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A Política da Coordenação Pedagógica na Educação Infantil

RC: 79684
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SANTOS, Marcelo da Cruz [1], SOUSA, Priscila Batista de [2]

SANTOS, Marcelo da Cruz. SOUSA, Priscila Batista de. A Política da Coordenação Pedagógica na Educação Infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 03, Vol. 10, pp. 176-189. Março de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/politica-da-coordenacao

RESUMO

O presente artigo objetiva um estudo sobre a importância de uma educação de qualidade através do Coordenador Pedagógico exercendo sua função diretamente na Educação Infantil, deixando claro que não é apenas papel da Coordenação Pedagógica o fazer acontecer desde a educação infantil para que se formem cidadãos operantes na construção da sociedade, mas também, é papel dos professores, através de formação continuada, elevando o patamar dos níveis educacionais. A princípio destacaremos que uma boa educação é direito de todos, enfatizando a importância de sair do tradicional.  Em seguida daremos ênfase no histórico da educação infantil, a importância da organização e planejamento do espaço educacional, a importância do cuidar, educar e brincar. Para finalizar, analisaremos a função do Coordenador Pedagógico, bem como a valorização da função do docente no contexto escolar.

Palavras chaves: Educação Infantil, Cuidar, Educar e Brincar, Coordenador Pedagógico.

1. INTRODUÇÃO

A Educação é direito de todos, dever da família e do Estado, sendo o fundamento para a construção de uma sociedade justa, contribuindo para o desenvolvimento individual e social, como garante a Constituição Federal em seu Artigo 5º.

A criança, pequeno cidadão, também lhe é devido esse direito. Para que o ensino seja ofertado de maneira satisfatória é necessário que a família, município e estado garantam à criança sua inserção na escola, requerendo seu desenvolvimento físico, motor e biopsicossocial (psicológico cognitivo, e social).

A educação infantil complementa a educação que é recebida no contexto familiar, tendo a escola à incumbência de proporcionar apoio e estímulos a cada etapa de sua vida.  Como ressalta Bujes (2001, p. 21 apud HERMIDA, 2007, p. 227):

[…] a educação infantil precisa ser muito mais qualificada. Ela deve incluir o acolhimento, a segurança, o lugar para a emoção, para o gosto, para o desenvolvimento da sensibilidade; não podendo deixar de lado o desenvolvimento das habilidades sociais, nem o domínio do espaço e do corpo e das modalidades expressivas; deve privilegiar o lugar para a curiosidade e o desafio.

É necessário que a escola colabore de maneira contínua para o desenvolvimento do ser humano, ou seja, educando e cuidando.

A escola é o espaço onde os conceitos pedagógicos são inseridos propositalmente de forma muito bem planejada e é esse fator que constitui o ensino-aprendizagem.

Vygotsky (1984, p. 98) afirma que “aquilo que é zona de desenvolvimento proximal hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã – ou seja, aquilo que uma criança pode fazer com assistência hoje, ela será capaz de fazer sozinha amanhã”.

Imprescindível é ter uma instituição de ensino flexível valorizando e desenvolvendo as diferenças, que adote uma forma nova de refletir a educação, tendo ciência que é por meio de interações que acontece a aprendizagem, deixando pra trás o modelo de escola tradicional, onde o núcleo e a base eram os docentes e não os alunos.

Os professores devem valorizar os estilos de aprendizagem, a diversidade de culturas, exercendo o que garante a Lei de Diretrizes e Bases – LDB 9.394/96 em seu artigo 1o:

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.

§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.

§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social.

Apresentaremos o Histórico da Educação Infantil, a Importância da Organização do Espaço Educacional. A Importância do Cuidar, Educar e Brincar. A Coordenação Pedagógica no apoio aos Professores de Educação Infantil.                                       

2. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por tempos a criança foi avistada como um pequeno ser em que os adultos a tinham apenas como um passatempo de distração. A conceituação de educação infantil não passava de um indivíduo que precisava somente de cuidados, como a higiene e a saúde.

A Educação Infantil passou a existir no Brasil pela oportunidade ofertada à mulher ao comércio de trabalho, não tendo lugar onde deixarem seus filhos.

A Lei nem sempre protegeu a criança, nem reconhecia que o acesso a escola era por direito e não um favor. Não existia a responsabilidade no que diz respeito ao pedagógico com as crianças, mas sim uma política assistencialista, como afirma Hermida (2007):

[…] a política assistencialista presente historicamente na dinâmica do atendimento a infância brasileira fez com que a formação e a especialização do profissional na área se tornassem desnecessárias, pois, para tanto, segundo a lógica dessa concepção, bastariam a boa vontade, gostar do que se faz e ter muito amor pelas crianças. (2007, p.141)

Estudos na década de 80 em relação à Educação Infantil concluíram que o ensino a criança era importantíssimo e que todas precisariam ter acesso a ela.

Foi somente em 1988 que a Educação Infantil passou a fazer parte da Constituição Federal, e em 1990, com a Lei nº 8069/90 o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, estava o acolhimento em creches e pré-escolas para as crianças até os 6 anos de idade.

A LDB Nº 9394/1996 em seu Artigo 30 declara que:

A educação infantil será oferecida em:

I – creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;

II – pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. (BRASIL, 1996).

A Educação Infantil passou a ser a primeira etapa da Educação Básica e a criança a ser vista como alguém que possui habilidades de criar e estabelecer relações.

Na metade dos anos 90 o conceito de criança foi expandido passando a compreendê-la como um ser social, onde o ensino se concretiza pelas relações entre criança e o social.

Em 1998 é criado RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil), documento que procura orientar o trabalho feito com crianças de zero a seis anos de idade. Buscando aprimorar o papel da Educação Infantil com sugestões que agregam o cuidar e o educar.

Sobre o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, a professora Neide Barbosa Saisi (2003) escreve:

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, elaborado e difundido pelo Ministério da Educação e do Desporto (MEC), em 1998, em consonância com a LDB, acompanha o processo de regulamentação da Educação Infantil, mas não se constitui em instrumento legal obrigatório a ser seguido pelos educadores dessa faixa etária. Consiste em um “guia de reflexão” cujo objetivo é contribuir para a elaboração dos projetos educacionais propostos pelas instituições de Educação Infantil. O Referencial, composto de três volumes, consiste em uma resposta que o MEC procura dar às necessidades de orientação apontadas por estudos realizados […]. Assim, o Referencial parte da perspectiva de ser incorporado ao projeto educacional da instituição caso ele traduza a vontade dos educadores envolvidos e atenda às necessidades específicas de cada equipamento. (2003, p. 101).

Documentos como Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil; Indicadores da Qualidade na Educação Infantil; Critérios para um atendimento em creches que respeite os direitos fundamentais das crianças, dentre outros, foram criados com o objetivo de dar subsídios aqueles que trabalham na Educação Infantil.

Surgindo o sentimento de valorização da criança como um ser social e contribuinte na construção de sua própria história, a preocupação de ter um espaço constituído especificamente para seu ensino e atenção no cuidar e educar na vida de cada uma delas.

3. A IMPORTÂNCIA DA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO EDUCACIONAL

É importante que o professor que trabalha na Educação Infantil tenha uma significativa preocupação com as atividades que são compartilhadas com as crianças, as mesmas contribuem para o desenvolvimento destas.

Como destaca o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:

Cabe ao professor individualizar as situações de aprendizagem oferecidas às crianças, considerando suas capacidades afetivas, emocionais, sociais, cognitivas assim como os conhecimentos que possuem dos mais diferentes assuntos e suas origens socioculturais diversas. Isso significa que o professor deve planejar e oferecer uma gama variada de experiências que responda, simultaneamente, às demandas do grupo e as individualidades de cada criança. (BRASIL, 1998, p.32).

É importantíssima a valorização do espaço físico. O mesmo é imprescindível para o desenvolvimento das crianças, é o local onde elas constroem conhecimento de si mesmas, vivenciando momentos que proporcionem o desenvolvimento de suas aptidões físicas e motoras de acordo com sua idade.

Loris Malaguzzi apud Gandini (1999) nos diz o seguinte:

Valorizamos o espaço devido ao seu poder de organizar, de promover relacionamentos agradáveis entre pessoas de diferentes idades, de criar ambientes atraentes, de oferecer mudanças, de promover escolhas e atividades, e o seu potencial para iniciar toda a espécie de aprendizagem social, afetiva e cognitiva. Tudo isso contribui para uma sensação de bem-estar e segurança nas crianças. Também pensamos que o espaço deve ser uma espécie de aquário que espelhe as idéias, atitudes e valores das pessoas que vivem nele. (1999, p.157).

É importante que o educador exerça com propriedade sua função educativa contribuindo para o aprendizado das crianças.

Já afirmava Gandini (1999):

O ambiente é visto como algo que educa a criança. Na verdade, ele é considerado o terceiro educador juntamente com a equipe de professores. A fim de agir como um educador para a criança, o ambiente precisa ser flexível e deve passar por uma modificação freqüente pelas crianças e pelos professores a fim de permanecer atualizado e sensível às suas necessidades de serem protagonistas na sua construção de seu conhecimento. Tudo o que cerca as pessoas na escola e o que usam – os objetos, os materiais e as estruturas – não são vistos como elementos cognitivos passivos, mas, ao contrário, como elementos que condicionam e são condicionados pelas ações dos indivíduos que agem nela. (1999, p.157).

É preciso ter um cuidado todo especial quando se trata sobre o ambiente educativo na Educação Infantil, pois o mesmo contribui, e muito, para o desenvolvimento das crianças.

Como ainda destaca Gandini (1999):

A fim de agir como um educador para a criança, o ambiente precisa ser flexível; deve passar por uma modificação frequente pelas crianças e pelos professores a fim de permanecer atualizado e sensível às suas necessidades de serem protagonistas na construção de seu conhecimento. (1999, p.157).

É preciso que o educador esteja atento ao ambiente, pois, segundo Horn:

O olhar de um educador atento e sensível a todos os elementos que estão postos em uma sala de aula, o modo como organizamos materiais e móveis, e a forma como as crianças e adultos interagem com eles são reveladores de uma concepção pedagógica. (2004, p.15).

 É essencial a organização dos espaços na educação infantil, pois a mesma faz com que as crianças desenvolvam suas potencialidades.

A educação infantil requer conhecimento por parte dos profissionais para a realização de um trabalho voltado para as crianças. Para que toda essa tarefa seja executada de forma excelente, é imprescindível que estes tenham um olhar todo especial para a ação do cuidar e educar de cada uma delas.

4. A IMPORTÂNCIA DO CUIDAR, EDUCAR E BRINCAR

É preciso ter bom planejamento por parte daqueles que estão cuidando e educando a criança, pois a mesma está em aprendizado constante.

Kramer (2005) reforça que é impossível educar sem cuidar e enfatiza que a interação dos adultos com as crianças no seu cotidiano pode sem transformadas em momentos educativos.

Cuidar e educar são ações a serem tratadas de maneira articulada. Dessa forma, “[…] educar é abranger todos os aspectos da vida do aluno, desde o atendimento de suas necessidades mais básicas, primárias e elementares até as mais elaboradas e intelectualizadas” (SIGNORETTE, 2002, p. 6).

A importância de cuidar deve ser compreendida por gestores e educadores colocando a instituição como um ambiente que, além de educar, também cuida.

O Cuidar e o Educar na Educação Infantil é de fundamental apreço, pois contribui expressivamente para a construção de  conhecimentos e desenvolvimento das potencialidades e capacidades das crianças, elas estão em constante desenvolvimento e precisam ser estimuladas com a finalidade de adquirir seu pleno desenvolvimento.

É função da instituição de educação Infantil prover condições para esse desenvolvimento, sendo  imprescindível  que as atividades sejam devidamente bem planejadas, possibilitando a criança o prazer de executá-las, sendo estimulada na aquisição de novas aprendizagens.

O Cuidar de acordo com o RCNEI (1998):

[…] é sobretudo dar atenção a ela (criança) como pessoa que está num contínuo crescimento e desenvolvimento, compreendendo sua singularidade, identificando e respondendo às suas necessidades. Isto inclui interessar-se sobre o que a criança sente, pensa, o que ela sabe sobre si e sobre o mundo, visando à ampliação deste conhecimento e de suas habilidades, que aos poucos a tornarão mais independente e mais autônoma. (BRASIL, 1998, p. 25).

É preciso que o profissional tenha comprometimento com os pequenos sendo atento as suas necessidades e respeitando as particularidades de cada um.

A ação do Cuidar deve construir uma conexão entre quem cuida e quem é cuidado, auxiliando a criança em todos os seus aspectos. Essa conexão requer dedicação exclusiva do professor, ou seja, tempo e entrega para corroborar com seu integral desenvolvimento.

Conforme o RCNEI (1998, p.24):

A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a se desenvolver como ser humano. Cuidar significa valorizar e ajudar a desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si próprio que possui uma dimensão expressiva e implica em procedimentos específicos. (BRASIL, 1998, p. 24).

É preciso que o profissional tenha comprometimento com os pequenos estando atento às suas necessidades e respeitando as particularidades de cada um.

A ação do Cuidar deve construir uma conexão entre quem cuida e quem é cuidado, auxiliando a criança em todos os seus aspectos. Essa conexão requer dedicação exclusiva do professor, ou seja, tempo e entrega para corroborar com seu integral desenvolvimento.

O conceito de Educar por sua vez é muito mais amplo, transpondo ao limite de transmissão de conhecimento, envolvendo circunstâncias significativas de aprendizagens que colaborem para que as crianças construam seus próprios conhecimentos, permitindo que as mesmas desenvolvam suas capacidades, conquistando sua independência.

O RCNEI (1998) nos mostra o que é Educar:

Nas últimas décadas, os debates em nível nacional e internacional apontam para a necessidade de que as instituições de educação infantil incorporem de maneira integrada as funções de educar e cuidar, não mais diferenciando nem hierarquizando os profissionais e instituições que atuam com as crianças pequenas e/ou aqueles que trabalham com as maiores. As novas funções para a educação infantil devem estar associadas a padrões de qualidade. Essa qualidade advém de concepções de desenvolvimento que consideram as crianças nos seus contextos sociais, ambientais, culturais e, mais concretamente, nas interações e práticas sociais que lhes fornecem elementos relacionados às mais diversas linguagens e ao contato com os mais variados conhecimentos para a construção de uma identidade autônoma. (BRSIL, 1998, p. 23).

A ação de Educar requer que o professor estimule suas crianças ao despertar do interesse de aprender. Sendo estratégicos em seus atos com a intenção de que as habilidades infantis sejam de fato incitadas e suas potencialidades se autodesenvolvam. Conduzindo-as com o intuito de que obtenham implicações positivas para o seu desenvolvimento humano.

O RCNEI (1998) enfatiza:

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (BRASIL, 1998, p. 23).

Importante destacar que o Educar deve estar relacionado ao Brincar, pois conforme Adriana Lima (2002, p. 33), “Não existe nada que a criança precise saber que não possa ser ensinado brincando”.

Segundo RCNEI, (1998, p. 22) “Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia”, não sendo um passatempo sem objetivo.

Por meio das brincadeiras os pequenos interagem entre si, desenvolvendo assim sua criatividade, suas habilidades, sua comunicação. O Brincar é indispensável a todo ser humano. É através do lúdico que cada em se desenvolve e constrói a cada dia novos conhecimentos.

Através do brincar a criança procura respostas as suas dificuldades, como afirmam Alves e Sommerhalder (2011):

É no ‘como se’ da brincadeira/jogo que a criança busca alternativas e respostas para as dificuldades e/ou problemas que vão surgindo, seja na dimensão motora, social, afetiva ou cognitiva. É assim que ela testa seus limites e seus medos, é assim que satisfaz seus desejos. Em outros termos, é assim que ela aprende o significado e o sentido, por exemplo, da cooperação, da competição, é assim que ela explora e experimenta diferentes habilidades motoras, que ela inventa e cria novas combinações de movimentos, é assim que ela consegue reconhecer valores e atitudes […] ( 2011, p.13).

É indispensável que o educador promova diversidade no planejamento das atividades realizadas com as crianças. É necessário associar o Brincar com a prática educativa, garantindo aos pequenos o direito de expressar, interagir, dialogar, brincar, colaborando grandemente para o seu pleno desenvolvimento.

O RCNEI (1998, p. 27) afirma que: “a brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o não-brincar”, ou seja, a realidade prove o conteúdo da brincadeira, se descortinando através da linguagem simbólica.

Deste modo o planejamento é indispensável no cumprimento da ação pedagógica, o RCNs (1998) diz que:

A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças, oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço estruturado para brincar permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacionais infantis. (…) é preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do conhecimento, um uma atividade espontânea e imaginativa. (BRASIL, 1998, p. 29).

As brincadeiras na Educação Infantil é ferramenta importantíssima para a criança, é por meio do Brincar que ela estabelece sentimentos contribuindo assim   para   o seu desenvolvimento, logo no Cuidar e Educar faz-se necessário levar em consideração a ludicidade e explora- lá como ferramenta de alto relevância na Educação Infantil, pois o brincar é essencial à criança.

Para que o docente que trabalha com as crianças na educação infantil exerça com êxito a ação do Cuidar e Brincar é necessário ter o apoio da coordenação pedagógica.

5. COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA NO APOIO AOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL

O coordenador pedagógico tem por função desenvolver suas obrigações obedecendo às instruções da Política Educacional Nacional, como componente mediador e estimulador da ação pedagógica.

Segundo Libâneo (2001):

[…] o coordenador pedagógico não é “tomador de conta dos professores”, nem “testa de ferro” das autoridades de diferentes órgãos do sistema, ele tem uma função mediadora, no sentido de revelar/desvelar os significados das propostas curriculares, para que os professores elaborem seus próprios sentidos, deixando de conjugar o verbo cumprir obrigações curriculares e passando a conjugar os verbos aceitar, trabalhar, operacionalizar determinadas propostas, porque estas estão de acordo com suas crenças e compromissos sobre a escola e o aluno, e rejeitar as que lhes parecem inadequadas como proposta de trabalho para aqueles alunos, aquela escola, aquele momento histórico. (2001, p. 200).

O trabalho do coordenador pedagógico é estar lado a lado com os educadores proporcionando momentos de estudos, com o intuito que os mesmos aperfeiçoem suas habilidades e conhecimentos para encontrar novas maneiras de fazer o seu trabalho pedagógico.

O coordenador pedagógico é componente extremamente essencial no espaço escolar, o mesmo busca a integração do todos que estão envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Dando o devido valor a contínua formação do professor com a finalidade de auxiliar na construção de uma educação de qualidade.

É na educação infantil que se inicia a construção da identidade das crianças, logo, a atuação do coordenador pedagógico é essencial, pois é ele que tem a incumbência na direção de propostas pedagógicas que visam contribuir na ação do educador, para melhorar o desempenhar de suas funções no cotidiano com as crianças.

É preciso que o Coordenador Pedagógico conheça de modo pleno o seu ambiente de trabalho, dividindo conhecimentos, sendo fundamental em sua função de ser transformador, formador e articulador.

Como afirma Bruno (2008, p. 84): “O coordenador pedagógico é aquele que atua como o mediador que articula a construção coletiva do projeto político pedagógico e que, em comunhão com os professores, elabora a qualidade das práticas educativas”.

O coordenador pedagógico precisa ter seu trabalho centralizado nas práticas dos docentes, tendo competência de aceitar as diferenças e ter sabedoria em tudo o que vier a fazer, auxiliando de maneira sem igual a formação contínua de cada docente.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa objetivou a compreensão do trabalho conjunto do docente e da coordenação pedagógica na instituição infantil, tendo sempre em mente que desde muito pequenos são capacidades e tem direito a um ensino de qualidade visando à formação de cidadão.

Compete ao coordenador pedagógico auxiliar na conscientização precisa da luta por um ensino de qualidade e não ser um ditador de regras. Cumprindo sua liderança de forma eficaz para o desempenho do docente formador.

O professor precisa estar em constante capacitação para desenvolver seu trabalho na educação infantil, observando as necessidades de cada criança para assim interagir com ela em benefício do seu desenvolvimento.

É indispensável que o professor tenha o reconhecimento a cada dia que a ação do Brincar constitui um recurso pedagógico que, articulado com o ato de Educar e o Cuidar trará o pleno desenvolvimento dos pequenos.

É de extrema necessidade que os centros de Educação Infantil obtenham um olhar reflexivo sobre o Educar, Cuidar e Brincar. Tenham comprometimento num atendimento educacional de qualidade. Tendo reconhecimento que o Cuidar, Educar e Brincar são meios imprescindíveis para o total desenvolvimento das crianças, cuidando, educando e dando valor devido ao Brincar, pois é por direito a criança desenvolver-se de modo pleno.

É necessário que a educação infantil esteja plenamente compromissada em ofertar à criança o direito de Brincar, sendo cuidada sendo respeitada, sendo vista como um ser que tem por direito viver sua infância de maneira intensa e única, obtendo conhecimentos através dessas ações.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1998). Constituição. Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em: 01 dez. 2019.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI). Brasília: MEC/SEE, 1998. Introdução. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf. Acesso em: 02 dez. 2019.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI). Brasília: MEC/SEE, 1998. Introdução. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf. Acesso em: 02 dez. 2019.

BRUNO, Eliane; ALMEIDA, Laurinda; CHRISTOV, Luiza Helena. (orgs.). O coordenador pedagógico e a formação docente. 9. ed. São Paulo, SP: Loyola, 2008.

GANDINI, Lella. Espaços educacionais e de envolvimento Pessoal. In: EDWARDS, Carolyn, GANDINI, Lella, FORMAN, George (orgs.). As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emilia. Porto Alegre: Artmed, 1999.

HERMIDA, J. F. (org). Educação Infantil: políticas e fundamentos. 1. Ed. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2007

HORN, Maria da Graça de Souza. Sabores, cores, sons, aromas. A organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

KRAMER, Sonia.  Profissionais de Educação Infantil: gestão e formação. São Paulo: Ática, 2005.

LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 02 dez. 2019.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão escolar: teoria e prática. 4. ed. Goiânia: Editora Alternativa, 2001.

LIMA, Adriana Flávia S. de Oliveira. Pré-escola e alfabetização: uma proposta baseada em P. Freire e J. Piaget. Petrólopis: Vozes, 2002.

SAISI, N. B. Subsídios para uma reflexão sobre o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Material didático do PEC-Municípios, 2003.

SIGNORETTE, A. E. R. S. et al. Educação e cuidado: dimensões afetiva e biológica constituem o binômio de atendimento. Revista do Professor. Porto Alegre, n. 72, p. 5-8, out./dez. 2002.

SOMMERHALDER, Aline. ALVES, Fernando Donizete. Jogo e a educação da infância: muito prazer em aprender. Curitiba, PR: CRV, 2011.

VYGOTSKY, L. S. Formação Social da Mente. SP. Martins Fontes, 1989.

[1] Especialização em Educação Política e Sociedade (LAPA-FAEL), Especialização em Educação Especial Inclusiva (LAPA-FAEL); Aluno do curso de pós-graduação em Gestão em Orientação e Supervisão Escolar pela Faculdade Educacional da Lapa-FAEL.

[2] Especialização em Gestão em Orientação e Supervisão Escolar (LAPA-FAEL). Especialização em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira (FIFASUL). Graduação em Letras Licenciatura Plena-Habilitação em Português/Espanhol, pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

Enviado: Agosto, 2020.

Aprovado: Março, 2021.

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Marcelo da Cruz Santos

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