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A cultura do bullying nos espaços de escolarização

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

VIEIRA, Mauricio Aires [1], MOTA, Rafael Silveira Da [2], SANTOS, Rita de Cássia Grecco dos [3]

VIEIRA, Mauricio Aires. MOTA, Rafael Silveira Da. SANTOS, Rita de Cássia Grecco dos. A cultura do bullying nos espaços de escolarização. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 09, Vol. 07, pp. 34-48. Setembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/cultura-do-bullying

RESUMO

Este texto aborda questões que envolvem dificuldades de aprendizagem nos espaços de escolarização, relacionados direta ou indiretamente com a prática do bullying, que é um fenômeno ligado de maneira muito forte às instituições escolares e que um quantitativo expressivo número de crianças e jovens são alvo de algum tipo de manifestação deste tipo de comportamento. Problemas como dificuldade de concentração, crises de revolta e perda de vontade de ir à escola são percebidos em alunos que sofreram com este tipo de violência, tornando a escola um lugar desconfortável; e, consequentemente, diminuindo a qualidade das aulas e tendo ressonância nos processos de aprendizagem. Sendo um assunto que tem conexão direta com a escola e pode interferir na aprendizagem da criança e do jovem, o mesmo foi tomado como tema por importância à sua abordagem. Esta pesquisa teve por objetivo analisar através da revisão bibliográfica o comportamento que crianças e jovens apresentam acerca de questões de agressividade em seu cotidiano. Através da revisão, constatamos que existem apontamentos de violência escolar e, até mesmo, indícios de bullying em distintos contextos e anos da Educação Básica nas redes de ensino pública e privada, gerados por intolerância em diferentes vieses, tais como de raça, de etnia, de condição social e, sobretudo, sobre padrões de estética e de comportamento. Como resultados, indicamos alguns itens para a comunidade escolar e pais que devem ser observados no comportamento destes estudantes.

Palavras-chave: Bullying, espaços de escolarização, comportamento, crianças.

1. INTRODUÇÃO

O bullying[4] é algo que está ligado de maneira muito forte aos espaços de escolarização, atingindo um expressivo número de crianças que são alvo de algum tipo bullying, seja ele de adjetivos pejorativos, perseguições, chacota ou exclusão social, em manifestações verbais ou não. Bullying nos espaços escolares sempre existiu, entretanto, era visto pela própria escola ou pelos responsáveis como “coisa de criança” ou de fase da idade em que a criança atravessa. Muitas vítimas sofriam caladas por muito tempo, por medo ou simplesmente pelo fato de nunca serem ouvidas ou respeitadas. O bullying pode assumir muitos vieses e comportamentos; podendo se apresentar na forma verbal, física ou psicológica. Esta prática muitas vezes  é feita de maneira voluntária; mas não podemos ignorar o termo involuntário, ao qual no passado era tomado como simples brincadeira, algo ingênuo de criança; e, hoje, estudos demostram que esta atitude compromete o indivíduo que tem seu psicológico abalado em muitas vezes, trazendo recordações negativas em muitas ocasiões. Este indivíduo, em alguns casos, sofre calado, e por consequência pode vir a desistir destes espaços educacionais, que na maioria das vezes promete acolhê-lo e desenvolver a sua criticidade e cidadania, além de construir conhecimentos.

Recorrentemente muitos profissionais presenciam crianças sendo agredidas por seus colegas através de brincadeiras e/ou insultos diversos, que por muitas vezes acreditam se tratar de épocas/fases do seu desenvolvimento. Porém, a grande maioria destas crianças preferem ficar isolada a terem um convívio social. Essas brincadeiras podem tornar a vida das vítimas infelizes, ocasionando o total desinteresse pelo espaço escolar e prejudicando seu convívio social e crescimento saudável. Tais brincadeiras, que podem ocasionar sofrimento de diversas formas, são denominadas de bullying.

2. CONCEITUALIZAÇÕES: O TERMO NO DIA A DIA

Sem dúvida nenhuma, dentre as diversas formas de violência entre alunos, o bullying é uma das que mais têm preocupado os gestores das escolas e suas famílias.  Para iniciarmos o debate, com este processo mental e de escrita, devemos entender o significado da palavra bullyng. Silva (2008) descreve:

o bullying (do inglês bully = valentão, brigão; termo sem tradução adequada em português) compreende comportamentos com diversos níveis de violência que vão desde chateações inoportunas ou hostis até situações agressivas, em forma verbal ou não, intencionais e repetidas, sem motivação aparente, provocados por um ou mais estudantes em relação a outros, causando dor, angústia, exclusão, humilhação e discriminação. (SILVA, 2008, p. 01).

Em síntese o termo sugere uma tradução de “intimidar” ou “amedrontar” e sua principal característica é que essa agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetitiva  sem uma motivação específica ou razão própria.

Fante (2005) traz o conceito de bullying como uma palavra de origem inglesa, adotada em muitos países para definir o desejo consciente e deliberado de maltratar uma outra pessoa e colocá-la sob forte tensão. Este fenômeno estimula a delinquência e induz a outras formas de violência explícita, produzindo em larga escala, cidadãos estressados, deprimidos, com baixa autoestima, capacidade de autoaceitação e resistência à frustração, reduzida capacidade de autoafirmação e de autoexpressão, além de propiciar o desenvolvimento de sintomatologia de estresse, de doenças psicossomáticas, de transtornos mentais e psicopatologias graves.

Do mesmo modo, Hutz e Bandeira (2012) citando Olweus (1993) nos trazem alguns conceitos mais amplos e reflexivos, de que o bullying é uma subcategoria do comportamento agressivo que constitui-se num relacionamento interpessoal caracterizado por um desequilíbrio de forças, que pode ocorrer de várias maneiras: o alvo da agressão pode ser fisicamente mais fraco, ou pode perceber-se como sendo física ou mentalmente mais fraco que o perpetrador. Pode ainda existir uma diferença numérica, em que vários estudantes agem contra uma única vítima. No bullying existe a intenção de prejudicar, humilhar, e tal comportamento persiste por certo tempo, sendo mantido pelo poder exercido sobre a vítima, seja pela diferença de idade, força, cor da pele, etnia ou gênero.

Ainda ancorados em Hutz e Bandeira (2012), ambos complementam utilizando-se de Berger (2007), que ao traçar um perfil do agressor, caracteriza as peculiaridades, em três elementos cruciais para determinar este indivíduo que são a repetição, o prejuízo e a desigualdade de poder. (grifos nossos)

Assim, contextualizando com a realidade, Bérgamo (2018), editora da Revista VEJA SAÚDE, expõe esta prática baseando-se em estudos feitos pela Sociedade Brasileira de Pediatria, a qual destaca as várias faces do bullying e seus comportamentos salientando que a agressão nem sempre é evidente e causa sequelas imprescindíveis, tais como:

 Físico – a qual inclui beliscões, socos, chutes, empurrões e afins. Aproximadamente 3% dos mais jovens pelo mundo passam por ele. Verbal – é o mais comum: relatado por 13% dos estudantes. É composto de apelidos, xingamentos e provocações. Escrito – quando bilhetes, cartas, pichações, cartazes, faixas e desenhos depreciativos são usados para atacar os colegas: Material – ter seus pertences danificados, furtados ou atirados contra si faz parte da rotina de cerca de 5% das vítimas. Cyberbullying – a agressão se dá por meios digitais, como e-mail, fotos, vídeos e posts e, em pouco tempo, alcança muitos internautas. Devido à sua rápida disseminação, hoje a ofensa online chega a ser mais impactante nos círculos escolares. Moral – A tática aqui é difamar, intimidar ou caluniar imitando ou usando trejeitos próprios do alvo como armas. Social – criar rumores, ignorar, fazer pouco caso, excluir ou incentivar a exclusão com objetivo de humilhar estão entre as artimanhas. Psicológico – todos os tipos têm um componente que afeta a saúde mental, mas aqui se destaca a pressão na psique induzida por diversos meios. (BÉRGAMO, 2018).

Recentemente, a agressão que cresce assustadoramente é aquela com uso das tecnologias, denominados de cyberbullying: postagens em aplicativos, e-mails ameaçadores, conversas deturpadas, exposição de fotos, mensagens ofensivas em sites de relacionamentos, disseminação de fotos/mensagens falsas, montagem de vídeos ou cenas impróprias retiradas sem consentimento e jogadas de forma aleatórias em diversos ambientes virtuais. As tecnologias permitem que, que em alguns casos, senão todos, sejam muito difíceis identificar os agressores ou responsáveis pela difamação, calúnia ou injúria virtual.

Com este cenário, o relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) destaca que o Brasil ocupa o quarto lugar no ranking de países que mais praticam este tipo de agressão (bullying), nota divulgada pelo G1 Crescer (2018). Com base neste relatório, abordamos o seguinte levantamento sobre a violência nas escolas, expondo o seguinte cenário:

Globalmente, metade dos estudantes com idades entre 13 e 15 anos, cerca de 150 milhões de estudantes, relataram que experimentam o bullying no ambiente escolar. Em 39 países industrializados que foram analisados pelo relatório, 17 milhões de adolescentes admitiram intimidar os amigos na escola. O relatório afirma que “(…) de fato, a violência nas escolas coloca corpos, mentes e vidas em risco. Causa ferimentos físicos e pode levar à depressão, ansiedade e suicídio.” Em curto prazo, os efeitos sobre o desempenho educacional dos alunos dão uma ideia do que será deles no futuro. Em El Salvador, por exemplo, 23% dos estudantes entre 13 e 15 anos disseram que não tinham frequentado a escola em um ou mais dias no mês anterior devido a preocupações de segurança ou agressividade dos colegas. (G1 CRESCER, 2018)[5].

Estas ditas brincadeiras, piadinhas e chacotas são travestidas de um olhar desolado, o qual, o mal gosto persiste e é mascarado por muitos. Muitas crianças praticam grandes perversões, debocham dos seus colegas, criam apelidos devido a alguma condição, reparam em mínimas imperfeições ou trejeitos ou comportamentos de seus colegas e implicações por gestos ou atitudes. Como isso vai passar, poderíamos nos perguntar? Seria somente ignorar, revidar ou falar para o seu professor? Condutas como estas são orientadas muitas vezes pela família e, por muitas vezes, omissas pela a escola; estes dois pilares deveriam andar juntos pois têm objetivos comuns: construção do ser integral, respeito ao próximo e/ou colega e a socialização para com a sociedade e suas diversidades. Estas brincadeiras contribuem para que a família e a escola não percebam a gravidade do problema, ao entenderem ou culturalmente ignorarem que as agressões são apenas brincadeiras típicas da idade (FANTE, 2005).  Para Mishna et al. (2005), baseando-se em um estudo no Canadá, mencionam que muitos professores não intervêm durante os episódios violentos presenciados no ambiente escolar, ocasionado uma sensação de impunidade a todo intimidador ou agressor. Tal temática já teve grande abordagem em certo período da educação, mas hoje parece ter caído no esquecimento. De acordo com Pereira (2009) as agressões do bullying são consideradas gratuitas porque a pessoa vitimada, geralmente, não cometeu nenhum ato que motivasse agressões. Geralmente acontece por motivos discriminatórios, por exemplo, ser de etnia diferente, ser um bom aluno e tirar notas boas, ser frágil ou muito pequeno, usar óculos, possuir atitudes afeminadas para os homens ou masculinizadas para as mulheres, ou seja, por seu porte físico, suas atitudes e valores.

Hoje se torna um grande desafio para a família, escola e comunidade este enfrentamento por diversas variáveis, como: o mundo globalizado/tecnológico, a falta de planejamento e estrutura familiar, o distanciamento do professor para com os alunos; o que podemos observar é a maneira que cada um enfrenta este desafio. O jogo de vai-e-vem não tem comprometimento em muitas vezes em ajudar aqueles que sofrem o bullying: como nada é planejado, este problema é empurrado para a escola; a escola empurra para a família; família, muitas vezes é omissa de sua responsabilidade, culpando a comunidade local e/ou sociedade como a principal(is) responsável(is).

Lembramos que, em muitos casos estas intimidações, refletem em situações de problemas de aprendizagem, as quais variam de falta de interesse em frequentar a escola ou, ainda, transtornos como sentir-se perseguido em lugares que esteja frequentando, mesmo que estes não sejam a escola.

Todos somos protagonistas e coniventes com o que acontece com nossas crianças neste ambiente; em se tratando de algo que, historicamente, está enraizado, em uma prática percebida como normal na faixa etária das crianças. Os agentes desta cena são: espectador, alvo e autor. A respeito desta  ramificação o livro (O Espectador Condenado à Morte) de Visniec (2015, p. 3) em sua sinopse,  assim o descreve “ (…) o ESPECTADOR é culpado! Culpado de ficar calado, de não agir quando a justiça perde o rumo e a razão. (…) todo mundo é culpado quando a justiça é uma farsa”. O autor ainda descreve o ALVO,  como sendo aquele que sofre e não se enquadra nos padrões da sociedade e assim menciona “as marcas da perseguição podem ser tão profundas em quem está no olho do furacão que os traumas reverberam para o resto da vida, (…) como pode, alguém que sofre e ainda se sentir culpado ou culpada?”, já para  Bérgamo  (2018) e Cunha (2018) o AUTOR, assim o descreve  “na prática do bullying, o indivíduo tem concepção de sua ação, (…) não pensa nas consequências, mas mesmo assim o faz; este que machuca apresenta comportamento hostil, pode estar chamando atenção para seus próprios problemas, como baixa estima e/ou depressão” (BERGAMO, 2018, p. 1)[6].

Apesar da perspectiva do “bem contra o mal” ser aceita pelo senso comum, os alunos autores de bullying precisam de atenção governamental, da escola, da comunidade, da família e dos serviços de saúde para que tenham o devido atendimento. É importante avaliar as condições a que o indivíduo está exposto e que influenciam no comportamento violento dele. (SILVA, 2010, p. 198).

Em situações mais graves, a vítima chega ao ponto de atentar contra a própria vida, podendo chegar ao extremo do suicídio. Este tema possui forte representatividade escolar, pois ao conversarmos com qualquer criança que estiver frequentando a escola, esta facilmente contará uma história envolvendo alguma situação de desrespeito ou intimidação vivida por ela, ou por algum colega, apelidos maldosos são práticas comuns, que passam uma imagem de engraçados, mas que em realidade só tem alguma graça para os que estão pronunciando e por muitas vezes os mesmos somente estão causando constrangimento e mágoas ao apelidado ou agredido.

Segundo Pereira (2009) sendo o bullying um problema tão complexo e que deixa tantas sequelas nos envolvidos, cabe aos responsáveis pela educação das crianças e jovens estarem atentos às suas manifestações e contribuírem para a sua redução. E Szymansky et. al (2017) complementam que as vítimas sofrem com essas atitudes agressivas e humilhantes, as quais lhes intimidam, impedem-nas de buscar ajuda e, pela posição de impotência em que as colocam, acarretam ou agravam sentimentos de baixa autoestima.

A cultura do bullying na escola pode ser definida como um conjunto de comportamentos agressivos, sendo estas intimidações, exclusões, insultos e até mesmo agressões físicas, aplicadas de forma repetida sobre um mesmo indivíduo, este se caracterizando pela desigualdade de poder e pela violência que acontece normalmente sem que existam motivos claros. Atualmente o que podemos identificar é que existe apenas um desejo consciente de maltratar outra pessoa, sem razões ou explicações.

3. JUSTIFICATIVAS DO DEBATE

Entendendo que o conhecimento mais ampliado sobre o bullying pode fornecer possibilidades para os educadores promoverem intervenções buscando a redução desta prática, que é um grande desafio no cotidiano das instituições escolares, este trabalho se desenvolveu baseando-se em teorias estudadas que tratam sobre aspectos do bullying, tais quais: diferenciação das agressões do bullying, para agressões eventuais que não têm em sua ação a propriedade de magoar o outro.

Nossa sociedade, atualmente, parece estar imersa sobre uma cumplicidade com a violência e a intolerância; a todo momento nos deparamos com situações violentas ou que buscam constranger outras pessoas, seja na rua, nos transportes coletivos, em ambientes públicos e por muitas vezes nossa reação perante tais fatos é a de total indiferença, contribuindo para a disseminação da violência e o desrespeito com o ser humano. Nesse sentido, Fante (2005) conclui que definimos violência como todo ato, praticado de forma consciente ou inconsciente, que fere, magoa, constrange ou causa dano a qualquer membro da espécie humana.

Este ensaio, mesmo que pequeno, tem por objetivo analisar através da revisão bibliográfica o comportamento que crianças e jovens apresentam acerca de questões de agressividade, violência e/ou intolerância em seu cotidiano, bem como a construção de uma base para apontamentos de quais práticas são habituais no comportamento que se definem como ações de bullying, gerados por intolerância e violência. Ou seja, quais os motivos que levam as crianças e jovens a se comportar com agressividade; e, se estes podem ser considerados como reflexos do comportamento familiar ou através das relações sociais e midiáticas, as quais estão submetidos.

Buscamos desta maneira, diferenciar as situações de bullying de situações cotidianas escolares, para contribuir na intervenção deste problema enfrentado em muitas instituições, e principalmente debater sobre quais implicações o bullying apresenta na aprendizagem.

A relevância do estudo sobre o tema posposto, faz referência a uma série de problemas causados, afetando diretamente o cotidiano na escola, sintomas como queda no rendimento escolar, ou até mesmo o abandono da instituição, em muitos casos pode ser reflexo de problemas com bullying.

4. REFLEXÕES SOBRE BULLYING, INTOLERÂNCIA E VIOLÊNCIA

Considerando os inúmeros casos de violência e intolerância que estamos sujeitos em nosso dia a dia, as instituições escolares tornam-se caixa de ressonância desta problemática, traduzida via de regra pela indisciplina. Segundo Pereira (2009) a indisciplina pode ser resolvida com diálogo entre profissionais e escola, alunos e família. Já o fenômeno de bullying não tem uma solução fácil. Assim, podemos concluir a importância sobre a necessidade de identificação entre atos comportamentais agressivos e os atos que se enquadram como bullying, pois somente com o entendimento sobre o comportamento do aluno, poderá atuar-se procurando o auxílio necessário, para intervir com eficácia na resolução do problema.

Beaundoin e Taylor (2006) relatam que o respeito, a tolerância e a apreciação desenvolvem-se com maior eficácia quando os jovens são atraídos a um ambiente que manifeste este tipo de filosofia e que os capacite pessoalmente a tomar decisões melhores a despeito das lutas que enfrentam em suas vidas.

A este respeito a Revista de São Paulo (2010) lembra a importância desses espaços e ainda ressalta que tais locais propiciam a inclusão social e, que, se apoia em valores de tolerância e respeito às diferenças. Por outro lado, a falta desses valores está na base de muitos problemas sociais, como a xenofobia, o preconceito, o racismo, os conflitos religiosos e a marginalização de grupos minoritários em geral (CARVALHO, 2009; DELORS, 2001; LEFEVRE, 2003; SÃO PAULO, 2010).

Os espaços educacionais são propícios para serem desenvolvidas questões de respeito, igualdade, solidariedade, reciprocidade com o próximo, bem como suas questões de pluralidade; favorecendo o desenvolvimento do ser íntegro que possa contribuir com a comunidade ao seu entorno e entender seus espaços e suas relações com a sociedade. São Paulo (2010) ainda destaca que, em tese, qualquer contexto que lida com diferenças é potencialmente educativo para a promoção desses valores ou para a promoção de valores contrários, de intolerância e desrespeito.

Prette; Lívia e Benitez (2012) contribuem nesta relação e complementam que é pertinente estabelecer condições escolares (programas, atividades, procedimentos, rotinas) para o desenvolvimento socioemocional de crianças, que também se aplica à promoção de valores e comportamentos de tolerância e respeito às diferenças. Estes relatos contribuem com o pensamento que desenvolvemos, bem como sua inter-relação dos envolvidos; o respeito, igualdade, a fraternidade e a tolerância devem ser desenvolvidas em conjunto com a comunidade, família e escola, em uma relação de proximidade e de confiança e que devem ter seus laços fortalecidos diariamente.

A escola deve ser vista como um ambiente de segurança, que propicia experiências de relações de harmonia, vivências de igualdade e convívio com as diferenças. Devido esta relação e papel da escola, Fernandes; Yunes e Taschetto (2017, p. 145) apud Pietro; Yunes e Lima (2014) mencionam que a escola deveria oportunizar a transformação das estruturas sociais, e não apenas responsabilizar-se pela difusão de conhecimentos. É de fundamental importância que a escola não minimize as atitudes violentas que ocorrem em seu ambiente; ao contrário, essas devem ser tratadas e receber a devida atenção e enfrentamento em prol do futuro saudável de seus estudantes.

Deste ponto, podemos observar e levantar uma hipótese: espaços que não oferecem suporte e/ou propiciem um ambiente seguro e de qualidade podem interferir em um contexto ao qual vem sendo desenvolvido um trabalho de acolhimento seja ela educacional ou familiar. A intolerância acaba sendo gerada por locais violentos ou desestruturados (sejam eles comunidades ou famílias), os quais, infelizmente, na maioria das vezes acaba em esquecimento pelo poder público, por estarem inseridos em um locais de vulnerabilidade, gerando uma relação de abandono e de indiferença com uma minoria, e levando ao efeito bullyng em cascata: pelo local onde mora ou família que tem, pelo estereótipo ou pelas relações sociais que exercem.

Devemos reforçar o papel da escola, a qual trabalha no sentido de construção de um ambiente agradável, onde prevaleça a harmonia e o respeito. Problemas como dificuldade de concentração, crises de revolta e perda de vontade de ir à escola, são percebidos em alunos que sofreram com este tipo de violência, tornando a escola um lugar desconfortável, frio, violento. Estas práticas de agressividade afetam também os agressores.

Segundo Fante (2005) o agressor (de ambos os sexos) envolvido no fenômeno estará propenso a adotar comportamentos delinquentes, tais como: agregação a grupos delinquentes, agressão sem motivo aparente, uso de drogas, porte ilegal de armas, furtos, indiferença à realidade que o cerca, crença de que deve levar vantagem em tudo, crença de que é impondo-se com violência que conseguirá obter o que quer na vida.

Enquanto na escola o agressor possui a sensação de solidificação de suas condutas violentas, estudos apontam que os alunos envolvidos como agressores, facilmente envolvem-se com o mundo da criminalidade, têm dificuldade de manter relações em sociedade, pois normalmente impõem a força física para tentar resolver os problemas que enfrentam, tornando-se pessoas de difícil convivência, seja na área profissional ou pessoal de suas vidas, quando os mesmos chegam à idade adulta.

Sendo assim, embora o termo violência seja vinculado paralelamente à força física, as ações que envolvem o bullying nem sempre são exercidas através deste ato; por muitas vezes a violência é estabelecida de forma velada, por meio de intimidações que envolvem ameaças, palavras grosseiras buscando unicamente magoar, agindo de forma repetitiva, cruel, excludente e intimatória.

Este tipo de intolerância e violência se tornam mais difíceis de serem percebidos pelos familiares e profissionais das instituições. Em muitas ocasiões ocorrem dentro da sala de aula e, por vezes, até mesmo na presença do professor, e o medo de expor a situação que está sendo vivenciada, seja por motivo de vergonha ou preocupação de que possa piorar algo que já se encontra extremamente difícil, faz com que as vítimas, sejam silenciadas. Professores ou gestores acreditam que a situação melhorará com o tempo, ou que no próximo período de aula ou dia na escola, as situações não se repetirão. Neste cenário, a dor e a agressividade tendem a aumentar, pois aquele que é o agressor acredita que a impunidade vencerá sempre, e desta forma, continuará a praticar o bullyng com o mais fraco ou mais propício à situação. Esta forma de violência acaba por atingir o psicológico de suas vítimas.

Geralmente, os envolvidos pelo bullying não violam a lei do silêncio. Em primeiro lugar, constatamos que a própria vítima teme denunciar seus agressores, seja por conformismo, seja por vergonha de se expor perante os colegas, temendo virar motivo de gozações ainda maiores. (FANTE, 2005).

As ações de violência que desencadeiam práticas de bullying são praticadas repetidamente sobre um indivíduo, em grande maioria dos casos sem que o agredido tenha causado qualquer problema ao agressor; a violência se estabelece pelo aparente prazer que o agressor sente ao notar o temor que causa em sua vítima. Fazendo uma pequena curva, a qual reforça o que estamos salientando, não podemos esquecer que estamos nos referindo a crianças, a esperança da nossa humanidade. Não obstante, tal violência não ocorre somente com jovens e/ou crianças em nosso país: as pesquisadoras Abramovay e Ruas (2014),  mencionam que esta prática permeia em diversas fontes, saindo do foco “ALUNO” para o “EDUCADOR” que em pesquisas já relataram terem sofrido algum tipo de violência no seu ambiente de trabalho.

(…) em uma pesquisa sobre vitimização realizada em 2003, com 2.400 professores, de seis capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre, Belém e Distrito Federal), mostra que 86% desses professores admitem haver violência em seus ambientes de trabalho.(…) todo o problema do fracasso escolar vem não só da qualidade do ensino, mas também daquilo que ocorre no cotidiano escolar. (…) a escola não está organizada nem preparada para receber a população que passou a frequentá-la com a democratização do ensino (…) a violência também aumenta na medida em que o ensino se democratizou e a escola de hoje não tem mecanismos de resolução de conflitos. (JORNAL DA CIÊNCIA, 2006, p. 2)

Indo ao encontro do que já foi mencionado, a violência está em diversos meios, formas, níveis e hierarquias, grupos da sociedade. O bullying é um comportamento cruel intrínseco nas relações interpessoais, em que os mais fortes convertem os mais frágeis em objetos de diversão e prazer, através de brincadeiras que disfarçam o propósito de maltratar e intimidar (FANTE, 2005).

Como podemos observar a vítima das ações de bullying, na grande maioria dos casos, não provocou de nenhuma forma o seu agressor, este por sua vez, escolhe sua vítima normalmente pela fragilidade que a mesma apresenta, aspectos físicos como peso, estar acima ou abaixo dele, usar óculos, ou ser tímido são possíveis causas aos ataques, que iniciam como brincadeira, mas acabam se tornando uma rotina, onde causam transtornos à vítima da agressão e uma sensação de prazer ao agressor, que se sente satisfeito pelo fato de oprimir ou ridicularizar o outro em frente aos demais.

Constatamos que, em instituições escolares, facilmente encontramos ações de intolerância e violência entre os alunos; empurrões, gritos, apelidos, tropeções propositais são algumas atitudes que ao observarmos uma turma de alunos principalmente dos anos fundamentais são percebidas entre as crianças.

Em algumas situações é perceptível que as ações muitas vezes violentas são estabelecidas por impulso, agem primeiro e depois pensam, não se preocupando ou argumentando anteriormente de praticar o ato, se sua possível ação poderá ferir o seu colega. Estas atitudes não podem ser generalizadas como bullying, visto que, este se identifica pela repetição contínua de atitudes agressivas sobre o mesmo indivíduo. Segundo Fante (2005), numa definição mais complexa do bullying, ele é compreendido como um subconjunto de comportamentos agressivos, sendo caracterizado por sua natureza repetitiva e por desequilíbrio de poder.

A suprema diferença do bullying para os comportamentos agressivos que as crianças demonstram de uma forma constante entre elas, está intimamente ligada em sua frequência entre os envolvidos, assim como o desequilíbrio de poder, onde os “valentões” lançam sua agressividade com requintes de maldade, muitas vezes de forma oculta ou calculada, dificultando a percepção do que ocorre entre as partes, por muitas vezes, apenas o olhar fixo do agressor já intimida o agredido, que por medo se cala e acaba suportando a situação até causar sérios danos em sua vida.

Para Fante (2005) a intolerância, a ausência de parâmetros que orientem a convivência pacífica e a falta de habilidade para resolver os conflitos são algumas das principais dificuldades detectadas no ambiente escolar. Atualmente, a matéria mais difícil da escola não é a matemática, português ou biologia; e sim, a convivência, para muitos alunos e de todas as faixas etárias.

5. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES, AINDA NÃO FINAIS…

Analisar as questões que envolvem o bullying é algo bastante complexo, visto que existe proximidade entre os atos de violência em geral e, que em muitas vezes, as ações praticadas no bullying não são de fácil percepção. Nos aventuramos a debater o tema, com o intuito de deixar um pequeno apanhado de reflexões às famílias e à escola para ajudar a todos aqueles/as que sofrem bullyng, seja por qualquer motivo. O silêncio que normalmente acompanha a vítima é outro fator que dificulta a compreensão sobre o que está acontecendo; é imprescindível a atenção dos adultos para os sinais que se manifestam no dia a dia, principalmente quando hostilidades começam a ser reproduzidas direcionadas a um indivíduo apenas. A escola também é um lócus de cuidado, de apoio e de olhar e de escuta pedagógica: ouçam, observem e notem as pequenas diferenças ocorridas no dia a dia; não julguem pelo silêncio e, sim, pelas ações.

Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi de realizar uma pesquisa sobre o fenômeno bullying na Educação Básica, sobre suas especificidades sendo parte de um contexto de violência, mas possuindo características próprias que permitem a sua identificação, sendo necessário um olhar sensível por parte dos profissionais que trabalham nas instituições escolares. Szymansky et. al (2017) nos lembram que muitos professores não conseguem identificar a manifestação do bullying, pois normalmente as crianças evitam expor o problema aos profissionais que atuam naquele contexto, por entenderem que nada podem fazer para ajudá-las.

Quando pensamos em violência de forma geral, não somente à relacionada às instituições escolares, temos normalmente a associação de grandes centros, com volumosas populações, onde a rotina diária é intensa e movida por situações estressantes, como trânsito e outros fatores que preenchem as atividades diárias e que repercutem em todos os setores, incluindo as escolas.

Nesse sentido, constatamos que existem apontamentos de violência escolar e, até mesmo, indícios de bullying em distintos contextos e anos da Educação Básica nas redes de ensino pública e privada, gerados por intolerância em diferentes vieses, tais como de raça, de etnia, de condição social e, sobretudo, sobre padrões de estética e de comportamento.

Em nossos estudos iniciais apontamos algumas trilhas a serem cuidadas para o enfrentamento desta problemática, ainda muito silenciosa em nossas escolas tais como: mostrem os limites das brincadeiras a todos alunos, fiquem atentos a tudo que fuja da normalidade, alertem para os riscos das tecnologias, deixem sempre a turma ou grupo de alunos falarem o que estão sentindo, ensinem a olhar o outro com respeito e tratamento ou relacionamentos saudáveis, independentes de suas escolhas, deem sempre o exemplo, não criticando em público ou apelidando alunos ou colegas de trabalho. Reconhecendo sinais, façam um diagnóstico, observem se a situação irá se repetir e fale com todos envolvidos; em situações mais extremas de violência em frequências repetidas, encaminhe a outras instâncias; busque grupos de ajuda na escola ou na própria família.

Portanto, este estudo reforça a alarmante situação em que vivemos na nossa sociedade atualmente, onde intolerância e violência se fazem presentes até mesmo nos locais aos quais acreditávamos serem imunes a estas ações. Nos evidenciou que não é apenas em grandes centros com populações volumosas que a violência está presente, mas no cotidiano das escolas e na arquitetura de vida de cada criança, no seu ir e vir da escola para casa. Atenção, cuidado e proteção é o que todas vítimas de bullying necessitam. A escola ou família, ou ambas, devem agir precocemente contra o bullying: quando mais cedo for detectado, provavelmente resultados melhores virão a partir do diálogo e do acolhimento.

6. REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, M; RUAS, M. Violência nas escolas. Brasília: UNESCO, Instituto Ayrton Senna, UNAIDS, Banco Mundial, USAID, Fundação Ford, CONSED, UNDIME, 2014.

BEAUDOIN, M.; TAYLOR, M. Bullying e Desrespeito: como acabar com essa cultura na escola. Trad. Sandra Regina Netz. Porto Alegre: Artmed, 2006.

BERGAMO, K. Os 8 tipos de bullying. 2018. Disponível em: https://saude.abril.com.br/bem-estar/os-8-tipos-de-bullying/. Acesso em: 13 ago. 2020.

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APÊNDICE – REFERÊNCIAS DE NOTA DE RODAPÉ

4. Preferimos usar o termo em fonte normal no texto, tendo em vista seu aportuguesamento e estar altamente difundido em conversas e relatos dos locais em que trabalhamos ou acompanhamos estágios de nossos alunos de graduação, ou ainda na formação de professores em que participamos.

5. SÍTIO ELETRÔNICO: https://revistacrescer.globo.com/Voce-precisa-saber/noticia/2018/09/150-milhoes de adolescentes-sofrem-bullying-nas-escolas-aponta-novo-relatorio-do-unicef.html

6. Para maiores detalhes ou informações complementares da metáfora: https://saude.abril.com.br/bem-estar/os-8-tipos-de-bullying/

[1] Doutor em Educação, Mestre em Educação, Especialista em Psicopedagogia, Licenciado em Física, Químico, Graduando em Direito, Pós-doutorado em Educação.

[2] Bacharel em Educação Física, Mestre em Educação Física.

[3] Doutora em Educação, Mestre em Educação, Socióloga, Pedagoga.

Enviado: Setembro, 2020.

Aprovado: Setembro, 2020.

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Mauricio Aires Vieira

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