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Mobilidade urbana: Um desafio e uma solução para o Município de Maués

RC: 70103
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/administracao/mobilidade-urbana

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

OLIVEIRA, Solange Cristina Rocha de [1], LIMA, Orlem Pinheiro de [2], ANDRADE, Enéas Pinto [3], OLIVEIRA JÚNIOR, Nilson José de [4], MADURO, Márcia Ribeiro [5], SOUZA, Andréa Lanza Cordeiro de [6], ARAÚJO, Paulo César Diniz de [7], ZOGAHIB, André Luiz Nunes [8], SANTIAGO, Sandro Breval [9], ARAÚJO, Elias Moraes de [10]

OLIVEIRA, Solange Cristina Rocha de. Et al. Mobilidade urbana: Um desafio e uma solução para o Município de Maués. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 12, Vol. 17, pp. 55-74. Dezembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/mobilidade-urbana, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/administracao/mobilidade-urbana

RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo caracterizar o município de Maués (AM) quanto às condições e dificuldades concernentes à dimensão da mobilidade urbana. Dentre as maiores dificuldades enfrentadas em virtude da expansão das cidades médias, tem-se a mobilidade urbana, sobretudo no que tange às condições que caracterizam o trânsito, transporte público e qualidade de vida da população. Hoje, tem-se o Plano de Mobilidade Urbana, que será implantado no município de Maués a partir do Programa de Saneamento Integrado de Maués – PROSAI MAUÉS. O projeto tem como foco principal as pessoas e isso tem sido a pauta de muitas discussões devido às novas políticas públicas que visam implementar esta categoria de mobilidade quase inexistente no município.

Palavras- chave: Mobilidade urbana, transporte, qualidade de vida.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o IBGE, o estado do Amazonas apresenta 2,23 hab/m² (IBGE, 2010) e 883.023 veículos (IBGE, 2018), um número que tem aumentado consideravelmente nas últimas décadas.  Pode-se afirmar que o Amazonas apresenta um alto índice, pouco mais de 84% de sua população vivendo nos grandes centros urbanos (IBGE, 2014), e, nos últimos anos, houve, ainda, o crescimento dos municípios de médio porte. A expansão significativa dos grandes centros brasileiros acarretou uma série de problemas que, diariamente, afetam a vida dos cidadãos, e, em virtude disso, coloca-se em risco a qualidade de vida, sobretudo em razão dos danos sociais e ambientais causados pela falta de mobilidade. De forma gradativa, as cidades brasileiras têm lidado com sérios problemas ligados à mobilidade urbana. Os afazeres cotidianos são os mais diversos, o que implica deslocar, porém, mesmo os deslocamentos a pequenas distâncias têm sido prejudicados, visto que a quantidade e regularidade de transportes coletivos pouco efetivos são consequências de tal agravante.

Lidamos, hoje, com condições precárias de mobilidade, somadas, ainda, à falta de investimento e de estímulo aos meios de transportes alternativos, como, por exemplo, as bicicletas. Esse desestímulo aos meios de transporte alternativos tem alavancado ainda mais as sequelas deixadas na sociedade pela falta de mobilidade no trânsito. Maués, por sua vez, tem buscado investimentos em todas as esferas a fim de oferecer uma melhor qualidade de vida à população. Muitas obras e ações têm sido articuladas no município, no entanto, o PROSAI MAUÉS merece um destaque especial. Os recursos que o Governo Estadual e Municipal em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID têm investido no município de Maués, além de serem de grande importância para a saúde e qualidade de vida da população, colocam o município num patamar mais alto, tornando-o referência no que se refere ao saneamento básico e mobilidade urbana.

1.1 JUSTIFICATIVA

A população brasileira, hoje, em sua maioria, sempre que precisa se locomover, faz uso do ônibus. Porém, em Maués, assim como na maioria dos municípios do interior do estado do Amazonas, tanto os moradores quanto os visitantes se locomovem, na maioria das vezes, à pé, sendo as motocicletas e bicicletas os meios de transporte mais utilizados. Neste enfoque, tornou-se necessária a realização de estudos que pontuassem as principais dificuldades de mobilidade urbana do município e as possíveis saídas e soluções para a melhoria de qualidade de vida da população.

1.2 PESQUISA

Durante o Festival de Verão (festa regional que acontece anualmente no município), que aconteceu em 2019, aproveitando o grande número de pessoas que se encontravam no município prestigiando a festa, foi realizada uma pesquisa sócio econômica, e, assim, foram realizadas perguntas a fim de que fosse possível auferir quais são as melhorias que o município precisava.

1.3 OBJETIVOS

Diante da problemática de mobilidade urbana na cidade de Maués (AM), o estudo levantou hipóteses de melhorias, criando, nesse processo, alternativas de locomoção. Considerando este contexto, a pesquisa propõe a apresentação das informações relevantes sobre a mobilidade urbana reunidas a partir de uma espécie de levantamento. A reflexão tem o objetivo de suscitar novas ações que visam a melhoria da mobilidade urbana no município de Maués – AM. Defende-se que a criação e estímulo aos meios alternativos de locomoção é fundamental à otimização e melhora dos outros meios de transporte, bem como para que haja uma melhor logística na cidade por parte das empresas relacionadas ao transporte coletivo.

1.4 METODOLOGIA

 O estudo pode ser considerado como uma pesquisa bibliográfica, logo, teórico, visto que visa a elaboração de um levantamento sobre a temática da mobilidade urbana. Quanto a sua natureza, esta é quantitativa, de modo que, via entrevista, aplicou-se um questionário estruturado para, a partir dele, abordar os cidadãos de Maués em pontos distintos da cidade. A coleta foi feita entre dias 05 a 07 de setembro de 2019, totalizando 900 pessoas entrevistadas, sendo uma amostra entre moradores da cidade e turistas visitantes. Para enfrentar os desafios e a complexidade da mobilidade urbana, é possível apropriar-se de instrumentos que viabilizam a avaliação e caracterização dos planos de mobilidade das cidades. Dentre essas ferramentas, tem-se a Lei Federal Nº 12.587/2012, doravante “Lei da Mobilidade”. Este dispositivo legal tem, como objetivo, a regulamentação da administração e manutenção das políticas de mobilidade em todos os municípios brasileiros.

Como elucida a referida Lei, é possível, a partir das suas indicações, estabelecer os princípios e as diretrizes que são compatíveis com as teorias de mobilidade urbana e sustentável. Assim sendo, torna obrigatória, então, a elaboração, por parte da gestão pública municipal, a elaboração e/ou atualização de seu Plano de Mobilidade Urbana. Este, por sua vez, além de ser integrado com vários setores, deve ser compatível com os planos diretores de, aproximadamente, 3.065 municípios brasileiros, o que corresponde a mais de 55% do total de municípios de toda a nação brasileira. É papel do dispositivo legal, ainda, reiterar a necessidade da avaliação sistemática e periódica do Plano, bem como deve estabelecer mecanismos para a revisão e atualização dos Planos de Mobilidade. É, então, um instrumento efetivo para avaliar e controlar as condições locais da mobilidade de um dado município (OLIVEIRA; RODRIGUES, 2015). O objetivo é o de lidar de modo mais eficaz com os problemas e desafios da mobilidade. Assim, nasceu Índice de Mobilidade Urbana Sustentável (IMUS).

Este índice, criado por Costa (2008), atua como uma ferramenta de diagnóstico e, enquanto tal, avalia e monitora as condições atuais de um município. Além de ser um instrumento avaliativo, serve, ainda, como uma estratégia de controle e orientação aos gestores para que criem políticas de gestão da mobilidade mais efetivas. É particularmente útil sobretudo em regiões metropolitanas. Diante desse contexto, Miranda (2009) frisa que é necessário entender como um Plano de Mobilidade pode ser implantado, analisando e incorporando, nesse processo, as noções de sustentabilidade. Percebe-se que, na prática, os técnicos e gestores possuem dificuldades para dominarem, de forma integral, as noções que perpassam pela ideia de mobilidade urbana e sustentável, assim como há pouco conhecimento sobre os dispositivos legais relacionados à temática, especialmente no que diz respeito as ações direcionadas ao controle dos veículos motorizados individuais. Surge, então, a necessidade de pensar nos meios de locomoção alternativos para mitigar tais problemas de locomoção.

Nesse contexto, a pesquisa parte do princípio de que é de suma importância o uso de instrumentos diagnósticos e que orientam o processo de planejamento e execução dos Planos de Mobilidade nos municípios brasileiros, como reiteram Silva et al (2015).

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 MOBILIDADE URBANA E SUAS IMPLICAÇÕES

Como destaca o Ministério das Cidades (2005), conceber-se-á a mobilidade urbana como um fator referente ao processo de deslocamento diário, seja entre pessoas ou entre bens. Este processo se consolida no espaço urbano. Diante disso, infere-se que o deslocamento em espaços urbanos, usualmente, é feito por meio de veículos, vias e calçadas. Toda a infraestrutura que possibilita o ir e vir dos cidadãos é considerada como um aspecto da mobilidade. Conforme uma certa área se desenvolve na cidade, expandindo-se, demanda-se, automaticamente, novos meios de locomoção e a infraestrutura ideal para que tais meios funcionem, isto é, para que as pessoas e bens possam se deslocar pela cidade sem grandes problemas. A locomoção adequada possibilita a acessibilidade efetiva, pois há, com ela, opções diversas para que as pessoas de classes diversas locomovam-se. Para tanto, não pode-se privilegiar um grupo social ou região específicos. A falta de mobilidade suscita problemas como perda de tempo e viagens custosas, acidentes de trânsito, poluição e danos à qualidade de vida, como elucidam Junior et al (2014).

Como constatou Ribeiro em seu estudo (2012), a fim de que tais problemas possam ser solucionados, é de suma importância que haja, nas cidades, políticas públicas que prezem pelo aprimoramento da infraestrutura social e econômica do município. Para tanto, a expansão não deve se dar de forma concentrada, pois este fator culmina na polarização social, bem como no empobrecimento de uma grande quantidade de munícipes, prejudicando a qualidade de vida geral da cidade. É fato que a maior parte das cidades brasileiras não dispõem de vias que possibilitam a livre circulação de pedestres e que fomentam o uso de transportes alternativos, como os veículos não motorizados. Há, ainda, a falta de incentivo às políticas públicas de transporte alternativos, ou, ainda, lida-se com problemas ambientais, como as condições geográficas desfavoráveis, como afirmam Bergan e Rabi (2005). Destarte, nota-se que as ciclovias, além de impulsionarem a realização de exercícios físicos, servem, ainda, como uma forma rápida e eficiente de se locomover pela cidade, como ressalta Salingaros (1998).

Todavia, na prática, atualmente, tem-se, como um dos principais desafios, a falta de estratégias convertidas em ações que possibilitem, de fato, a mobilidade por meios alternativos aliada às questões que perpassam pelas dimensões da qualidade e do conforto. Dentre essas alternativas, cumpre mencionar o investimento na própria infraestrutura da cidade, bem como o incentivo ao uso de transportes não motorizados, como é o caso das bicicletas. Contudo, para que essa realidade seja viável, deve-se investir no espaço público confortável se seguro, a fim de que pedestres e ciclistas façam o uso diário de tais vias. Essas são metas almejadas pela gestão pública comprometida com a mobilidade urbana e sustentável, pois é, ainda, uma forma de aumentar a mobilidade e fomentar mais qualidade de vida e saúde coletiva a todos os munícipes (Confederação Nacional da Indústria, 2012).

2.2 CARACTERÍSTICAS QUE IMPULSIONAM A MOBILIDADE URBANA DE MAUÉS (AM)

O município de Maués integra o interior do estado do Amazonas e pertence à mesorregião do Centro Amazonense e à microrregião de Parintins.  A sua população é estimada em 63.905 habitantes, como indica o Censo de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade é uma das mais populares do país, pois conta com uma das melhores qualidade de vida. Em pequena escala, a cidade consegue produzir algumas culturas, como a avicultura, a pecuária e a pesca, porém, a sua economia, de forma predominante, gira em torno do guaraná. Dentre os problemas mais recorrentes relacionados à mobilidade, tem-se a falta de planejamento e o crescimento desordenado, o que gera uma série de danos à qualidade de vida dos munícipes. Dentre os problemas mais predominantes, cumpre mencionar aqueles relacionados à qualidade do trânsito e ao deslocamento da população. Sua frota é distribuída da seguinte forma: automóveis, caminhões, caminhões-trator, caminhonetes, ônibus e utilitários, motocicletas e bicicletas.

A expansão territorial da cidade e o aumento da frota de veículos acarreta uma série de consequências que prejudicam a acessibilidade e a mobilidade urbana, afetando, especialmente, a locomoção diária. Diante da extensão do sistema viário de Maués, sendo o revestimento asfáltico o pavimento predominante e que se encontra em processo de recuperação com o programa de pavimentação e recapeamento das ruas do município, foi verificado, também, um excesso de área asfaltada e uma rede viária do tipo malha, com faces de quadras curtas, em sua maioria, favoráveis à implantação de planos de circulação de veículos. As vias são relativamente largas, com algumas exceções, o que permite atender ao trânsito de veículos em diversas situações, porém, conta com calçadas em estado de conservação ruim (em sua maioria) e impróprias para a circulação de pedestres por estarem ocupadas por obstáculos ou com desníveis, de forma geral.

2.3 CARACTERIZAÇÕES DO SISTEMA DE TRÂNSITO DE MAUÉS (AM)

No município de Maués, a sinalização de trânsito é praticamente inexistente, juntamente com o tratamento de acessibilidade para pedestre. A predominância de motos e seus usuários que não seguem as regras de trânsito, sendo este um fator que também dificulta a mobilidade urbana, além de colocar em risco a vida da população em geral. O uso da via no que se refere ao estacionamento também é bastante desorganizado, sem contar com a ampla liberdade para a circulação de veículos motorizados em locais com grande concentração comercial e de pedestres. De acordo com o prefeito do munícipio, Junior Leite, e segundo levantamento realizado por uma equipe de engenheiros de trânsito contratados pelo PROSAI MAUÉS, para que a mobilidade urbana na cidade apresente melhoria significativa, é necessário um investimento em grandes obras de infraestrutura, como a alteração de circulação, implantação de ilhas de refúgio para pedestres, delimitação das áreas de estacionamento, acréscimos de passeios e de canteiros centrais com a redução de áreas pavimentadas (principalmente nas esquinas), recuperação de calçadas existentes.

Além disso, demanda-se medidas de segurança para a saída de escolares em vias principais, dar característica urbana a segmentos de estradas inseridos no perímetro urbano, com a implantação de meios-fios, calçadas e ciclovias compartilhadas, implantação de medidas moderadoras de velocidade, como piso elevado com pavimento em bloco intertravado para o trânsito de pedestres e ciclistas e implantação de segmentos de rotas cicloviárias, integrando as lagoas e o centro da cidade. Ainda de acordo com o prefeito de Maués, além do investimento, a conscientização da população exerce um papel importante no sucesso do projeto.

Figura 1 – Situação de Maués

Fonte: Autores (2020)

3. ANÁLISE E RESULTADOS

Para a análise da pesquisa de campo, a coleta de dados foi realizada aleatoriamente em diversos pontos da cidade em horários alternados, nos turnos da manhã, tarde e noite, durante três dias, do dia 05 a 07 de setembro de 2019, totalizando 900 pessoas entrevistadas, entre moradores de Maués e turistas visitantes. Para análise dos dados, foi utilizado o software Excel.

Tabela 1 – Itens que precisam de melhoria

Itens que precisam de melhoria População (%)
Trânsito/mobilidade urbana 21,26
Aumento do número de banheiros públicos 12,26
Qualidade dos serviços dos meios de hospedagem 11,28
Acessibilidade 10,85
Segurança 9,33
Limpeza Pública 8,79
Qualidade dos serviços de bares e restaurantes 8,57
Iluminação Pública 6,83
Opções de Lazer 5,86
Local da Festa 1,50
Outros 3,47

Fonte: Autores (2020)

Gráfico 1 – Itens que precisam de melhoria

Fonte: Autores (2020)

Tabela 2 – Cidade dos entrevistados

Cidade dos entrevistados Nº de entrevistados
Maués 362
Manaus 141
Boa vista do Ramos 121
Itacoatiara 100
Parintins 95
Coari 13
Barreirinha 36
Nova Olinda do Norte 32
TOTAL 900

Fonte: Autores (2020)

Gráfico 2 – Cidade dos entrevistados

Fonte: Autores (2020)

Tabela 3 – Como os visitantes se locomovem em Maués

Como os visitantes se locomovem em Maués %
A pé 50%
Motocicleta 42%
Bicicleta 5%
Veículo 3%
Pick Up 0%
Ônibus 0%
TOTAL 100%

Fonte: Autores (2020)

Gráfico 3 – Como os visitantes se locomovem em Maués

Fonte: Autores (2020)

Tabela 4 – Como os moradores se locomovem em Maués

Como os moradores se locomovem em Maués %
A pé 32%
Motocicleta 18%
Bicicleta 28%
Veículo 18%
Pick Up 3%
Ônibus 1%
TOTAL 100%

Fonte: Autores (2020)

Gráfico 4 – Como os moradores se locomovem em Maués

Fonte: Autores (2020)

Tabela 5 –  Ações para melhorar a mobilidade

Ações para melhorar a mobilidade %
Construção de Calçadas 25%
Iluminação Publica 35%
Sinalização de trânsito 18%
Educação de trânsito 5%
Ciclovia / ciclofaixas 13%
Estacionamento de bicicletas 3%
Outros (não sabem andar) 1%
TOTAL 100%

Fonte: Autores (2020)

Tabela 5 –  Ações para melhorar a mobilidade

Fonte: Autores (2020)

4. PROSAI MAUÉS E O PLANO DE MOBILIDADE URBANA

O PROSAI MAUÉS é um programa de infraestrutura e de urbanização com investimentos na ordem de US$35 milhões e pleiteia a Urbanização integral das lagoas do Prata e da Maresia, o atendimento em torno de 50% na coleta e tratamento de esgoto e cerca de 70% na oferta adicional de água potável produzida pelo sistema.  Atualmente, Maués conta com o seu Plano Diretor de Desenvolvimento e um moderno Plano Estratégico de Desenvolvimento do Turismo Sustentável (PEDTSM) concluídos, inclusive com as respectivas leis urbanísticas. O Plano de Mobilidade Urbana de Maués, que também faz parte do PROSAI MAUÉS, estabelece estratégias de mobilidade para a cidade e foi o instrumento orientador desse Projeto de Engenharia de Trânsito, que será implantado no município. Pretende-se, com esse projeto, facilitar a circulação de motoristas, pedestres, ciclistas e motociclistas, assim como objetiva-se o aprimoramento do fluxo diário de veículos, fomentando, portanto, um deslocamento e trânsito mais fluídos no município (Plano de Mobilidade Urbana de Maués, 2019).

Projetos de construção de ciclovias, interligando todas as lagoas que serão revitalizadas dentro do Programa PROSAI Maués, perpassando pela região central, também localizam-se nos planos que visam a melhoria da mobilidade da cidade. Além do Projeto de Mobilidade Urbana, todas as ruas do município terão cobertura de iluminação em LED, facilitando o trânsito de pessoas e veículos. No entanto, deparamo-nos com a sensibilização da população para a conservação e uso de toda essa infraestrutura. O Plano de Mobilidade parte do pressuposto que a cidade é um local para as pessoas, por isso, adotou-se parâmetros de desenho de vias, “saindo do típico ponto de vista da circulação e de segurança do automóvel para incluir acesso, segurança e mobilidade para todos os usuários, qualidade ambiental, benefício econômico, melhoria do lugar, da saúde pública e da qualidade de vida, em geral” (Guia Global de Desenhos de Ruas (SENAC) / Global Designing Cities Iniciative / NACTO – National Association of City Transportation Officials).

Em geral, o projeto procura racionalizar o trânsito de veículos, dedicando ao modo motorizado somente o espaço necessário à sua circulação, organizar o uso da via quanto ao estacionamento e promover, ao máximo, a segurança e conforto ao pedestre e ao modo não motorizado (bicicletas).

Figura 2 – Área do Aerolevantamento

Fonte: Google Satélite (2020)

Figura 3 – Área prioritária para intervenções em calçadas

Fonte: Autores (2020)

Figura 4 – Plano de circulação

Fonte: Autores (2020)

Figura 5 – Sistema viário principal

Fonte: Autores (2020)

Figura 6 – Plano de circulação

Fonte: Autores (2020)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com as informações mencionadas no presente artigo, conclui-se que a mobilidade urbana no município de Maués é um problema prestes a ser sanado, devido aos investimentos que já estão sendo direcionados para a implantação do projeto de mobilidade e iluminação pública. A falta de conscientização de uma parte da população em relação à mobilidade urbana ainda é um fator preocupante para o sucesso do projeto, contudo, o Poder Executivo tem estudado, discutido e proposto certas alternativas para mudar essa triste realidade, para, assim, contribuir ainda mais para a melhoria da qualidade da vida de todos os munícipes e visitantes.

REFERÊNCIAS

BERGMAN, L.; RABI, N. I. A. Mobilidade e política urbana: subsídios para uma gestão integrada Rio de Janeiro: IBAM; Ministério das Cidades, 2005.

COSTA, M. S. Um Índice de Mobilidade Urbana Sustentável. 2008. 274f. Tese (Doutorado em Engenharia) – Universidade de São Paulo, São Carlos, SP, 2008.

CNI – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (Brasil). Cidades: mobilidade, habitação e escala: um chamado à ação. Brasília: CNI, 2012.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (Brasil). Amazonas. Maués. Infográficos: dados gerais do município. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?lang=&codmun=330420&search=%7Cmaues . Acesso em: 27 set. 2019.

MINISTERIO DAS CIDADES IBAM (Brasil). República Federativa do Brasil. Mobilidade e política urbana: subsídios para uma gestão integrada. Rio de Janeiro, 2005. Convênio nº 7/2004.

MIRANDA, H. F. Mobilidade Urbana Sustentável e o Caso de Curitiba. 2009. 178f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Universidade de São Paulo, São Carlos, SP, 2009.

OLIVEIRA, G. M. de; SILVA, A. N. R. da. Desafios e perspectivas para avaliação e melhoria da mobilidade urbana sustentável: um estudo comparativo de municípios brasileiros. Transportes, v. 23, n. 1, p. 59-68, 2015.

RIBEIRO, A. C. A economia norte fluminense: análise da conjuntura e perspectivas. 2ª ed. Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro: Grafimar, 2012.

SALINGAROS, N A. Theory of the urban web. Journal of Urban Design, v. 3, n. 1, p. 53-71, 1998.

ANEXO

Anexo 1 – Trecho do questionário:

  1. Quais itens que você acha que precisa de melhorias no município de Maués?

( ) Trânsito /  mobilidade urbana       ( ) Aumento do número de banheiros públicos

( ) Qualidade dos serviços dos meios de hospedagem

( ) Acessibilidade       ( ) Segurança              ( ) Limpeza Pública

( ) Qualidade dos serviços de bares e restaurantes                ( ) Iluminação Pública

( ) Opções de Lazer ( ) Local da Festa ( ) Outros: __________________________

2. Qual cidade você reside?

( ) Maués         ( ) Manaus      ( ) Boa Vista do Ramos          ( ) Barreirinha

( ) Parintins     ( ) Itacoatiara  ( ) Nova Olinda do Norte

( ) Outros: _____________________

3. Como se locomove em Maués?

( ) A pé            ( ) Motocicleta            ( ) Bicicleta     ( ) Veículo

( ) Pick-up       ( ) ônibus                    ( ) Outros: ______________

4. Qual ação melhoraria a mobilidade urbana no município de Maués?

( ) Construção de Calçadas    ( ) Iluminação Pública            ( ) Sinalização de trânsito

( ) Educação de trânsito         ( ) Ciclovia / ciclofaixas

( ) Estacionamento de bicicletas        ( ) Outros: __________________

[1] Engenheira Civil.

[2] Doutor em Engenharia de Produção.

[3] MBA em Finanças Corporativas e MBA em Gestão de Pessoas.

[4] Mestre em Contabilidade e Controladoria.

[5] Doutora em Administração.

[6] Doutora em Biodiversidade e Biotecnologia na Amazônia.

[7] Doutor em Administração.

[8] Doutor em Administração.

[9] Doutor em Engenharia de Produção.

[10] Mestre em Engenharia de Produção.

Enviado: Novembro, 2020.

Aprovado: Dezembro, 2020.

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