pesquisa básica. Nesse contexto, a pesquisa que apresenta resultado através de aplicação imediata pode ser denominada de pesquisa aplicada. Essa pesquisa é de uso prático para a atividade atual, citando como exemplo de usos: Estudo casos individuais ou específicos sem o objetivo de generalizar; Aponta qualquer variável que faça a diferença desejada; Realiza a busca de alguns fatores que podem ser alterados; Realiza a correção de fatos que são problemáticos; Apresenta relatórios em linguagem comum (CRISTIANE, 2014).

Em se tratando dos tipos de pesquisa segundo seus objetivos, esta pode ser classificada em pesquisa exploratória, descritiva e explicativa. A pesquisa Exploratória permite a exploração de novos fenômenos, auxiliando dessa forma a necessidade do pesquisador por um melhor entendimento, sendo capaz de testar a viabilidade de um estudo mais extenso ou determinar os melhores métodos a serem utilizados em um estudo. Por essas razões, essa pesquisa tem um foco amplo e raramente consegue fornecer respostas definitivas para questões específicas de pesquisa, sendo seus objetivos identificar questões-chave e variáveis-chave (SITTA et al, 2010; GARCES, 2010).

A Pesquisa descritiva é direcionada para responder alguma dúvida ou questionamento como exemplo, “O que é isto?” Tendo como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis (EVÈNCIO et al, 2019).

Já a Pesquisa explicativa tem como objetivo principal a compreensão ou explicação, por meio de análises que utiliza a correlações para estudar relações entre dimensões ou características de indivíduos, grupos, situações ou eventos. A pesquisa explicativa como o seu nome já diz, ela sempre irá explicar algo (GARCES, 2010).

Em se tratando dos tipos de pesquisa segundo os procedimentos, esta pode ser classificada em Experimental, Bibliográfica, Documental, De Campo, Ex-Post-Facto, De Levantamento, Com Survey, Estudo De Caso, Participante, Pesquisa Ação, Etnográfica e Etnometodológica, entre outras (WILL, 2012).

A Pesquisa de ação permite a realização de descobertas de fatos para auxiliar na melhora de alguma qualidade da ação no mundo social. A Pesquisa Orientada utiliza relatórios que tem o foco de melhorar, resolver ou evitar algum problema de pesquisa enfocam a questão ‘Como o problema’ X ‘pode ser resolvido ou evitado?’ A Pesquisa de classificação tem como objetivo a categorização de unidades em grupos, para demonstrar diferenças e explicar relacionamentos. A Pesquisa comparativa é utilizada para identificar semelhanças e diferenças entre as unidades em todos os níveis. A Pesquisa causal é voltada para estabelecer relação de causa e efeito entre as variáveis. A Pesquisa de teste de teoria tem como objetivo testar a validade de uma unidade. A Pesquisa de construção de teoria: serve para estabelecer e formular uma teoria (FREITAS et al 2000; WILL, 2012).

Ainda sobre isso, a Pesquisa Longitudinal realiza a coleta de dados em vários pontos no tempo, podendo seus estudos assumir a forma de: 1. Estudo de tendências, os quais analisam as características da população ao longo do tempo, por exemplo:  taxas de absenteísmo organizacional ao longo de um ano. 2. Estudo de coorte, que traça uma subpopulação ao longo do tempo, por exemplo, taxas de absenteísmo para o departamento de vendas; e Estudo de painel que traça as amostras ao longo do tempo, por exemplo, trajetórias de carreira de pós-graduação no período de 1990 a 2000 para mesma coorte inicial (WILL, 2012).

Embora os estudos longitudinais sejam frequentemente mais demorados e caros do que os estudos transversais, eles têm maior probabilidade de identificar relações causais entre as variáveis (BORDAL, 2006).

A Pesquisa transversal realiza a coleta de dados uma vez, durante um período de dias, semanas ou meses. Muitos desses estudos têm propósito exploratório ou descritivo. Eles são projetados para ver como as coisas estão neste exato momento, não precisando ter conhecimento de que há uma história ou alguma tendência no momento (BORDAL, 2006).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apresentados permitiram descrever os diferentes tipos de pesquisa, permitindo contribuir com este artigo para a compreensão dos fenômenos relacionados à vários tipos de pesquisa, uma vez que retrata a real relação entre teoria e prática, oferecendo ferramentas eficazes para a interpretação das questões educacionais.

As características supracitadas mostraram diversas formas de pesquisas, além de mostrar as suas diferenças e seus empregos durante a pesquisa. Por tanto é necessário reforçar que independente da escolha que o pesquisador venha realizar para o desenvolvimento de seu projeto, ele terá que enfrentar as limitações de cada técnica ou pesquisa que será realizada.

O ambiente educacional articula diversas formas de pesquisa entendendo que neste ambiente ocorre diversos processos de relacionamento humano de forma dinâmica, interativa e interpretativa, ou seja, a relação com que as pessoas interpretam o mundo conforme a sua visão, o que vai determinar a escolha do tipo de pesquisa e problemática a ser respondida.

Para realizar a seleção de uma determinada pesquisa, o pesquisador irá realizar solucionar um problema por meio da provisão da resposta a uma certa problemática ou hipótese, para a isto a realidade de quem está realizando a pesquisa deverá ser levada em conta, os recursos disponíveis e sua aplicabilidade no campo de atuação.

A escolha da pesquisa correta está atrelada as posições epistemológica e ontológica do pesquisador sobretudo, a problemática da pesquisa e os objetivos estabelecidos no início do estudo, isto vai permitir que o pesquisador defenda a sua posição e consiga compreender a posição de outros pesquisadores. Um aspecto de extrema importância é o diálogo que ocorre entre o campo de trabalho e sua coleta de análise.

Sendo assim, vê-se a importância de o pesquisador ter um conhecimento prévio sobre a teoria para auxiliá-lo durante a extração de dados, já que os tipos de pesquisa são abordagens práticas que possibilitam fazer a conexão entre o quadro teórico e a realidade empírica. Quando este tipo de conexão está longe de bases inquestionáveis garantidos pela intransigência metodológica e cientifica, descansa nos pilares teóricos dentro do contexto global, no qual organiza diferentes fontes de conhecimento e possibilita a criação mesmo que temporária de um novo aprendizado.

A descrição dos diversos tipos de pesquisa científica, sobretudo a sua importância e os desafios em estudos organizacionais, foi realizada de forma a oferecer subsídios e auxiliar futuros pesquisadores em seus estudos.

REFERÊNCIAS

ARAGÃO, J. Introdução aos estudos quantitativos utilizados em pesquisas científicas. REVISTA PRÁXIS ano III, nº 6 – agosto. 2011.

BORDAL, A. A. Estudo transversal e/ou longitudinal. Rev. Para. Belém ed. v.20 n.4.  dez. 2006.

CRISTIANE, M. M. Abordagens e procedimentos qualitativos: implicações para pesquisas em organizações Revista Alcance. vol. 21, núm. 2, pp. 324-349, abril-junio, 2014.

DEVECHI, C. P. V; TREVISAN. A. L. Sobre a proximidade do senso comum das pesquisas qualitativas em educação: positividade ou simples decadência? Rev. Bras. Educ. vol.15 no.43 Rio de Janeiro Jan./Apr. 2010.

EVÊNCIO, K. M. M, et al. Dos Tipos de Conhecimento às Pesquisas Qualitativas em Educação; Id on Line Rev. Mult. Psic. V.13, N. 47, p. 440-452, outubro/2019.

FREITAS, H, et al. O método de pesquisa Survey; Revista de administração. São Paulo V. 35. P. 105-112. Julho/ setembro 2000.

GARCES, S. B. B. Classificação e Tipos de Pesquisas. Universidade de Cruz Alta – Unicruz; Abril de 2010.

GIL, A. C. Metodologia do Ensino Superior. 4ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2008.

MANZINI, E. J. Tipo de conhecimento sobre inclusão produzido pelas pesquisas. Rev. bras. educ. espec. vol.17 no.1 Marília Jan,/Apr. 2011.

MATOS, D. M. A. Métodos de pesquisa em análise do comportamento. Psicol. USP vol.21 no.2 São Paulo Apr./June 2010.

OLLAIK, L. G; ZILLER. H. M. Concepções de validade em pesquisas qualitativas. Educ. Pesqui. vol.38 no.1 São Paulo. Jan./Mar. 2012 Epub Feb 09, 2012.

PRAIA, J. F; CACHAPUZ, A. F. C; PÉREZ, D. G. Problema, teoria e observação em ciência: para uma reorientação epistemológica da educação em ciência; Ciência & Educação.  v.8, nº1, p.127 – 145, 2002.

ROMANOWSKI, J. P; ENS, R. T. As pesquisas denominadas do tipo “estado da arte” em educação. Diálogo Educ., Curitiba. v. 6, n.19, p.37-50. set./dez. 2006.

SÁ-SILVA, J. R; ALMEIDA, C. D; GUINDANI, J. F. Pesquisa documental: pistas teóricas e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais. Ano I – Número I – julho de 2009.

SITTA. E. I et al. A contribuição de estudos transversais na área da linguagem com enfoque em afasia. Rev. CEFAC, São Paulo. vol.12, no.6. Nov./Dec. 2010 Epub Aug 13.

TEIXEIRA, E. B. A Análise de Dados na Pesquisa Científica importância e desafios em estudos organizacionais. Ano 01. n. 2. jul./dez; 2003.

VILLARES, R. M; NAKANO, N. D. A Produção Científica nos Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção: Um Levantamento de Métodos e Tipos de Pesquisa. ABEPRO. Rio de Janeiro. 2000.

WILL, D. E. M. Metodologia da pesquisa científica. Livro digital. 2ª ed. Palhoça. Unisul Virtual, 2012.

[1] Mestrado em Medicina. Especialização em andamento em Engenharia e gerenciamento de manutenção. Especialização em andamento em Engenharia eletrônica e de computação. Especialização em Auditoria em Serviço de Enfermagem. Especialização em Docência para o Ensino Profissionalizante. Especialização em Formação de docentes para o ensino em Enfermagem. Especialização em Enfermagem em Emergência e Urgência. Graduação em andamento em Engenharia de Software. Graduação em Enfermagem.

[2] Graduação em Enfermagem.

[3] Mestrado em Enfermagem. Graduação em enfermagem.

Enviado: Outubro, 2020.

Aprovado: Novembro, 2020.

4.8/5 - (135 votes)
Jonas Magno dos Santos Cesário

44 respostas

  1. Não entendi bem a questão da aplicação da teoria do Comunismo ser desacreditada cientificamente. Você tem a referência desta informação? queria ler ela mais com calma

    1. Acredito que seria necessário uma outra explicação mais aberta, fiquei confuso nos quesitos do comunismo

      1. A estatização completa dos meios de produção nunca existiu nem nunca existirá. Ela é uma impossibilidade econômica pura e simples. Ludwig von Mises já demonstrou isso há mais de 100 anos. Sugiro a leitura do livro “A Mentalidade AntiCapitalista”.

    2. A estatização completa dos meios de produção nunca existiu nem nunca existirá. Ela é uma impossibilidade econômica pura e simples. Ludwig von Mises já demonstrou isso há mais de 100 anos. Se todos os meios de produção são estatizados, não há mercado. Sem mercado, os produtos não têm preços. Sem preços, não se pode fazer cálculo de preços. Sem cálculo de preços, não há planejamento econômico. Sem planejamento, não há economia estatizada. “Comunismo” é apenas uma construção hipotética destituída de materialidade, um nome sem coisa nenhuma dentro, um formalismo universal abstrato que não escapa ileso à navalha de Occam. Sugiro a leitura do livro “A Mentalidade Anti Capitalista”.

  2. Interessante queria entender mais a respeito sorte que esse texto da um esclarecimento

  3. O ambiente educacional a pesquisa cativa constantemente em um plano empírico onde todos os dados são levados em um plano teórico onde são separados em teoria e lei

  4. A pesquisa nos auxilia para a construção de nosso conhecimento, da realidade. Está sempre ligada aquilo que nós pensamos, aquilo que é possível colocar em prática.

  5. Gostaria de receber mais explicações sobre isso . Fiquei meio confusa em algumas coisas

  6. Preciso de mais leitura desse porte para conseguir entender alguns diferenciais dos conhecimentos científico

  7. Na verdade fiquei confusa , são vários pesquisadores falando de uma tese com suas teorias diferente

  8. Muito bom o estudo sobre metodolocia. E este doreciona a um amplo mecanismos de esgudos e nos prepara para elaboracoes de artigos, monogracias e materiais bibliograficos

  9. o estudo sobre metodologia é enriquecedor, pois nos doreciona a um amplo mecanismos de esgudos e nos prepara para elaboracoes de artigos, monogracias e materiais bibliograficos

  10. o estudo sobre metodologia é enriquecedor, pois nos doreciona a um amplo mecanismos de estudos e nos prepara para elaborações de artigos, monografias e materiais bibliograficos

  11. Concordo com o colega estatização completa dos meios de produção nunca existiu nem nunca existirá, pois se todos os meios de produção são estatizados, não há mercado, e sem mercado, os produtos não têm preço, e sem preços não se pode fazer cálculo de preços. Portanto sem cálculo de preços não há planejamento econômico. e sem um planejamento não há economia estatizada.

  12. Foi bom conhecer o método de pesquisa científica,que nos fez aprender a realizar atividades acadêmicas

  13. Conhecer mais a fundo os métodos científicos aplicados, os tipos de pesquisas, são primordiais para a vida acadêmica. Vou me aprofundar mais nesse assunto, vou ler mais a respeito.

  14. vamos contribuir com a ciência com nossas pesquisas e vamos contribuir no desenvolvimento pessoal e profissional.

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