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Dificuldades de Aprendizagem na Aquisição da Leitura e da Escrita

RC: 13002
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CONTEÚDO

GRANZIOL, Jussara Cordeiro [1]

GRANZIOL, Jussara Cordeiro. Dificuldades de Aprendizagem na Aquisição da Leitura e da Escrita. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 9. Ano 02, Vol. 06. pp 73-79, Dezembro de 2017. ISSN:2448-0959

Resumo

O estágio nos mostra ao longo das vivências e experiências que temos um grande desafio, o de vencer novas batalhas que garantam o sucesso dos nossos alunos no espaço escolar. Durante a observação dos alunos do terceiro ano, nota-se que alguns deles ainda não são alfabetizados, portanto, este artigo foi feito a partir de pesquisas bibliográficas pretende mostrar como os profissionais da educação percebem as dificuldades de aprendizagem desses alunos analfabetos inseridos nos anos iniciais do ensino fundamental.

Palavras-chave: Analfabetismo, Dificuldade de Aprendizagem, Escola.

Introdução

A dificuldade de aprendizagem é um problema que afeta muitos alunos e pode ser observada no estágio obrigatório e quando essa dificuldade não é identificada pelo educador torna-se um peso na vida escolar do aluno. Quando não se tem um diagnóstico o aluno é rotulado pelos colegas, professor e até mesmo pela própria família que os tomam como lerdos e preguiçosos. Alguns alunos têm muita dificuldade para aprender e às vezes mesmo se esforçando não alcançam êxito escolar, por isso acabam se sentindo desmotivado e com baixa autoestima.

É importante que o professor identifique esse problema para que seja feito um trabalho pedagógico para a solução do mesmo, para que o aluno possa receber apoio necessário de pais, educadores, coordenadores, possibilitando uma melhor desenvoltura de suas habilidades cognitivas.

O modo como o professor utiliza as metodologias de ensino pode interferir no aprendizado do aluno, ao identificar a dificuldade, é necessário compreender o processo de evolução deste aluno, dando espaço para que ele consiga entender suas hipóteses e avançar em seu conhecimento, fazendo com que a aprendizagem seja mais efetiva.

Sendo assim, o professor deve refletir sobre suas práticas buscando adaptar seus métodos de ensino de acordo com as necessidades de seus alunos, visando o melhor entendimento dos conteúdos propostos, os pais também devem participar deste processo de aprendizagem, gerando assim uma interação entre a escola e a família.

Este artigo tem como finalidade investigar as dificuldades de aprendizagem nas séries iniciais do ensino fundamental, pois durante o estágio supervisionado percebemos que alguns alunos que se encontram no terceiro ano do Ensino Fundamental e que lhe são exigidos a produção de pequenos textos ainda não se encontram alfabetizados, não sabem ler nem escrever.

Dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita

Durante o estágio supervisionado pode-se observar que alguns alunos do terceiro ano do ensino fundamental apresentavam dificuldades para aprender a ler e escrever.

Na faculdade aprendemos que as dificuldades de aprendizagem estão ligadas a diversos fatores, que se manifestam de forma diferenciada em cada aluno, e que essas dificuldades podem ter relação com aspectos orgânicos, cognitivos, emocionais, familiares, sociais, pedagógicos como falta de material escolar, estimulo da família etc., cada aspecto tem sua particularidade, porém esses aspectos podem levar o aluno ao fracasso escolar.

Também podemos notar que o fracasso escolar do aluno está ligado também a escola, pelo fato de que o ensino escolar é mais pensado em continuação progressiva do que no que o aluno aprende de fato. A questão da evasão e repetência não é recente, mas um fenômeno presente há pelos menos seis décadas. E, nesse período, pouco se conseguiu fazer para alterar tal quadro que atinge uma parcela significativa dos estudantes que ingressam no sistema educacional brasileiro, pela LDB 9394/96 e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 1990). O fato de que uma educação de qualidade estar garantida em lei não necessariamente significa que efetivamente seja para todos, pois vivenciamos ainda, elevados índices de evasão e repetência nas escolas públicas brasileiras. Este é o grande desafio a ser superado na atualidade pelo sistema educacional: escola pública de qualidade para todos. Para tanto, faz-se necessário que, além do acesso, também seja garantido a essas crianças sua permanência e sucesso na escola.

Entendemos como sucesso escolar a apreensão do conhecimento científico, ou seja, que a criança, o adolescente e o jovem, além de aprenderem o conteúdo escolar, possam aplicá-lo em seu cotidiano, de forma que venha a contribuir com a melhoria de sua qualidade de vida e dos que com eles convivem, atuando criticamente na sociedade.

De acordo com COLELLO (2004), a escola precisa ter o interesse nas concepções da língua, do ensino, da aprendizagem e das práticas pedagógicas, com uma crítica que não se esgote em si mesmo, mas que ao fundamentar o trabalho docente, consiga transformar o ensino e compreender as falhas didáticas e as tendências pedagógicas, para a constituição do sujeito, isso seria uma escola que efetivamente ensina a escrever.

Segundo FERREIRO (1983), a ideia de que a criança começa a construir hipóteses sobre a escrita antes de entrar na escola, e que no decorrer do tempo vai desenvolver essa hipótese passando por alguns níveis de leitura e escrita, nisto vemos que vários fatores interferem na aprendizagem dos alunos, porém o mais problemático é o pedagógico, pois a dificuldade de aprendizagem somente será superada se os alunos receberem estímulos e quando os professores trabalharem com propostas pedagógicas correspondente à necessidade de cada aluno, pois cada aluno possui suas particularidades, exigirem dos alunos a mesma atuação não é justo, pois cada aluno é diferente um do outro, e que a dificuldade de aprendizado pode ocorrer devido a fatores contextuais, descobrir o problema pode auxiliar no processo educativo da criança evitando prejuízo na sua aprendizagem.

Sabemos que a criança passa por uma série de passos ordenados antes que compreenda a natureza de nosso sistema alfabético de escrita, e que cada passo se caracteriza por esquemas conceituais específicos. Esses esquemas implicam sempre um processo construtivo nas quais as crianças levam em conta parte da informação dada, e introduzem sempre, ao mesmo tempo, algo de pessoal.

O resultado são construções originais, tão estranhas a nosso modo de pensar, que, à primeira vista, parecem caóticas, mas é o caminho para o desenvolvimento da leitura e escrita.  É muito difícil julgar o nível conceitual de uma criança, considerando unicamente os resultados, sem levar em conta o processo de construção. Só a consideração conjunta do resultado e do processo permite-nos estabelecer interpretações significativas.

Segundo SOARES (2004), muito professor ainda tem dificuldade de compreensão da psicogênese não conseguem diagnosticar os níveis de concetualização das crianças em relação da leitura e escrita, compreendemos que o professor deve acompanhar os níveis e hipóteses de escrita do aluno e faze-lo avançar, principalmente no que diz respeito ao ensino fundamental.

O processo de letramento e as dificuldades dos alunos

LURIA (1988), verificou que os atributos quantidade, tamanho e cor, quando utilizados em sentenças ditadas às crianças, conduzem à pictografia e tem efeito de traços de verdadeira escrita. O desenho antecede à escrita propriamente dita, pois esse é o limite entre a pictografia e a escrita por signos.

Ensina-se a desenhar letras e construir palavras com ela, mas não se ensina a linguagem escrita. Enfatiza-se a mecânica de ler o que está escrito. A compreensão da linguagem escrita é efetuada, primeiramente, por meio da linguagem falada, mas essa via é reduzida, abreviada, e a linguagem falada desaparece como elo intermediário.

A linguagem escrita adquire o caráter de simbolismo direto, passando a ser percebida da mesma maneira que a linguagem falada. A linguagem escrita e a capacidade de ler, transformam o desenvolvimento cultural do homem, por meio delas podemos tomar ciência de tudo que os gênios da humanidade criarem no universo da escrita. A escrita deve ter significado para a criança. Deve ser despertada nela e ser incorporada a uma tarefa necessária e relevante à vida, como uma forma nova e complexa de linguagem.

O escrever pode ser cultivado e não ser imposto conforme LURIA, FERREIRO e TEBEROSKY (1986), realizaram investigações científicas e constataram que a criança é capaz de reconstruir o código linguístico e refletir sobre a escrita, desenvolveram os trabalhos sobre as hipóteses de pensamento que a criança pode apresentar a respeito da linguagem escrita.

Essas pesquisas não propõem uma nova pedagogia ou um novo método, deixam claro que o que leva o aprendiz à reconstrução do código linguístico, não é o cumprimento de uma série de tarefas ou o conhecimento das letras e das sílabas, mas uma compreensão do funcionamento do código escrito.

O letramento é uma vertente muito importante a ser destacada dentro do processo de aquisição do conhecimento, pois vem sendo associado a alfabetização por pesquisadores renomados da educação.

Para SOARES (1998), o letramento caracteriza-se por defender o desenvolvimento da leitura e da escrita, compreende a apropriação de técnicas para a alfabetização, pois é um processo gradual, e é importante organizar o trabalho pois cada criança tem o seu próprio ritmo, considerando que as crianças constroem conhecimento a partir das interações que estabelecem com os meios culturais e sociais.

Então é preciso considerar que o aluno construa conhecimento a partir das interações no meio em que se convive, meios culturais e sociais, é preciso considerar que os alunos tenham autonomia para criar e interpretar as diversas formas escritas encontrada no seu dia a dia, oferecendo um ambiente alfabetizador favorável ao processo de aprendizagem.

Segundo SOARES (1998), o aluno que se alfabetiza letrando, torna-se capaz de apropriar-se da leitura e da escrita de uma forma que o possibilite a se apossar dos demais conhecimentos.

FREIRE (2005), diz que o professor tem que partir da realidade do aluno, pois sua primeira leitura é a do mundo em que está inserido, não chega intocável para se alfabetizar, pois vem com conhecimento prévio da sua realidade, é dever do professor levar em conta o que o aluno traz e partir da experiência do aluno, para assim se apropriar da leitura e escrita, pois envolve o aluno de maneira que suas dificuldades vão sendo superadas.

Para FREIRE (1991), a escrita é uma prática discursiva que na medida em que possibilita uma leitura crítica da realidade, se constitui como um importante instrumento de resgate da cidadania e que reforça o engajamento do cidadão nos movimentos sociais que lutam pela melhoria da qualidade de vida e pela transformação social.

Conclusão

O processo de alfabetização e letramento são indissociáveis que devem caminhar juntos, uma ação educativa de práticas sociais de leitura e escrita em contexto real de uso que torna o individuo capaz de utilizar a escrita em diversas situações sociais, a construção da linguagem e escrita do aluno faz parte do seu processo e se da como um trabalho contínuo de elaboração cognitiva por meio de inserção no mundo da leitura e escrita.

As dificuldades de aprendizagem na alfabetização devem ser detectadas a princípio pela observação realizada pelos professores e pais, para juntos buscarem ajuda de outros profissionais que farão a intervenção adequada de acordo com as necessidades de cada aluno.

É importante que o professor faça o uso da leitura e da escrita, utilizando diversos textos, que contenham diferentes gêneros textuais, para que o aluno possa interagir com o mundo letrado, por isso é importante que a família contribua com a pratica de leitura, incentivando o aluno em casa para que possam desenvolver o gosto pela leitura e escrita.

A escola deve incentivar e contribuir com a família tornando-se uma escola comunicativa e dinâmica, visando à melhoria na qualidade escolar de seus alunos.

Conclui-se que desde as séries iniciais, quanto antes as crianças se apropriarem da leitura e da escrita, mais poderão desenvolvê-las com êxito em seus anos de escolaridade, sendo assim, serão capazes de utilizá-la como prática discursiva com muita facilidade durante sua trajetória escolar. Com base na reflexão mencionada neste trabalho, é necessário compreender a prática pedagógica como elemento de produção do conhecimento, dessa forma, ocorre a necessidade e precisão do alfabetizar letrando. Assim constitui-se em um trabalho feito pelo educador e também pelas pessoas que participam do aprendizado da criança, requerendo mudanças significativas acerca de práticas pedagógicas através do ensino da leitura e da escrita para o seu aprimoramento nas séries iniciais.

Referências

COLELLO, S. Alfabetização em questão. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.

ECA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (Lei 8.069) de 1990.

FERREIRO, E. TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986

LURIA, A. R. O desenvolvimento da escrita na criança. In: VIGOTSKII, L. S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Saberes e práticas da inclusão: dificuldades de comunicação e sinalização: deficiência física. Brasília: MEC, 2004. http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deffisica.pdf acessado em 27/10/2017 as 22h56m.

SOARES, M. Letramento – um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998

[1] Graduação em andamento em Pedagogia – Universidade Metodista de Piracicaba, UNIMEP, Brasil.

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Jussara Cordeiro Granziol

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