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A Importância da Formação Continuada dos Educadores no Contexto Educacional Inclusivo e a Influência da Mediação no Ensino-Aprendizagem na Educação Especial

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CONTEÚDO

OLIVEIRA, Rosane de Machado [1]

OLIVEIRA, Rosane de Machado. A Importância da Formação Continuada dos Educadores no Contexto Educacional Inclusivo e a Influência da Mediação no Ensino-Aprendizagem na Educação Especial. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 02, Ed. 01, Vol. 16. pp. 522-545, Março de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

O presente trabalho aborda a importância da formação continuada do professor educador no contexto educacional inclusivo, como também, a influência da mediação docente no ensino-aprendizagem na educação das pessoas com necessidades educacionais especiais. Verifica-se, a necessidade da formação continuada do educador, como também da mediação comprometida, a qual é capaz de incluir de maneira eficiente as pessoas com deficiência nos diversos contextos da sociedade. O objetivo geral da pesquisa é apresentar o estudo sobre a importância da formação continuada do professor/educador e a influência da mediação no ensino-aprendizagem, destacando alternativas e métodos de ensino na busca pela inclusão social. O objetivo específico é aprofundar o conhecimento e o conceito da mediação docente, comprometida com as necessidades educacionais dos alunos no desenvolvimento de habilidades nos mesmos. O procedimento metodológico é de natureza qualitativa desenvolvida através de pesquisa bibliográfica exploratória. O resultado do assunto investigado oportuniza compreender que, o processo educativo inclusivo necessita de profissionais especializados para desenvolver métodos e atividades diferenciadas no contexto escolar, utilizando-se de uma mediação qualitativa, de ambientes diversificados e estímulos como influência no aprendizado dos educandos com necessidades educacionais especiais. O desafio analisado atualmente, no contexto educacional inclusivo, é a formação inadequada de alguns educadores e a falta de mediação comprometida com a necessidade real dos educandos. Analisa-se que a má mediação e a má formação docente, certamente não efetiva o processo de inclusão social das pessoas com necessidades educacionais especiais (NEE), tanto no contexto formal, quanto no contexto não formal.

Palavras-Chave: Formação Docente, Mediação, Inclusão, Ensino–Aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

O estudo realizado tem por objetivo analisar o processo de formação continuada de professores/ educadores no contexto escolar inclusivo, como também, a influência da mediação do educador no ensino aprendizagem e no desenvolvimento cognitivo de crianças, jovens e adultos com necessidades educacionais especiais.

Diante disso, as escolas juntamente com a equipe de profissionais e a comunidade escolar em geral, devem incluir de maneira ética os educandos com limitações específicas de aprendizagem nos diversos contextos sociais, na busca de desenvolver múltiplas habilidades nos mesmos. O tema proposto resultou-se de interesse e reflexão pelo assunto abordado na área da formação continuada e da mediação no ensino-aprendizagem, assim como de pesquisa, análise e compreensão do assunto abordado.

Em análise, verificou-se a importância e a influência da formação continuada do professor educador nos diversos ambientes, no meio social, cultural e educacional, (tanto no contexto formal, quanto no não formal). É fundamental lembrarmos, que só uma formação continuada comprometida com o bem de todos, fará a diferença na construção do conhecimento crítico, da autonomia dos alunos e da mediação da consciência dos mesmos. As pessoas que apresentam necessidades especiais são pessoas com personalidade única, que estabelecem uma boa comunicação com todos, e são capazes de aprender e desenvolver suas múltiplas habilidades através de estímulos do meio, de atividades mediadas e diversificadas. Na escola, as atividades devem ser aplicadas competentemente pelo professor/ educador, onde, o currículo deve ser democrático e flexível às necessidades de todos, pois os educandos com necessidades especiais têm suas limitações específicas de aprendizagem e devem ser respeitados em suas limitações, e jamais devem ser comparadas ou competir com pessoas normais. O educador mediador tem que ser capaz de desenvolver métodos de ensino adequado as necessidades dos alunos, como também, acompanhar as etapas de evolução dos mesmos ao longo do ano, lhes prestando total apoio, reconhecendo as etapas atingidas pelos educandos e mediando o ensino-aprendizagem dos mesmos.

A escolha do tema proposto resultou de reflexão e entrosamento com o assunto abordado, na busca de verificar quais soluções e conhecimentos pode-se buscar para obter um ensino-aprendizagem mediado, amplo e qualitativo, como também, um processo de formação docente continuada mais eficaz em nossas escolas e em nossa sociedade contemporânea. A abordagem metodológica é de natureza qualitativa, sendo desenvolvida através de pesquisa bibliográfica exploratória (livros, diversos, cadernos com apontamento, jornais, revistas, etc.). Em relação à pesquisa exploratória, Gil (2002), descreve que, a pesquisa exploratória tem como objetivo, proporcionar maior familiaridade do pesquisador com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito, pode envolver levantamento bibliográfico (neste caso, da intuição do pesquisador). Através dos estudos aprofundados sobre a importância da formação continuada do professor/ educador e da mediação do mesmo no contexto educacional inclusivo, elaborou–se o seguinte problema de pesquisa.

Quais as principais dificuldades enfrentadas pela escola e pelos educadores sem formação continuada no desenvolvimento de ações mediadoras, de métodos alternativos no ensino aprendizagem e na inclusão social dos educandos com necessidades educacionais especiais?

Em relação a tal problematização, pode-se, concluir através de estudos coerentes sobre o tema, que o processo de formação continuada e o processo de mediação, são dois processos fundamentais e necessários há todos os envolvidos no processo educativo, pois, o professor/ educador precisa atuar competentemente no âmbito escolar, no desenvolvimento de metodologias diferenciadas e adequadas ás necessidades de tais alunos, com saberes pedagógicos precisos e concretos, como também, ampliados/ mediados para fazer a diferença nos diversos contextos sociais. O resultado do estudo oferece possibilidades para educadores repensarem sua formação continuada e suas práticas pedagógicas, como também, propor novas práticas e métodos educativos em diversos contextos da sociedade, onde os educandos possam se desenvolver através de atividades alternativas. É importante analisar que os contextos devem ser repensados com uma proposta de intervenção pedagógica, pois de fato, atividades mediadas e ao ar livre fazem toda a diferença no processo inclusivo, no alcance de estímulos e no processo de ensino-aprendizagem concreto.

2. A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA DO EDUCADOR NO CONTEXTO EDUCACIONAL ESPECIAL / INCLUSIVO

A formação continuada do educador no contexto educacional especial e inclusivo, sempre fez muita diferença nas relações sociais, culturais, educativas, profissionais, afetivas e aos “olhos de toda sociedade”. Observa-se a influência e a importância da formação continuada do educador nos diversos contextos sociais.

O professor educador deve estar meramente preparado em sua prática pedagógica, repensando, interpretando, propondo métodos alternativos e metodologias de acordo com as necessidades específicas dos educandos, considerando os aspectos do contexto educacional, da diversidade cultural, da realidade sociocultural dos alunos com necessidades educacionais especiais e suas limitações específicas de aprendizagem. A formação continuada fornece há todos os docentes, medidas significativas para desenvolver um ensino-aprendizagem qualitativo, significativo e um desenvolvimento satisfatório das habilidades dos educandos. De acordo com a Resolução nº 01 de 2002 do Conselho Nacional de Educação e Conselho Pleno (CNE/CP) do Ministério da Educação (MEC), que, instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, para curso de licenciatura, em seu art. 6º, § 3º, refere que o projeto pedagógico da escola deve incluir conhecimentos que possam promover o debate sobre questões culturais, sociais e econômicas.

A formação continuada do educador no contexto especial e inclusivo visa à capacidade de reflexões dos acontecimentos e da trajetória das pessoas com necessidades educacionais especiais, onde, analisa-se como era normal na Antiguidade a eliminação das pessoas consideradas “deficientes”, pois na época acreditava-se que eram inúteis para a vida em sociedade.

Vejamos contemporaneamente, se o professor/ educador não obtém e não desenvolve uma sólida formação continuada, e é um profissional passivo frente ao processo educativo, certamente esse educador não será capaz de modificar metodologias, de adaptar métodos e buscar materiais concretos de ensino-aprendizagem na educação inclusiva. E nesse processo da acomodação, ou dá má formação do educador, certamente, perde-se a capacidade de desenvolver habilidades de reabilitação principalmente nos educandos com necessidade educacional especial. A formação docente continuada é essencial e deve ser obrigatória no contexto educacional inclusivo, pois a mesma oferece a compreensão da prática pedagógica de maneira inclusiva e eficiente, onde as dificuldades, as singularidades, a diversidade do alunado, a cultura e as limitações específicas dos educandos com necessidades educacionais especiais (NEE), passam a ser compreendidas de forma mais humana e democrática.

Referências à formação de professores para atuarem na educação especial, são encontradas na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008).

Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base de sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a atuação no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, os centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos da educação especial. Esta formação deve contemplar conhecimentos de gestão de sistema educacional inclusivo, tendo em vista o desenvolvimento de projetos em parceria com outras áreas, visando à acessibilidade arquitetônica, os atendimentos de saúde, a promoção de ações de assistência social, trabalho e justiça. (BRASIL, 2008, p.17 &18)

Para que sejam implementadas práticas educativas inclusivas mais satisfatórias, é necessário que professores e gestores educacionais possuam formação continuada no atendimento ao público alvo “especial, inclusivo”. De acordo com a Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001, que institui as Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica, nesse sentido:

Cabe aos sistemas de ensino estabelecer normas para o funcionamento de suas escolas, […] com professores capacitados e especializados, conforme previsto no Artigo 59 da LDBEN […] e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura de graduação plena. § 1º São considerados professores capacitados para atuar em classes comuns com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais àqueles que comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior, foram incluídos conteúdos sobre educação especiais adequados ao desenvolvimento de competências […] (BRASIL/MEC/SEESP, 2001, p.5).

A formação continuada é um recurso em prol da educação, no qual os educadores devem se apropriar para fazer a diferença na sociedade inclusiva, pois a mesma desempenha um papel importantíssimo e uma visão crítica do educador acerca do contexto escolar e da inclusão social, com vistas a buscar procedimentos e métodos educativos na reabilitação dos alunos com necessidades educacionais especiais, onde, aos poucos, pode-se, desenvolver as habilidades cognitiva, motora, reflexiva e artística dos educandos com limitações. Na educação especial e inclusiva, a formação docente é parte fundamental na inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Destaca-se a seguir o fragmento do texto que trata dessa linha de ação (BRASIL 2004):

A formação deve se assentar num processo contínuo, que garanta a todos os professores os conhecimentos e competências necessários para educarem todos os alunos da forma mais eficaz, possibilitando que alguns professores assegurem ações de apoio junto aos colegas e dos alunos com necessidades educativas mais comuns e especializem outros para o atendimento dos alunos com problemas de maior complexidade e de baixa incidência.

Contemporaneamente, analisa-se em muitas escolas, professores/ educadores atuando sem formação continuada/ complementar na área da educação especial e inclusiva, isto de fato, causa certa preocupação, pois é nesses casos, onde educadores sem formação continuada atuem que perdemos a capacidade da transformação, da mudança, da reabilitação dos alunos com necessidades educacionais especiais, pois tais educadores não estão preparados para receber tais diferenças e trabalhar com a tamanha diversidade inclusiva, de fato, tais educadores, não adquiriram saberes pedagógicos concretos e precisos para lidar com a questão da modificabilidade cognitiva, sensorial, física, intelectual e motora dos educandos em processo de inclusão social. Certamente, essa situação, paralisa e fragmenta o processo de ensino-aprendizagem, tornando-o um fracasso total.

Nessa perspectiva, Bueno (2010).

O que se deve ter em mente é que para a inclusão de crianças com necessidades educativas no ensino regular, há que se contar com professores preparados para o trabalho docente que se estribem na perspectiva de diminuição gradativa da exclusão escolar e da qualificação do rendimento do alunado, ao mesmo tempo em que, dentro dessa perspectiva, adquira conhecimentos e desenvolva práticas específicas necessárias para a absorção de crianças com necessidades educativas especiais.

Estudos revelam os desafios postos à formação de professores no processo de inclusão escolar, ressaltando o quanto os professores se sentem despreparados em sua prática docente no enfrentamento das diferenças cognitivas, sensoriais e físicas que interferem na aprendizagem dos alunos com deficiência. (GIROTO, CASTRO 2011, MICHELS 2011, MONTEIRO, MANZINI, 2008, QUATRIN, PIVETTA, 2008, VITALIANO, 2007, LEÃO et al., 2006).  Observa-se que não basta apenas uma escola oferecer matrícula aos educandos com necessidades educativas especiais, pois a inclusão vai além do direito há matricula. A falta de uma formação continuada de qualidade aos professores abordando o processo inclusivo se faz necessário para proporcionar aos alunos com deficiência, uma educação qualitativa, respeitando a especificidade de cada aluno incluso. Analisa-se, que a má formação dificulta a aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais e muitas vezes, deixa os professores sem saber o que fazer para assegurar o direito desses alunos inclusos. Sabe-se que as leis sobre inclusão social no Brasil sempre serviram de modelo para o mundo, mas na prática, os alunos nem sempre são incluídos nas turmas democraticamente, sem considerar o espaço físico, os recursos adaptados ás necessidades dos mesmos, e as estruturas arquitetônicas que muitas vezes é precária ou inexistente em algumas escolas. As escolas inclusivas necessitam de professores/ educadores e auxiliares de classe com formação continuada voltada ás necessidades dos educandos com limitações específicas de aprendizagem, pois sabemos, o quanto é significativo compreendermos a diversidade na teoria, para fazer a diferença na prática, onde ambas devem atuar juntas no processo de ensino-aprendizagem (Teoria X Prática). Com vistas á formação continuada, Correia 2008 destaca:

Os educadores, os professores e os auxiliares de ação educativa necessitam de formação específica que lhes permita perceber minimamente as problemáticas que seus alunos apresentam que tipo de estratégia devem ser consideradas para lhes dar resposta e que papel devem desempenhar as novas tecnologias nestes contextos. (CORREIA 2008, p. 28)

É necessário refletir sobre a questão do professor face às novas demandas no processo de inclusão social e às novas tecnologias para a educação especial, considerando que a inclusão escolar de alunos com deficiência, ainda é um processo em construção, e os agentes da comunidade escolar devem se esforçar para construir coletivamente uma inclusão social responsável, a qual tem como dever, acolher as diferenças com ética e democracia. É fundamental investir na participação da família no contexto escolar, na formação e na conscientização adequada dos professores/ educadores, como também, em materiais pedagógicos concretos, metodologias diferenciadas e adequadas aos alunos com necessidades educacionais especiais.

De acordo com a matéria exibida no Jornal Nacional, da TV Globo, em maio de 2011, o especialista em educação Gustavo Ioschpe afirmou que:

Entre os principais fatores que contribuem para o bom desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, estão: participação da família, reforço em contraturno para alunos com dificuldades de aprendizagem e lição de casa todos os dias (Educação no Brasil, 2011).

Pode-se afirmar que, a formação por si só não é tudo, como também não transforma, pois ela capacita para realizar tarefas revolucionárias, por isso necessita, além de formação continuada e cursos complementares, pessoas determinadas, às quais estão á frente do processo educacional, pois não basta possuir diversos cursos e diplomas á nível superior e no contexto formal não possuir o mais importante que o educador pode oferecer aquele contexto, sua capacitação teórica/ prática e sua mediação pedagógica para com os seus alunos com limitações. A formação continuada deve possibilitar reflexões e sensibilidades quanto ás diversidades, às diferenças, “do eu e do outro”, Costa (2010, p.531) destaca que:

A formação dos professores deve abranger o desenvolvimento de sua sensibilidade para que possam refletir sobre a própria prática docente e, assim, planejar de maneira flexível, articulando o ensino às demandas de aprendizagem dos alunos, considerando diversas possibilidades de educacionais.

Lei nº 9.394 (BRASIL, 1996), estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDBEN, e em seu capítulo V, dispõe quanto à educação especial, entendendo-a como “[…] uma modalidade de educação escolar, oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino, para alunos portadores de necessidades especiais”. A referida lei delibera também sobre os sistemas de ensino, que deverão assegurar os currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e a organização específica para atender às necessidades de aprendizagem desses alunos. Quanto à formação de professores/ educadores, prevê uma especialização adequada em nível médio ou superior, para o atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses alunos nas classes comuns. Todos devem ter a conscientização, que incluir vai além de cumprir a lei pré-estabelecida, de realizar vários cursos de capacitação, de obter diplomas e de ambientes com estruturas arquitetônicas. Pois incluir, é fazer a diferença, é analisar as práticas educativas com sensibilidade, e através de reflexão, obter normas e condutas éticas, isto é, olhar para o futuro com determinação, solidariedade, mudanças, e ao mesmo tempo buscar desenvolver autonomia nos alunos com necessidades especiais, na certeza, de almejar conquistas para os mesmos nos diversos contextos da sociedade. Em relação à formação reflexiva do professor/ educador, leva-me a concordar com as ideais de Nóvoa (1995, p. 25).

A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir a pessoa e dar um estatuto ao saber da experiência […]. Práticas de formação que tomem como referência as dimensões coletivas contribuem para a emancipação profissional e para a consolidação de uma profissão que é autônoma na produção dos seus saberes e dos seus valores.

A formação continuada, como se analisa as ideias de Nóvoa, deve ser uma formação sólida, coletiva, de conhecimentos éticos e não apenas uma acumulação de cursos sem a devida reflexão para a vida em sociedade, tanto no espaço formal, quanto no espaço não formal. Contemporaneamente, observa-se com ênfase que o processo inclusivo assumiu um novo paradigma social e educacional, onde as escolas juntamente com seus educadores e com a comunidade escolar, buscam defender uma educação e uma sociedade mais humanizada, ética, justa, democrática, livre de práticas tradicionais, discriminatórias e segregacionistas, para de fato, obter resultados positivos no processo de ensino-aprendizagem inclusivo, como também conscientizar a população que as diferenças fazem da parte da vida de todos.

Analise-se que a escola pode ir muito mais longe e evoluir através de suas lutas, em busca de um processo de inclusão mais abrangente. Devemos aprender a crescer com as diferenças, onde é preciso primeiro, reconhecer que elas existem, o que não existe e nunca existiu é a homogeneidade, segundo, devemos estar dispostos a aceitar tais diferenças, afirmá-las e valorizá-las, como também, saber conviver com elas, viver em comunhão/ fraternidade, intimidade e familiaridade, pois, analisa-se, que só assim aprenderemos de fato, a lidar com as diferenças. Por isso, é de suma importância, que as crianças tenham a oportunidade de convívio com as diferenças o mais cedo possível, pois isso ajudará a moldar o pensamento das mesmas sobre as diferenças de forma positiva. As lutas, pela inclusão social, exigem de fato, profissionais qualificados que além de uma longa formação, obtenham capacidade de dialogar com os mais diversos grupos de pessoas da sociedade, como: (grupo de pessoas excluídas, grupo de pessoas preconceituosas, grupo de pessoas de classe baixa ou de extrema pobreza/ marginalizados, grupo de pessoas negras, pardas e brancas, grupo de pessoas com limitações, com diferenças culturais e o grupo da elite a burguesia etc.). A formação exata tem que ser capaz de oferecer saberes necessário para o educador se comunicar com os mais diversos grupos de pessoas que existe em nossa sociedade, pois só uma formação complementar que atribui o respeito há diversidade dos grupos, cor, raça, religião, gênero e classe econômica, fará a diferença na conquista pela inclusão social e pela modificabilidade cognitiva de todas as pessoas em sociedade.

2.1. A INFLUÊNCIA DA MEDIAÇÃO DO EDUCADOR NO ENSINO-APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA

Contemporaneamente, analisa-se em diversos contextos educacionais que os professores/ educadores não sabem de fato o que é um processo de mediação de qualidade no ensino-aprendizagem dos discentes, pois, verifica-se a necessidade da mediação da consciência primeiramente do professor/ educador, o qual está inserido na comunidade escolar e á frente do processo de ensino-aprendizagem. Em segundo lugar, o educador tem que ser capaz de desenvolver essa consciência nos seus alunos, certamente, essa consciência a qual acrescento, é a de formar o educando com necessidade especial com um mínimo de autonomia para viver em sociedade, onde o professor/ educador deve mediar os passos percorridos pelo aluno e conscientizá-lo que o mesmo pode evoluir para melhor, isto é, mediar à consciência do aluno seja ele especial ou não, e para isso acontecer de fato, o educador precisa estar com sua consciência totalmente mediada, isso é, deve acreditar em si enquanto profissional da educação e ser capaz de fazer transformações significativas gradativamente.

O professor mediador é aquele, que é capaz de ampliar saberes e competências nos seus educandos, o qual desenvolve uma educação voltada às necessidades reais dos mesmos, de suas funções cognitivas, de suas habilidades motoras, do aproveitamento do seu potencial (múltiplas inteligências), dos pontos positivos de cada um dos seus educandos. A mediação do professor/ educador no ensino-aprendizagem é um fator significativo, necessário e essencial para o crescimento e a autonomia dos alunos com necessidades educacionais especiais e de toda comunidade escolar, pois, analisa-se que o desenvolvimento cognitivo dos educandos com necessidades educacionais especiais ocorre principalmente em função da ação mediadora de qualidade nos diversos contextos sociais.

Verifica-se que, o educador que sabe utilizar–se de métodos, recursos concretos, ação estimulante e mediadora para com seus educandos, apresentando-lhes situações/ problemas no qual os mesmos possam resolver com atividades apropriadas à capacidade de cada um deles, certamente esse professor/ educador conseguirá obter um ensino-aprendizagem transformador, tanto no espaço formal, quanto no espaço não formal. A propensão adequada de mediação e de estímulos no ensino-aprendizagem resulta no “resgate” e no desenvolvimento de habilidades até então, pressas no aluno por falta de uma mediação competente. Por isso é essencial o professor/ educador buscar hábitos saudáveis de ensino e acreditar nele próprio primeiramente, para então, conseguir desenvolver estímulos concretos em diversos contextos sociais e obter confiança para fazer mudanças, como também, para promover á autonomia dos educandos. Em relação à mediação Reuven Feuerstein afirma:

A mediação promove a autonomia do sujeito e o desenvolvimento de todo o seu potencial de aprendizagem. O mediador busca sempre a melhor metodologia para que o mediado se desenvolva e passe a não precisar mais de suas orientações ou ajuda (FEUERSTEIN, 1980, p. 384).

A mediação na construção entre o vínculo professor e aluno no processo de inclusão social, é mais do que um passo necessário á inclusão destes, mais sim, um processo fundamental na medida em que motiva e estimula o ensino-aprendizagem, no qual se desenvolve as múltiplas habilidades dos educandos e a apropriação cultural dos mesmos. Observa-se que, quando a mediação não é realizada corretamente pelo educador em sala de aula ou no contexto não formal, obviamente, fragmenta-se o desempenho de todos os alunos com necessidades educacionais especiais nos diversos contextos sociais. O processo de mediação deve acontecer eticamente e diariamente, pois quanto mais mediação de qualidade os alunos com necessidades educacionais especiais obterem, maior será a capacidade dos mesmos em se adaptarem as mudanças, de serem autônomos, objetivos, e criativos no processo de ensino-aprendizagem. O professor tem o papel fundamental de auxiliar seus educandos com necessidades educacionais em todos os sentidos, acolhe-los eticamente, independentemente de suas necessidades específicas e funcionais, como também, avaliá-los com base no que os mesmos já obtêm de conhecimentos e não apenas buscar uma avaliação tradicional do que os mesmos ainda não conseguiram aprender. O processo avaliativo deve ser democrático, sensibilizado e reconhecível por parte do educador para com seus alunos. Em relação à avaliação Falik e Feuerstein afirmam:

“A avaliação tradicional evidencia o que o aluno ainda não sabe. A avaliação realizada pelo mediador busca o que o aluno já conquistou e o que o professor deverá fazer para que o aluno possa aprender ainda mais” (FALIK, FEUERSTEIN, 2010, p. 87).

A escola que de fato, oferece um ensino tradicional, não modificável aos seus discentes, automaticamente, não é uma escola inclusiva para com as necessidades/ limitações de aprendizagem dos seus alunos, pois, não se trata simplesmente de receber os educandos e apresentar-lhes métodos tradicionais (prontos e acabados no ensino-aprendizagem), mais sim, acolher, mediar, estar de braços abertos, dizer aos mesmos – sejam bem-vindos, e lutar incansavelmente, para que tais alunos consigam desenvolver suas habilidades gradativamente, nos diversos contextos sociais. Em relação a isso Glat (1988, p. 11) afirma:

Se não houver uma modificação estrutural no sistema educacional brasileiro, a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais, principalmente os mais prejudicados, nunca será concretizada, logo, a noção de inclusão total não é uma proposta, e sim uma utopia.

O professor mediador deve ser ético, respeitar e reconhecer o que o aluno já detém de conhecimento, isto é, reconhecer á capacidade de cada um dos educandos, do que os mesmos já dispõem em relação aos conteúdos a serem trabalhados e quais as adaptações curriculares podem ser modificadas para que os mesmos possam obter novos conhecimentos de maneira gradativa e significativa.

O mediador necessita ter em suas tarefas diárias, disposição e comprometimento perante seu trabalho educativo. De acordo com Silva e Rodrigues (2011, p. 62).

Existe uma distinção profunda entre simplesmente aceitar e respeitar, e o processo de compreensão da diferença, que demanda das pessoas disposição e compromisso para trabalhar com o ser humano no sentido de contribuir com o desenvolvimento de um sujeito social, histórico e politicamente consciente. Não se trata de apenas acolher a diversidade, mas de compreender sua produção e complexidades na realidade de cada sujeito.

As escolas juntamente com seus educadores, devem assegurar um ensino qualitativo aos seus educandos e jamais quantitativo, pois o ensino qualitativo promove mudanças significativas na vida dessas pessoas, através do compromisso ético educacional, da mediação comprometida e de recursos oferecidos e adaptados ás necessidades dos alunos, onde, o aprender seja visto de forma não ideológica e incapaz, mas indiferente das condições e limitações específicas que cada aluno com necessidade educacional especial apresenta.

O processo inclusivo na escola e no contexto social em geral, ocorre gradativamente, pois é um processo lento, que deve ser devolvido com calma e compreensão, no qual a escola inclusiva tem que desenvolver atividades mediadoras com base em estímulos do meio para obter a tão desejada modificabilidade cognitiva estrutural nos seus discentes.

Rodrigues (2006) argumenta que, na escola inclusiva, as práticas devem responder ás diferenças dos alunos por meio da organização de aprendizagens diversificadas para a heterogeneidade dos alunos. Certamente, analisa-se, que para o educador e a escola obter a heterogeneidade, o desenvolvimento cognitivo, comportamental e humano, obviamente terá que investir em seus alunos positivamente, não se pode esperar que um processo educacional modificável aconteça de uma hora para outra, porque isso não vai acontecer. A mediação no ensino-aprendizagem inclusivo é tarefa da escola, dos educadores, da comunidade escolar como um todo há ser desempenhada com comprometimento ético e moral, buscando desenvolver estímulos e consciência nos alunos de modo concreto, pois, não basta apenas sabermos que temos que, “incluir” porque é lei, o fato de incluir por si só não é inclusivo, pois a inclusão vai além do método de incluir alunos com necessidades educacionais especiais em estruturas arquitetônicas e em ambientes escolares.

A escola, os profissionais da educação e a comunidade escolar têm que saber aceitar as diferenças com respeito e igualdade perante á todos, como também, integrar os alunos com necessidades educacionais especiais, á escola e á sociedade, através de atitudes mediadoras e transformadoras no ambiente educacional e social, observa-se que é preciso mais do que palavras tipo, “nós somos a favor da inclusão social”, é necessário obter atitudes e buscar fazer mudanças profundas no sistema escolar em geral.

O processo de inclusão, entretanto, não é facilmente alcançado apenas pela instauração de uma lei. Tampouco pode ser concluído rapidamente. Exige a adoção de uma série de medidas gradativas de reformulação do ensino que começa pelos já citados currículos, métodos e capacitação dos professores e vai além. O atendimento de pessoas com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino exige dos seus profissionais conhecimentos produzidos em diferentes áreas (psicologia, medicina, pedagogia, arquitetura etc.) para gerar um saber interdisciplinar. (KAFROUNI; PAN, 2001)

A mediação do professor deve ir além de um simples reconhecimento ao que o aluno já sabe ou de uma breve explicação à turma, mas é importante que o professor–mediador pense e aja de forma coerente e transformadora, buscando compreender que o objetivo é o ensino-aprendizagem de seus alunos e não a grade curricular, pois é essencial a construção de situações/ problemas para que os educandos com necessidades educacionais especiais percebam passo a passo seus progressos de maneira real e significativa. A diversidade cultural na educação especial e inclusiva é um elemento enriquecedor do contexto educacional, do desenvolvimento pessoal, social da prática pedagógica do educador. A escola na diversidade cultural deve ter uma função ética e emancipadora, isto é, transformar palavras em ação, formar cidadãos reconhecedores e respeitadores das diversidades, dos valores sociais, como também, cidadãos críticos, autônomos, capazes de desenvolver competências através de ações mediadas no contexto educacional. Conforme apontam Giroux e Simon, citados por Garcia (2008, p. 584).

A escola é um território de luta, as escolas são formas sociais que ampliam as capacidades humanas, a fim de habilitar as pessoas a intervirem na formação de suas próprias subjetividades e serem capazes de exercer poder com vistas a transformaras condições ideológicas e materiais de dominação em práticas que promovam o fortalecimento do poder social e demostrem as possibilidades de democracia.

Na escola, as ações mediadoras do educador no contexto educacional, devem ser garantidas com conhecimento pedagógico diversificado, conteúdos centrados na dificuldade, na vida real e sociocultural dos alunos com necessidades educacionais especiais. O currículo deve ser aberto, democrático e flexível às necessidades dos educandos com necessidades especiais, e não um mero transmissor de conteúdos tradicionais, fragmentados e distanciados das necessidades reais da vida de tais alunos. O educador deve constantemente ser capaz de se desafiar e buscar melhorias na sua prática pedagógica, como também, se atualizar em novos métodos de conhecimento, gestão, organização, valores e normas, com base em uma metodologia centrada no aluno em suas dificuldades, necessidades/ peculiaridades. O professor/ educador tem que ter o entendimento que o mesmo jamais pode focar apenas ás deficiências/ limitações que acompanham os alunos com necessidades educacionais especiais, pois isso não é ético da parte do mediador e muito menos inclusivo. No âmbito pedagógico, a resolução determina que:

A prática pedagógica focaliza a educação do aluno e não a deficiência, o projeto pedagógico atenda ao princípio de flexibilização, a manutenção de um processo contínuo de avaliação compreensiva e que cada unidade escolar diagnostique sua realidade educacional e implementar alternativas de serviços e sistemática para o funcionamento de tais serviços. (ARANHA, 2004).

Certamente, é o educador quem vai favorecer ou não as situações para a inclusão e a integração ativa dos seus alunos, promovendo problemas desafiadores para os mesmos através do ensino-aprendizagem, da criatividade, do desenvolvimento cognitivo e dos estímulos externos e internos, oferecendo-lhes oportunidades de serem autônomos e de desenvolver capacidades, transformando a prática teórica em uma pratica social efetiva.

Visando um bom, ou melhor, rendimento dos alunos, o professor/educador deve pautar seu trabalho em uma pedagogia ativa, e ficar atento para receber a multiplicidade de fenômenos e ocorrências na sala de aula, não esquecer os fatores endógenos e exógenos, pois as inferências do mundo circundante do ambiente vivencial são captadas, transformadas, amalgamadas pelas forças diretoras íntimas da atividade finalista (MARTINS, 2006, p.114).

Conclui-se que, a mediação do professor educador promove de fato à sensibilidade dos alunos, a confiança, a autoestima, a inteligência e a autonomia dos mesmos passo a passo, como também, favorece o desenvolvimento de todo o potencial de aprendizagem e habilidades que cada educando possui.

Observa-se, que a conquista de desafios pelos educandos, os estímulos do meio, a superação de dificuldades gradativamente e a resolução de situações/ problemas oferecidos pelo educador através de sua mediação, de fato, contribuem de maneira significativa no desenvolvimento das múltiplas inteligências de cada educando. Sobre a importância de respeitar as diferenças e buscar desenvolver as múltiplas inteligências humanas no contexto educacional especial/ inclusivo, Gardner (1994) em suas palavras afirma:

É de máxima importância reconhecer e estimular as variadas inteligências humanas e todas as suas combinações de inteligências. Nós somos todos tão diferentes, em grande parte, porque possuímos diferentes combinações de inteligências. Se reconhecermos isso, penso que temos pelo menos uma chance melhor de lidar adequadamente com os muitos problemas que enfrentamos nesse mundo.

O professor/ educador deve ter em mente que mediar não é entregar as tarefas prontas e acabadas aos seus alunos, mas ao contrário, mediar é oferecer instrumentos concretos e oportunidades de aprendizagens há todos os discentes, através de resolução de problemas desafiadores. Já as escolas, devem oferecer em seu contexto, um lugar democrático, de inclusão social eficiente, e aprendizagem significativa. É fundamental, a escola e seus educadores rever e refletir sobre certas condutas no contexto escolar, pois, a escola juntamente com seus profissionais da educação, não podem elaborar currículos e programas educacionais que privilegie apenas uma parcela de nossa sociedade, seja em termos econômicos ou em termos de habilidades físicas e cognitivas. É preciso currículos e programas que proporcionem uma educação qualitativa voltada para as necessidades dos alunos inseridos no ambiente escolar. O ato de mediar, certamente terá que ser ético e comprometido com o processo de ensino-aprendizagem dos discentes, a fim de possibilitar a construção do conhecimento pelo mediado, através de uma ação intencional e modificável. De fato, tais ações devem ter o propósito de romper com barreiras preconceituosas e com o individualismo, pois as relações mediadas devem ser benéficas tanto para os alunos, quanto para os professores/ educadores, tanto no contexto formal, como no contexto não formal.

3. METODOLOGIA

Na procura de analisar o processo de formação continuada do professor/ educador no contexto inclusivo, como também, a importância da mediação do mesmo no ensino-aprendizagem dos educandos com necessidade educacional especial, a realização e conclusão deste trabalho baseou–se em pesquisa bibliográfica exploratória, realizada em bibliotecas e escolas públicas do município de Bela Vista da Caroba – PR. Utilizei-me de (livros de metodologia científica, obras didáticas e literárias, cadernos com apontamento, artigos científicos, jornais, revistas etc.). Na pesquisa identificou-se a necessidade do professor/ educador obter uma formação continuada, certamente uma formação crítica, não acúmulos de cursos, mas que saiba refletir sobre sua profissão, sua capacitação e sobre o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais. Analisa-se, que a mediação do professor/ educador e os estímulos do meio são fundamentais na vida e no desenvolvimento das pessoas com necessidades especiais, onde o educador deve aplicar diversas atividades com ação mediadora, tanto em contextos formais, quanto em contextos não formais.

A pesquisa bibliográfica científica como citada acima, foi realizada com base em material bibliográfico referente ao assunto abordado em educação especial e inclusiva, analisada em escritos meramente pedagógica sob a visão de vários autores, assim como suas obras. Na busca por obter respostas aos questionamentos suscitados pela consecução das metas estabelecidas, optou-se pelo estudo de natureza qualitativa, para Chizzotti (1991, p. 79) “Parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interpendência viva entre o sujeito e o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito”. O estudo dessa natureza qualitativa possibilitou-me um aprofundamento construtivo e significativo sobre o tema abordado na área educacional, onde, desenvolveu-se através de investigação, conhecimentos, reflexão e com base em análise crítica sobre o tema norteador do trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A inclusão social é uma questão de ética, de valores, de conscientização e certamente de princípios humanos. Na busca de analisar o processo de formação continuada do professor/educador no contexto inclusivo, como também a influência da mediação no ensino-aprendizagem, baseei-me em pesquisa bibliográfica exploratória de natureza qualitativa, desenvolvida por meio de material bibliográfico, cadernos com apontamento, livros, revistas, jornais, artigos disponíveis em fonte confiável.

O estudo baseou-se principalmente na análise sobre a importância da formação continuada dos educadores e da mediação dos mesmos no contexto educacional inclusivo, onde, analisou-se que o professor/ educador deve ter conhecimentos em várias áreas do saber e não apenas em sua área especificamente, pois os educadores devem desenvolver métodos de inclusão social, estímulos nos diversos contextos sociais, no ensino-aprendizagem, como também, saber fazer uso, e se apropriar de sua formação continuada de forma crítica, com base em uma mediação comprometida com as necessidades de seus educandos, na conquista de habilidades e modificabilidade cognitiva dos alunos com necessidades educacionais especiais.

Contudo, analisa-se que o processo de mediação do professor/ educador, quando comprometida com o ensino-aprendizagem dos educandos, certamente, as habilidades dos alunos começam a ser devolvidas com mais eficácia, essas, por estarem sendo mediada diariamente, deixando de ser concebida apenas como algo interno e individual, onde cada aluno tem que fazer tudo o que professor lhe propor mais de forma individual, pois, o momento passa da fase individual para a fase do discente mediado, da relação e do contato entre aluno-professor, o que torna o ensino-aprendizagem muito mais qualitativo, significativo, mediado, e eficaz.

Observa-se que, as escolas juntamente com seus educadores, devem valorizar a pluralidade cultural, isto é, garantir um processo de inclusão social diversificado, de acordo com as necessidades dos educandos, de modo a beneficiar á todos os alunos, respeitando suas limitações, as dificuldades e as possibilidades de desenvolvimento de cada educando.

Certamente, a conscientização das diferenças busca abrir caminhos para que o processo de inclusão social ocorra gradativamente e significativamente em sociedade. A inclusão social é o passo mais importante para conseguir quebrar com os “tabus” ainda existentes em pleno século XXI, onde ainda há rodas de piadas e comentários maldosos sobre a pessoa limitada. Acredita-se, que quem não souber respeitar as pessoas com necessidades especiais, certamente, não sabe respeitar a si mesma como ser humano sem limitação. Um exemplo para refletirmos: (Com quantas reflexões e lições de vida se deparamos todos os dias, se pararmos ás vezes para ouvirmos e analisarmos algumas pessoas, as quais um dia foram normais sem nenhuma limitação, mas no tempo em eram normais, certamente, algumas faziam piadas das pessoas especiais, às quais não eram consideradas normais por possuir tais limitações, onde, mais tarde, no ciclo da vida, acidentes acontecerão e algumas dessas pessoas normais ficaram cadeirantes ou com paralisia cerebral entre outros casos. Devemos ter a consciência, que a vida é um sopro, então porque não respeitarmos um pouco mais quem possui alguma limitação? Nunca seremos melhores que ninguém, pois somos todos de carne e osso).

Então para refletir, a vida é um aprendizado constantemente, e todos os dias devemos respeitar e incluir na sociedade as pessoas com necessidades educacionais especiais, e estimulá-las e tratá-las como nós gostaríamos de ser tratados todos os dias se estivéssemos na mesma situação que essas pessoas se encontram.  Devemos abraçar a causa e conscientizar a lutar pela inclusão social das pessoas “especiais”, pois nunca sabemos o dia de amanhã, devemos ter atitudes éticas, morais e agir perante á sociedade, pois, somos todos iguais independentemente das limitações que cada um possui. O tema abordado resultou um grande aprendizado em questão á problematização abordada, á reflexão da realidade nos diversos contextos, a análise dos processos de formação continuada do educador na inclusão x exclusão. Em forma de conclusão do artigo científico, pode-se afirmar que as contribuições trazidas pelo trabalho foram gradativamente significativas e colaborativas para a área educacional.

Verificou-se que, a inclusão social é possível através de uma formação continuada adequada as necessidades dos alunos, da conscientização da população em geral, da mediação do professor/ educador, dos estímulos do meio e dos métodos educativos adequados ás necessidades dos alunos.

Observa-se que, através de uma mediação comprometida por parte do professor/ educador, os educandos com necessidades educacionais especiais obtêm maiores oportunidades e capacidade de estabelecer laços e se desenvolver fisicamente e cognitivamente em diferentes atividades da mente humana, por exemplo, (memória, percepção, imagem mental, raciocínio entre outras). Contudo, a mediação, o respeito, e a inclusão ética da família, da escola e da sociedade para com as pessoas com necessidades educacionais especiais, contribuem para que sejam membros sociáveis e ativos na construção de conhecimentos e no seu próprio desenvolvimento enquanto pessoa humana em sociedade

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[1] Graduada em Pedagogia pela Faculdade Internacional de Curitiba – PR, (FACINTER), Graduanda de Licenciatura Plena em História 2° Semestre (FACINTER), Especialização em Educação Especial e Inclusiva (FACINTER), Especialização Docência no Ensino Superior (Faculdade São Luís).

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Rosane Machado de Oliveira

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