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Contribuição da psicopegagogia no cenário escolar

RC: 57830
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SILVA, Carlos Alberto da [1], ASSAD, Ricardo [2]

SILVA, Carlos Alberto da. ASSAD, Ricardo. Contribuição da psicopegagogia no cenário escolar. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 08, Vol. 13, pp. 05-18. Agosto de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/contribuicao-da-psicopegagogia

RESUMO

Este estudo norteia destacar mecanismos pertinentes ao trabalho desenvolvido pelo psicopedagogo e sua presença no campo educacional, levando-se em questão pontos conceituais da terminologia da psicopedagogia numa ótica geral, tendo como suporte ideias de baluartes importantes do campo  da educação. Nesse prisma, a ideia do projeto de pesquisa reside em: Como se dá o desenvolvimento da psicopedagogia dentro do espaço escolar? Nessa perspectiva, toma como base pontos de análise da psicopedagogia dentro do diagnóstico e, principalmente, no processo educacional. Este artigo apresenta pontos, diretrizes e análises que norteiam uma didática com intervenção. Compreende-se que o projeto é de relevante notabilidade para o engrandecimento do sujeito na realidade do âmbito escolar. Nesse sentido, descreveram-se como objetivos os primeiros modelos de atuação dentro do campo profissional da psicopedagogia no ambiente da escola. Para o desdobramento deste projeto, contemplaram-se referências, observando bibliografias de estudos já referenciados na temática assistida, a partir de autores como: Bossa, Visca e Santos. As análises coletadas norteiam que a psicopedagogia notadamente pode ser vista como instrumento e ferramenta que possibilitam aos educadores entender e lidar com os alunos.

Palavras-chave: Psicopedagogia, psicopedagogia institucional, atuação, processo de intervenção.

1. INTRODUÇÃO

Pode-se entender que a psicopedagogia se trata de um campo de estudo que visa ampliar e coordenar ações, buscando melhorar a perspectiva sobre a Ciência Humana. Nesse conceito, a Filosofia, a Psicologia, a Psicanálise, a Pedagogia e a Neurologia, entre outras especialidades, visam nortear e compreender o processo evolucional de nós, seres humanos. Em nossas mentes, encontram-se comportamentos relativos ao desenvolvimento cognitivo, psicomotor e afetivo, que podem ser vistos no aspecto da aprendizagem.

O psicopedagogo está ligado ao campo profissional a partir de uma proposta de interdisciplinaridade, conforme destaca Santos (2010). Para a autora, cabe àquele profissional não apenas evidenciar atividades e treinamentos para sujeitos que possuem problemas de aprendizagem e comportamentos com base em teorias comportamentais, como indica a Psicologia Educacional, mas também estabelecer métodos, técnicas e estratégias de ensino como sugere a Pedagogia. Entretanto, cabe mencionar outra perspectiva de atuação do profissional de psicopedagogia, uma vez que o mesmo ocupa um lugar na inter-relação do ensino e da aprendizagem. Dessa forma, o objetivo da psicopedagogia deve ser mostrar, identificar os problemas no tocante à aprendizagem dos estudantes.

Partindo dessa premissa, se compreende que os objetivos do psicopedagogo consistem em mostrar métodos e técnicas específicas para superar as dificuldades vistas pelos estudantes. Para isso, é necessário que o profissional intervenha diariamente no processo de aprendizagem das crianças. Vale ressaltar que o conhecimento multidisciplinar visa compreender o método de construção e planejamento cognitivo do aprendizado de crianças, adolescentes, jovens e adultos. Sob essa perspectiva, pode-se analisar que a psicopedagogia deve ser vista, não apenas como uma proposta de ensino, mas também como uma metodologia de caráter terapêutico e preventivo.

Assim, busca-se entender como se dá o processo da psicopedagogia dentro do ambiente escolar, bem como entender como o professor pode atuar, pois o profissional, psicopedagogo destaca-se no exercício clínico e institucional dentro da modalidade. No ambiente clínico, trabalha como terapeuta, na educação com um grupo de intervenção multidisciplinar, promovendo intervenções visando sanar e superar dificuldades que possam comprometer o aprendizado. Trabalhando em hospitais, centros de educação e empresas, o psicopedagogo promove a conexão com o psicopedagógico.

Quanto aos procedimentos metodológicos, adotou-se a pesquisa bibliográfica, que reflete a utilização de material já publicado, tais como livros, artigos de periódicos e internet, material este que foi utilizado para a construção de todo o referencial teórico, buscando construir uma estrutura que fundamentasse as análises e considerações realizadas nesta pesquisa.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 PROCESSO DE COMPREENSÃO DA MODALIDADE DE ENSINAMENTO E APRENDIZADO

A Psicopedagogia pode ser compreendida como atuação profissional que busca analisar métodos de formação interdisciplinar, fator recomendado no campo da Psicopedagogia. Sendo assim, a psicopedagogia descreve uma proposta existencial, condicionando propostas subjetivas e correlacionais de modo especial no campo familiar e educacional por meio da escola.

Desse modo, a compreensão do psicopedagógico classifica e avalia a capacidade da pessoa, sua característica individual de ação, de espelhar e de originar, constatando que esse conhecer é parte peculiar do desenvolvimento humano e reflexionando a experiência de forma a contribuir na aprendizagem, como também na elevação mais ampla e melhorada do ensino aprendizagem. A Psicopedagogia foca no desenvolvimento do estudo, como também na linha da aprendizagem no campo da análise do psicopedagógico modificando o direcionamento do ambiente escolar, norteando períodos importantes na busca e, principalmente, na adequação das unidades escolares no que tange às necessidades da sociedade, motivando a implantação de concepções que visam estimular a liberdade dos professores, alunos; como também, a tarefa do psicopedagogo dentro das instituições de ensino durante.

A psicopedagogia amplia o trabalho e o processo de desenvolvimento humano. A tese de aprendizagem pode ser vista como uma proposta complexa, no entanto é relevante destacar que a ideia de compreensão do mecanismo pode ser vista como resultante da visão de homens que norteiam à práxis psicopedagógica. Dessa forma, compreende-se que o objeto do projeto de estudo relaciona-se às características do desenvolvimento e também da aprendizagem dos seres humanos, sobretudo do processo de aprender e compreender, como também no método de tratamento, e cautela da prevenção dos obstáculos na aprendizagem. No tocante à prevenção ou ao tratamento dos contratempos da aprendizagem, é indubitável mencionar que o psicopedagogo pode atuar de maneira preventiva ou curativa.

A atuação psicopedagógica deve ser vista como alicerce para a superação de nossos limites. Com base nesse conceito, pode-se compreender que o processo de ensinar está ligado ao de aprender. Dessa forma, o processo de atuação curativa pode ser visto como um método de readaptação pedagógica do aluno, visto que o auxilia no processo de melhoria do conhecimento e da aprendizagem.

No campo da psicopedagogia, deve-se destacar o norte de atuação, sendo ele clínico, como também unidades hospitalares, empresas e escolas. No ambiente clínico, intercorre o processo de relação entre o sujeito e sua relação com o meio. Na precaução, são evidenciadas técnicas que influenciam no desenvolvimento de aprendizagem, em que lugar exista a atuação afetiva, intelectual e biológica. Na psicopedagogia institucional, os sujeitos são os envolvidos com a instituição e sua complexa rede de relações.

O psicopedagogo se envolve na edificação do conhecimento do ser em questão, diante disso, a instituição norteia valores filosóficos e ideológicos. Enquanto institucional, a psicopedagogia pode manifestar suas contribuições nas empresas, hospitais e escolas.

No bojo dessa discussão, está a instituição escolar, na qual a atividade do psicopedagogo deve ser observada no contexto de instruir e assimilar propostas livres, na construção da melhoria no desenvolvimento de forma cognitiva pensando na edificação de condutas e com regras a partir de uma meta social mais acolhedora. O papel das escolas deve ser observado de forma agregadora para que o sujeito possa se integrar dentro do processo de aprendizagem. Nessa ótica, permeiam as preocupações dos psicopedagogos que estão voltadas para a ação preventiva como também visam à ação curativa.

Dentro da função do psicopedagogo, o profissional precisa evidenciar concepções que admitam conhecer a forma como se promove a aprendizagem, mostrando o que é ensinar e aprender. Essa sabedoria se estabelece por meio da prática clínica, da constituição teórica e do tratamento psicopedagógico-didático e, para isso, uma reflexão que envolva teoria é fundamental. Ao realizar trabalho de clínica e de prevenção, o profissional deve ter como base um referencial teórico. Como prevenção, deve detectar possíveis percalços na experiência, comunicar de forma ativa no ambiente educacional e promover orientação especial e em quantidade, criando formas para que a criança enfrente a escola dos dias atuais, norteando a condição de ser uma pessoa, promovendo realizações pessoais, demonstrando apreço, respeitando interesses e sugerindo conteúdos.

Quanto ao método de trabalho, o profissional psicopedagogo norteia projetos de diagnósticos que visam sintetizar e compreender a deficiência na aprendizagem. Diante do exposto, a psicopedagogia possibilita uma metodologia com característica clínica dentro do universo de atuação, que se refere ao espaço físico relativo à epistemologia. Na metodologia de abordar a característica de estudo, presume-se visões próprias, de acordo com aspecto clínico, de forma cautelosa, teórica, preventiva e interativa.

O psicopedagogo, em seu trabalho, norteia a compreensão de situações, em que sintetiza a aprendizagem do aprendente, subentendendo uma visão de possibilidade particular de ação, a partir da qual, cada caso apresenta uma abordagem diferente no tratamento, como também dentro da atuação. Sendo assim, é notório que o trabalho desenvolve um modelo clínico individual, em que o psicopedagogo busca a identidade e o significado das informações que podem alicerçar e permitir a análise do sujeito, buscando promover a aprendizagem das metas estabelecidas dentro do conteúdo escolar, notadamente dentro do trabalho e na forma de abordar no processo preventivo. Sob esse prisma, evidencia-se que o psicopedagogo deve nortear uma visão de forma investigativa e intervencionista.

Existem várias formas de intervenção do psicopedagogo, tanto clínica, quanto institucional. Uma das formas é o diagnóstico, a partir do qual, o psicopedagogo pode identificar informações que podem ser analisadas, podendo escolher as melhores formas de tratamento e proporcionar um processo de aprendizagem do estudante. Compreende-se, assim, que a psicopedagogia em nosso País foca no modelo de desenvolvimento, bem como nas necessidades, de modo profissional, pode-se englobar a visão de conhecimento. No que tange à formação, acrescenta-se a visão interdisciplinar. Conforme destaca Visca (apud BOSSA, 2000, p. 21):

 […] a psicopedagogia foi inicialmente uma ação subsidiada da medicina e da psicologia, perfilando-se posteriormente com um conhecimento independente e complementar possuída de um objeto, denominado de processo de aprendizagem, e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios.

Pode-se afirmar que não será nenhuma abordagem da ciência psicológica que complementa todos os anseios e necessidade do sujeito, mas sim um saber psicopedagógico oriundo da psicopedagogia, que precisa ser considerado como uma influência para detectar a dificuldade que leva o sujeito a não aprender.

A psicopedagogia iniciou-se a partir da pedagogia, entretanto foi no campo da neurologia, filosofia, linguística, psicanálise e sociologia, em que foram obtidos o entendimento e a compreensão desse modelo de desenvolvimento. Nessa direção, encontraram-se os meios para fornecer a reflexão científica para sintetizar e operar dentro do campo psicopedagógico, caracterizando-se principalmente por dentro da metodologia que converge para o ambiente psicológico e também dentro do ambiente educacional.

No princípio da formação do psicopedagogo, notadamente evidencia-se o indício da formação e identidade desse profissional. Dessa forma, compreendemos que o profissional do campo da psicopedagogia efetiva sua visibilidade e reconhecimento com base nas leis. Modelos de cursos, contribuições para o reconhecimento prévio, implantação de conselhos de classes foram fundamentais para o espaço desempenhado pela psicopedagogia, dentre elas, direcionar mecanismos de modo a proporcionar o reconhecimento e atuação dos profissionais da psicopedagogia no campo institucional, clínico, como também no meio da participação em proposta e projetos da pesquisa científica.

Notadamente, observa-se que o processo de regulamentação da Psicopedagogia, embora não esteja claro com relação ao reconhecimento da profissão, tem seu código de ética e uma associação em ação. A Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABP) continua lutando para a regulamentação da profissão e da criação de Conselhos Federais e Regionais de Psicopedagogia com base na aprovação do Projeto de Lei n.º 3.124/97, em que constam as justificativas para o reconhecimento desses profissionais, considerando três aspectos: conhecimentos importantes e necessários que visam a uma prática consistente, projeto de estudo do campo da psicopedagogia; a formação que os habilita a exercer a profissão e as condições para uma prática alicerçada. Não obstante a Deputada Raquel Teixeira ter conseguido uma aprovação sobre o reconhecimento desse profissional, ainda há muito que lutar. Para Mendes (1998, p. 44):

Em meio a este processo do surgimento dos cursos, há que se destacar o papel da Associação Brasileira de Psicopedagogia, constituída em 1980 sob a denominação de associação dos psicopedagogos de São Paulo, graças à iniciativa de um grupo de profissionais formados pelo curso das sedes […] O pioneirismo destas pessoas estava fundamentado em um discurso daqueles que ao se apropriarem de uma função teórica, embasavam sua pratica em referencial (a partir de então) denominado psicopedagogo.

Nessa perspectiva, o psicopedagogo é o profissional habilitado a lidar no processo de limitações da aprendizagem, com ética e dedicação visa executar suas atividades durante as sessões evitando expor suas emoções e opiniões.

2.2 A INFLUÊNCIA DO PSICOPEDAGOGO NO CAMPO DO ENSINAMENTO E DO PROCESSO DE APRENDER

Baseado no conceito da psicopedagogia e na função do psicopedagogo, observa-se a importância de estabelecer a prática clínica, estudo do sujeito e processo de aprendizagem e seu desenvolvimento perante múltiplos fatores que interferem para que um aprendiz tenha sucesso. Os psicopedagogos exercem as funções do educador, haja vista que todos aqueles que são responsáveis na formação de outro ser humano têm um olhar clínico para a complexidade da dimensão do processo de aprendizagem. Nessa concepção, Bossa (2007, p.06) diz que:

Penso que a psicopedagogia, como área de aplicação, antecede status de área de estudos, o qual tem procurado sistematizar um corpo teórico próprio, definir seu objeto de estudo, delimitar seu campo de atuação, e para isso recorrer à psicologia, psicanálise, linguística, fonoaudiólogo, medicina, pedagogia.

Notoriamente, os profissionais psicopedagogos estão preparados para trabalhar com o sujeito, promovendo a integração que visa ao conhecimento.  No campo da prevenção, o psicopedagogo evidencia e avalia os procedimentos e processos que prejudicam no desenvolvimento da aprendizagem, em que ocorrem a integração entre o sujeito com seu princípio de vida afetiva, biológica e intelectual, uma vez que a preocupação está voltada para uma compreensão que leva em conta a multiplicidade e a complexidade dos fatores envolvidos, considerados os aspectos cognitivos, psicológicos, de condição psicolinguística, culturais, e sociais implicadas nos quadros das dificuldades apresentadas na aprendizagem. Cabe ao psicopedagogo buscar parcerias com outros profissionais e perspicácia para compreender os obstáculos existentes.

Para evidenciar a forma como essa área do conhecimento é considerada socialmente, buscou-se analisar os conceitos da psicopedagogia, o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, atualizado, destaca que “é a aplicação da Psicologia Experimental à Pedagogia (FERREIRA, 2000, p. 625). Essa definição não reflete a especificidade da Psicopedagogia, em contrapartida, pode-se ver um conceito mais amplo:

A Psicopedagogia tem por objetivo compreender, estudar e pesquisar a aprendizagem nos aspectos relacionados com o desenvolvimento e ou problemas de aprendizagem. A aprendizagem é entendida aqui como decorrente de uma construção, de um processo, o qual implica em questionamentos, hipóteses, reformulações, enfim, implica um dinamismo. A Psicopedagogia tem como meta compreender a complexidade dos múltiplos fatores envolvidos neste processo (RUBINSTEIN, 1996, p. 127).

A partir desse pressuposto, observa-se que o campo da psicopedagogia promove a atuação com resultados positivos nas diferentes instituições, norteando e contabilizando elementos que favorecem o desenvolvimento que é a aprendizagem escolar.

2.3 A RELEVÂNCIA DO TRABALHO DO PSICOPEDAGOGO NO CONTEXTO EDUCACIONAL

Dentro do campo educacional, o psicopedagogo converge sua base de atuação na metodologia de diagnóstico institucional. Nesse prisma, pode ser caracterizada a ocupação de avaliação, compreendendo o diagnóstico de aprendizagem, num contexto dinâmico que aponta diferentes ideias de integrações pessoais e sociais que formam configurações sociais singulares. No processo de aprendizagem, o sujeito é evidenciado na própria instituição ou por grupos que traduzem o mecanismo de contexto educacional (OLIVEIRA, 2009).  Nessa direção,  Bossa (2007, p. 53) afirma que:

A psicopedagogia institucional se caracteriza pela própria intencionalidade do trabalho. Atuamos como psicopedagogos na construção do conhecimento do sujeito, que neste momento é a instituição com sua filosofia, valores e ideologia.

Nesse sentido, o desenvolvimento psicopedagógico deve ser compreendido e analisado a partir do método de educação nas unidades escolares, sobre o qual norteiam a  função social: sendo ela de socializar o modelo de conhecimento, promovendo a busca do envolvimento cognitivo na edificação de condutas e regras que permeiam uma proposta mais ampla no contexto social. O ambiente escolar prepara o cidadão quanto ao processo de aprendizagem sociocultural.

Nesse contexto, pode-se analisar que a escola é um agente ativo no processo de aprendizado, incluindo o estudante no mundo sociocultural. Na escola, ocorre o efeito da psicopedagogia norteando o compromisso de ação preventiva. Sob essa ótica, observa-se que cada estudante, com vários universos diferentes, formam uma base histórica pessoal, universalizando diferentes contextos pessoais, sociais e escolares que se condicionam de forma mútua. (BOSSA, 2007).

Nesse prisma, quando se evidencia a identificação escolar como instituição, é importante levar em consideração a sua estrutura total, bem como o que é específico. Passar a pensar sistematicamente, permite-nos analisar o processo de aprendizagem no universo escolar que permite contextualizar os procedimentos de relações que buscam mostrar os métodos que possam direcionar a prática pedagógica.

Desse modo, torna-se fundamental delimitar qual tipo de proposta deve ser norteada para atuação do profissional da Psicopedagogia, em que deve ser apresentada a forma de atuação desenvolvida na escola, na metodologia de trabalho tipicamente institucional. A ótica que permeia as características psicopedagógicas, apresentadas neste trabalho, mostra a compreensão de uma perspectiva atual, em conformidade com Gasparian (1997), o qual apresenta, sob a perspectiva do mundo, a estabilidade e a instabilidade na trajetória para o complexo estável, visando aprender com o processo de construção do conhecimento.

Diante desse cenário, encontra-se o psicopedagogo desenvolvendo um papel dinamizado na proposta de planejamento institucional que caracteriza a reflexão nas propostas e ações pedagógicas e de suas intervenções no campo do desenvolvimento e na aprendizagem do estudante, como também no engrandecimento do ensino, que o educador executa em suas atividades pedagógicas. Torna-se de fundamental importância o aproveitamento das partes envolvidas, visando ao cuidado para o bom andamento de ambas as partes, buscando o cuidado para que as reuniões não se resumam apenas a promoções pedagógicas norteadas em ações anteriores. Nesse processo, torna-se fundamental executar métodos de inserções capazes de nortear as superações de dilemas que dificultam o desenvolvimento do aluno.

Desse modo,  faz-se importante que o Psicopedagogo Institucional, devidamente qualificado, busque a observação crítica, visando a uma profunda análise das situações, pensando não apenas nas identificações dos problemas do aprendizado, como também promovendo metodologias no contexto educacional implementando características do sujeito dentro do ambiente onde ele esteja.

É reflexivo que a atividade profissional da Psicopedagogia norteou novos métodos de conhecimento mais amplo, com a finalidade de avaliar o desenvolvimento da aprendizagem, mudando conceitos na visão patológica,  na evolução gradual nas influências familiares, como também no ambiente escolar e social. Nesse conceito, entende-se que as  deficiências no campo da aprendizagem passaram a ser analisadas e compreendidas de acordo com inúmeros fatores, sendo eles escolares como também familiares.

Desse modo, compreende-se que a Psicopedagogia melhora e contribui com o ambiente escolar, mesmo porque é nesse meio escolar que o desenvolvimento social acontece. É importante entender que o psicopedagogo contribui diariamente no contexto pedagógico, todavia esse profissional não se coloca em evidência por questões pessoais. Entende-se que o psicopedagogo desenvolve a função de intermediador nos momentos das reuniões escolares, mostrando as ideias do sujeito, numa forma geral,  interligando escola,  família, comunidade, o trabalho e a sociedade, promovendo a elaboração da inclusão, contextualizando oportunidades de mudanças e ideias tradicionais no campo da aprendizagem  clássica e na promoção da saúde (JARDIM, 2006).

Diante disso, é importante destacar que o profissional precisa desempenhar seu trabalho com uma perspectiva analítica e relativista sobre os temas ligados à política, cultura, formação profissional e pessoal, de pessoas ligadas ao tema. A participação do psicopedagogo não está ligada apenas ao ambiente de atuação, como também sua forma de analisar e pensar a realidade da Psicopedagogia, além da concepção no que tange ao seu mercado. A Psicopedagogia do ambiente educacional deve assumir o prisma de realidade preventiva como também assistencialista. Assim, na função preventiva:

[…] cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo de aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, contribuindo para que professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente à sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria “ensinagem” (BOSSA, 2000, p.07).

Interagindo com a realidade escolar, o profissional psicopedagogo se integra com o ambiente e a realidade do meio escolar, envolvendo-se nas dinâmicas das reuniões de pais e mestres, mostrando a interatividade dos filhos, apresentando o processo didático metodológico; acompanhando a dinâmica do professor com o aluno, recomendando interações de atividades pedagógicas e promovendo apoio emocional,  ampliando a atuação do educando, como também do educador na realidade do modelo de desenvolvimento compartilhado. Nesse sentido, compreende-se que é importante identificar e interagir a fim de contribuir para as melhorias do aprendizado que resultam na integração entre os profissionais em educação e os estudantes, como também no meio social em que vivem. Sob esse prisma, compreende-se que o educador é o coautor do modelo de desenvolvimento do estudante e que a educação é construída diariamente e modelada de forma contínua.

Vale ressaltar que a educação de forma integrativa compreende o processo de cooperativismo, criticidade e, acima de tudo, criatividade. Esses processos podem encorajar a liberdade que visa à transformação, promovendo o aprendiz ao desenvolvimento, tornando-o ator que protagoniza seu sucesso educacional. O educador por meio de sua preparação acadêmica exerce a construção de mediar e melhorar o processo educacional, pois a aprendizagem transforma pessoas.

2.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Para realização deste estudo, foram consultadas bases de dados interdisciplinares (Scopus, ISI Web of Science e Scielo),  detentora de grande acervo de periódicos na área da pedagogia e psicopedagogia, de modo a aumentar a possibilidade de obtenção de obras alinhadas com o interesse da pesquisa sistemática.

Os estudos exploratórios podem ser definidos como pesquisa bibliográfica. A sua principal vantagem reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.

Dentro das obras abordadas e pesquisadas, nota-se que a psicopedagogia se preocupa de forma abrangente com a aprendizagem, considerando diversos fatores, como: educativo, físico, emocional, psicológico e sociocultural. Auxilia alunos que têm dificuldade, que não conseguem acompanhar o progresso desejado e são “deixados para trás”, em comparação aos seus colegas, no processo de aprendizagem, porém existem diversos obstáculos e, a partir deles, é que o psicopedagogo aplica estratégias para aprimorar as habilidades do aluno a assimilar os ensinamentos difundidos pelo professor.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da hipótese observada, é muito importante a participação do psicopedagogo nas unidades escolares, tendo em vista que esse profissional está ligado diretamente à compreensão sobre as particularidades e as exigências do campo da aprendizagem e pode fazer um trabalho associado junto aos professores, podendo contribuir positivamente com o desenvolvimento do trabalho pedagógico.

O psicopedagogo norteia o processo de envolvimento entre pessoas, a conexão de vínculos, a aplicação de projetos educacionais coadunáveis  com as mais contemporâneas perspectivas referentes a essa atividade. A partir do processo de aprendizagem, o objetivo geral foi alcançado procurando envolver a equipe da instituição, acolhendo e oportunizando um aspecto acolhedor ao aluno e também no cenário de produção do conhecimento.

Nas escolas de educação infantil, o educador e a equipe pedagógica devem auxiliar o aluno a desenvolver-se integralmente, em seus aspectos físico, emocional, cognitivo e social. Nessa direção,  o psicopedagogo é o profissional que pode contribuir preventiva ou terapeuticamente para que isso aconteça.

De acordo com os objetivos específicos, o lúdico apresenta-se como importante ferramenta na intervenção psicopedagógica, possibilitando ao profissional atingir seus objetivos de forma eficaz. Acredita-se que o lúdico, na ação pedagógica e psicopedagógica, é uma forma de auxiliar na compreensão do desenvolvimento da aprendizagem da criança. Assim, pode ser considerado um recurso facilitador da aprendizagem, significativo para a intervenção psicopedagógica, visto que, utilizando técnicas lúdicas, como jogos e brincadeiras, o profissional consegue se aproximar da criança, deixando-a mais à vontade para expor seus medos e perturbações.

Acredita-se que o labor do profissional psicopedagogo, na ocasião que encontra, nas escolas e família, parceiros,  concorre para os resultados  positivos que minimizam as complexidades que aparecem no contexto escolar. Sanando e resolvendo, dessa forma, os problemas que vão surgindo, torna-se um forte aliado para o desenvolvimento do processo   ensino-aprendizagem. Vale ressaltar que esse trabalho é importante, não somente na Educação Infantil, bem como em todo ciclo de aprendizagem do sujeito, ao propiciar não só o crescimento cognitivo, como também o emocional do sujeito.

Analisando, assim, o psicopedagogo tem totais condições de realizar um trabalho juntamente com outros profissionais, visando à descoberta e o desenvolvimento das capacidades da criança, a fim de ela possa se desenvolver de uma maneira harmoniosa; preparando-se assim para um mundo bem melhor.

Ao considerar que a atuação psicopedagógica possibilita auxiliar o sujeito que aprende a tornar-se mais cauteloso e vigoroso em seu próprio processo de aprender, exige-se do psicopedagogo uma escuta e um olhar diferenciados.

Nesse sentido, acredita-se que o problema de pesquisa que engloba a psicopedagogia consiste na atuação do psicopedagogo no momento em que vê a oportunidade de desenvolver, a partir do seu trabalho, as atividades escolares, promovendo os procedimentos necessários para desenvolver os efeitos desejados, visando diminuir as dificuldades no ambiente escolar, mesmo analisando os inúmeros desafios que propiciam o envolvimento geral de todos a fim de que as mudanças ocorram.

Nesse aspecto, vale ressaltar que, mesmo com os avanços, ainda existe um longo caminho a ser percorrido, no que tange ao relacionamento e à atuação do profissional com a instituição.  Com base na seriedade do trabalho desenvolvido pelos profissionais, existe sempre uma crescente busca na intervenção e na essência do processo de aprendizagem.

Espera-se que a atuação psicopedagógica auxilie o sujeito a melhorar-se no que concerne às suas limitações da aprendizagem, com vista na diversidade científica, não somente no seu campo profissional, mas que a promoção possa ser mostrada também na orientação ético-profissional, propondo a edificação do bem comum no universo sociocultural no exercício da sua atuação profissional.

Estudos mostram que a maior parte da vida do ser humano fica concentrada dentro das escolas, na integração e na interferência dentro desse universo que chamamos de ambiente escolar. Normalmente, para a maioria das pessoas, essa vivência no processo escolar é bem prazerosa,  em contrapartida, para outros, pode ser dolorosa pelo fato de encontrarem dificuldades no processo de aprendizagem. Na maioria dos casos, esses alunos, podem não ser compreendidos, sendo muitas vezes rotulados e, em alguns casos, ficando para trás no exercício da aprendizagem. Essas pessoas, normalmente, necessitam de olhar mais amplo de um profissional que evidencie suas limitações, deixando de lado os pré-conceitos e rotulações a que o aluno está sujeito no decorrer de sua vida no ambiente escolar.

Nessa perspectiva de parceria, o psicopedagogo do ambiente institucional evidencia as dificuldades de desenvolver a educação dos sujeitos envolvidos, com a visão  nas deficiências que apresentam internamente, como externamente. A instituição,  sendo suporte na intervenção psicopedagógica, deve promover uma nova ótica, com metodologia no  trabalho flexibilizado, desenvolvendo projetos de forma conjunta com educadores, promovendo, assim, um efeito interdisciplinar.

Cumpre evidenciar que o papel do psicopedagogo é auxiliar os educadores a identificar as limitações dos alunos na aprendizagem, evidenciando as deficiências por meio de técnicas e instrumentos  específicos, promovendo o auxílio,  visando proceder o diagnóstico e as contestação dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Sob essa ótica, o trabalho do psicopedagogo torna-se, ainda, autêntico, objetivando enfatizar as habilidades do sujeito,  a partir das estratégias de dialogar  a fim de que sua cidadania seja respeitada.

Diante dessas considerações, o psicopedagogo exerce um relevante papel no que diz respeito ao bom andamento das atividades pedagógicas, além de contribuir de forma relevante para a inclusão educacional de pessoas com necessidades especiais, tendo em vista que esse profissional pode auxiliar a adaptação desses indivíduos ao ambiente escolar a partir de uma prática pedagógica diferenciada.

4. REFERÊNCIAS

BOSSA, Nadia A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artmed, 2007.

BOSSA. N. A, Sobre o olhar do Psicopedagogo: A Importância desse Profissional no Ambiente Escolar 2000 p.07 https://facsaopaulo.edu.br/wp-content/uploads/sites/16/2018/05/ed2/12.pdf.

GASPARIAN, Maria C. Castro. Psicopedagogia Institucional Sistêmica. São Paulo: Lemos editorial, 1997.

JARDIM, Ana Paula et al. Relação entre família e escola: proposta de ação no processo ensino-aprendizagem. 2006.

MENDES M. Psicopedagogia: uma identidade em construção. Dissertação (mestrado em psicopedagogia) Universidade de São Marcos. São Paulo, 1998. (111f).

OLIVEIRA, Mari Ângela Calderari. Psicopedagogia: a instituição educacional em foco. Curitiba: Ibpex, 2009.

RUBINSTEIN, Edith. Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar. Petrópolis: Vozes, 1996.

SANTOS, Marinalva Batista dos. Quem é o psicopedagogo institucional numa instituição de nível superior? Disponível em: C:\Users\HP\Desktop\Psicopedagogia\Quem é o psicopedagogo institucional numa instituição de nível superior.mht. Acesso em: 23 dezembro 2019.

[1] Pós-graduação em Psicopedagogia Institucional, Pós-graduação Educação Especial e Psicomotrocidade, Pós- Graduado em Libras, Pós- Graduado em Coordenação Pedagógica, Pós-Graduado em Educação a Distância 4.0, todas pela FAEL. Formado em Marketing pela Faculdade UNOPAR e Formado em Pedagogia pela Faculdade São Marcos. Licenciando em Geografia pela Faculdade FAVENI.

[2] Orientador. Mestrado em Engenharia de Produção. Especialização em andamento em Educação a distância 4.0. Especialização em andamento em EAD e Novas Tecnologias. Graduação em Administração.

Enviado: Junho, 2020.

Aprovado: Agosto, 2020.

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Carlos Alberto da Silva

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