REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

Identificando a cultura afro-brasileira e africana: Patrimônio imaterial e patrimônio material

RC: 51990
2.542
3.6/5 - (19 votes)
DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/identificando-a-cultura

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SILVA, Geová Alves da [1], SILVA, Geovan João Alves da [2]

SILVA, Geová Alves da. SILVA, Geovan João Alves da. Identificando a cultura afro-brasileira e africana: Patrimônio imaterial e patrimônio material. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 06, Vol. 04, pp. 64-72. Junho de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/identificando-a-cultura, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/identificando-a-cultura

RESUMO

Estudos apontam que as políticas voltadas à preservação de um dado patrimônio refletem, de modo expressivo, a identidade de um povo que recebem mais ou menos atenção. Tem-se como objetivo descrever o patrimônio cultural do povo negro, recuperando, para tanto, as expressões culturais afro-brasileiras a partir de uma revisão da literatura. A metodologia empregada propõe um estudo descritivo sobre as características culturais afro-brasileiras. A fim de resgatar essa cultura, serão apresentados os patrimônios de natureza material e imaterial, como, por exemplo, o samba, o acarajé, o jongo, a capoeira e os terreiros. Este estudo é relevante pois visa discutir sobre o reconhecimento desses bens culturais como patrimônios da história brasileira. A matriz africana exerceu e exerce, ainda hoje, um papel sumário na consolidação da identidade afro-brasileira desde a sua gênese, uma vez que os escravos pertenceram à diferentes regiões da África, o que fomenta a riqueza dessa cultura.

Palavras-chave: Cultura afro-brasileira, capoeira, samba, terreiros.

1. INTRODUÇÃO

Segundo Abadia (2010), em um primeiro momento, a identidade negra afro-brasileira parece tomar forma a partir de forças que resistem, contudo, aponta que essa é uma identidade de projeto, e, dessa forma, na medida em que se há esforços políticos para garantir o cumprimento da igualdade de direitos, previstos, portanto, em lei, alertando-se sobre as desigualdades raciais ainda em voga no Brasil, sabe-se, também, que a identidade negra, como todas as identidades coletivas, são validadas a partir de um patrimônio comum ao grupo à ela associado. Considerando tal contexto, a pesquisa versará sobre os patrimônios material (representado pelo samba, acarajé, jongo e capoeira) e imaterial (os terreiros), uma vez que são esses que sustentam a preservação da identidade afro-brasileira.

Contudo, Abadia (2010) aponta para o fato de que o patrimônio negro, historicamente, foi subestimado e interpretado de forma depreciativa, tanto antes quanto após a escravatura, e, nesse sentido, cientes das desigualdades sociais que refletem as escolhas do patrimônio que representa o país, os órgãos responsáveis pela política patrimonial brasileira, a partir de ações, têm tentado conciliar os interesses dos diversos grupos minoritários, e, ainda, dos órgãos internacionais, como é o caso da UNESCO. De acordo com Abadia (2010), trata-se de uma estratégia que visa, sobretudo, a manutenção do que é compreendido como “unidade nacional”. Nesse sentido, a legislação brasileira reitera o caráter multicultural da sociedade, e, para tanto, estabelece como patrimônio cultural os bens materiais e imateriais.

Considerando esse contexto, que, por sua vez, justifica a relevância deste trabalho, o estudo versará sobre os elementos materiais e imateriais que dão forma ao patrimônio afro-brasileiro. Nesse sentido, Paiva (2019) e Cavalcanti e Fonseca (2008) aludem que tais bens dão forma à sociedade brasileira, sendo, portanto, relevantes à sua solidificação e manutenção. O Art. 215 da Constituição Brasileira (1988) dispõe que grupos indígenas e afro-brasileiros são fundamentais à formação do país, e, desse modo, o patrimônio material compreenda obras, objetos, documentos, edificações e quaisquer espaços voltados às manifestações de teor artístico-cultural. Compreende-se, também, conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

Cavalcanti e Fonseca (2008) elucidam, considerando a dimensão imaterial do patrimônio, que, segundo a legislação brasileira, trata-se de saberes, ofícios, crenças, festas e rituais. Parte-se, nesse estudo, da hipótese que o Brasil toma forma a partir de diversas coletividades que são distintas no que tange à sua forma de pensar, sentir e expressar as suas identidades, e, também, precisa-se considerar que tais coletividades produzem patrimônios sincréticos (ABADIA, 2010). Albuquerque e Fraga Filho (2006), em seu estudo, reiteram que os cultos de matriz africana, devem-se, sobretudo, à sua capacidade de atrair outros setores da sociedade, inclusive pessoas livres e brancas. Trata-se, dessa forma, da própria resistência dos africanos e afrodescendentes, o que torna essa discussão relevante, visto que ela continua.

2. PATRIMÔNIOS MATERIAIS E IMATERIAIS

Um dos patrimônios materiais mais associados à cultura afro-brasileira é o samba. Segundo Abadia (2010), o samba tem a sua imagem cristalizada no imaginário brasileiro e é uma das manifestações artísticas desse cultura mais veiculada pelas indústrias midiáticas. O IPHAN, por sua vez, considera o samba como patrimônio imaterial. A primeira modalidade reconhecida foi o samba de roda do Recôncavo Baiano. Esse tipo de samba associa-se, conforme Abadia (2010) e Sandroni (2006), às festas típicas do catolicismo popular. Nesse sentido, Sandroni (2006) frisa que, em outras palavras, há uma conexão entre os valores e crenças africanos e católicos. Sandroni (2010) alude que, atualmente, tem-se percebido que o samba de roda tem sido desvalorizado pela sociedade.

Tal percepção tem um propósito, pois, sobretudo a mídia, evoca a ideia de que o samba de roda é algo muito rudimentar. Há, ainda, conforme Sandroni (2006), um estigma social que prega a ideia de que os produtores desse tipo de samba fazem parte das classes sociais mais vulneráveis, e, dessa forma, tal percepção é mais um agravante para que se consolide, no imaginário coletivo, uma ideia negativa do samba de roda. Sandroni (2006) também chama a atenção para o fato de que assim como o samba a capoeira de ser uma expressão cultural marginalizada, e, dessa forma, tornou-se um símbolo que representa o Brasil. Contudo, durante a primeira metade do século XIX a capoeira era de exclusividade dos escravos, isto é, da população negra.

Munanga e Gomes (2006) frisam que com a instituição do regime republicano no Brasil, a capoeira passou a ser reprimida, e, desse modo, os seus praticantes eram estigmatizados pela raça e condição social, e, socialmente, eram considerados como “vadios e turbulentos capoeiras”. Todavia, mais uma vez, a resistência toma forma, pois em razão de práticas de subversão, a capoeira e a sua filosofia, mesmo em meio à violência, manteve-se intacta, mesmo que de forma marginal, isto é, praticada em espaços com menos visibilidade. Mesmo com a mudança de postura por parte do Estado em relação à capoeira, ele quem passou a determinar regras e normas para a sua prática. Sandroni (2006) reitera, também, que nos anos posteriores à liberação da capoeira, houve algumas alterações em sua prática.

Aponta que o governo passou a promovê-la como um desporto, ou, ainda, como um espetáculo, como forma, inclusive, de alavancar o turismo do país (MUNANGA; GOMES, 2006; SANDRONI, 2006). Passa a servir, então, como uma forma de representar o povo brasileiro. Atualmente, ela pode ser praticada de formas diversas, seja em rodas como em ruas, ginásios e escolas. As modalidades mais conhecidas são a capoeira angola e a regional, segundo o IPHAN. Abadia (2010) e Paiva (2019), aludem que os mestres de capoeira são detentores de conhecimentos múltiplos sobre essa tradição cultural, e, assim, transmitem, de forma oral e gestual, saberes, práticas e rituais (IPHAN, 2020). Há, contudo, alguns requisitos para que um sujeito possa gozar do título de “mestre de capoeira”.

Segundo Sandroni (2006) e Abadia (2010), o aprendiz precisa mais do que compreender as técnicas, deve, então, aceitar a visão de mundo e respeitar a hierarquia e o código de ética pregado pela capoeira. O ritual de batismo é a primeira etapa. O ofício de mestre é relevante pois é uma forma de continuar a transmitir essa herança para as gerações futuras, fazendo com que as raízes afro-brasileiras mantenham-se intactas (PAIVA, 2019). Nesse sentido, o ofício do mestre de capoeira e das baianas que preparam o acarajé é transmitido entre gerações, seja de família para família ou a partir de laços comunitários. Abadia (2010) aponta, em seu estudo, que Dorival Cayme foi o principal responsável pela divulgação da imagem da baiana que produz acarajé no país.

A partir de suas músicas, elucida sobre os atributos que dão forma à essa personalidade, e, ainda, aponta-se características sobre a comida que carregam em seus tabuleiros: o acarajé. Cabe auferir, também, que, de acordo com Abadia (2010), a figura de Carmen Miranda também auxiliou a cristalizar, no imaginário coletivo, a imagem das baianas, e, sobretudo, de sua comida típica: o acarajé. Conforme Abadia (2010), a imagem de Carmen Miranda apontava para mais do que uma alegoria, ou, ainda, um estereótipo. A figura representa a complexa, ampla e rica matriz cultural afro-brasileira a partir da imagem da baiana somada ao acarajé. Atualmente, o acarajé faz parte do patrimônio afro-brasileiro, e, assim, reflete a história e religião de matriz africana.

O acarajé, em sua origem, era preparado pelas escravas e era vendido nas ruas, como aponta os estudos de Abadia (2010) e Paiva (2019). Tratava-se de uma forma de complementar o lucro obtido pelos senhores aos quais serviam. É considerado como o alimento dos Orixás, deuses oriundos do Candomblé. Deve-se apontar, também, que apesar de o Candomblé ser um aspecto crucial no que tange a identidade afro-brasileira, ele não é excludente, pois, como elucida Abadia (2010), no final da década de noventa, alguns homens evangélicos passaram a comercializar o alimento e alegavam, ao vender, que se tratava do “acarajé de Jesus”, há, então, um redimensionamento dessa simbologia, pois, como ressaltado, o acarajé é o alimento destinado aos Orixás na tradição afro-brasileira.

3. O JONGO E OS TERREIROS E A PRESERVAÇÃO DA TRADIÇÃO AFRO-BRASILEIRA

De acordo com Abadia (2010), o jongo ou caxambu trata-se de um ritmo que pertence à região congo-angola. Ele faz parte da tradição afro-brasileira desde a chegada dos colonos, cujos negros bantu escravizados e pertencentes aos donos das fazendas de café do Vale do Rio Paraíba, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, manifestavam-se a partir de tal ritmo. Vieram para o Brasil em razão da demanda por mão-de-obra para a realização de trabalhos de mineração, o que intensificou o tráfico negreiro. Contudo, em razão da decadência econômica de outras regiões do país, uma parcela expressiva desses escravos imigrou para o sudeste brasileiro, o que fez com que maior parte da população dessa região fosse negra, o que fez com que o ritmo proliferasse.

Conforme alude Abadia (2010), em virtude da necessidade de evitar possíveis revoltas e distrair os negros do tédio, os donos das fazendas de café permitiam que os escravos dançassem o jongo nos dias relacionados aos santos católicos. Paiva (2019) elucida que para os negros escravos, o jongo era uma forma de confraternizar mediante à dor e ao sofrimento. Em muitas das vezes é compreendida como uma dança profana, voltada ao divertimento, contudo, por outro lado, é uma atividade religiosa. Inicialmente, apenas adultos poderiam dançar o jongo e havia certo receio em se repassa o conhecimento sobre o jongo. Ele possui uma linguagem metafórica, e, desse modo, é preciso muita competência para decifrar o seu significado. Os jongueiros, como são chamados os praticantes, ganham alguns significados.

Em muitas das vezes, de acordo com Abadia (2010) e Paiva (2019), os jongueiros são chamados de poetas-feiticeiros, ou, ainda, de xamãs. Dentre as práticas de tal dança, destaca-se as rodas de jongo para colocar a sabedoria em disputa. Acredita-se que com o poder das palavras, e, ainda, com o auxílio da concentração, pode-se encantar o outro por meio da poesia, e, assim, quem percebesse um ponto enigmático no jongo, deveria decifrar e responder imediatamente, em outras palavras, era obrigatório “desatar o ponto”, pois, caso contrário, defendia-se a ideia de que a pessoa que não respondesse ficaria enfeitiçada (“amarrada”, podendo, inclusive, desmaiar, perder a voz, perder-se na mata ou, até mesmo, morrer de forma instantânea. Contudo, hoje, tal crença não é mais enfatizada.

Por fim, há que se abordar a presença dos terreiros e o poder que exercem na cultura afro-brasileira. Para Sodré (1988), os terreiros são, primeiramente, locais que precisam ser compreendidos como espaços voltados à prática das religiões de matriz africana. Esses terreiros podem se voltar ao uso tanto de adeptos do Candomblé quanto de praticantes do Batuque, da Umbanda e semelhantes. Abadia (2010), por conseguinte, elenca alguns elementos típicos aos rituais religiosos africanos, como, por exemplo, a linguagem utilizada para se comunicar com as divindades cultuadas. Sodré (1988) frisa, também, que essa linguagem varia de acordo com a religião praticada, e, ainda, uma mesma religião pode empregar essa linguagem de forma distinta. A “nação dos praticantes” é quem ditará essa comunicação (SODRÉ, 1988).

Dever-se-á compreender, ainda, que tais “nações” representam uma herança cultural trazidas pelos negros escravizados, e, por muito anos, servos de brancos. Foram, portanto, desvinculados de suas comunidades de origem, e, nesse sentido, viram-se forçados à preservar a cultura a eles associada: a africana no contexto brasileiro, país no qual passaram a habitar. Destarte, ao longo dos anos, como aponta a literatura (SODRÉ, 1988; ABADIA, 2010; PAIVA, 2019), esses povos viram a necessidade de construir, no território brasileiro, formas de pertença, e, para tanto, recorreram às línguas comuns/semelhantes, como frisam Albuquerque e Fraga Filho (2006). Elucidam, também, que dentre as nações negras mais comuns, há de se mencionar os jejes, os angolas, os congos e os nagôs.

Nesse contexto, Albuquerque e Fraga Filho (2006), reiteram que as identidades negras brasileiras, forjadas, portanto, em território nacional, contempla ideias voltadas às “lealdades” e “agregações”, e, ainda, muitos aspectos que formam laços entre os escravos. Cabe auferir, então, que essa diversidade de costumes, línguas e crenças, em um primeiro momento, poderia dificultar a comunicação, e, mais do que isso, a criação e fortalecimento de laços entre os africanos na situação de escravos. Havia, ainda, um outro problema que assolava a vida desses cativos: a proibição de cultos de matriz africana. Tal preconceito perdura até os dias atuais (PAIVA, 2019). Tal proibição, mesmo após a abolição da escravatura, continuou por muitos anos, e, ainda hoje, há reflexos em relação do estigma negativo que tal proibição enraizou na cultura.

O principal argumento para que os terreiros sejam vistos de forma preconceituosa, segundo Albuquerque e Fraga Filho (2006), é que, culturalmente, a prática de rituais de matriz africana é entendida como um primitivismo cultural, isto é, como um fetichismo, e, assim, superstições, curandeirismos e “feitiçarias” eram e ainda são práticas condenadas culturalmente (PAIVA, 2019). Todavia, por outro lado, a criação de laços interétnicos, acentuados, portanto, pela religião, era, ao mesmo tempo, uma estratégia de defesa contra o sistema escravocrata, e, por outro, tratava-se de uma saída para a propagação da cultura africana aos descendentes. Nesse sentido, os terreiros configuram-se como símbolos histórico-sociais, pois é o espaço em que o escravo poderia ser dono de si mesmo, onde resistia-se.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É crucial que se pense a nação brasileira como um país multirracial e pluriétnico, para que, assim, seja possível, de modo efetivo, reconhecer e aceitar que, nessa diversidade, negros, e, também, indígenas, foram e ainda o são fundamentais ao processo de formação da sociedade brasileira, e, sobretudo, de sua cultura. Cabe entender, dessa forma, que os seus rituais, crenças, vestimentas, comidas e modos de vida são aprendizagens essenciais para que se aprenda a respeitar essa pluralidade de vivências e perspectivas que originou e continua a dar forma ao Brasil. A educação é uma poderosa ferramenta, pois, a partir dela, pode-se transmitir o conhecimento para todos, inclusive para que negros se orgulhem da sua origem e história.

É uma forma, também, de se fomentar a identificação das influências e contribuições afro-brasileiras à história brasileira como um todo. O processo educativo, nesse contexto, é responsável por viabilizar e propagar o acesso à essa cultura, apoiando-se, para tanto, em aspectos políticos, históricos e culturais para divulgar tal diversidade, e, ainda, trata-se de uma estratégia que visa o fortalecimento entre identidades, seja entre negros com negros e negros com quaisquer outras comunidades, compreendendo-se que todos são portadores de direitos e deveres. As ações educativas, nesse contexto, são ferramentas essenciais ao combate do racismo e das discriminações, e, assim, precisa-se fomentá-las.

A escola, nesse contexto, exerce um papel de suma importância, e, como tal, deve garantir que o conhecimento sobre as crenças, rituais, comidas, esportes, festas, dentre outras atividades essenciais à formação cultural de uma nação seja divulgado. Propor atividades capazes de arcar com esse compromisso de entrega do saber cultural afro-brasileiro é primordial e urgente, de forma que os envolvidos possam gozar de seus direitos e deveres, independentemente de sua raça/etnia, posição social, religião e gênero. Todas as culturas enriquecem uma noção, e, dessa forma, precisam ser devidamente valorizadas e propagadas. A escola precisa fazer uso de mecanismos necessários ao combate do racismo e da discriminação.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, W. R.; FRAGA FILHO, W. Uma história do negro no Brasil. Salvador: CEAO; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006.

CAVALCANTI, M.; FONSECA, M. Patrimônio Imaterial no Brasil: Legislação e Políticas Estaduais. Brasília: UNESCO, Educarte, 2008.

MUNANGA, K.; GOMES, N. O negro no Brasil de hoje. São Paulo: Global, 2006.

PAIVA, M. C. de. O Brasil segundo o IPHAN: a preservação do patrimônio cultural brasileiro durante a gestão de Gilberto Gil no MinC (2003-2008). 2019. 300f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.

SANDRONI, C. C. Samba de Roda do Recôncavo Baiano. Dossiê IPHAN nº 4. Brasília: IPHAN, 2006.

SODRÉ, M. A verdade seduzida – Por um conceito de cultura no Brasil. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.

[1] Doutorado em ciências da educação. Mestrado em Ciências da Educação. Especialização em Administração Escolar. Aperfeiçoamento em Formação de Docente – Licenciatura Plena. Graduação em Administração de Empresa. ORCID: 0000-0002-3509-5228.

[2] Especialização em Turismo e Hotelaria. ORCID: 0009-0004-5142-7837.

Enviado: Janeiro, 2020.

Aprovado: Junho, 2020.

3.6/5 - (19 votes)
Geová Alves da Silva

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita