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Narrativas em áudio de alunos da EJA: Uma perspectiva de formação docente

RC: 75346
307
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/narrativas-em-audio

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SOUZA, George Augusto da Rocha [1], CABRAL, Cinara Calvi Anic [2]

SOUZA, George Augusto da Rocha. CABRAL, Cinara Calvi Anic. Narrativas em áudio de alunos da EJA: Uma perspectiva de formação docente. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 02, Vol. 04, pp. 50-64. Fevereiro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/narrativas-em-audio, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/narrativas-em-audio

RESUMO

Este artigo foi realizado por mestrandos do Instituto Federal do Amazonas em parceria com a SEMED/MANAUS, em uma escola da rede pública municipal, localizada na periferia da cidade de Manaus, Amazonas. Relata-se neste, considerações relevantes a respeito do uso de Podcast como uma ferramenta capaz de viabilizar a aplicação de narrativas orais dos discentes da EJA promovendo a reflexão das práticas pedagógicas de professores e alunos, considerando os relatos das trajetórias de vida destes em uma perspectiva de abordagem de investigação, desenvolvimento pessoal e profissional, como um recurso articulado ao processo ensino e de aprendizagem.

Palavras Chaves: EJA, narrativas, podcasts, professores, formação.

INTRODUÇÃO

As tecnologias têm permeado as transformações na sociedade, delineando novas formas de viver, comunicar, aprender e ensinar. Neste sentido, uma formação docente que articule as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) ao processo de ensino e aprendizagem é uma demanda crescente, considerando a sua potencial contribuição na construção de saberes, habilidades e competências que possam fomentar o desenvolvimento profissional do docente.

A pesquisa se pauta em abordagem qualitativa (FLICK, 2009) de abordagem narrativa, envolvendo 04 alunos matriculados na EJA de uma escola municipal de Manaus, Am, onde foi discutida uma experiência pedagógica realizada na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Tal atividade foi proposta em uma das disciplinas de um curso de pós-graduação – mestrado profissional, intitulada “Minha Escola de Vida”: Narrativas em áudio de alunos da EJA, consistindo no uso pedagógico de tecnologias digitais e de áudio desenvolvidas para a construção de narrativas orais de alunos de uma escola da rede pública municipal de ensino de Manaus, AM.

Os objetivos da utilização dessa ferramenta foram: promover e ampliar o uso das tecnologias digitais como recursos mediadores na construção das narrativas orais de estudantes da EJA, passíveis também de serem realizadas com professores de modo que possam oportunizar novas práticas pedagógicas e; contribuir no processo auto formativo do professor, a partir do exercício da escuta e da reflexão proporcionado pelo ato de narrar.

De acordo com Bragança (2011), a auto formação se apoia em estudos de Pineau e Dominicé para considerar o processo em que o próprio sujeito (no caso o professor) se responsabiliza pelo seu processo formativo, se auto educando de forma permanente. Ao ouvir ou escrever narrativas, seja na perspectiva do aluno ou do docente, Bueno (1998), Ferrarotti (2010) e outros autores argumentam que são criados momentos de reflexão que podem auxiliar na formação do próprio educador, assim como na de outros ouvintes.

A pesquisa na abordagem narrativa já está consolida nos estudos em Educação. Galvão (2005, p.329) esclarece que o termo “investigação narrativa” inclui várias perspectivas, “desde a análise de biografias e de autobiografias, histórias de vida, narrativas pessoais, entrevistas narrativas, etnobiografias, etnografias e memórias populares, até acontecimentos singulares, integrados num determinado contexto”. Souza (2010) concorda que as histórias de vida têm sido utilizadas em diversas áreas das ciências humanas e da formação, em outra lógica de formação do adulto, por meio dos saberes tácitos ou experienciais, e também pela revelação das aprendizagens construídas ao longo da vida como metareflexão do conhecimento de si.

Nesse estudo, por meio das narrativas construídas com alunos da EJA sobre suas histórias de vida, foi oportunizada reflexão aos professores dessa modalidade de ensino, haja vista ser necessário, conforme preconizam Araújo, Avanzi e Gastal (2017), conhecer este público discente, sendo este, um dos desafios para a elaboração de práticas de ensino e aprendizagem voltadas e contextualizadas para essa clientela.

Também com as narrativas, contribui-se com a formação do professor reflexivo (SCHON, 1992), pois se criam oportunidades de reflexão e discussão sobre as práticas realizadas, permitindo que esses profissionais saibam mais sobre a realidade de seus alunos, conforme defendido por Arroyo (2005).

Como metodologia, inicialmente foi feita uma roda de conversa com os alunos, indicados pelas professoras da escola, por já terem tido experiências com atividades de contos de histórias em áudio; posteriormente, criamos um Podcast com as narrativas de dois desses discentes. Os relatos dos mesmos, revelaram elementos comuns como, abandono dos estudos na idade regular, para auxiliar no sustento da família, dificuldades relacionadas à inclusão social, por conta do analfabetismo e, a importância da escola para a elaboração do projeto de vida.

1. QUESTÕES GERAIS SOBRE A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS- EJA

A Educação de Jovens e Adultos-EJA no Brasil começa a ganhar corpo na década de 1940, quando iniciou o surgimento de políticas e iniciativas concretas perante a necessidade de levar à escola grande parte da população até então excluída da mesma (PIERRO; JOIA, RIBEIRO, 2001). Mas, como observa Strtelhow (2010), ao traçar um histórico da EJA no Brasil, muitos projetos e planos desenvolvidos para essa modalidade, além de serem complexos, foram sendo substituídos por outros, não tendo tempo suficiente para produzirem os resultados esperados, ainda que sejam inegáveis as contribuições de Paulo Freire para a EJA muitos desafios referentes à essa modalidade de ensino ultrapassam os muros da escola, uma vez que dizem respeito à questão sociais e econômicas.

A Lei de Diretrizes e Bases- LDB, de 1996 (BRASIL, 1996), preconiza que a EJA deve atender aos interesses e às necessidades de indivíduos que já possuem uma determinada experiência de vida e participam do mundo do trabalho, devendo dispor de uma formação diferenciada das crianças e adolescentes aos quais se destina o ensino regular; assim, a EJA é também compreendida como educação contínua e permanente. Ao sistema de ensino cabe disponibilizar uma formação significativa para os alunos, possibilitando a estes uma aprendizagem mediada pelo currículo mínimo, dando a eles possibilidade de relacionar as práticas e as aprendizagens no decorrer de suas existências.

O público da EJA apresenta características peculiares, uma vez que, em sua maioria, é composto por pessoas que estão afastadas da escola há algum tempo, e retornam pelos mais variados motivos, incluindo aqui, de acordo com as observações de Strelhow (2011) a própria satisfação pessoal, melhoria da autoestima e conquista da dignidade, além da sensação de superar as barreiras da exclusão. Dada essas peculiaridades, é preciso que o professor, em sua prática, esteja atento às mesmas, sintonizando-se com o contexto em que está inserido. A educação, o ensino, é um processo de troca de saberes; nas palavras de Alves e Backes (2016), fazendo referência a Paulo Freire em sua obra “Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática”, afirma que:

Para ensinar algo, é preciso saber sobre o que se quer ensinar, mas um saber crítico, não um saber “decorado”, o aluno merece que o professor dê o seu melhor, que ele se prepare para isso. Outra questão muito importante se refere aos conteúdos trabalhados em sala de aula, os quais devem estar ligados à realidade do aluno, para que a aprendizagem seja significativa.

Ainda pautando-nos nos princípios defendidos por Paulo Freire, ao tratar da educação libertadora, concordamos com Almeida e Godoy (2016), ao discutirem acerca da necessidade de intercomunicação no processo de ensino e aprendizagem, devendo ser a prática pedagógica um ato dialógico, onde professor e alunos possam recriar o conhecimento de mundo.

Nesse sentido, um caminho para fomentar essa prática dialógica é através da construção e escuta de narrativas, conforme argumentam Almeida e Godoy (2016). No ato de narrar, o narrador organiza as experiências, seleciona acontecimentos e interpreta o vivido, dando sentido aos conhecimentos e acontecimentos que têm para si. Vários estudos como os de Souza (2006), indicam a potencialidade da utilização de narrativas na formação de professores e dos próprios estudantes. Mendes et al (2018) argumentam, com base em Arroyo (2017, p.64), sobre os alunos da EJA, que “é necessário reconhecê-los em suas trajetórias humanas, detentores de direitos e deveres, como estão presentes nos diversos movimentos sociais do campo ou das cidades, na busca de saberes, de tentativas de escolhas e formação de valores”.

Chagas e Soares (2018) concordam, ressaltando ser importante conhecer as histórias de vida dos alunos para que, assim, seja possível colaborar na prática pedagógica dos docentes ao contextualizar as situações de ensino propostas.

Considerando-se o contexto da EJA, é preciso também que possamos compreender os desafios que se impõem aos docentes. Porcaro (2011), por exemplo, cita a heterogeneidade do grupo, a juvenilização das turmas, a falta de materiais didáticos que atendam às especificidades deste público, a baixa estima dos alunos, dentre outros.

Além desses desafios, Souza Maria e Fontoura (2018) lembram que, mesmo diante do desenvolvimento de novas pesquisas, não há clareza sobre as especificidades que norteiam a formação docente para a Educação de Jovens e Adultos, as quais devem ser consideradas em tempos e espaços específicos e no momento da formação.

Isto posto, concordamos com Souza Maria e Fontoura (2018, p.121) de que, no contexto da EJA, é necessário que o professor esteja atento às diversidades dos sujeitos “com especificidades e realidades diversas que por décadas tentam juntar um fio a outro a várias mãos, com experiências de vida e de formação bem diferentes de outras faixas etárias como a infantil, por exemplo”, respeitando-se essas diferenças.

Um dos caminhos para que o professor interaja diretamente com a realidade em que se encontra é ouvindo ou lendo as narrativas de vida de seus alunos, as quais foram registradas, nessa pesquisa, com auxílio do podcast.

2. AS NARRATIVAS COMO INSTRUMENTOS FORMATIVOS

De acordo com Abrahão (2010), as narrativas(auto) biográficas ou narrativas de vida referem-se ao (re)lembrar de eventos marcantes na existência do sujeito, onde são descritos fatos ordenadores de um curso de vida, articulando os momentos e acontecimentos em uma trama de significados. Passeggi (2016), nos lembra que o movimento biográfico internacional se consolidou a partir dos anos 2000 e, no caso do Brasil, tem avançado no sentido de compreensão da especificidade epistemológica das narrativas de si como prática de formação, a qual acaba por gerar uma outra forma de produzir conhecimento em Educação.

Sobre a fecundidade das narrativas para o processo de ensino e aprendizagem, Nogueira et al (2017) afirmaram que o recolhimento de histórias de vida produz uma relação em que vínculos (professor e aluno, pesquisador e sujeito da pesquisa) recíprocos de confiança e afinidades vão se formar com o tempo. Nessa condição, segundo os autores supracitados, o pesquisador se transforma em sujeito e objeto de pesquisa, assim como se estabelece uma relação de igualdade entre ele o sujeito que narra. Por isso, a prática da narrativa se constitui como um caminho para o aluno se auto conhecer, para o professor conhecer o aluno, suas experiências e vivências; o pesquisador, também, estará em condições de refletir sobre si mesmo, o que transforma a investigação em uma ocasião para seu autodesenvolvimento e auto formação.

Ainda sobre as narrativas na Educação, Reis (2008) observou que elas têm sido usadas na construção de capacidades e atitudes, no desenvolvimento pessoal e profissional de professores e na própria investigação educativa.

Entendemos, conforme observado no estudo realizado por Fernandes e Lopes (2011) com professores da EJA, que o ato de narrar possibilita que estes constituam a sua cultura, seu tempo, suas histórias; nesse sentido, a experiência pessoal vivenciada pelo professor pode-se constituir como base para a formação docente, haja vista que o ato de refletir sobre a vida provoca um repensar das ações e da forma de aprender a profissão.

No caso dos professores, Oliveira (2011) acrescenta que o ato de narrar potencializa uma reflexão pedagógica que permite aos narradores compreender as causas e consequências de suas ações, ou ainda de acontecimentos, circunstâncias etc. de um passado remoto ou recente; com a reflexão, pode-se oportunizar também a ressignificação das estratégias pedagógicas utilizadas, a partir de um processo de reflexão, ação e nova reflexão.

Conforme Clandinin e Connelly (2011), as narrativas na área educacional configuram-se tanto um fenômeno como um método utilizado em investigação. A pesquisa narrativa pauta-se na abordagem qualitativa de pesquisa, onde

os processos reflexivos e de ressignificação das experiências são importantes, tanto para a pessoa que narra, quanto para quem as escuta, incluindo o pesquisador, que se forma com a pesquisa e com quem dela participa (PASSEGGI; NASCIMENTO, OLIVEIRA, 2016).

Uma vez que estamos no contexto da EJA, é preponderante lembrarmos as considerações de Passeggi (2016), ao retomar o pensamento de Paulo Freire, uma vez que este foi guiado pela percepção do adulto não como um mero analfabeto, mas como pessoa, “como ser capaz de compreender a razão de sua condição de analfabeto e, eventualmente, apoderar-se de seu poder de superação e de emancipação”. (PASSEGGI, 2016, p. 69), o que pode ser subsidiado pelo ato de narrar sobre suas experiências. A experiência, ou “aquilo que nos toca”, como diz Larossa (2002) é um elemento central nas narrativas; como afirma Passeggi (2016), refletir sobre as experiências é importante para aprender sobre nós mesmos e o mundo. Nesse processo, “é preciso se expor, sem medo de padecer sob o impacto da experiência para poder dela tirar lições para a vida e aprender com ela sobre nós mesmos” (PASSEGGI, 2016, P.76).

Optamos, neste estudo,  por explorar o contexto da EJA a partir das narrativas de seus alunos, dando voz às suas experiências e contribuindo, a partir da escuta, com o processo auto formativo do professor.

3. AS ESCOLHAS METODOLÓGICAS PARA A ESCUTA DAS HISTÓRIAS

Para o desenvolvimento do projeto “Minha Escola de Vida: Narrativas em áudio de alunos da EJA”, escolhemos, aleatoriamente, uma escola municipal de Manaus- AM. Inicialmente, tivemos uma conversa informal com a pedagoga da escola e com a professora de uma das turmas, explicando a ideia do projeto. Ciente dos objetivos do projeto, a professora nos indicou quatro alunos os quais, segundo ela, apresentavam o perfil adequado para participar do projeto, haja vista a mesma já ter trabalhado a oralidade com eles em um projeto anterior. No momento seguinte conversamos com esses alunos e os convidamos a participarem do projeto fazendo, junto com eles, a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido-TCLE. Após a assinatura do documento, agendamos o segundo encontro, assegurando que a identidade dos participantes seria mantida em sigilo.

Neste segundo momento, nós ouvimos as histórias de vida desses quatro alunos, utilizando a roda de conversa como instrumento para a construção dos dados. A roda de conversa compreende, segundo Moura e Lima (2014), uma ferramenta que oportuniza a troca de experiências em um processo mediado pela interação com os pares nos diálogos internos, mas também no silêncio observador e reflexivo; os autores ainda defendem que, por meio da roda, é possível saber dos sujeitos participantes suas histórias de vida escolar, sua trajetória de estudos, suas dificuldades e desafios que tiveram que enfrentar. Para estimular a fala dos participantes da roda, fizemos perguntas do tipo: Qual a importância da escola para sua vida? O que você fazia antes de entrar no EJA?; Quais as dificuldades que te impediram de estudar no ensino regular? O que te motivou a se matricular no EJA? Como você venceu as dificuldades do curso?; Quais os seus planos para o futuro? O que frequentar a escola contribuiu na sua vida?

O momento da roda de conversa foi gravado em áudio; porém optamos, como forma de registro das falas, pela utilização do podcast o qual, de acordo com Infante (2006), consiste em uma mídia de transmissão de informações semelhante a um programa de rádio. O podcast representa um modo de difusão de emissões de rádio, onde o ouvinte pode subscrever aqueles que lhe interessam usando um agregador RSS (Real Simple Syndication) que lhe garante a atualização automática dos podcasts para o PC ou leitor portátil (MOURA; CARVALHO, 2006).

De modo geral, os arquivos do podcast são gratuitos e podem ser ouvidos automaticamente no celular, no tablet ou no computador mesmo sem conexão à internet, o que favorece o seu uso em locais onde a internet é de difícil acesso. (INFANTE, 2006). Existem diversas plataformas mobile disponíveis para adquirir o podcast, sendo as mais populares a iTunes (Apple) e Stitcher (Android e Apple).

As narrativas construídas com podcast também são conhecidas como narrativa digital, narrativa midiática, narrativa interativa e storytelling sendo, de acordo com Santos e Rochadel (2017) uma alternativa metodológica de formação e de desenvolvimento pessoal dos professores, com potencialidade em diferentes contextos educativos. Se contar histórias é uma ação que sempre esteve presente na humanidade, com a era digital, as narrativas orais e escritas podem ser hoje elaboradas com a interposição de diferentes mídias, colaborando para que esta se torne uma atividade densa e aprimorada (PRADO et al. 2017).

Dando continuidade ao percurso metodológico, no terceiro encontro particularizamos as falas, ouvindo cada um dos sujeitos de forma independente, solicitando que contassem suas histórias de vida, as quais foram gravadas em áudio, em uma das salas de aula, da própria escola, utilizando como ferramenta um gravador digital. Para tanto, pautamo-nos nos pressupostos da entrevista narrativa (JOVCHELOVITCH e BAUER, 2014), a qual privilegia a reconstrução de acontecimentos sociais a partir da perspectiva dos informantes. Cria-se, na entrevista, uma situação que encoraje o entrevistado a contar a história de um acontecimento importante de sua vida e do contexto social (JOVCHELOVITCH; BAUER, 2014).

Para a condução desse tipo de entrevista, Jovchelovitch e Bauer (2014, p. 97) sugerem vários procedimentos, iniciando com a exploração do campo e formulação de perguntas exmanentes, as quais “[…] refletem os interesses do pesquisador suas formulações e linguagem”. As questões exmanentes distinguem-se das imanentes, isto é, aquelas que apresentam os tópicos e relatos de acontecimentos que surgem durante a narração por iniciativa do entrevistado.

Diante dessas considerações, nessa etapa fizemos a gravação de dois estudantes, dos quatro que participaram da roda de conversa pois, conforme afirmado anteriormente, este projeto foi parte de uma atividade realizada em uma disciplina de mestrado profissional e, por questões de tempo para socialização das atividades construídas, optamos pelo registro em podcast das histórias de dois alunos, sendo estes os mais velhos do grupo, designados nessa pesquisa por José e Maria.

Após a gravação em áudio, nos reunimos para ouvi-las e fazermos as edições e sonorização dos áudios, com adição de vinhetas e gravação de nossas vozes, as quais também foram inseridas nos dois podcasts. Paralelamente, procedemos à análise dos relatos dos alunos, numa perspectiva interpretativa, como é próprio da pesquisa narrativa, onde a  perspectiva hermenêutica permite a compreensão das narrativas, implicando na “ valorização da vida humana, construída a partir das experiências que ganham novos sentidos quando narradas e refletidas pelo próprio sujeito que narra”. (SILVA; MIRANDA, 2016, p. 475).

No último encontro, ouvimos esses podcasts, agora como um produto final, e planejamos o nosso retorno à escola com esses alunos, para apresentação e socialização dos podcasts construídos.

4. O QUE CONTAM OS ALUNOS DA EJA

A construção de dois podcasts foi efetivada com a gravação de áudio do personagem José, e outro com o a personagem Maria, ambos alunos da modalidade de EJA.

O podcast do personagem José retrata sua trajetória de vida escolar, sua caminhada até chegar ao EJA. José nasceu no município de Trairí, no interior do Ceará. Veio para Manaus com seu avô, aos 16 anos, indo morar na estrada e iniciando o trabalho na agricultura. Mais tarde, aos 18 anos, saiu da casa do seu avô e foi viver sozinho. Trabalhou como servente, auxiliar de caminhão, camelô e, por fim, como moto-taxista, que é sua fonte de renda nos dias de hoje. De fato, como observaram Alves e Arruda (2014), dentre os alunos da EJA, é comum a vivência com o trabalho iniciar muito cedo em suas vidas, sendo também responsáveis, ainda crianças, pelo cuidado da casa e dos irmãos mais novos. Os autores ainda lembram que, nos centros urbanos, estes alunos fazem serviços variados para completar a renda da família, como: guardar carros, auxiliar nos serviços de construção civil, dentre outros.

José resolveu voltar aos estudos aos 47 anos, pois tinha muito desejo de aprender a ler; José relatou suas dificuldades em preencher formulários, efetuar compras com créditos, pois sempre era necessário pedir ajuda a alguém para intermediá-lo. Para tirar a carteira de motorista, por exemplo, José relatou muitas dificuldades pelo fato de não saber ler nem escrever.

Além dessas situações, José relata que seu filho, hoje com 8 anos, lhe pedia ajuda com os deveres da escola, e José não conseguia ajudá-lo. Sobre esse aspecto, sabemos que a Constituição de 1988 preconiza a obrigatoriedade do Estado, da família a e da sociedade assegurar o direito da criança à educação, dentre outros.  Porém, como observou Poncio (2010) em sua pesquisa sobre a relação família-escola na EJA, a aproximação familiar com a escola ocorre não apenas com relação a questões de aprendizagem, mas especialmente por solicitação para a resolução de problemas de origem familiar com relação aos seus filhos. Mas o autor acrescenta que, na contemporaneidade, aumentaram as exigências educacionais para os pais, os quais precisam de atualizações constantes.

Ainda sobre a relação escola-família, André e Barboza (2018) afirmam que uma das dificuldades observadas entre o relacionamento da família com a escola parte, por vezes, dos próprios educadores, os quais julgam que, pelo fato da família possuir um baixo nível econômico, os pais não valorizam os estudos de seus filhos, sendo incapazes de motivá-los a ter um bom desempenho escolar. Essa situação é resultante de uma perspectiva que concebe a escola e a família como duas instituições distantes e impossíveis de atuar em parceria, ainda que, para que a criança obtenha um bom desenvolvimento escolar, é necessária a participação familiar.

José, em sua narrativa, ainda relata que a sua única experiência na escola anterior à EJA foi por volta dos 14 anos, quando estudou em uma escola distante de sua casa, no interior do Ceará. Depois disso, só retornou aos estudos hoje, aos 47 anos. Ele relata que, a princípio, na juventude, não sentia vontade de estudar, mas, com o passar do tempo, a vida foi mudando e ele sentiu necessidade de se atualizar, diante da “necessidade de assinar documentos, ler uma notícia, dentre outras”. Hoje, José se diz muito feliz na escola e sente que está evoluindo nos seus estudos. Também se sente motivado por poder acompanhar de forma mais próxima e efetiva  os estudos do seu filho.

O podcast da personagem da Maria também retrata sua trajetória de vida escolar, seu caminhar até chegar ao EJA. Maria nasceu no interior do Pará, município de Curuá. Aos 8 anos de idade foi para Santarém viver com sua madrinha, por ela ter melhores condições financeiras e, supostamente, oportunizar lhe a continuidade dos estudos. Mas, ao chegar, não foi o que ocorreu. Ela passou a trabalhar para a madrinha, cuidando dos serviços de sua casa e de seus filhos. Assim, o tempo passou e Maria se tornou adolescente, necessitando garantir sua própria renda. Por isso, começou a lavar roupas para alguns vizinhos. Aos 14 anos engravidou de uma menina. A madrinha e seu marido tentaram induzi-la ao aborto, mas, por estar com mais de três meses de gestação, não foi possível concretizá-lo, pois poderia se configurar como um atentado a vida de Maria. A situação da gravidez na adolescência foi pesquisada por Maranhão et. al. (2018), que analisaram atitudes e relações familiares e sociais diante dessa condição de gravidez; os autores observaram que muitos pais, por exemplo, ao descobrirem a gravidez das filhas, infligem agressões às mesmas, tanto por meios físicos como também pela ridicularização e humilhação. Os sentimentos familiares negativos referem-se ao fato da criança interferir negativamente no bem-estar e na perspectiva de futuro dessas jovens, haja vista estarem ligados a outros problemas, como à evasão escolar e limitação da entrada no mercado de trabalho, além do agravamento das condições socioeconômicas da família.

Maria continuou na casa da madrinha, sem apoio do pai da criança, tendo que trabalhar muito mais para sustentar sua filha. No estudo realizado por Maranhão et. al. (2018) também foram observadas reações negativas do parceiro diante da gravidez inesperada, as quais incluíam desde questionamentos quanto a real paternidade da criança até a sugestão do aborto.

Para aumentar sua renda, Maria começou a trabalhar como manicure. Anos mais tarde sua filha casou, veio para Manaus e, quando engravidou, pediu que sua mãe viesse morar com ela, para ajudar a cuidar da criança. Maria veio, assim, viver em Manaus. Hoje, aos 52 anos, por incentivo de sua filha, que lhe fez perder o medo e a vergonha de estudar por se achar “muito velha” para o estudo, a personagem Maria está matriculada na EJA. Foi a sua filha quem a matriculou na escola, o que se mostra o sentimento de gratidão de Maria à filha. Como ela nos relatou: “Já sei juntar as sílabas, ler pequenas frases, estou evoluindo” e “ainda perdi a vergonha de estudar”. Hoje ela compreende que a escola lhe trouxe novos horizontes e sente-se feliz e vitoriosa com essa nova conquista.

Nesse contexto, Pereira (2016), em um estudo com 103 estudantes de EJA, verificou que a falta de estudo os exclui dos meios que garantirão seu sustento e o da família, deixando-os sem condições mínimas de empregabilidade. Por isso, é imprescindível que seja disponibilizada uma oferta maior de escolas para adultos, adaptadas aos horários disponíveis desses trabalhadores, considerando sua realidade e necessidades. Além disso, é também crucial o reconhecimento do papel da educação para essas pessoas e todos de um modo geral, para que sejam capazes de se integrarem a um sistema produtivo, pertençam à sociedade moderna que exige o domínio dos instrumentos da cultura letrada na própria vida cotidiana, assim como se apropriar de informações que circulam na mídia  e que afetam suas vidas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As tecnologias, na sociedade contemporânea, têm incidido diretamente no ensino, sendo requerido pela legislação pertinente, inclusive, o desenvolvimento da competência relacionada à cultura digital na educação básica. Porém, articular as tecnologias no ensino tem sido um desafio aos professores os quais, por vezes, não se sentem capacitados para tal ação.

Além destes, atuação na Educação de Jovens e Adultos- EJA impõem outros desafios ao professor, haja vista ser esta uma modalidade de ensino que inclui um grupo com características e especificidades próprias que, geralmente, trazem consigo histórias de exclusão social. Conhecer essas histórias, a trajetória escolar, as histórias de vida dos alunos da EJA pode ser um caminho para que os professores possam construir práticas pedagógicas adequadas ao perfil desse grupo, deixando-as mais contextualizadas.

Uma das formas de conhecer as histórias dos alunos é por meio da escuta de suas narrativas, as quais proporcionam momentos de reflexão e ressignificação dos sentidos atribuídos às experiências vividas, tanto no sujeito que narra como naquele que escuta. O ato de narrar, contar histórias, biografar-se se revela, portanto, como um fecundo instrumento formativo, a partir do conhecimento de si, trazendo novas reflexões e significados ao vivido.

Neste estudo, de modo a articular as tecnologias ao ensino e à escola, foram construídos dois podcasts sobre histórias de vida de alunos da EJA. Tais histórias revelaram traços comuns observados em estudantes dessa modalidade de ensino, como a inserção precoce no mundo do trabalho, as dificuldades de inclusão social, e o retorno à escola por influência da família e pela potencial oportunidade de ampliação de inserção no mercado de trabalho.

Consideramos que, as narrativas digitais, construídas com auxilio do podcast possibilitam discussões, reflexões e novas aprendizagens tanto aos alunos como aos professores participantes, inserindo-os de forma mais efetiva no planejamento das atividades pedagógicas e subsidiando o fortalecimento dos vínculos afetivos com os alunos. Para estes, a possibilidade de ser ouvido, de poder falar, representa, além de uma valorização do próprio sujeito, uma oportunidade de reflexão sobre as experiências vividas, contribuindo na sua formação e inclusão social, a partir da escola. Ademais, ao ouvir e compartilhar as experiências, os alunos da EJA podem incentivar-se mutuamente a prosseguirem nos estudos.

REFERÊNCIAS

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[1] Especialista em Tecnologia Educacional e graduado em Pedagogia com habilitação em supervisão escolar.

[2] Orientadora.

Enviado: Janeiro, 2021.

Aprovado: Fevereiro, 2021.

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George Augusto da Rocha Souza

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