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Educação ambiental nas organizações

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SCHEIDEGGER, Guilherme Marchiori [1], CALENZANI, Carla Lorencini [2]

SCHEIDEGGER, Guilherme Marchiori, CALENZANI, Carla Lorencini. Educação ambiental nas organizações. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 03, Vol. 04, pp. 05-18. Março de 2019. ISSN: 2448-0959.

RESUMO

Com o passar o tempo, a humanidade vem evoluindo e apresentando todo seu desenvolvimento no cotidiano, porém, alguns problemas socioambientais acabam provocando impactos negativos diretamente sobre os recursos naturais. Diante disto, a educação ambiental atua como uma ferramenta fundamental para conscientizar a população como um todo da necessidade de explorar os recursos naturais de forma a não comprometer a existência desses recursos para as gerações futuras. O objetivo deste artigo é abordar a prática da educação ambiental nas organizações, como forma de levar os funcionários de cada âmbito a buscar soluções para as problemáticas que se deparam no dia-a-dia. Portanto, para ser eficaz a promoção de um plano ambiental nas empresas, deve-se promover o desenvolvimento e partilha de conhecimento, de atitudes boas para a melhoria da qualidade ambiental, seja no ambiente das empresas, escolas, nos espaços urbanos e rurais.

Palavras-Chave: Educação Ambiental, Organizações, Sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

O tema escolhido para a realização deste trabalho se deve a notáveis falhas que são visíveis em obras, deficiências ou até mesmo despreparo de profissionais da área de construção civil, bem como na identificação e soluções para os problemas patológicos. É importante ressaltar que os problemas não são encontrados somente em estruturas já consideradas antigas. As estruturas que são projetadas e construídas recentemente também podem apresentar estes problemas, no entanto, espera-se que com a evolução dos conhecimentos e técnicas, seja cada vez mais possível as detecções dessas patologias precocemente.

A educação ambiental é a chave para a resolução de muitos dos problemas Brasileiros, “pois é um tipo de educação que não necessita de graus de escolaridade, pode ser desenvolvida entre crianças e adultos, mesmo sem serem Alfabetizados” (BRASIL & SANTOS, 2004), servindo para desenvolver habilidades e atitudes que permitam ao homem atuar efetivamente na manutenção do equilíbrio ambiental.

OLIVEIRA (1997) afirma que a Educação Ambiental deve estar fundamentada na mudança de percepção dos seres humanos em relação à natureza. Ela deve transformar a visão utilitarista dos recursos naturais em atitudes, valores e ações capazes de frear o acelerado processo de deterioração do meio ambiente.

Nesse sentido, cabe destacar que a educação ambiental assume uma função transformadora, na qual a responsabilização dos próprios indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover o desenvolvimento sustentável (BECKER, 2011) sendo a condição necessária para modificar um quadro de crescente degradação socioambiental (JACOBI, 2003).

Por isso, é vital que sejam desenvolvidos hábitos e ações de conservação e preservação do meio ambiente, tornando válida a utilização de práticas sustentáveis para a proteção da natureza resultando em uma melhoria para benefício próprio da sociedade. Percebe-se assim, que a carência da maioria dos pequenos municípios corresponde as condições em que se encontram, sejam elas sociais, econômicas, mas que perante isso ainda buscam por solucionar os problemas referentes aos resíduos que encontram em suas regiões.

As empresas, por exemplo, têm procurado por métodos que visam diminuir os impactos de suas atividades sobre o meio ambiente, para que assim contribuam para sua preservação. Portanto, este trabalho tem o propósito de abordar a prática da educação ambiental nas empresas, que é fundamental para que seja possível planejar as atividades que serão desenvolvidas de forma que sejam atitudes boas e além disso, desenvolver a consciência sobre o desenvolvimento sustentável dentro e fora do ambiente de trabalho.

A educação ambiental é um tema de suma importância para a formação dos indivíduos, principalmente quando por meio da participação dos cidadãos, de forma coletiva, pode ser colocada em prática na gestão do uso dos recursos ambientais e nas decisões que não afetem a qualidade do meio ambiente. Sua inclusão na estrutura organizacional das empresas oferece exatamente isso, formação de funcionários e pessoas com caráter ambiental que possam disseminar todo conhecimento partilhando desde dentro do âmbito empresarial como para fora deste meio.

Portanto, este trabalho tem como objetivo através de revisão bibliográfica, ressaltar a importância de ser trabalhada esta proposta nas organizações que aparenta ser um tema fácil, porém exige comprometimento de todos os envolvidos. Além disso, conceituar algumas maneiras de executar este tema nas empresas de forma atrativa.

2. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

2.1 CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Com o surgimento do concreto que rapidamente mostrou suas vantagens, a busca por utilizá-lo cada vez mais aumentou. Porém, juntamente com isso também apareceram as manifestações patológicas provenientes de má preparação, descuido, falta de conhecimento na construção ou até mesmo por causas químicas ou externas.

A educação ambiental é o meio utilizado para uma conscientização pessoal e coletiva em que torna-se possível representar a situação ambiental em que nos encontramos, para que assim promova-se uma boa qualidade de vida que não seja prejudicial ao meio ambiente de forma alguma. Trata-se de um método interdisciplinar que aborda em todos os aspectos da questão ambiental, mas também intermediadora de uma educação consciente, para que haja continuamente projetos educativos que conduzam os indivíduos para a mudança e melhoria do seu ambiente através de práticas conscientes (DIAS, 2000).

O intuito é que se crie um pensamento que seja significativo em relação a como usufruir dos recursos que o meio ambiente nos proporciona sem que prejudique a fonte, gerando a partir disso uma relação harmoniosa entre os seres existentes e a natureza.

Ela conta com instrumentos como licenciamento ambiental, tecnologias de conservação, auditorias ambientais, estudo e relatório de impacto ambiental e legislação para a construção de uma sociedade sustentável (SEGURA, 2001).

Desta forma, a educação ambiental atua com o intuito de se preocupar buscando a solução dos problemas ambientais que tendem a aumentar com o passar dos anos, devido a fatores sociais, políticos e econômicos.

2.2 IMPORTÂNCIA DO TEMA AMBIENTAL

Os problemas de patologia são revelados com manifestações geralmente bem características como sinais externos, sendo assim, quando analisadas torna-se possível distinguir sua origem e causas de modo que se obtenha as prováveis consequências que as variações e influências envolvidas poderão gerar. Olivari (2003), evidencia que as manifestações patológicas podem ter diversas origens e resultarem de diferentes ações, podendo ser de caráter físico, químico ou mecânico. Dentro da engenharia a patologia envolve a análise dos sintomas evidenciados pelos defeitos que se manifestam nas estruturas, pesquisa sua origem e as prováveis causas e mecanismos de ação dos agentes envolvidos (SOUZA; RIPPER, 1998). Os sintomas que esses danos causam devem ser detectados e analisados para um pré-diagnóstico envolvendo muitas observações e estudos. As lesões encontradas no concreto geralmente são: fissuras, eflorescências, manchas, corrosão, trincas e rachaduras.

Para que se trabalhe a educação ambiental nas organizações é fundamental que os funcionários estejam dispostos a aprender todo o contexto que é envolvido neste assunto, para que assim, possa ser aplicado no âmbito e alcance sucesso.

Segundo a UNESCO (2005), “Educação ambiental é uma disciplina bem estabelecida que enfatiza a relação dos homens com o ambiente natural, as formas de conservá-lo, preservá-lo e de administrar seus recursos adequadamente”. Portanto, a sensibilização das pessoas em relação ao meio ambiente deve ocorrer desde cedo, pois assim, estes irão aprender a fazer sua parte para a natureza, começando por onde vivem, trabalham e convivem.

Estudos e práticas realizadas apresentam que, a educação ambiental só será eficaz, se levar os indivíduos a terem percepção do mundo que os cerca, envolvendo-os de forma a despertar uma consciência crítica que busca soluções para o problema (KINDEL, 2006).

De acordo com Sato (2004) o aprendizado ambiental é um componente vital, pois oferece motivos que levam as pessoas a reconhecerem que fazem parte do meio em que vivem e assim refletir sobre as alternativas para soluções dos problemas ambientais e ajudar a manter os recursos para as futuras gerações.

A Educação Ambiental tem abordado à proteção e o uso sustentável de recursos naturais, atuando como uma proposta de construção de sociedades mais sustentáveis. Assim, vem tentando despertar de maneira geral entre os indivíduos a consciência de que estes são parte do meio ambiente, portanto, devem cuidar e se preocupar com a natureza, da qual fazem parte para que no futuro ainda exista qualidade de vida (FREITAS e RIBEIRO, 2007).

2.3 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS

O processo de sensibilização e conscientização para as questões ambientais direcionado para o público interno das empresas, requer ações que sejam mais atrativas e persistentes, como palestras, gincanas, sessões de filmes ambientais, etc., que de forma mais lúdica e interessante atraiam a atenção e fixem o conhecimento que é passado.

Entre algumas das estratégias que são adotadas pelas empresas, pode-se destacar os programas de educação ambiental no âmbito do setor de produção, que buscam auxiliar o desafio empresarial da sustentabilidade que deve ser enfrentado. Neste contexto, existem alguns elementos indispensáveis para o planejamento desses programas (LAYRARGUES, 2008).

a) O papel da educação ambiental é nítido e ganha visibilidade, levando as indústrias para a sustentabilidade através da disseminação do critério da ecoeficiência, visando a minimização ou extinção do desperdício. Por fim, busca converter o ciclo industrial que tende a acelerar.

b) Esse modelo de educação ambiental é instrumental e focada nas ações. Recomendando assim a substituição de valores, ideologias e seus paradigmas que de antropocêntricos, venham a ser ecocêntricos. Isso não torna inviável, que se possa abrir e desenvolver novas sensibilidades para a questão ambiental nos educandos para além dessa lógica.

c) Um fator que deve ser considerado e exige foco no planejamento dos programas de educação ambiental na empresa, é a diversidade de ‘públicos-alvo’ da educação ambiental para que seja possível se aprofundar em suas particularidades. Uma empresa e sua organização contemplam diversificados setores, possibilitando assim que cada um destes ofereça um conhecimento seu específico que contribua para a ecoeficiência.

d) Os riscos tecnológicos são elementos que requerem a atenção da ação educativa, pois eles frequentemente acarretam em acidentes ambientais, que muitas vezes provocam vítimas humanas dentro e fora da empresa, portanto, deve-se atentar a isso para que estes acidentes deixem de ser frequentes e não venham acarretar danos graves.

Portanto, relacionado com às iniciativas aqui apresentadas, assim também como a existência de outras que participam das empresas, onde a educação ambiental deve contagiar e conscientizar a todos em defesa do meio ambiente, para que assim a sociedade seja capaz de entender o princípio e a evolução dos problemas ambientais que podem ocorrer se nada for executado para mudar isso.

2.3.1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS EM CONTEÚDO E PROCESSO

Mudanças estão sendo ocorridas no ambiente em que as empresas operam. Anteriormente as empresas apenas eram colocadas como organizações que visavam produzir, se preocupar com o que produzir e para qual público. Nesses últimos tempos, o surgimento de novos papéis que devem ser desempenhados é encontrado como resultado das alterações no ambiente em que elas operam.

Os aspectos ambientais, conforme Moura (2000, p. 79-80), “são todos os elementos das atividades de uma organização (processos), seus produtos ou serviços, que podem interagir com o meio ambiente”. Os impactos ambientais, por sua vez, “são quaisquer mudanças no meio ambiente que ocorrem como resultado das atividades de uma organização” (MOURA, 2000, p. 80). A ideia de impactos ambientais é, quase sempre, associada à geração de agressões ao meio ambiente, causadoras de “qualquer consequência direta ou indireta das atividades, produtos e serviços da organização sobre o ambiente” (MOURA, 2000, p. 80).

Os problemas ambientais que causam problemas globais afetam toda a humanidade, os problemas de uma região afetam a determinada região, enquanto os problemas locais afetam o local de instalação da empresa e suas vizinhanças imediatas.

2.4 PLANEJAMENTO DO ENSINO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Um Planejamento do Ensino da Educação Ambiental numa empresa deve ser contínuo e permanente, repleto de etapas. O ideal é adotar Planejamento de Ensino que, além de promover a sensibilidade dos empregados para as questões ambientais, possa também oferecer suporte na Implantação do Sistema na empresa. A forma utilizada para a divulgação precisa ser planejada com concepção de todos os responsáveis pelo programa.

O planejamento passa por três fases, que são elas: A fase de preparação ou planejamento, que envolve o conhecimento da realidade, público-alvo, a determinação dos objetivos; a seleção, a organização, o cronograma, as estratégias, recursos, técnicas e procedimentos de avaliação; e estruturação do programa de ensino, suas características e tipos.

A segunda fase engloba o próprio desenvolvimento, que consiste no plano de ensino em ação, a concretização do planejamento e instrumento de trabalho do facilitador. A terceira fase é a do aperfeiçoamento, em que se dá a avaliação e o Feedback. Ao término do plano de ação, ocorre a avaliação com o objetivo de corrigir deficiências.

Com a conscientização da sociedade sobre os problemas enfrentados nos dias atuais, muitos consumidores valorizam atributos de empresas que adotam ações sustentáveis. Estes consumidores se propõem a pagar mais por produtos que tenham características social e ambientalmente responsáveis embarcados, se comparando com um produto sem estas características (PEIXOTO, 2003). Cabe também ressaltar que é dentro dos próprios setores da empresa que começa a prática da educação ambiental de forma consciente. Atos simples como separar o lixo, reduzir o gasto de papel, economizar energia quando for oportuno, dentre outros, são pequenos passos para que o que foi implantado nesta organização ultrapasse os limites deste lugar e atinja outros âmbitos em que o indivíduo que pratica na empresa também se encontra.

2.5 FASES DE TRABALHO NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A Educação Ambiental é um trabalho que para ser implantado requer que sejam cumpridas todas as fases do processo de forma completa para que se obtenha sucesso. Estas fases são a sensibilização, mobilização, informação e comunicação e ação.

A sensibilização é a primeira fase do trabalho de educação ambiental, onde, depois de ter o público alvo, é necessário que seja utilizado métodos que chamem bastante a atenção, despertem preocupações, alertem, e assim envolvam as pessoas para que participem do procedimento desta problemática ambiental. A próxima fase trata-se da mobilização, na qual ocorre a busca por mais, ir além do alerta é o objetivo desta fase, chegando à mobilização e ao levantamento de problemas. Segundo várias teorias, o ser humano é basicamente construtivo e criativo. Sensibilizado, poderá construir individual ou coletivamente, condições melhores de vida para si mesmo e para seus semelhantes (SCHUELTER, 2001). A cooperação a partir da orientação das pessoas, organizações, comunidades, é importante para que a qualidade das situações de vida sejam melhores e assim toda atuação no meio ambiente, seja correta e vise além do presente que estamos.

Como terceira fase deste trabalho está a informação e comunicação, processos estes que são indispensáveis no trabalho de educação ambiental. É uma etapa em que é necessário contar com equipes multidisciplinares de técnicos, que de acordo com o tema e a situação, deverão abordar o assunto de forma mais clara, adequada a linguagem ao nível da população envolvida. Portanto, a transmissão do assunto deve ser devidamente correspondente a situação atual que se encontra.

A última, uma das mais importantes fases, é a ação acompanhada da execução dos projetos ambientais. A atuação educacional se dá junto às pessoas, instituições ou comunidades, com a indispensável participação das mesmas. Refere-se a um conjunto formado por organização, ação sistemática e continuidade de propostas, descentralização e incentivo à auto-gestão de grupos e comunidades. É uma ação que conta com um planejamento para que sejam divididas as responsabilidades e com isso gerar uma parceria que coopere de forma positiva para o apoio e supervisão dos gestos concretos.

2.6 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORA DAS ORGANIZAÇÕES

A Educação Ambiental promovida pelas organizações não deve ser restrita aos constituidores de uma empresa. O processo deste programa deve ir além do âmbito de uma organização para educar, sendo assim, é importante que seja elaborado para alcançar o público externo das organizações, direcionado para que seja desenvolvida a sustentabilidade para a sociedade de um modo geral.

Trata-se de um programa que pode ser realizado tanto dentro como fora da empresa, desde que tenha distinção nas suas aplicações para cada grupo. Vale também salientar que os trabalhadores podem ser formadores de ideias e opiniões, ajudando na promoção da educação ambiental de dentro para fora, ocasionando a melhoria do ambiente em que se encontram.

São vários os meios de exercer uma conscientização ambiental dentro das organizações, nunca esquecendo da responsabilidade que deve se ter para que qualquer tipo de mudança ocasionada seja de origem natural e saudável para os indivíduos envolvidos. Para a sociedade de modo geral, as empresas são importantes para processo de educação ambiental, pois, pode identificar as necessidades de treinamento para as diversas áreas, além de poder oferecer atividades na empresa e fora dela que irão incentivar as boas práticas e serem repassadas para todos os grupos de convivência.

Não é considerada uma educação ambiental formal, pois não são programas nem ações provenientes de um âmbito de ensino, mas sim de organizações que buscam por melhorias e resultados excelentes através da concretização desses atos que são executados nas organizações.

2.7 EMPRESAS E DIREITO AMBIENTAL

O processo de conscientização ambiental, não ocorre de forma rápida, requer um tempo para amadurecimento. O direito ambiental aparece diante dessa conjuntura desfavorável, espremido entre a urgência de transformação das atitudes e a lentidão dos processos de mudança (ROCCO, 2009).

Portanto, o prejuízo da poluição para a sociedade vem aumentando e tentando ser combatida por ambientalistas, cientistas, dentre outros. Com complexidade, é possível tornar evidente que todos os debates e causas recentes sendo elas de grande proporção ou não, são as responsáveis pelos momentos de crises ambientais que a sociedade vivencia.

A partir disso, para a empresa modificar suas condutas, só irá ser possível diante pressões legais e institucionais que a levem a modificação. Assim, a empresa, baseada em princípios constitucionais e essencialmente éticos, deve agir de modo a exercer influência sobre as estruturas sociais, políticas, econômicas e ambientais de uma sociedade possuindo, desse modo, uma função socioambiental estabelecida na Constituição (OLIVEIRA, 2006).

O meio ambiente e as organizações sempre mantiveram conflitos. Porém, a pressão da sociedade, política e a economia vêm transformando as relações entre as empresas e o meio ambiente para que trabalhem com mais responsabilidade sob o meio ambiente.

Segundo Abreu et al (2004, p. 3), “as empresas estão, portanto, sujeitas às mudanças nos valores e ideologias da sociedade e às pressões do ambiente externo à organização, que acabam por influenciar sua performance no mercado.” Ao decorrer dos tempos, as empresas vêm se atentando mais as questões ambientais. No entanto, as mudanças que estão sujeitas a ocorrer sobre o pensamento empresarial em relação ao comprometimento ambiental com isso, não é tão simples e rápido de acontecer.

Como ressalta Lustosa (2003), a regulamentação ambiental é um dos principais fatores impulsionadores da adoção de uma conduta ambiental responsável por parte das empresas. A adoção dessas condutas pode ocorrer por fatores externos e internos. Externos são os governos, as legislações ambientais, o público consumidor, as instituições financeiras, os movimentos ambientalistas e o próprio mercado, dentre outras. As internas são aquelas que podem ser notadas no cotidiano, como o menor consumo de energia e/ou água, redução de custos e a substituição econômica de insumos.

Como observado anteriormente, a pressão da sociedade também é um dos fatores que leva as empresas à mudança de conduta, e com isso, a responsabilidade social das organizações cresce. Alterações essas que incluem a responsabilidade de ajudar a sociedade a resolver alguns de seus problemas sociais, sendo que muitos deles as próprias organizações que provocaram.

CONCLUSÃO

Certamente que não é apenas com sensibilização, redução de gastos, reciclagem, que os problemas ambientais irão ser resolvidos. Porém, as ações concretas e o acompanhamento delas é que podem provar a eficácia de um programa de Educação Ambiental. A Educação Ambiental é uma boa ferramenta para as empresas porque desperta em cada trabalhador e colaborador deste âmbito o anseio por soluções para problemas ambientais que muitas vezes ocorrem até mesmo no seu cotidiano. Com isso é possível atuar para melhoria da qualidade ambiental pessoal e de seus semelhantes, utilizando de forma consciente os recursos naturais.

As empresas precisam e devem agir diminuindo os impactos que os problemas ambientais causam, que são graves. Portanto, a conscientização de todas as pessoas envolvidas é uma forma de alcançar este objetivo. Seguir as leis e normas ambientais é uma base para que estas empresas que objetivam preservar a meio ambiente minimizem os problemas. Promover mudanças de atitudes sob uma organização não é tão simples, mas, é possível realizar isso começando com simples gestos concretos para conseguir cidadãos conscientes para uma sociedade com vias de sustentabilidade.

As mudanças devem começar dentro das próprias empresas, respeitando os parâmetros ambientais. Os formadores de cada organização devem ter consciência sobre a realização de suas tarefas, e diante isto, levar o programa de conscientização além do informativo, e apresentar respostas, resultados concretos, que possam ser discutidos dentro do meio empresarial.

Um programa desses consegue apresentar sua eficácia e sucesso por formar atividades sistematizadas, em que todos os setores se envolvam, e além disso auxiliando na elaboração de indicadores ambientais que ressaltem não só os benefícios de um programa de Educação Ambiental, mas também o próprio Sistema de Gestão Ambiental.

Quando bem administrada em qualquer empresa, a educação ambiental tende a trazer muitos benefícios à própria organização, principalmente quando além dos benefícios ambientais estão também os de custos para a empresa, sua imagem bastante reconhecida no mercado, dentre outros.

Este levantamento bibliográfico provavelmente poderá contribuir, assim como outros, para a valorização da Educação Ambiental e para que diante disto venha a ser utilizada com maior frequência em todos os ambientes possíveis, sendo eles internos ou externos. Além disso, que esta estratégia de mudança torne as empresas com cada vez mais consciência ecológica, e que este trabalho sirva de apoio para outras pesquisas sobre o assunto.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001 – Sistemas de Gestão Ambiental – Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2015.

BECKER, Romiane Adriana; HÜLLER, Cristina Raquel; SILVA, Berenice Aparecida. Abordagem da Educação Ambiental na Escola Municipal Carlos Lacerda. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Medianeira, 2011.

BRASIL, A. M. SANTOS, F. Equilíbrio Ambiental e Resíduos na Sociedade Moderna. São Paulo: FAARTE Editora, 2004.

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. 6. ed. Gaia, São Paulo, Brasil. 2000.

FREITAS, R.E.; RIBEIRO, K.C.C. Educação e percepção ambiental para a conservação do meio ambiente na cidade de Manaus uma análise dos processos educacionais no centro municipal de educação infantil Eliakin Rufino. Revista Eletrônica Aboré – Publicação da Escola Superior de Artes e Turismo Manaus – Edição 03 Nov/2007.

JACOBI, P. Educação ambiental, cidadania e sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, nº. 118, março/ 2003 p. 189 – 205.

KINDELL, Eunice Aita Isaia; FABIANO, Weber da Silva; MICAELA, Yanina Educação Ambiental: Vários Olhares e Várias Práticas. 2ª ed. Curitiba-PR. Mediação, 2006.

LAYRARGUES, P. P. O desafio empresarial para a sustentabilidade e as oportunidades da educação ambiental.

LUSTOSA, M. C. J. Industrialização, meio ambiente, inovação e competitividade. In: MAY, P.; LUSTOSA, M.C.; VINHA, V (Org.). Economia do meio ambiente: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. p. 155-172.

MOURA, L. A. A. de. Qualidade e Gestão Ambiental: sugestões para implantação das normas ISO 14000 nas empresas. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2000.

OLIVEIRA, G. P. de. Educação Ambiental voltada para a formação profissional na área ambiental e florestal. Dissertação para obtenção do título de Mestre na área de Ciências Florestais. Piracicaba, ESALQ, 1997.

OLIVEIRA, S. C. Responsabilidade socioambiental empresarial: uma ordem constitucional. 2006. 100 f. Monografia (Graduação em Direito) – Faculdade de Direito de Presidente Prudente, Presidente Prudente, 2006.

PEIXOTO, M. C. C. Responsabilidade Social e Impacto no Comportamento do Consumidor: um caso da indústria de refrigerantes. Rio de Janeiro, 2003.

ROCCO, R. Meio Ambiente & Empresa: Os temas relacionados ao papel do setor privado nas novas configurações das políticas ambientais brasileiras.

SATO, M. Educação Ambiental. São Carlos. Rima. 2004.

SCHUELTER, Giovana. Capacitação de professores em educação ambiental: uma proposta utilizando a Internet. 2001. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

SEGURA, Denise de Souza Baena. A educação ambiental na escola pública: da curiosidade ingênua à consciência crítica. São Paulo. FAPESP, 2001.

UNESCO. Década da Educação das Nações Unidas para um Desenvolvimento Sustentável. Brasília, Brasil, 120 p, 2005.

[1] Engenheiro Civil pela Faculdade Pitágoras de Guarapari, Pós-graduando em Engenharia de Segurança do Trabalho pela UCAM, Pós-graduando em Ciências Ambientais e Análise Ambiental pela FAVENI, Engenheiro Civil.

[2] Bióloga pela Centro Universitário São Camilo, Especialização (MBA) em Gestão Ambiental pela UNOPAR, Especialização (MBA) em Ensino das Ciências Biológicas pela FETREMIS, Bióloga.

Enviado: Outubro, 2018.

Aprovado: Março, 2019.

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Guilherme Marchiori Scheidegger

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