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Linguagem em Artigos Científicos: Entenda a Influência da Escrita no Entendimento do Leitor

RC: 19409
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CONTEÚDO

RABELO, Rafaela Perensin [1]

RABELO, Rafaela Perensin. Linguagem em Artigos Científicos: Entenda a Influência da Escrita no Entendimento do Leitor. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 11, pp. 97-104, Agosto de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

O objetivo de um trabalho científico é tornar público um conhecimento obtido através de pesquisas, sejam elas de campo ou bibliográficas. Sendo assim, é fundamental que a linguagem correta seja utilizada, a fim de evitar formalidades e termos técnicos excessivos que dificultem a compreensão e, ao mesmo tempo, tomar as precauções necessárias para que o conteúdo não fique banalizado pelo uso de vícios de linguagem e similares. Para compreender melhor a visão dos leitores de artigos científicos foi utilizada a metodologia de levantamento de opinião para a aplicação de uma pesquisa com 162 pessoas de diferentes estados do Brasil sobre a temática. O objetivo deste artigo é demonstrar, por meio dos resultados da pesquisa, a importância de saber utilizar a linguagem adequada em artigos científicos.

Palavras-chaves: Linguagem, Escrita, Artigos Científicos, Formalidade.

INTRODUÇÃO

A escrita é nossa principal fonte de comunicação permanente, sendo um marco para a civilização humana, como o próprio Charles Higounet deixou claro ao registrar:

A escrita faz de tal modo parte da nossa civilização que poderia servir de definição dela própria. A história da humanidade se divide em duas imensas eras: antes e a partir da escrita. (…) Vivemos os séculos da civilização da escrita. Todas as nossas sociedades baseiam-se sobre o escrito. A lei escrita substitui a lei oral, o contrato escrito substituiu a convenção verbal, a religião escrita se seguiu à tradição lendária. E, sobretudo não existe história que não se funde sobre textos (HIGOUNET, 2003).

Sabendo da importância da escrita para nossa sociedade fica mais claro compreender que a linguagem a ser utilizada deve ser condizente com o material que está sendo produzido. Afinal, de nada vale um conhecimento escrito se ele não pode ser compreendido.

Nesse panorama, este artigo analisará como a linguagem utilizada na elaboração de trabalhos acadêmicos pode influenciar no entendimento do leitor. Por meio de uma pesquisa, será apresentado o ponto de vista dos leitores sobre a temática.

PESQUISA

A pesquisa foi realizada em formato online, com cinco perguntas fechadas de múltipla escolha e uma aberta, na qual o entrevistado pode expor sua opinião geral sobre o assunto. Foram 162 entrevistados de diversas áreas de Brasil.

Para entender o perfil dos entrevistados, foram feitas as seguintes perguntas:

Figura 1
Figura 1

Há uma predominância de estudantes, seguidos por professores. Ou seja, a maioria de nossos entrevistados está em fase de aprendizado, o que exige um constante contato com a escrita e leitura.

Figura 2
Figura 2

Em relação à localização geográfica vale citar que os entrevistados estão concentrados, em maioria, na região sudeste do Brasil, de forma decrescente, em Minas Gerais, São Paulo de Rio de Janeiro. Na opção ‘outros’ notamos muitos entrevistados de diferentes estados, mas que não somavam uma quantidade expressiva para os detalharmos em gráfico, estados como Espirito Santo, Maranhão, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e muitos outros.

Figura 3
Figura 3

Essa pergunta revela uma informação importante: 72% dos leitores já abandonaram a leitura de um artigo porque a linguagem era muito técnica ou formal. Isso demonstra que o índice de abandono é muito grande por conta da linguagem inadequada.

Figura 4
Figura 4

Outro dado relevante é tratado nesta questão: 94% dos leitores, ou seja, aproximadamente 153 das 162 pessoas entrevistadas já terminaram a leitura de um artigo sem entender o objetivo dele. Essa realidade é preocupante, visto que o objetivo do artigo deve ser algo muito claro para o leitor.

Figura 5
Figura 5

Essa resposta mostra que a maioria dos entrevistados (74%) concorda que o ideal é “ter uma linguagem simples, seguindo as normas da língua portuguesa”, esclarecendo que muitos acreditam que a linguagem deve conseguir atingir todos os grupos. Em seguida, 23% das pessoas optaram por assinalar a opção “abordar o assunto sempre de forma técnica, para demonstrar conhecimento sobre a área”, apontando um outro lado interessante: é importante utilizar a linguagem para dar credibilidade ao que está sendo abordado, transmitindo domínio do conteúdo. Poucos foram os que responderam “ter uma linguagem extremamente formal”, comprovando que a linguagem extremamente formal não é uma boa opção.

Para entender o real ponto de vista dos entrevistados, foi feita uma pergunta aberta, na qual poderiam expressar suas opiniões livremente. Nessa questão, que não tinha obrigatoriedade de resposta, foram recolhidas 60 opiniões. Delas, algumas foram selecionadas para comporem este artigo, demonstrando que existem pensamentos convergentes e divergentes. Observe a questão seguida das respostas selecionadas:

Deixe aqui sua opinião sobre o uso da linguagem em trabalhos acadêmicos:

  • “Deve estar sempre nas normas, porém com uma linguagem direta sem muitas delongas sobre o assunto.”
  • “Acho que a linguagem acadêmica não pode fugir muito da técnica, mas deve, na medida do possível, ser o mais clara possível, para que todos possam entender o que estão lendo.”
  • “O problema não é a linguagem complexa, e sim a rasa compreensão do leitor, não é o artigo que deve ficar simples e sim aquele que estiver lendo que deve se aprimorar.”
  • “Acredito que é necessário até certo ponto. Usar termos extremamente acadêmicos, independente do curso, torna os trabalhos de difícil compreensão e na maioria das vezes monótonos.”
  • “Acho importante a escrita mais formal. O que se espera de um trabalho, é a pesquisa e dedicação. Nós leitores ou ouvintes, devemos sempre buscarmos conhecimento. E o mínimo que devemos querer é conhecer nossa língua. Devemos nos adaptar a forma correta, e não modificar o certo para atender nossas “manias e costumes” fazendo assim todos continuarem parados, sem motivos para crescerem”
  • “O maior objetivo de um artigo acadêmico é difundir o conhecimento sobre um fenômeno. Assim, torna-se necessário que a linguagem seja acessível ao público em geral.”
  • “Quanto mais fácil a linguagem, mais chances as pessoas se envolverem com o conteúdo. Somos um país extremamente “ignorante” porque as principais informações são inacessíveis. E não porque não estão ao alcance das pessoas, afinal a internet está aí pra isso. Mas porque são complexas, técnicas, delicadas, e se restringem apenas aos seus públicos-alvo. Eu poderia saber de astronomia, gastronomia, direito, mas dificilmente entendo tudo que está lá. E isso contribui inclusive pra sermos dependentes do sistema. Se eu tenho noção de como funciona a política (e seus cargos), de como funcionam meus impostos, de como funciona meu planejamento financeiro, meu planejamento familiar, pra que eles servem, o nascimento natural, ou seja lá qual for o assunto que impacta a sociedade, posso fazer escolhas melhores para mim e para minha comunidade. Não precisa ser informal. Não precisa ser lúdico. Pode ser bem escrito e bem estruturado. Mas precisa usar termos familiares e exemplos do dia-a-dia das pessoas.”

Com as respostas acima fica claro que é fundamental encontrar um equilíbrio: dosar uma linguagem culta e formal com uma linguagem de fácil entendimento. Para que isso ocorra, os autores do artigo devem se colocar no lugar do público que fará a leitura daquele conteúdo.

A melhor forma de saber produzir um artigo com uma linguagem adequada é a prática. Como Rafaela Perensin diz no livro Negócios e Carreira:

“O que determina se você vai escrever bem é o quanto você está determinado a se preparar para isso. É uma lógica simples, como na maioria das áreas de nossas vidas, a grandeza esforço é proporcional ao resultado.” (PERENSIN, 2017)

Outra dica fundamental para desenvolver a escrita tanto de artigo científicos como qualquer material é dada pela autora neste mesmo capítulo:

“Quando tratamos de leitura, nunca se limite a um gênero ou um conteúdo. Advogados não devem ler somente livros de advocacia, enquanto vendedores leem somente livros de vendas, muito pelo contrário, é a variedade que ampliará sua mente para novas ideias dentro ou fora de sua área de atuação. Mescle sempre sua leitura e perceberá o quanto o seu vocabulário, conhecimento e capacidade de conversação se elevarão. Sendo assim, ao entender o papel excepcional da leitura, podemos desenvolver a escrita de forma mais natural.” (PERENSIN, 2017)

CONCLUSÃO

Com este artigo percebemos que a linguagem tem influência direta na compreensão do leitor e que, por isso, é imprescindível que os autores saibam utilizá-la adequadamente. Por meio da prática é possível adquirir experiência sobre as melhores formas de se comunicar de forma escrita. Além disso, a leitura exerce papel fundamental para um enriquecimento de vocabulário e entendimento sobre as palavras mais convenientes para que o leitor entenda o objetivo do artigo. Portanto, o uso correto da linguagem deve ser um fator de cautela na escrita de artigos científicos porque ela influência de forma direta na compreensão do leitor.

REFERÊNCIAS

HIGOUNET, Charles. História concisa da escrita. 10ª edição – São Paulo: Parábola Editorial, 2003.

PERENSIN, Rafaela. Negócios e Carreira. 1º edição – Juiz de Fora: MP Books, 2017.

[1] Administração – Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora – CES/JF

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Rafaela Perensin Rabelo

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