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Atuação do Enfermeiro no Atendimento ao Paciente Politraumatizado: Revisão Bibliográfica [1]

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CONTEÚDO

BORGES, Lívia Cristina [2], BRASILEIRO, Marislei Espíndula [3]

BORGES, Lívia Cristina; BRASILEIRO, Marislei Espíndula. Atuação do Enfermeiro no Atendimento ao Paciente Politraumatizado: Revisão Bibliográfica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 05, Vol. 02, pp. 55-64, Maio de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

Objetivo: Analisar a atuação do enfermeiro no atendimento ao paciente politraumatizado, de acordo com a literatura. Método: Trata-se de um estudo bibliográfico e descritivo, realizado no período de 2012 a 2017 em idioma português, abordando a temática, disponíveis em bibliotecas convencionais e virtuais. Resultados: Identificou-se que a   atuação do enfermeiro no atendimento ao paciente politraumatizado deve ocorrer por meio de uma avaliação rápida, eficaz e segura, estabelecendo as prioridades do atendimento o que, diminui os riscos que podem levar o paciente a morte. Conclusão: Conclui que o atendimento inicial realizado pelo enfermeiro devidamente qualificado, com conhecimento nos mecanismos do trauma, está relacionado diretamente aos resultados finais, podendo intervir de maneira positiva para melhora o prognóstico do paciente.

Palavras-Chave: Enfermagem, Traumatismo Múltiplo, Emergência.

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, observou-se um aumento do número de pacientes politraumatizados, que são aqueles que possuem mais de uma lesão traumática. Existem diversos fatores que podem acarretar um trauma, o atendimento inicial pode ser o grande diferencial para o desfecho final, sendo a equipe responsável por parte do sucesso do tratamento obtido.

Os pacientes politraumatizados são considerados pacientes graves por serem acometidos por múltiplos traumas.  O trauma consiste em uma lesão de extensão, intensidade e gravidade variáveis, que pode ser produzida por agentes diversos (físicos, químicos, elétricos), de forma acidental ou intencional, capaz de produzir perturbações locais ou sistêmicas1.

De acordo com a Política Nacional de Atenção às Urgências, o atendimento de emergência é uma assistência prestada em um primeiro nível de atenção, aos portadores de quadros agudos, de natureza clínica, traumática ou psiquiátrica2.

No Brasil, os indivíduos acometidos por causas externas que provoquem algum tipo de lesão traumática é predominante entres homens na faixa etária de 20 a 39 anos de idade, em 2016 mais de 150.000 pessoas morreram vítimas de trauma, constituindo uma questão de saúde pública relevante e a sua prevenção tem se configurado como prioridade na área da Saúde3.

As lesões relacionadas ao trauma podem ocasionar incapacidades físicas e/ou mentais, temporárias ou permanentes e também levarem ao óbito. O indivíduo vítima de trauma passa por um processo doloroso, que inclui confusão, medo pelo desconhecido e temor frente à morte, a mutilação, imobilização e outras alterações na sua identidade e integridade corporal, advindas como efeitos do trauma4.

Devido as diversas causas que resultam em traumatismos múltiplos, tornou-se comum nas últimas décadas a utilização de questionamentos para melhoria do atendimento inicial. Diversos estudos já foram realizados com a finalidade de apresentar soluções para o problema, mas não se mostraram efetivos. Este estudo buscará agregar conhecimento de como as variáveis podem influenciar nos resultados obtidos.

O enfermeiro tem papel fundamental na assistência à vítima de politrauma, pois, como coordenador da equipe de enfermagem, deve programar e priorizar a assistência a ser prestada e estabelecer medidas preventivas e reparadoras, em um cenário em que o tempo entre a vida e a morte é tênue4.

Frente a esses desafios e, na tentativa de reduzir os índices se faz necessário, um atendimento inicial de qualidade com um diagnóstico precoce, desejando a diminuição de perdas funcionais e morbimortalidade causado pelos traumatismos múltiplos.

Nesse contexto o enfermeiro possui um papel importante, pois a enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e qualidade de vida da pessoa, família e coletividade, assegura assistência livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência, atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais5.

Durante a assistência ao paciente politraumatizado, o enfermeiro juntamente com a equipe deve estar preparado para prestar um atendimento rápido e adequado de maneira que seja precocemente diagnosticadas e tratadas situações que põe em risco a vida do paciente.

Diante disso surge o questionamento: qual papel do enfermeiro na assistência ao paciente politraumatizado?

Responder a esse questionamento é importante pois poderá contribuir com uma possível melhora no atendimento do paciente politraumatizado, onde percebe-se a relevância do profissional enfermeiro em garantir uma assistência segura através de decisões rápidas e eficazes baseadas em conhecimento técnico científico, de acordo com complexidade de cada paciente.

Assim sendo, apesar de haver aumento de interesse em torno das causas que provocam os traumatismos múltiplos, poucos estudos descrevem a respeito da atuação do enfermeiro no atendimento ao paciente politraumatizado.

2. OBJETIVOS

Identificar e analisar a atuação do enfermeiro no atendimento ao paciente politraumatizado, de acordo com literatura.

3. MÉTODO

Trata-se de um estudo do tipo descritivo o e retrospectivo bibliográfico.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído de livros e artigos científicos e cuja perquirição é realizada por meio da técnica de análise de conteúdo6.

A pesquisa bibliográfica segue os seguintes passos: busca do material nas bibliotecas virtuais; seleção e leitura dos textos; transcrição dos dados exatos e úteis em relação ao tema levantado; correta citação das fontes no relatório de pesquisa, evitando o problema de uso indevido do material, o que caracteriza a violação das normas nacionais e internacionais de direitos autorais6.

Após a definição do tema foi feita uma busca em bases de dados virtuais em saúde, especificamente na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS/Bireme). Foram utilizados os descritores: Enfermagem, Traumatismo Múltiplo e Emergência. Após leitura exploratória das publicações apresentadas na Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Sistema Latino- Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library online (Scielo), e análise de documentos, no período de 2012 a 2017, caracterizando assim o estudo retrospectivo.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nos últimos cinco anos ao se buscar na Bases de Dados Virtuais em Saúde, tais como a LILACS, BDENF e SCIELO, utilizando-se os descritores: Enfermagem, Traumatismo Múltiplo e Emergência, encontrou-se 34 artigos publicados entre 2012 a 2017. Foram excluídos 28 (16 não abordava a temática, 5 duplicados, 7 textos incompletos) sendo portanto, incluídos neste estudo 6 publicações. Após a leitura exploratória dos mesmos, foi possível identificar a visão de diversos autores a respeito da atuação do enfermeiro no atendimento ao paciente politraumatizado.

Quadro 1 – Distribuições dos artigos selecionados

Os estudos analisados apresentaram objetivos semelhantes, dessa forma foi possível identificar a importância da atuação do enfermeiro no atendimento ao paciente politraumatizado.

4.1 A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ATENDIMENTO AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO.

O enfermeiro deve identificação e avaliar os diagnósticos de enfermagem referente aos pacientes politraumatizados, prestando um cuidado inicial com intuito de reduzir novas lesões.

O trauma é evento complexo e que deve ser visto de forma ampla, com vista à compreensão mais adequada do fenômeno. A necessidade pela busca constante de ferramentas que indiquem caminhos para a melhoria da qualidade das ações de enfermagem é dever de todo o profissional de saúde envolvido com a sua prática, o enfermeiro precisa desenvolver raciocínio clínico e crítico junto aos pacientes poiltrauma7.

A padronização da assistência voltada às vítimas de trauma vem sendo cada vez mais implementada pelas instituições de saúde, no entanto, há uma necessidade de personalizar esse atendimento, devido às diferentes formas de apresentação, gravidade e complexidade em particular de cada um desses pacientes8.

O enfermeiro que irá atender o paciente politraumatizado deve procurar saber e conhecerem a cinemática e a biomecânica envolvida no trauma, bem como as lesões que poderão advir. Ademais, o registro das informações acerca da ocorrência denota a preocupação com a qualidade da assistência, tendo que atendimento inicial minimiza a ocorrência de lesões decorrentes de um atendimento ineficiente no local9.

A avaliação inicial do indivíduo politraumatizado, visa o estabelecimento do equilíbrio fisiológico da vítima, através da identificação e tratamento das lesões. Tal avaliação, denominada de exame primário, é seguida pela identificação de outras lesões (exame secundário) e das orientações para o tratamento definitivo (cuidados definitivos)10.

O enfermeiro ao realizar o exame primário e secundário da vítima de politraumatismo, necessita atuar de forma ágil e eficaz, com o intento de reduzir a gravidade das lesões e as taxas de mortalidade, a assistência ao indivíduo politraumatizado mediante práticas sistematizadas possibilita que o atendimento seja mais seguro e eficaz10.

Na avaliação primária, o enfermeiro realiza o ABCDE do trauma (Via aérea, Respiração, Circulação, Disfunção neurológica e Exposição), deve ser feita rapidamente entre 2-5 minutos, tem como objetivo identificação e tratamento prioritário daquelas lesões que põem em risco a vida do paciente. Na avaliação secundária, acontece após estabilização do paciente, com exame físico minucioso e reavaliação de todos procedimentos realizados11.

Neste contexto, compete ao enfermeiro a identificação de lesões e agravos, e o gerenciamento da assistência de enfermagem, posto que este tipo de ocorrência requer que os profissionais possuam habilidade e competência técnico-científica. O gerenciamento do serviço e da assistência são prerrogativas que qualificam o enfermeiro como coordenador do setor de emergência11.

O atendimento ao paciente politraumatizado consiste em uma emergência, visto que é um tipo de lesão cujo índice de mortalidade é elevado. O controle de qualidade no atendimento à vítima de trauma e a organização de sistemas de trauma se mostraram essenciais para a redução de mortes e de complicações evitáveis no atendimento ao politraumatizado12.

Assim o mais importante do que prestar um atendimento rápido a vítima de trauma é oferecer um cuidado seguro, portanto é suma relevância que o hospital disponha de uma infraestrutura adequada e pessoal treinado para o atendimento as necessidades do paciente, os profissionais necessitam de qualificações adicionais periodicamente como o suporte básico e avançado de vida ao trauma13.

Diante do exposto, o enfermeiro tem papel fundamental e de relevância no atendimento ao paciente politraumatizado, por identificar os diagnósticos de enfermagem agindo com rapidez e promover medidas socioeducativas, desse modo, é essencial que possua conhecimentos prático e teórico atualizado referente aos mecanismos de trauma, que realize avaliação rápida, eficaz e segura, estabelecendo as prioridades do atendimento e diminuindo os riscos que podem levar o paciente a morte.

CONCLUSÃO

Como proposto anteriormente, este estudo teve com o objetivo analisar a atuação do enfermeiro no atendimento ao paciente politraumatizado, de acordo com literatura.

Após a análise dos estudos foi possível concluir que o atendimento inicial com avaliação rápida, eficaz e segura feita pelo enfermeiro devidamente qualificado, com conhecimentos científicos nos mecanismos do trauma, reduzir os riscos de novas lesões decorrente do trauma e o risco de morte.

Este estudo possibilitou identificar a importância do enfermeiro no atendimento ao paciente politraumatizado, visto que sua atuação está relacionada diretamente aos resultados finais, podendo intervir de maneira positiva para melhora o prognóstico e sua recuperação através de cuidado ágil e adequado.

Percebe-se, portanto, que o atendimento ao paciente politraumatizado é um dos mais complexos a ser realizado, exige do enfermeiro conhecimento para tomadas de decisões rápidas e eficaz, ações que visem a uma assistência de qualidade, e que possibilite ao paciente um melhor prognóstico.

REFERÊNCIAS

1. Abordagem ao Paciente Politraumatizado. Protocolos Clínicos. Belo Horizonte (MG). Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, 2011.

2. Ministério da Saúde (Br). Política nacional de atenção às urgências. Brasília: (DF): Ministério da Saúde, 2006.

3. Ministério da Saúde (Br). Secretaria de Vigilância em Saúde. Saúde Brasil 2014: uma análise da situação de saúde e das causas externas. Brasília (DF): Ministério da Saúde, 2015.

4. Cestari Virna Ribeiro Feitosa, Sampaio Luís Rafael Leite, Barbosa, Islene Victor et al. Tecnologias do cuidado utilizadas pela enfermagem na assistência ao paciente politraumatizado: uma revisão integrativa. Cogitare Enfermagem. 2015; 20(4). Disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v20i4.40819.

5. Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução nº 311/07. Aprova a reformulação do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem.

6. Pádua, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: abordagem Teórico-prática. 9º ed. Campinas (SP): Papirus; 2003.

7. Sallum Ana Maria Calil, Santos Jair Lício Ferreira dos, Lima Fernão Dias de. Diagnósticos de enfermagem em vítimas fatais decorrentes de trauma no cenário da emergência. Rev. Latino-Americana de Enfermagem. 2012; 20(1): 3-10.  Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-11692012000100002.

8. Bertoncello Kátia Cilene Godinho, Cibele D’Avila Kramer, Ilha Patrícia. Diagnósticos reais e proposta de intervenções de enfermagem para as pacientes vítimas de múltiplos traumas. Rev. Eletr. Enf. 2013; 15(4): 905-14. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5216/ree.v15i4.19497.

9. Rezende Neta Dinah Sá, Alves Anne Karolinne e Silva, Leão Gustavo de Moura, Araújo André Alves de. Perfil das ocorrências de politrauma em condutores motociclísticos atendidos pelo SAMU de Teresina-PI. Rev. Bras. Enferm.  [Int. 2012; 65 (6): 936-941. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71672012000600008.

10. Sanceverino Leandro Mattos, Silvério Maria Regina. Avaliação do indivíduo vítima de politraumatismo pela equipe de enfermagem em um serviço de emergência de Santa Catarina. Rev. Brasileira em Promoção da Saúde. 2012; 25(2): 182-Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=40823359008.

11. Wilkinson Douglas e Skinner Marcus W. Manual de Abordagem Primária ao Trauma. Federação Mundial das Sociedades dos Anestesiologistas (WFSA) e Royal College of Anaesthesiologists. Edição Standard, 2000.

12. Gomes Andréa Tayse de Lima. Construção e validação de protocolos gráficos para avaliação do cuidado seguro de enfermagem ao paciente politraumatizado em situação de emergência [dissertação]. Natal: Universidade do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências e Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem; 2016. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22106.

[1] Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Emergência e Urgência, turma nº 24, do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição/Pontifícia Universidade Católica de Goiás

[2] Enfermeira, especialista em Emergência e Urgência

[3] Doutora em Ciências da Saúde – FM-UFG, Doutora – PUC-Go, Mestre em Enfermagem – UFMG, Enfermeira, Docente do CEEN

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Livia Cristina Gomes Borges

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