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Ludicidade, a importância do tema para educação infantil a partir do discurso dos docentes de Piancó – Paraíba.

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL 

SILVA, José Rogério da [1]

SILVA, José Rogério da. Ludicidade, a importância do tema  para educação infantil a partir do discurso dos docentes de Piancó  – Paraíba.  Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 01, Vol. 03, pp. 52-69. Janeiro de 2019. ISSN:2448-0959

RESUMO

Uma alusão as atividades lúdicas como sendo um meio de desenvolvimento integral mais significativo e uma aprendizagem mais prazerosa. Pelo fato de que brincar faz parte do desenvolvimento cognitivo, social, biológico, motor e afetivo da criança. Para conhecer o cotidiano das concepções e práticas pedagógicas na Educação Infantil e averiguar como o lúdico vem sendo trabalhado na Educação Infantil na rede municipal de ensino de Piancó – PB, ouvimos o discurso dos professores, suas percepções e relatos favoráveis à prática lúdica, falam com familiaridade da ação pedagógica e a compreensão do seu papel no desenvolvimento das crianças.

Palavras – Chaves: Ludicidade, desenvolvimento, educadores, educação infantil.

INTRODUÇÃO

Da maneira como o sistema educacional no Brasil se organiza nos segmentos, contempla um pensamento de educação integral em que o ser é um sujeito social, político, cultural e autônomo. Com esta compreensão, a Educação Infantil é pensada numa visão em que a criança é um “todo”. Um ser pensante, com emoções diversas, critico, com personalidade em formação e que requer uma construção do conhecimento de maneira que esse “todo” seja respeitado. No entanto, colaborando para que ocorra umas práxis interessante, principalmente das crianças pela escola, e desconstruindo os métodos tradicionais, se faz necessário repensar as práticas das abordagens em sala de aula que envolvam a ludicidade.

Neste sentido, investigou-se como o lúdico pode ser utilizado na construção do conhecimento na educação de crianças de quatro e cinco anos?

Diante do exposto, o propósito geral desta investigação é de analisar de como o lúdico vem sendo trabalhado na Educação Infantil visando à utilização deste instrumento no aprendizado de crianças de quatro e cinco anos. Passando pela Identificação da importância do lúdico como propostas educacionais para as instituições infantis; Classificando as atividades lúdicas como forma de aprendizagem e desenvolvimento as crianças e não como mero passatempo, e; Identificar como os professores usam os brinquedos, as brincadeiras e os jogos de forma adequados a faixa etária das crianças considerando o currículo para a Educação Infantil.

Concretiza-se esta investigação em três escolas de educação infantil da rede Municipal de Ensino da cidade de Piancó/PB, realiza-se contato com as instituições de ensino selecionadas que prontamente permitiu a investigação dentro das unidades. Selecionou-se os autores: Freire (1997), Vygotsky (1998), Almeida (1995) e Kishimoto (1999) e documentos oficiais como LDB (Lei de Diretrizes e Bases), RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil) que fundamentou e serviu de instrumento de análise do primeiro capitulo deste documento. No segundo capitulo, o caminho trilhado para concretização da pesquisa que contempla três instituições que ofertam Educação Infantil, seis professoras que trabalham com crianças de quatro e cinco anos. Como pesquisa de natureza qualitativa, elaborou-se um roteiro de entrevistas que culminou na análise destas e das observações em três salas de aulas, com suas respectivas analises e documentadas no terceiro capitulo.

O interesse por esta temática surge da experiência pessoal do autor, que foi alfabetizado aos 16 anos de idade com o uso de jogos e brincadeiras. Uma vez que o lúdico foi transformador e atrativo a ponto de despertar o gosto pela leitura e escrita, pode-se atribuir a “ele”, portanto, grande poder educativo.

EDUCAÇÃO INFANTIL: UM BREVE HISTÓRICO ACERCA DO LÚDICO

Kishimoto (1994, apud. ALVES, 2001), contextualiza a disseminação dos jogos como acontecidos a partir do movimento científico do século XVIII, permitindo a concepção, a adaptação e a popularização dos jogos no processo de ensino/ aprendizagem. Averígua-se, que a ludicidade sempre esteve presente em todas as épocas entre os povos e apontado pelos estudiosos, como sendo de grande saliência para o desenvolvimento da criança.

No Brasil, a política educacional voltada para Educação Infantil, começa a ganhar formas e a ser rascunhada na segunda metade do século XIX com a Creche e o Jardim de Infância. A primeira instituição voltada a este segmento surgiu no Rio de Janeiro pelas mãos da iniciativa privada. A princípio, o lúdico era a proposta pedagógica principalmente os métodos Friedrich Froebel (1782-1852)[2], baseado nos jogos, opondo-se ao modelo de educação tradicional que impossibilitava a criança brincar. Logo, surgiram controvérsias e oposição a esta nova forma de educar, principalmente por parte dos defensores da rígida metodologia tradicional disciplinadora herdada dos tempos imperiais.

Apesar de muitos embates, foi na Constituição Brasileira de 1988, que a Educação Infantil, foi reconhecida como um direto da criança, lhe assegurando este direito, um grande avanço para a Educação. Não só pela obrigatoriedade do Estado, mas também pela concepção pedagógica e ideológica de reconhecer a criança como um “sujeito de direitos”.

Mas foi somente na Lei das Diretrizes e Bases da Educação nacional, (LDB Nº 9394/1996), que o termo Educação Infantil ganhou contornos mais definidos e a criança pequena (0 a 3 anos) foi levada em consideração. A LDB afirma que a Educação Infantil começa dos 0 aos 3 anos de idade já para quem necessita estar numa creche, e as crianças de 4 a 5 anos de idade como pré-escola, constituindo-se Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica brasileira. Um avanço significativo.

Dentro deste contexto, em 1998 foi apresentada a versão final RCNEI (Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil) que nortearia a educação de crianças de 0 a 6 anos de idade e delinearia os eixos temáticos[3], orientando educador e a equipe pedagógica. O RCNEI estabelece uma política pedagógica de Estado, assim a Educação Infantil, deixa de ser apenas uma fase de adaptação a vida escolar e passa a ser o alicerce da educação. Isso é imensamente benéfico a criança e ao professor de Educação Infantil que passar a ser subsidiado por uma política pedagógica, e não apenas e tão somente assumir a função de “cuidador” como se a escola fosse um depósito de crianças.

A LUDICIDADE E A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Na educação de crianças de 4 à 5 anos de idade é desejável a utilização os jogos, brinquedos e brincadeiras como meio para desenvolver o cognitivo, a corporeidade, a imaginação, a coordenação motora , a inventividade, a capacidade de decidir, a compressão de regras, etc. Nesta mesma linha de pensamento vários estudiosos, pensadores e educadores argumentam a favor da ludicidade:

VYGOTSKY (1998, p. 97) “atribuiu relevante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil, mostrando que é no brincar, jogar que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil e motor.” Nos primeiros anos, a família é de grande valor para que a criança cresça de modo saudável e deve ser encarada como uma preparação para a convivência com as demais pessoas e a escola.

Para VYGOTSKY (1989) As brincadeiras que são ofertadas à criança devem estar de acordo com a zona de desenvolvimento em que ela se encontra, desta forma, pode-se perceber a importância do professor conhecer o pensamento de Vygotsky e outros pensadores da educação. No processo da educação infantil o papel do professor é de suma importância, pois é ele quem cria os espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da construção do conhecimento.

Considerando-se que é brincando que a criança se relaciona com as pessoas e objetos ao seu redor, aprendendo o tempo todo com as experiências que pode ter. São essas vivências, por sinal, na interação com as pessoas de seu grupo social, que possibilitam a assimilação e apropriação da realidade, da vida e toda sua plenitude.

No brincar a criança está sempre acima de sua idade média, acima de seu comportamento diário. Assim, na brincadeira de faz-de-conta, as crianças manifestam certas habilidades que não seriam esperadas para sua idade. Nesse sentido, a aprendizagem cria a zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a aprendizagem desperta vários processos internos de desenvolvimento. Deste ponto de vista, aprendizagem não é desenvolvimento; entretanto o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer (VYGOTSKY apud OLIVEIRA, 2002, p. 132).

O aprendizado só é significativo quando se acrescenta ao desenvolvimento. Pois se cria uma zona de desenvolvimento proximal; a saber, o despertar de diversos artifícios internos, que são capazes de agir unicamente quando a criança passar a interagir com pessoas em seus espaços e em colaboração com seus pares. Uma vez que se incorporar inconscientemente, esses processos tornam-se parte integrante dos alcances da criança.

De acordo com Kishimoto (2002, p.146), “por ser uma ação iniciada e mantida pela criança, a brincadeira possibilita a busca de meios, pela exploração ainda que desordenada, e exerce papel fundamental na construção de saber fazer”. As brincadeiras são formas mais originais que a criança tem de se relacionar e de se apropriar do mundo, melhoramento seu crescimento social e individual, favorecendo de maneira significativa tanto a linguagem quanto o pensamento, bem como a autoestima da criança.

Para Freire (1997, p. 112), “a criança é uma especialista em brinquedo, mais até que a própria professora. Não uma especialista em teorizar sobre o brinquedo, mas em brincar.” É nítido de como o brincar é uma ação essencial para o crescimento infantil. Uma criança que não brinca passa a ser elemento de inquietação, para a família, o professor e a escola. Proporciona tempo e espaço para atividades lúdicas, logo, constitui cooperar para um desenvolvimento profícuo.

É urgente e necessário, que o professor procure ampliar, cada vez mais a vivência da criança com o ambiente físico, com brinquedos, brincadeiras e com outras crianças.

Para o educador contemporâneo, é uma necessidade compreender os fundamentos teóricos da ludicidade, suas bases históricas, traçar metas de planejamento onde a criança aprenda brincando. Sendo assim, nas sociedades de mudanças aceleradas, como a que vivemos, somos sempre impelidos a adquirir competências novas, pois é o individuo a unidade básica de transformação. “Compreender a atividade infantil capacita o professor a intervir para facilitar o desenvolvimento da criança.” FREIRE (1997, p. 44).

Nesta mesma direção, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil em seu artigo 3º aponta o caminho:

O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos. (DCNEI, 2009, p. 18)

Na escola, as crianças de educação infantil devem ser estimuladas e instruídas para as atividades lúdicas, ou seja, as práticas curriculares, para que de fato estas experiências ocorram. Os brinquedos[4] são objetos concretos que devem ser utilizados nas brincadeiras. Ele ainda pode despertar o mundo imaginário, ou seja, o faz de contas, a fantasia. O lúdico é imprescindível para o desenvolvimento corporal e da linguagem. Os jogos beneficiam o entendimento das regras da brincadeira, na afetividade e no respeito mútuo.

A ludicidade ocasiona uma facilidade para o professor desenvolver sua metodologia de forma inovadora, atrativa e prazerosa para os alunos, ou seja, pode-se perceber o quanto o trabalho com o lúdico é importante para o desenvolvimento da criança e é uma necessidade que deve ser abraçada por profissionais de educação e principalmente de educação infantil, como principal ferramenta no processo ensino/aprendizagem para a escola deste milênio.

Nesta perspectiva o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p.32) relata:

A intervenção do professor é necessária para que, na instituição de educação infantil, as crianças possam, em situações de interação social ou sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das diferentes linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e ideias, da experimentação, da reflexão, da elaboração de perguntas e respostas, da construção de objetos e brinquedos etc. Para isso, o professor deve conhecer e considerar as singularidades das crianças de diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização.

O educador precisa valorizar as atividades lúdicas, enquanto uma ação pedagógica, para tanto, é imprescindível que ele tenha um conceito equilibrado de que brincar sem objetivo é apenas “lazer”. O processo da aprendizagem só ocorre se o professor tiver alvos traçados e muito bem resolvidos sobre o que espera conseguir com cada jogo ou brincadeira.

O CONFRONTO ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA DOS PROFESSORES

Para conhecer o cotidiano das concepções e práticas pedagógicas na educação infantil e averiguar como o lúdico vem sendo trabalhado na Educação Infantil visando à utilização como instrumento no aprendizado educacional, utilizou-se uma abordagem de caráter qualitativo, uma vez que ela prioriza a visão dos atores do processo, possibilitando melhor entendimento do fato pesquisado. Em síntese, uma entrevista com finalidade de pesquisa que beneficia o ingresso direto ou indireto às convicções, aos conceitos, ás vivências e aos sentidos que os entrevistados atribuem a si e aos outros.

A escolha por esta forma de pesquisa aconteceu pelo fato de se fazer necessário que haja uma aproximação da realidade averiguada. O Uso de entrevistas como sendo indispensável para que exista um enriquecimento dos dados estudado, pois para Severino (2007, p. 124), trata-se de uma técnica que tem por finalidade colher subsídios sobre uma matéria especifica. Assim para o autor, “O pesquisador visa apreender o que os sujeitos pensam, sabem, representam, fazem, argumentam” (SEVERINO, 2007, p. 124).

No tocante às entrevistas, as questões são pré-estabelecidas e com uma direção especifica, obedecendo a uma ação sistemática. Por estabelecer-se “Com questões bem diretivas, obtém, do universo de sujeitos, respostas também, mais facilmente categorizáveis, sendo assim, muito útil para o desenvolvimento de levantamentos” (SEVERINO, 2007, p. 125). Nesta oportunidade, a entrevista se assemelha a um questionário.

O universo da pesquisa abrange a entrevista de duas professoras de cada escola, uma localizada na zona periférica, uma central e outra escola do campo no Município de Piancó. Todas as profissionais entrevistas têm como a primeira formação Pedagogia, com uma média de sete anos de experiência em sala de aula. Para conhecer o cotidiano das concepções e práticas pedagógicas na educação infantil e averiguar como o lúdico vem sendo trabalhado na Educação Infantil visando à utilização como instrumento no aprendizado educacional, utilizou-se a abordagem de caráter qualitativo, classificada empírica. E observação não participante, em sala de aula, ou seja, observo e registro os fatos, mas não participo das atividades oferecidas.

Objetivando a coleta de dados para subsidiar esta pesquisa, a observação ocorreu em seis salas de aula de Educação Infantil, em três escolas pertencentes a Rede Municipal de Ensino da cidade de Piancó – PB. A observação ocorreu na mesma ordem cronológica das entrevistas, as escolas e os professores observados receberam a mesma denominação das entrevistas.

Na escola A, nitidamente o discurso é coerente com a prática. As professoras compreendem e aplicam este tipo de atividades em sala de aula, alia o currículo às brincadeiras e aos jogos. As crianças interagem bem, são participativas e curiosas. Pode se creditar o êxito da ação pedagógica à boa formação das educadoras e ao um bom planejamento. Ideia sustentada por Almeida:

O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantindo se o educador estiver preparado para realizá-lo. Nada será feito se ele não tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação lúdica, condições suficientes para socializar o conhecimento e predisposição para levar isso adiante. (ALMEIDA, 200, p. 63)

A base do que foi visto nos dias de observação, podemos dizer que as atividades desenvolvidas andam ombro a ombro com o currículo, a rotina é bem organizada, a música está sempre presente, o uso no corpo, os jogos matemáticos e a geometria são se aprende com brinquedos simples, o alfabeto vira quebra-cabeça, a historinha é coletiva e dramatizada conta e recontada por todos.

A observação na Escola B foi de suma importância para ampliar o leque de informações no levantamento de dados. As educadoras são muito dinâmicas e criativas. As brincadeiras e os jogos que elas desenvolveram em sala, são sempre coletivos. Uma particularidade que chama atenção nesta escola é o uso de brinquedos tradicionais, ao consultar o plano de aula, verifica-se que as brincadeiras e jogos são direcionados ao objetivo de gerar a autonomia da criança, criando vínculos com a cultura regional partindo da local para o global, valorizando os conhecimentos herdados dos antepassados, resgatando o lúdico como fator produtor de conhecimento e fortalecimento da identidade entre o passado e o presente. Já que a ludicidade é uma representação da realidade sócio cultural que a criança está inserida. No ato de brincar/ jogar as crianças aprendem uma com à outra tanto pela interação como pela observação, a aprendizagem mesmo no lúdico ocorre de forma recíproca. Nesta mesma perspectiva Almeida sustenta que:

A esse ato de busca, de troca, de interação, de apropriação é que damos o nome de EDUCAÇÃO. Esta não existe por si; É uma ação conjunta entre as pessoas que cooperam, comunicam-se e comungam do mesmo saber. Por isso, educar não é um ato ingênuo, indefinido, imprevisível, mas um ato histórico (tempo), cultural (valores), social (relação), psicológico (inteligente), afetivo, existencial (concreto) e, acima de tudo, político, pois numa sociedade de classe, nenhuma ação é simplesmente neutra, sem consciência de seus propósitos. (ALMEIDA, 2003, p.11)

Pela observação fica compreendido que o processo é simples e viável, pois até mesmo na mais humilde das salas de aula pode ser utilizadas, ferramentas como: desenho, cantigas de roda, imitação e jogos robustos, brincadeiras tradicionais (corda, amarelinha, boneca de pano, etc) e folclóricas, são indispensáveis para que essa interação ocorra de modo salutar e fortaleça os vínculos entre crianças, educadores, família e comunidade.

A Escola C, também contempla a ludicidade como uma prática cotidiana, as salas são ornamentadas com motivos infantis, as professoras inserem nas aulas brincadeiras tradicionais, brinquedos locais (carrinho de madeira, boneca de pano e elementos da cultura da comunidade), danças tradicionais, e brincadeira repassadas de geração em geração de maneira oral (passar o anel, toca de esconder, quente ou frio, etc.) O que para Kishimoto é algo apreciável: “Toda Educação tem valores. Pra que a educação tenha raízes na cultura é preciso que ela inclua os valores da comunidade na qual está inserida.” ( Kishimoto, 1999, p.13).

Outro aspecto relevante, são as brincadeiras espontâneas e até mesmo improvisadas que surgem durante a aula. “… quando desenvolvido livremente pela criança, o jogo tem efeitos positivos na esfera cognitiva, social e moral” (KISHIMOTO, 1993, p.102). O respeito é de suma importância para que as atividades alcancem seus objetivos, respeito à vontade da criança participar ou não, as limitações físicas e intelectuais. Não deve ser imposto e a individualidade de cada aluno precisa ser valorizada.

Nas observações realizadas nas três escolas campo da pesquisa, os resultados são reveladores, as professoras observadas têm uma ampla compreensão da prática lúdica e sua importância para o desenvolvimento integral da criança. No tocante as crianças são receptivas e interagem, bem com as atividades propostas.

A VOZ DO PROFESSOR: O PONTO E CONTRA PRONTO.

PERGUNTA FALA DO ENTREVISTADO COMENTÁRIO
 

 

 

Pergunta 1: Em sua opinião qual a importância do lúdico para a formação da criança?

Escola A:

Professor 1: O lúdico é fundamental para a formação de nossas crianças, com o lúdico a criança é socializada, aprende regas de convivência, desperta a curiosidade e ganha autonomia.

Professor 2: É de muita importância para a formação do aluno, é um diferencial na sala de aula que estimula o aluno aprender se divertindo. O aluno é estimulado a vivenciar novas experiências e situações.

 

Escola B:

 

Professor 1: Não consigo conceber a Educação Infantil sem a prática do lúdico. A ludicidade é um excelente método para a formação da criança que combinado com outros métodos leva ao um desenvolvimento integral.

Professor 2: Uma vez que os primeiros anos de vida são cruciais na formação da criança e para a construção de sua identidade, de sua estrutura física, socioafetiva e, sobretudo intelectual.  Mas não será o lúdico e somente “ele” que contribui para a formação da criança, e sim um conjunto de ações.

 

Escola C:

 

Professor 1: O lúdico é importante na educação de crianças, pois é decisivo na assimilação de valores, na aquisição de comportamentos, no desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento aprimoramento de habilidades e a socialização.

Professor 2: As atividades lúdicas são importantes pois, são capazes de intervir positivamente no desenvolvimento cognitivo da criança, influenciando seus valores, sua relação com o mundo e as pessoas em sua volta assegurando as condições adequadas para desenvolver suas competências.

Ao analisar as falas das seis professoras entrevistadas podemos concluir que elas têm um conceito bem equilibrado sobre a importância do lúdico para o desenvolvimento da criança.

As professoras têm consciência que utilizar as brincadeiras e os jogos pode influenciar positivamente no desenvolvimento cognitivo da criança, levando-a também a autonomia no processo ensino / aprendizagem, socializando-a e preparando também para a vida na coletividade.

As concepções destas professoras comungam com os autores que referenciam este estudo. “Por ser uma ação iniciada e mantida pela criança, a brincadeira possibilita a busca de meios, pela exploração ainda que desordenada, e exerce papel fundamental na construção de saber fazer”. (Kishimoto, 2002, p.146)

A concepção das professoras, em parte, podemos creditar a formação acadêmica que receberam, todas são graduadas em Pedagogia, outro ponto que favorece o posicionamento das educadoras é a formação continuada onde a temática é sempre aborda, os grupos de estudos pesquisam publicações pedagógicas e documento do Ministério da Educação, dividem experiências e planejam coletivamente.

As educadoras são unanimes ao afirmarem que o lúdico é importante para o desenvolvimento da criança. Compreendem a natureza do método, podemos perceber isso por meio de alguns fragmentos de suas entrevistas: “Não consigo conceber a Educação Infantil sem a prática do lúdico.” Professor 1- Escola B. No entanto, a professora 1 da Escola A diz: “O lúdico é fundamental para a formação de nossas crianças.”

 

 

Pergunta 2: Como as atividades lúdicas são aceitas pela equipe de sua escola?

Escola A:

Professor 1: Estas atividades são muito bem aceitas em nossa escola, a direção incentiva, os colegas contribuem e as crianças são muito receptivas.

Professor 2: São bem aceitas pela direção, pelos professores e pelos alunos, na verdade são até estimuladas.

 

Escola B:

Professor 1: Sim! Mas ainda encontro resistência ao uso do método, quando estou aplicando o método alguns colegas não compreendem e pensam que estou apenas brincando para passar o tempo, mas uma pequena minoria age assim.

Professor 2: Sim, toda a equipe apoia as atividades lúdicas e até mesmo participam junto com os professores.

 

Escola C:

Professor 1: Sim, toda a equipe apoia as atividades lúdicas e até mesmo participam junto com os professores.

Professor 2: Sim.

 

Enquanto as atividades lúdicas são compreendidas, aplicadas e defendidas pelas educadoras, estas concepções nem sempre são compartilhadas por toda a equipe escolar. Averígua-se que nas escolas A e C parece haver uma compreensão do método e a colaboração para a sua aplicação, na Escola B não se observa a mesma disposição.

O fato não é surpreendente, uma vez que o lúdico nem sempre é bem visto ou aceito, como afirma autor: “Os próprios educadores, mal compreendendo a essência, a natureza dos jogos, explicitamente, os excluirão das atividades formadoras e da prática educativa, geralmente abusando de argumentos como: os jogos contradizem a seriedade do ato de estudar.” (Almeida, 2003, p. 41).

A postura assumida principalmente pela equipe pedagógica e a gestora da Escola B torna-se compreensível quando observa que não possuem formação acadêmica.

Pergunta 3: No cotidiano, como o lúdico é trabalhado na escola? Escola A:

Professor 1: É trabalhado de acordo com o que é planejado para a semana, sempre com o foco em um objetivo a ser alcançado, aqui o lúdico é estratégico.

Professor 2: É trabalhado como parte da rotina, todos os dias são reservados momentos para esse tipo de atividade.

 

Escola B:

Professor 1: O trabalho com o lúdico acontece a partir do planejamento dos professores que lecionam na Educação Infantil, as vezes as atividades surgem na hora na sala de aula mesmo, ou seja, no improviso, nem todos seguem um planejamento ou sequência didática.

Professor 2: Cada professor individualmente planeja suas aulas e traça suas estratégias, às vezes o lúdico é trabalho dentro de projetos, as brincadeiras nem sempre são direcionadas a ensinar algo específico, cada professor se programa a seu critério.

 

Escola C:

Professor 1: A ludicidade está inserida na rotina escolar, nas atividades coletivas e individuais de cada sala de aula, compartilhamos ideias nos planejamentos, sugerimos e trocamos material.

Professor 2: Na rotina da escola o lúdico está sempre presente, faz parte da vida de toda a escola, principalmente com atividades coletivas, jogos colaborativos e brincadeiras dirigidas.

 

 

Como relatado pelas professoras à metodologia faz parte do cotidiano da vidar escolar das três escolas campo da pesquisa, todos os dias existe um horário reservado para atividades lúdicas, que no geral observa-se que é planejada antecipadamente, o improviso é raro, mas acontece.

O posicionamento das professoras é corrente com as práticas defendidas pelos estudiosos, que defendem que: “Não se podem planejar práticas pedagógicas sem conhecer a criança. Cada um é diferente e tem preferências conforme sua singularidade.”(KISKIMOTO, 2000, p.04) .

Fica evidente tanto pela fala quanto pela prática que o papel estratégico do professor é indispensável para que o processo se concretize.

 

Pergunta 4: O que é essencial para as atividades lúdicas?

Escola A:

Professor 1: O primordial para este tipo de atividade é um planejamento bem definido, boa mediação do professor e espaço físico.

Professor 2: É essencial que a criança seja orientada, dirigida e direcionada ao objetivo da brincadeira, mas jamais ela pode ser foçada a participar.

 

Escola B:

Professor 1: Bom planejamento, espaço físico adequado para as atividades, material didático, não brincar apenas por brincar, mediação do professor e interação das crianças.

Professor 2: O planejamento, o direcionamento das atividades pelo professor, a interação e participação dos alunos.

 

Escola C:

Professor 1: Que tenha a finalidade de transmitir conhecimento, que seja prazerosa para o aluno e bem panejada.

Professor 2: Da parte do professor conhecer bem o método, bom planejamento e ser um bom mediador.

As respostas dos entrevistados apontam vários caminhos que nos leva a uma mesma direção. Elencando podemos citar: Planejamento, formação adequada do professor, espaço físico, jogos e brinquedos.

Existe uma compreensão do autor:      “O sentido real, verdadeiro, funcional da educação lúdica estará garantindo se o educador estiver preparado para realizá-lo. Nada será feito se ele não tiver um profundo conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação lúdica, condições suficientes para socializar o conhecimento e predisposição para levar isso adiante”. (ALMEIDA, 2000, p.63)

Ademais outro fator que não podemos deixar de considerar é a atitude do professor para com o método, sua criatividade e seus compromissos com o desenvolvimento das crianças.

Pergunta 5: Quais recursos você acha que são necessários para se trabalhar o lúdico? Escola A:

Professor 1: Não que são necessários muitos recursos tecnológicos, nem outros tipos de artefatos, para se trabalhar o lúdico o material humano é o mais importante.

Professor 2: Os recursos são muito importantes para o êxito das atividades lúdicas, objetos com cores, formatos e texturas são interessantes e úteis para se utilizar nas aulas. A música é também indispensável e o próprio corpo da criança.

 

Escola B:

Professor 1: Recursos audiovisuais, os recursos humanos (professor/aluno), brinquedos, material didático com temática Infantil, o ambiente natural, etc…

Professor 2: A dança, a música, filmes, desenho animado, dramatizações, passeios, leitura de imagens, atividades coletivas, jogos, além dos recursos didáticos são fundamentais: estrutura física adequada e professores capacitados.

 

Escola C:

Professor 1: Material didático, espaço físico, material humano e muita criatividade.

Professor 2: Poucas coisas, quando se tem boa vontade, construímos conhecimento a partir daquilo que dispomos: Os móveis da sala de aula, os espaços da escola.

      Evidencia-se que as professoras entrevistadas defendem que os recursos são importantes, todavia, estes recursos estão diretamente relacionados ao uso de objetos simples, brinquedos, música, livros, o mobiliário da sala de aula, o espaço físico da escola e até mesmo o próprio corpo da criança.

A visão das professoras é um fator muito positivo para se trabalhar o método, haja vista que

“O brinquedo propõe um mundo imaginário da criança e do adulto, criador do objetivo lúdico. No caso da criança, o imaginário varia conforme a idade: de 5 anos, integra predominante elementos da realidade”. (KISKIMOTO, 2000, p.19)

O uso destes recursos é assertivo, pois para a autora: A linguagem se amplia, quando ela tem oportunidade de viver no meio de diferentes gêneros textuais: conversação diária, história, livro, desenho, pintura, TV, rádio, computador, música, dança, embalagens de alimentos.” (KISKIMOTO, 2000, p.06).

O que me leva a concluir que para se trabalhar o lúdico não são necessárias parafernálias tecnológicas ou brinquedos últimos geração, mas passa principalmente pelo papel do professor, que precisa ser estratégico no processo de ensino, para uma aprendizagem significativa e eficaz. A palavra chave para esta prática é planejamento de atividades que despertem a curiosidade da criança e uma mediação que direcione o brincar ao objetivo proposto.

Pergunta 6: As atividades são bem aceitas pelas crianças? Escola A:

Professor 1: Sim, na grande maioria das vezes sim.

Professor 2: Sim. Os alunos aceitam bem as atividades participam ativamente do que é proposto e interagem de maneira satisfatória.

 

Escola B:

Professor 1: As atividades que envolvem lúdico são as mais bem aceitas pelas crianças, tanto no sentido de participação quanto no tocante a aprendizagem.

Professor 2: Sim!

 

Escola C:

Professor 1: Sim.

Professor 2:São.

 

As entrevistadas foram enfáticas ao afirmarem a aceitabilidade das crianças nas atividades lúdicas.

A aceitação das crianças tem muito a ver com a abordagem e a mediação “… quando desenvolvido livremente pela criança, o jogo tem efeitos positivos na esfera cognitiva, social e moral.” (Kishimoto, 1993, p.102), a atividade se torna prazerosa, logo o aprender vai estar relacionado a algo positivo.

 

 

 

 

Pergunta 7: Que atividades lúdicas são usadas com frequência em sua sala de aula?

Escola A:

Professor 1: Pular corda, música, teatro de fantoche, massa de modelar, cantigas de roda, etc.

Professor 2: Conto e reconto, fantoche, colagem e recorte, música, massa de modelar, brinquedos de madeira, letras e números de EVA, jogos, etc.

 

Escola B:

Professor 1: Quebra-Cabeças, leitura coletiva de contos, a letra e o número da semana, bingo do alfabeto, compras no supermercado, etc.

Professor 2: Brincadeiras com regras, jogos coletivos, jogos, dinâmicas, teatro e passeios.

 

Escola C:

Professor 1: Jogos coletivos, leituras, pinturas, tabuada criativa, mercadinho da escola, passeios, brincadeiras do tempo da mamãe, cinema na escola e a hora do conto.

Professor 2: Jogos, teatro, perguntas e respostas, dança, música, brincadeiras tradicionais, recorte e colagem, varal de letras, tabuada divertida, crachá, etc.

 

As atividades lúdicas são bem diversificadas, e contemplam todos os eixos temáticos da Educação Infantil. O que cria um ambiente favorável ao desenvolvimento da criança.

Nesta mesma direção as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, DCNEI, 2009, art. 4º), afirmam que:

As propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.

Deveras os jogos coletivos, as brincadeiras, a leitura, a música, os fantoches, dentre outros, são apontados como instrumentos lúdicos utilizados em salas de aula, geralmente percebe-se que são ferramentas simples, que não necessitam de grandes investimentos financeiros, todavia com grandes resultados pedagógicos.

De modo geral, o discurso dos professores, suas percepções e relatos são favoráveis à prática lúdica, falam com familiaridade e compreensão do seu papel no desenvolvimento das crianças. O pensamento e atitude dos docentes entrevistados são valorizados por Freire: “saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” (FREIRE, 2002, p. 52). O que significa que o professor sempre encontra uma maneira de através do lúdico construir conhecimento, produzir novos saberes, despertando a curiosidade e consolidando a autonomia da criança.

Boa vontade, compromisso, simplicidade, bom planejamento, são algumas características da boa prática lúdica. O lúdico é um instrumento eficaz no processo de ensino / aprendizagem, pelo que se ouve das educadoras entrevistadas, estas convicções por parte dos docentes é vital para que a prática seja exitosa. Uma vez que a “a educação por meio de atividades lúdicas vem estimulando as relações cognitivas, afetivas, sociais, além de propiciar também atitudes de crítica e criação nos alunos que se envolvem nesse processo” (Alves 2001, p.22). O uso da ludicidade é de extrema importância para o desenvolvimento integral da criança.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Iniciou-se esta investigação a partir de um questionamento de como o lúdico pode ser utilizado na construção do conhecimento na educação de crianças de quatro e cinco anos? Indagação que estimulou o tema deste trabalho: Ludicidade. Na busca pela resposta da inquietação buscou-se como objetivo geral: Analisar como o lúdico vem sendo trabalhado na Educação Infantil visando à utilização deste instrumento no aprendizado de crianças de quatro e cinco anos, e como específicos: Identificar a importância do lúdico como proposta educacional para as instituições infantis. Classificando estas atividades e identificando a concepção e a prática dos professores diante da metodologia. Referenciados pelos autores: Freire, Almeida e Kishimoto, realizou-se uma análise bibliográfica acompanhada de um registro de documentos oficiais.

A investigação concretiza-se em três escolas no Munícipio de Piancó com suas localizações: Na periferia, no centro da cidade e zona rural. Investigando o desenvolvimento da criança de quatro e cinco anos. Esta pesquisa de natureza qualitativa consolida-se com o relato de observação em sala de aula com sua respectiva analise; entrevista de seis professoras, duas de cada escola; a análise destas entrevistas. Utilizando assim de um roteiro de entrevista.

A pesquisa bibliográfica lança luz favorável às atividades lúdicas, quando os autores referenciais e os documentos normativos atestam que o lúdico exerce papel importante na aprendizagem das crianças e contribui de forma significativa para o desenvolvimento integral. Afetando toda a vida da criança, principalmente nos aspectos: social, pessoal e cultural, auxiliando a criança na socialização, na comunicação, na expressão e na construção do pensamento. A pesquisa ainda aponta que para o êxito do método o educador exerce um importante e fundamental papel nesse processo, o que nos leva crer a convicção de que o planejamento e a formação continuada dos docentes são indissociáveis da prática educativa.

A base do que foi observado, se pode concluir que o lúdico pode ser utilizado de diversas maneiras, com o uso de brinquedos, músicas, brincadeiras tradicionais, jogos tradicionais, dinâmicas, teatro, fantoches, livros, contos e uma infinidade de outros recursos que podem ser classificados como atividades que auxiliavam na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças como faixa etária de quatro a cinco anos de idade.

A fala dos educadores entrevistados, revelam suas convicções e vivências com o a ação pedagógica estudada. Afirmam e defendem que a prática é fundamental para o desenvolvimento das crianças, quando leva em conta fatores como: O currículo, respeito pelas limitações dos alunos, valorização das capacidades, etc. O lúdico pode ser utilizado na construção do conhecimento na educação de crianças de quatro e cinco anos, quando o professor tem ciência do que está envolvido no uso do método, passando por um planejamento sistemático.

Observamos, contudo, que o lúdico não é a única opção para a consolidação do ensino/aprendizagem, mas uma ponte que colabora no progresso do desenvolvimento da criança. Assim sendo, a escola e, especialmente, as de Educação Infantil deveriam considerar o método como aliado e valer-se vastamente e suas salas de aula.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

ALMEIDA, Paulo Nunes, Educação Lúdica, Técnicas e Jogos Pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1995.

ALVES, Eva Maria Siqueira. A ludicidade e o ensino da matemática: Uma prática possível. Campinas, SP: Papirus, 2001.

BRASIL, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, 2009.

FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo: Scipione, 1997.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 12ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 3ª Ed. São Paulo: Cortez, 1999.

MONTEIRO, Priscila. As crianças e o conhecimento matemático: experiências de exploração e ampliação de conceitos e relações matemáticas. 2010.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007.

SOARES, Jiane Martins. A Importância do Lúdico na Alfabetização Infantil. Jul de 2010.

________ Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Brasília: Secretaria de Educação Básica, 1998. (v. 1, 2 e 3)

  1. O alemão Friedrich Froebel (1782 – 1852), um dos primeiros educadores a considerar o início da infância como uma fase de importância decisiva na formação humana, para ele, as brincadeiras deveriam ser o primeiro recurso no caminho da aprendizagem.
  2. Os sete eixos temáticos do RCNEI são: Identidade e Autonomia, Movimento, Música, Artes Visuais. Linguagem Oral e Escrita, Natureza e Sociedade e Matemática.
  3. Brinquedo, na concepção desta pesquisa, deve ser entendido com um largo espectro de compreensão, que inclui os brinquedos como objetos materiais, assim como os brincares, tanto os que são transmitidos pela herança sociocultural como aqueles que a criança inventa e vivencia espontaneamente a cada momento.

[1] Especialista em Gestão, Supervisão e Orientação Educacional, UCM. Concluinte da Especialização em Gestão da Educação Municipal, – UFPB. Licenciado em Pedagogia – UFPB. Com atuação de técnico educacional em Piancó – PB e Bayeux – PB, foi secretário de Educação de Umbuzeiro – PB, estuda e pesquisa políticas públicas, formação e atuação docente de professores de escolas públicas.

Enviado: Outubro, 2018

Aprovado: Janeiro, 2019

 

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José Rogério da Silva

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