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Efeitos vocais intencionais: revisão narrativa

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

COSTA, Tadji Oliveira da [1], MARTINS, Cristine Leal [2]

COSTA, Tadji Oliveira da. MARTINS, Cristine Leal. Efeitos vocais intencionais: revisão narrativa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 06, Vol. 06, pp. 23-41. Junho de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:  https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/efeitos-vocais

RESUMO

Partindo do princípio de que efeitos vocais, realizados intencionalmente, assemelham-se a vozes patológicas, com produção rouca, áspera ou rugosa, muitas vezes pode-se chegar à conclusão de que uma desordem vocal poderá se desenvolver a longo prazo. Em contrapartida, muitos profissionais da área do canto fazem uso desta técnica sem promover nenhum tipo de dano à sua estrutura laríngea ou apresentar sintomas de disfonia. A principal questão abordada neste estudo foi se a realização de efeitos vocais pode causar danos ao aparato vocal ao longo do tempo. Sendo assim, objetivou-se realizar um compilado de informações a respeito da técnica e investigar sua relação com a disfonia. O presente estudo trata-se de uma revisão narrativa sobre efeitos vocais intencionais utilizados por cantores e a fisiologia envolvida neste processo. A pesquisa foi realizada por meio de bases de dados online e livros, no período de agosto a novembro de 2021, utilizando-se os descritores: complete vocal technique, distorção vocal, drive, growl, técnica vocal, combinados entre si. Foi possível concluir que quaisquer efeitos vocais precisam de treino para serem realizados, do contrário podem lesionar as pregas vocais ou demais estruturas envolvidas na produção da voz. Em apenas um dos artigos pesquisados foi referida a presença de sintomas de disfonia após utilização da voz. Considera-se importante a realização de mais estudos abordando a quantidade de tempo de performance viável e saudável para quem utiliza efeitos vocais de forma contínua.

Palavras-chave: distorção vocal, efeitos vocais, growl, técnica vocal.

INTRODUÇÃO

A voz é um dos meios de comunicação do ser humano e através dela expressamos sentimentos, além de evidenciarmos características anatômicas e articulatórias. Quando a voz é sussurrada podemos passar a ideia de que estamos contando um segredo, ao contrário de uma voz áspera, que pode indicar irritação ou raiva ou, ainda, trêmula, que transmite medo e insegurança. Essas características podem ser associadas também a sintomas de uma patologia vocal (KHALIL, 2018, p. 223).

É comum encontrar semelhanças de estilos de canto com qualidades de voz que, se analisadas em indivíduos que não utilizam a voz profissionalmente, apresentariam características patológicas. A utilização de alguns ajustes vocais traz à tona o questionamento de que se, a longo prazo, podem surgir lesões na região da laringe. Um destes estilos de produção é o chamado growl voice, que ficou popular no início do século 20, por meio do blues e jazz (NIETO, 2008, p. 12), e passou a ser utilizado por outros estilos de música como o pop, gospel e rock. Podemos encontrar, também, esse efeito vocal em músicas étnicas do Brasil, Japão e África do Sul (GUZMAN et al., 2013, p. 2). Na região da Mongólia, existe um canto tradicional chamado Mongolian Throat Singing, que também faz uso de efeito vocal. Eles são, portanto, algo que existe há muitos anos e em culturas diversas (NIETO, 2008, p. 12).

Há variados tipos de técnicas vocais que auxiliam o cantor na produção de determinada qualidade vocal. Podemos citar o Complete Vocal Technique (CVT), um método utilizado por professores de canto do mundo todo que teve início através de Cathrine Sadolin e foi complementado através da medicina e ciência. Este método estabelece um modo de cantar, dividido em Neutral, Curbing, Overdrive e Edge, onde efeitos vocais podem ser acrescentados posteriormente. Por meio deste, cantores aprendem como produzir efeitos vocais específicos (AAEN et al., 2020, p. 1) e apesar de ser amplamente conhecido pelos professores de canto, o CVT é válido também para voz falada (BRIXEN et al., 2013, p. 2). Além do supracitado growl voice, existe, no CVT, ainda: distortion, rattle e grunt voice (AAEN et al., 2020, p. 1). Cabe salientar que, entre estes estilos, o uso de efeitos vocais intencionais em alguns é intermitente, ou seja, utilizado em partes da música, porém há casos que utilizam efeitos vocais de forma contínua (KHALIL, 2018, p. 223).

Os tipos de canto contidos no CVT, podem ser produzidos por diversas variações artísticas, usando diferentes partes do trato vocal, como a variação da posição da laringe, do palato mole, da cavidade nasal, da língua, da abertura de boca e do espaço supraglótico entre o pecíolo epiglótico e as cartilagens aritenóides. Como a forma do trato vocal determina as frequências das ressonâncias, ou seja, os formantes, tais mudanças afetam a qualidade vocal (SUNDBERG et al., 2017, p. 1).

Efeitos vocais, quando no rock, dependendo de seu subgênero, são muitas vezes chamados de growl voice ou grunt voice e são similares a qualidades vocais como voz rugosa e voz rouca, que são considerados sintomas de desordens vocais (AAEN et al., 2020, p. 1) (GUZMAN et al., 2014, p. 2). Sakakibara apud Guzman et al. (2014, p. 2), fala que o efeito vocal growl voice é produzido através da vibração simultânea das pregas vocais e das estruturas supraglóticas da laringe. Aaen et al. (2020) explica que no efeito vocal grunt é observada a vibração de toda a estrutura supraglótica, com uma grande amplitude de vibrações das pregas vocais e movimento das pregas ariepiglóticas. Na técnica de distortion voice é possível observar que ocorre a vibração das pregas ventriculares e em rattle voice vibração das cartilagens aritenoides (AAEN et al., 2020, p. 7).

Uma parte considerável de cantores que utilizam growl voice são especificamente de subgêneros do rock, como screamo, thrash metal, nu metal, black metal, heavy metal, death metal e hardcore punk. Caffier et al apud Guzman et al. (2017, p. 1) comenta que growl voice é um efeito vocal utilizado esteticamente para reproduzir letras de músicas sombrias e brutais e que a sonoridade passa sensação de algo diabólico, expressando raiva e desespero. Também pode-se ver esse tipo de estética no próprio material gráfico dos artistas, em suas performances, na postura frente à mídia e público, videoclipes, sendo, portanto, algo que é pensado com uma temática para passar uma mensagem específica, tanto na sonoridade, quanto na imagem (KHALIL, 2018, p. 255-256).

Em virtude destes efeitos vocais que claramente promovem uma pressão e hiperfunção na laringe, poderíamos chegar à conclusão de que, a longo prazo, o uso destas técnicas gera alterações na voz. Em contrapartida, muitos professores de canto e cantores mantêm, há muitos anos, esses métodos sem causar nenhum dano nas estruturas laríngeas ou sintomas de desordens vocais (GUZMAN et al., 2019, p. 2).

Em estudo realizado por Aaen et al. (2020, p. 2), vinte cantores profissionais passaram por laringoestroboscopia, com o objetivo de explorar os movimentos laríngeos envolvidos na utilização de efeitos vocais intencionais. Os resultados desse estudo foram divididos em duas partes, uma descreve as movimentações laríngeas, especificamente na área de constrição supraglótica e a configuração subsequente de cada um dos efeitos vocais estudados – distortion, growl, rattle e grunt – e a outra parte voltada para um painel de reconhecimento dos efeitos, concluindo-se que os mesmos podem ser entendidos como uma divisão entre atividades discretas das estruturas anatômicas e atividades fisiológicas na supraglote. Durante a laringoestroboscopia, os participantes puderam realizar os efeitos consistentemente e múltiplas vezes, sem indicações de danos às pregas vocais ou a outras estruturas laríngeas (AAEN et al., 2020, p. 8).

No Brasil, são encontrados poucos estudos abordando o tema que discorram sobre efeitos vocais intencionais. Através de uma revisão narrativa, pretende-se responder se a realização de efeitos vocais pode causar danos ao aparato vocal ao longo do tempo. Sendo assim, objetivou-se realizar um compilado de informações a respeito da técnica e investigar sua relação com a disfonia. A motivação da presente pesquisa partiu da vivência da autora, que observou casos de cantores, que utilizam efeitos vocais, e procuram profissionais da fonoaudiologia para acompanhamento.

METODOLOGIA

O estudo trata-se de uma revisão narrativa da literatura, baseada na análise de publicações sobre efeitos vocais intencionais. Este tipo de revisão caracteriza-se por artigos de publicação ampla, apropriados para descrever e discutir o desenvolvimento de um determinado assunto de um ponto de vista teórico ou contextual. Suas bases de pesquisa, basicamente, estão voltadas à análise de literatura publicada em livros, artigos de revista impressas e/ou eletrônicas na interpretação e análise crítica pessoal do autor (ROTHER, 2007, p. 1).

A busca do referencial teórico foi realizada entre os meses de agosto e novembro de 2021. Os artigos foram selecionados através das bases de dados Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Nacional Library of Medicine (Pubmed), ScienceDirect, Medical Literature Analysis and Retrievel System Online (Medline), Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVS), Semantic Scholar, Scientific Electronic Library Online (ScieELO) e livros (ROTHER, 2007, p.1). Os descritores utilizados para a busca foram: técnica vocal completa (complete vocal technique), distorção vocal (vocal distortion) e técnica vocal (vocal technique). Utilizou-se, também, os operadores booleanos and e or.

Foram incluídos, nesta revisão, artigos originais publicados em inglês e português que estavam relacionados ao tema “efeitos vocais intencionais”. Critérios de exclusão: técnicas vocais relacionadas à voz no teatro musical, canto lírico e estudos não relacionados com voz cantada. Fez-se busca de publicações que possuíam pelo menos um dos descritores em seu título ou resumo, sendo, inicialmente, incluídos 31 artigos. Em sequência, foram avaliados os artigos encontrados, procedendo-se a leitura dos títulos e resumos tanto para a exclusão de manuscritos repetidos, quanto para a identificação de artigos que não se encaixassem nos critérios de elegibilidade pré-estabelecidos. Após a leitura, excluíram-se 2 artigos, pois apesar de possuírem algum dos descritores em seus títulos falavam sobre técnicas vocais diferentes do foco deste estudo.

A seguir serão desenvolvidos os seguintes tópicos para melhor entendimento do tema: fisiologia da produção vocal, jitter e shimmer, formantes, tipos de efeitos e como são produzidos, o que é disfonia funcional, exame de imagem, contribuição da fonoaudiologia. Após, apresentaremos a discussão e as devidas considerações finais.

FISIOLOGIA DA PRODUÇÃO VOCAL

A voz humana não é produzida através de um único órgão. Para que ela aconteça é preciso que várias estruturas trabalhem em conjunto. Costa et al. (1998, p. 43-58) diz, de uma forma geral, que o aparelho fonador é composto por uma fonte que gera pressão aérea, uma região que modifica a energia, outra que modula o som e uma que articula esse som. O tórax faz parte da região que gera a pressão aérea, composto por tecido músculo-cartilaginoso, pulmões e musculatura abdominal. Com todo esse aparato, é possível provocar a geração da força necessária para mobilizar o ar contido nos pulmões em direção à laringe. A região que modifica a energia cinética do fluxo aéreo e a transforma em energia sonora encontra-se na laringe e é constituída por cartilagens, músculos e um epitélio de revestimento especial, o respiratório. A modulação sonora, comentada pelos autores, é realizada pelo trato vocal, composto por faringe, boca, cavidades nasais e paranasais. Já o ato de articular o som envolve a integração de músculos de mastigação, laringe, faringe, palato, pescoço, tórax e abdome.

De uma maneira simples, os autores explicam que a voz é resultado da interação entre o fluxo de ar expirado pelos pulmões e a resistência oferecida pelas pregas vocais quando estão aduzidas, ou seja, fechadas. O som é consequência do movimento de ondulação que acontece na mucosa de revestimento das pregas vocais, que possuem pouca aderência na sua parte mais profunda facilitando, dessa forma, a movimentação livre quando uma coluna de ar vinda do pulmão passa por essa região. Apesar da falta de rigidez, as pregas vocais estão inseridas em um local firme, constituído pelas cartilagens laríngeas e tendem a retornar para sua posição original. Além disso, a própria constituição das pregas vocais contribui para que sejam mais flexíveis, pois são formadas por tecido fibroelástico e muscular (COSTA et al., 1998, p. 43-58).

Nieto (2008, p. 12) diz que a produção da voz envolve três aparatos: sistema respiratório, pregas vocais e trato vocal. Cada uma destas partes exerce uma função específica e juntas concretizam a produção vocal. O sistema respiratório comprime o ar nos pulmões gerando uma corrente de ar que passa pelas pregas vocais e pelo trato vocal criando um som. Essa sonoridade é chamada de fonte de voz. Dependendo da articulação do aparelho vocal será ouvido um som ou outro. Pode-se dizer que o sistema respiratório é um compressor, as pregas vocais são um oscilador e o trato vocal um ressonador.

Sundberg (1998, p. 7-9) com outras palavras, também fala que o aparelho fonador é constituído por três sistemas diferentes: o da respiração, o das pregas vocais e o trato vocal. Começando pela parte da respiração, estão os pulmões, que o autor caracteriza como “estruturas esponjosas suspensas em um saco dentro da caixa torácica”. As pequenas cavidades encontradas no pulmão conectam-se a tubos, chamados brônquios, que se originam na ramificação da traqueia. As pregas vocais são formadas por músculos e revestidas por uma membrana mucosa. Elas têm origem na superfície da cartilagem tireóide e inserem-se, cada uma delas, posteriormente à uma cartilagem aritenóide. Existe uma ação dessas cartilagens que se movem em direção às pregas vocais. Essa ação é chamada de adução e, seu movimento oposto, de abdução. Para que um som seja produzido, necessitamos da adução das pregas vocais. Já o contrário, a abdução, provoca um “som” desvozeado (SUNDBERG, 1998, p. 7-9).

JITTER E SHIMMER

 Quando pensamos em avaliação vocal, na área da fonoaudiologia, podemos ter em mente a análise perceptivo-auditiva, que é um método subjetivo ou, optando por algo mais objetivo, a análise acústica. Tradicionalmente, na análise acústica, são utilizados dois tipos de medida, sendo uma de perturbação e outra de ruído (LOPES et al., 2018, p. 2). As medidas de perturbação vocal envolvem os índices jitter e shimmer, que representam variações que acontecem na frequência fundamental. Jitter indica a variabilidade ou perturbação da frequência fundamental e shimmer também indica perturbação, mas com foco na amplitude da onda sonora ou intensidade da emissão vocal. Podemos ter o jitter alterado quando há falta de controle de vibração das pregas vocais. Já o shimmer relaciona-se com redução da resistência glótica e lesões de massa na prega vocal, com presença de ruído na emissão vocal e soprosidade (WERTZNER; SCHREIBER; AMARO, 2005, p. 3).

FORMANTES 

Além das medidas citadas anteriormente, existem ainda as relacionadas à ressonância da onda sonora no trato vocal, que são chamadas de formantes (LOPES et al., 2018, p. 2).

Sobre os formantes, podemos afirmar que:

São múltiplos da f0 e indicam zonas de ressonância das vogais no trato vocal. O primeiro formante (F1), relaciona-se à amplificação sonora na cavidade oral posterior e à posição da língua no plano vertical; o segundo formante (F2) à cavidade oral anterior e à posição da língua no plano horizontal. O terceiro formante (F3) relaciona-se às cavidades à frente e atrás do ápice da língua; o quarto formante (F4), ao formato da laringe e da faringe na mesma altura. (VALENÇA, 2014, p. 8)

Na Figura 1 (abaixo), pode-se ter uma melhor compreensão onde cada um deles ressoa no trato vocal. Level 1 refere-se ao primeiro formante (F1), level 2 ao segundo formante (F2), level 3 ao terceiro (F3) e assim por diante.

Figura 1 – Os níveis do trato vocal (formantes)

Os níveis do trato vocal (formantes)
Fonte: extraído de Aaen et al. (2020).

TIPOS DE EFEITOS E COMO SÃO PRODUZIDOS

Na área da voz cantada, existem alguns artistas que fazem uso de efeitos vocais deixando a voz com um aspecto rouco, rugoso, soproso, áspero ou tenso. Esse tipo de ajuste vocal é utilizado intencionalmente, fazendo parte da performance, por isso, não necessariamente, eles têm relação com patologias. Estilos musicais como rock, metal, pop, sertanejo e experimental são alguns exemplos de onde podemos encontrar essas modificações. Cabe salientar que estes efeitos não soam da mesma forma pois existem estruturas diferentes envolvidas na sua fisiologia (FIUZA; SILVA, 2019, p. 2).

Atualmente, podemos encontrar na literatura diversos termos para designar cada tipo de ajuste vocal aplicado ao canto. Apesar de, no Brasil, ser muito comum a utilização do termo drive vocal, nesse estudo serão utilizados os termos da professora Cathrine Sadolin, descritos em seu método de canto chamado CVT, para uma melhor organização ao longo das explicações. Esse método instrui os cantores a estabelecerem um modo de canto para, somente depois, acrescentar outros ajustes vocais, fazendo com que, assim, a utilização dos efeitos seja realizada de forma saudável. Alguns dos ajustes utilizados são Distortion, Rattle, Grunt, Growl e Creak, os quais serão objetos de nosso estudo a seguir (AAEN; MACGLASHAN; SADOLIN, 2020, p. 1).

Cada efeito vocal possui uma particularidade quando falamos em movimentos laríngeos, bem como, envolvem uma série de constrições supraglóticas e atividades fisiológicas. Aaen et al (2020, p.4) realizou um estudo com vinte cantores, onde pôde observar a fisiologia envolvida nestes efeitos: Distortion, Rattle, Growl, Grunt e Creak e, partindo dessa observação, descreveu a fisiologia realizada de forma intencional por cantores (AAEN; MACGLASHAN; SADOLIN, 2020, p. 1).

DISTORTION

Um grupo de dezesseis sujeitos realizou o efeito vocal Distortion. Em 94% destes, houve vibração das pregas vestibulares contra ou adjacentes uma à outra, no nível dois do trato vocal e presença de constrição médio-lateral das pregas vocais. A constrição ântero-posterior das pregas vestibulares apareceu em 88%, assim como, movimento de elevação da laringe sendo acompanhada de uma constrição póstero-lateral da parede faríngea, em apenas 81%. Observou-se o estreitamento da fossa piriforme em 81% e movimentação da epiglote para trás em 75%. Por último é relatado que as aritenóides movimentaram-se anteriormente em 56% e a parede faríngea posteriormente em apenas uma pessoa (AAEN; MACGLASHAN; SADOLIN, 2020, p. 4).

GROWL

O efeito vocal Growl contou com a participação de dezoito pessoas. Aqui foi possível observar a vibração das aritenóides contra ou adjacentes a epiglote no nível três do trato vocal. Em 100% destes sujeitos, a parte superior da epiglote foi observada sendo empurrada para trás pela base da língua, enquanto o cantor realizava o ajuste. Também se observou, em 89% dos participantes, as aritenóides aproximando-se da epiglote e em 72% foi possível vê-la vibrando. Vibraram também as cartilagens cuneiformes em 67%. Sobre constrição, em 44% a parede faríngea realizou movimento látero-posterior; 39% tiveram vibração das pregas ariepiglóticas e mudanças na fossa piriforme foram vistas em 17%. Finalizando, em 11% foi observado a mucosa das aritenóides vibrando. (AAEN; MACGLASHAN; SADOLIN, 2020, p. 4). Kato e Ito (2013 p. 2) falam que nesse tipo de efeito vocal não é possível observar a presença de estrutura harmônica e pelos altos valores de jitter e shimmer, a voz soa agressiva (KATO; ITO, 2013, p. 2).

RATTLE

O ajuste vocal Rattle, contou com a participação de seis cantores. Percebeu-se vibração nas cartilagens aritenóides contra ou adjacentes uma à outra no nível três em 100% do grupo. Um estreitamento ântero-posterior pôde ser observado em todos os participantes, com mudanças na fossa piriforme, bem como a aproximação das cartilagens aritenóides até a epiglote. A mucosa das aritenóides vibraram em 85% dos sujeitos. Houve ainda, rotação interna das aritenóides posteriormente em 83% e vibração das cuneiformes. Em 100% a parede da faringe teve constrição lateral, sendo que em uma pessoa, essa constrição foi mais acentuada. A epiglote foi observada sendo ligeiramente empurrada para trás em 83% e em 67% as pregas vestibulares aproximaram-se uma da outra junto a uma constrição ântero-posterior. Somente em um dos cantores as pregas ariepiglóticas estavam vibrando. (AAEN; MACGLASHAN; SADOLIN, 2020, p. 4-5).

GRUNT

Por último, o efeito Grunt, que teve participação de doze sujeitos. Observou-se vibração de toda a estrutura supraglótica neste ajuste, do nível um até o quatro e grande amplitude nas vibrações das pregas vocais e movimento de pregas ariepiglóticas. Dos participantes, 97% apresentaram vibração dos cuneiformes, 83% das pregas ariepiglóticas e 75% um aumento visível da lacuna glótica. Grande amplitude de vibrações de pregas vocais, mas apresentando tensão reduzida foi observado em 67%. Também em 67% a epiglote apareceu vibrando e, em 58%, as pregas vestibulares, assim como a mucosa das aritenóides. Em 50% dos casos houve um estreitamento ântero-posterior acompanhando de aproximação da aritenóide até a epiglote, enquanto em 17% a epiglote movimentou-se posteriormente. Não houve elevação laríngea em nenhum dos casos. (AAEN; MACGLASHAN; SADOLIN, 2020, p. 5).

DISFONIA

A produção adequada da voz depende da correta atividade de todos os músculos que estão envolvidos em sua execução. Quando há funcionamento harmonioso da musculatura, temos uma voz fluida, de boa qualidade, que não causa desconforto ou dificuldade à emissão. A esta fluidez damos o nome de eufonia. O contrário disto é a disfonia, que nada mais é do que a dificuldade na produção da voz. (BEHLAU, 2008). Esta é caracterizada por alteração de qualidade, frequência e intensidade, que pode gerar esforço vocal, comprometer a comunicação ou causar impacto negativo sobre ela. (MORETI; ZAMBON; BEHLAU apud SCHWARTZ et al., 2014).

Behlau (2008) agrupam as disfonias em três categorias etiológicas. A primeira delas, a disfonia funcional, é uma alteração que tem origem no comportamento vocal. É subdividida em três aspectos causais: disfonias funcionais primárias por uso incorreto da voz, disfonias funcionais secundárias por inadaptações vocais (alterações estruturais mínimas) e disfonias funcionais por alterações psicogênicas. A disfonia funcional primária por uso incorreto da voz é favorecida por dois fatores principais: falta de conhecimento vocal e modelo vocal deficiente. Nas disfonias funcionais secundárias por inadaptações vocais, observa-se presença de alterações estruturais mínimas. A disfonia psicogênica é caracterizada por uma laringe sem alterações combinada com uma voz atípica. Geralmente relaciona-se a algum fator de estresse associado ou à mudança vocal e puberfonia. Existem, ainda, as disfonias orgânicas e organofuncionais. A disfonia organofuncional representa uma etapa posterior à funcional, onde existem lesões secundárias presentes. Por fim, a disfonia orgânica, que pode ter etiologia em diversos processos, independente do uso da voz. (BEHLAU, 2008).

EXAME DE IMAGEM

Na área otorrinolaringológica existem exames que proporcionam visualização das estruturas laríngeas, para análise do comportamento vocal com eficiência. O mais utilizado, nesse caso, é a estroboscopia laríngea, pois permite um maior detalhamento do movimento de vibração realizado pela mucosa. Assim, é possível obter um diagnóstico laringológico mais preciso. A laringoestroboscopia consiste em uma imagem ilusória de câmera lenta, o que faz com que o padrão de vibração possa ser avaliado a olho nu. Os aspectos que podem ser observados nesse exame são fechamento glótico, mobilidade e nível vertical das pregas vocais, simetria, periodicidade, amplitude de vibração, onda de mucosa, segmentos fracos, fases do ciclo vibratório, atividades supraglóticas e frequência fundamental (PASTANA; GOMES; CASTRO, 2007, p. 1)

Para observação das estruturas, Aaen et al. (2020, p. 3) cita a laringoestroboscopia, feita através do uso de um sistema de câmera videonasoendoscopia e realizada por um otorrinolaringologista. Guzman et al. (2014, p. 3) e Caffier et al. (2018, p. 2) também citam, em seus estudos, o uso de laringoestroboscopia como exame realizado para analisar os movimentos de fonação.

CONTRIBUIÇÕES DA FONOAUDIOLOGIA

A fonoaudiologia tem, cada vez mais, ocupado seu espaço no que diz respeito à voz cantada, pois a saúde vocal é um dos fatores que influencia a longevidade da voz. (ANDRADE; FONTOURA; CIELO, 2007 p. 6). Todos os cantores, sejam eles iniciantes ou profissionais, deveriam passar por fonoaudiólogo e otorrinolaringologista para realização de avaliações periódicas. Enquanto o otorrinolaringologista faz o exame clínico, o fonoaudiólogo analisa os aspectos funcionais da voz e o histórico vocal do indivíduo (ANDRADE; FONTOURA; CIELO, 2007 p. 6).

No caso dos efeitos vocais intencionais, é preciso compreender que os artistas que fazem uso dessas técnicas gostariam de cultivá-las, pois fazem parte de sua imagem e de como são reconhecidos pelo público. Cabe ao fonoaudiólogo ter o raciocínio clínico necessário para analisar quando essa voz está sendo produzida de uma maneira saudável e quando há insuficiência vocal. Quando o cantor sente bem-estar vocal, não há necessidade de inferirmos a presença de uma patologia. Esta só estará presente quando sua eficiência e desempenho forem comprometidos. Caso isso aconteça, e passe a ser um aspecto dominante da performance vocal, entra a área da fonoaudiologia para realizar a reabilitação necessária com abordagem terapêutica individualizada, podendo, também, englobar um trabalho interdisciplinar (WENDLER et al., 2014, p. 1-3).

DISCUSSÃO

Os ajustes vocais podem relacionar-se a vários gêneros musicais. Cantores de rock, pop e teatro utilizam efeitos vocais para destacar letras, situações ou aspectos emocionais (CAFFIER et al., 2018, p. 1). Assim, a necessidade de refletir, no canto, as emoções ou atitudes do cantor de rock, por exemplo, resultou em tipos de ajustes vocais que trazem uma qualidade vocal áspera, tensa, rouca ou comprimida (GONSALVES; AMIN; BEHLAU, 2010, p. 1). Alguns cantores que têm em comum o uso de ajustes vocais intencionais são Elza Soares e Freddie Mercury. Tais ajustes ocorrem através de configurações distintas das estruturas da laringe e do trato vocal (FIUZA; SILVA, 2018, p. 1). Outro exemplo é a voz do cantor Louis Armstrong, que fazia o uso das pregas vestibulares para cantar (TITZE, 1998, p. 1).  Os termos mais comumente utilizados para denominar esses tipos vocais são growl, drive, voz rasgada, gutural entre outras (FIUZA; SILVA, 2018, p. 1).

Os autores Kato e Ito (2013, p. 2) e Gentilucci et al. (2018, p. 1) falam que a técnica vocal growl, geralmente, é utilizada no gênero musical metal. Em relação às características acústicas, Kato e Ito (2013, p. 2) e Gentilucci et al. (2018, p. 1 apud SASAKI e OKAMURA, 1984; TSAI et al., 2010) observaram que jitter e shimmer mais acentuado e uma relação harmônica-ruído (HNR) mais baixo fazem a voz soar mais agressiva. Tsai et al. (2010, p. 4) também fala sobre essa característica acústica de dinâmicas altas e baixos valores de HNR.

Os autores Tsai et al. (2010, p. 4) comentam sobre a ativação da musculatura abdominal, comparado ao momento em que nos preparamos para um ataque. Nessa ação, podem ser ativados os músculos abdominais para dar estabilidade à coluna, com adução das pregas vocais e estruturas supraglóticas. Como resultado, temos uma voz “rosnada” gerada pela vibração da laringe sob pressão supraglótica. Por esse motivo, a característica desses efeitos vocais na música traz a sensação de agressividade.

Sakakibara et al. (2000, p. 6) mostrou em seu estudo que, a atividade do músculo tireoepiglótico aumenta quando as pregas vestibulares estão contraídas, sugerindo que o mesmo pode gerar essa constrição nas pregas vestibulares.

Gentilucci et al. (2018, p. 1) fala que tipos de canto com características de vozes mais “ásperas” podem ser encontrados em músicas tradicionais como o Mongolian Throat Singing. É dito que além das pregas vocais, outras estruturas supraglóticas, como pregas vestibulares, cartilagens aritenóides, cuneiformes, pregas ariepiglóticas, epiglote e mucosa podem vibrar e modular a vibração das pregas vocais, tendo como resultado a criação de uma qualidade vocal áspera. Güths et al. (2021, p. 1) relata igualmente que há participação de estruturas do trato vocal na formação da estética de distorções vocais intencionais, podendo realizar-se os ajustes de uma forma saudável. Sakakibara et al (2004, p. 1) cita a presença de fonação mais rouca e áspera não só no canto, mas também em falas mais intensas, confirmando o estudo de Anikin et al. (2020, p. 9) que fala sobre fenômenos vocais não verbais, onde investigou-se a presença de vozes ásperas ou roucas durante a realização de suspiros, gemidos, rugidos e gritos por humanos (ANIKIN, 2020, p. 9). Sakakibara et al. (2004, p. 1) diz que essas características podem ser encontradas em vozes patológicas, o que requer observação fisiológica cuidadosa. Na área do canto pode não ser uma voz patológica e sim um recurso expressivo vindo de uma voz saudável (LOSCOS; BONADA, 2004, p. 1).

Uma parte importante do estudo de Sakakibara et al. (2004, p. 1) é quando fala que alguns cantores utilizam o efeito vocal ao longo da música e outros apenas em partes onde querem expressar uma ênfase ou dar algum tipo de efeito. Ambas as formas de uso requerem prática, mas, em especial, a utilização do efeito vocal de forma extensa requer muito treino, para não trazer prejuízos à saúde da voz.

Também foi comentado por Eckers et al. (2009, p. 4), em seu estudo envolvendo 7 cantores do subgênero death metal, que após duas horas de utilização da voz com o efeito growl, surgiram fatores de estresse vocais como rouquidão e sensação de garganta “arranhada”. Isso pode ter ocorrido por má aplicação da técnica ou outras causas não mencionadas. Nesta pesquisa foi utilizado um questionário, o Voice Handicap Index (VHI), não sendo o melhor método para investigar distúrbios de voz, segundo os autores. Então é sugerido triagem ou investigação clínica para chegar a um resultado mais apropriado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da literatura pesquisada, podemos concluir, respondendo à questão norteadora, que qualquer um dos efeitos vocais precisam de treino para serem realizados, do contrário podem causar disfonia. Quando este artista não está familiarizado com a técnica, o melhor a fazer é utilizar sintetizador ou conversor, que modifica a voz para o efeito pretendido (KATO; ITO, 2013, p. 2).

Em apenas um dos artigos pesquisados foi referida a presença de sintomas de disfonia após utilização da voz. Como as desordens na voz não faziam parte do objetivo do estudo em questão, foi sugerida uma investigação mais aprofundada, pelos próprios autores, para apurar a etiologia dos sintomas apresentados pelo cantor.

Considera-se importante mais estudos abordando a quantidade de tempo de performance viável e saudável para quem utiliza efeitos vocais de forma contínua, como os cantores de death metal. Espera-se, dessa forma, contribuir para futuros estudos nessa área, aumentando a quantidade de materiais sobre o assunto, em âmbito nacional.

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[1] Graduação em Fonoaudiologia. ORCID: 0000-0003-0454-9319.

[2] Orientadora.

Enviado: Dezembro, 2021.

Aprovado: Junho, 2022.

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Tadji Oliveira da Costa

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