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A enfermagem na prevenção da infecção do trato urinário relacionado ao cateterismo vesical de demora: revisão integrativa da literatura

RC: 22491
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CONTEÚDO

REVISÃO INTEGRATIVA

LEAL, Hellena Apparecida Nigro Ajala [1], CARDOSO, Walter Izequiel [2], ROCHA, Marcela Pioto [3]

LEAL, Hellena Aparecida Nigro Ajala. CARDOSO, Walter Izequiel. ROCHA, Marcela Pioto. A enfermagem na prevenção da infecção do trato urinário relacionado ao cateterismo vesical de demora: revisão integrativa da literatura. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 11, Vol. 03, pp. 24-34 Novembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

Introdução: A prevenção e controle de IH, se dá através do envolvimento de todos os profissionais de saúde, cumprindo as normas de proteção ao paciente, sendo a infecção do trato urinário (ITU) o grupo mais frequente, caracterizada pela inflamação das vias urinárias com sintomas associados e presença de bactérias na urina. A prevenção de infecção do trato urinário relacionada ao cateterismo vesical, sendo a principal assistência de enfermagem. Trata-se de uma prática rotineira e exclusiva do enfermeiro em ambiente hospitalar, onde exige técnica asséptica e cuidados qualificados. Objetivo: Analisar as evidências científicas disponíveis para a prevenção de infecção associada ao cateterismo vesical. Método: trata-se de um estudo bibliográfico de caráter exploratório do tipo revisão integrativa da literatura de abordagem descritiva e qualitativa, foi realizado a partir do estabelecimento de seis etapas: primeira etapa: identificação do tema e seleção da pergunta norteadora; segunda etapa: estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão; terceira etapa: identificação dos estudos selecionados; quinta etapa: análise e interpretação dos resultados; sexta etapa: apresentação da revisão e síntese do conhecimento. Resultados: após leitura analítica dos estudos selecionados, foram classificados em três categorias sendo elas: Manutenção do cateter vesical; Indicação e tempo de permanência; Educação Permanente da equipe de enfermagem. Conclusões: o processo de prevenção de infecção do trato urinário necessita de atenção e cuidados da equipe de enfermagem, investindo na atualização e educação permanente como prática do cuidado baseados em evidências.

palavraschave: Cateterismo urinário, Prevenção, Infecção Urinária

INTRODUÇÃO

As infecções Hospitalares (IH) tiveram início a partir da criação das instituições destinadas a tratar dos pacientes, por meio de procedimentos diagnósticos, terapêuticos e invasivos. Os fatores de risco são o próprio paciente, os procedimentos e o ambiente hospitalar. No Brasil aproximadamente de 3% a 15% dos pacientes hospitalizados desenvolvem IH 1,2.

O Ministério da Saúde, na Portaria nº2.616 de 12/05/1998, define Infecção Hospitalar como a infecção adquirida após a admissão do paciente na unidade hospitalar e que se manifesta durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares3.

O combate das IH vem de origens antigas, tendo como primeira referência o ano de 325 a.C., porém, apenas em 1950 foi criado na Inglaterra a primeira Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), hoje IH é uma grande preocupação para os órgãos de saúde, pois é um problema de ordem jurídica, social e ética, impactando na morbimortalidade, tempo de internação e gasto com tratamento terapêutico, causado sofrimento ao paciente e em seus familiares 4,5.

A prevenção e controle de IH, se dá através do envolvimento de todos os profissionais de saúde, cumprindo as normas de proteção ao paciente, sendo elas: lavagem das mãos com uso de antisséptico, uso de luvas não dispensa lavagem das mãos e uso de equipamentos de proteção individuais – EPI’s. Sendo a infecção do trato urinário (ITU) o grupo mais frequente, caracterizada pela inflamação das vias urinárias com sintomas associados e presença de bactérias na urina6.

O aumento de ITU no ambiente hospitalar está ligado a vários fatores dentre eles estão: sexo, disfunções anatômicas, idade, doenças associadas e subjacentes, local de internação, uso prévio de antibióticos, falta de precaução na utilização das técnicas de assepsia e de sondagem vesical, tempo de sondagem, higiene intima incorreta e técnicas impróprias de lavagem das mãos7,8.

Estima-se que as ITUs são responsáveis por 35-45% das infecções relacionadas a assistência de saúde (IRAS) em pacientes na fase adulta. Contudo, aproximadamente entre 16 e 25% dos pacientes hospitalizados são submetidos a passagem de um cateter vesical, de alívio ou demora, podendo ser por indicação médica, indicação clínica equivocada, inexistente ou até mesmo sem o conhecimento do médico9.

A sondagem vesical é um procedimento invasivo e que envolve riscos ao paciente, que está sujeito a infecções do trato urinário e/ou a trauma uretral ou vesical. Requer cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica, conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas e, por essas razões, no âmbito da equipe de Enfermagem, a inserção de cateter vesical é privativa do Enfermeiro, que deve imprimir rigor técnico-científico ao procedimento10.

A primeira referência de que se tem da utilização deste tipo de material está registrada na civilização egípcia que utilizava tubos ocos de cobre e laca e posteriormente com o surgimento do látex mole e do silicone chegou-se ao que conhecemos como cateter de Foley11.

O cateter de Foley é um dispositivo médico-hospitalar, estéril, invasivo, utilizado para a realização da cauterização urinária, procedimento muito utilizado na prática clínica da enfermagem. Este procedimento consiste na inserção da sonda através da uretra até a bexiga para drenagem. Seu uso direciona-se a pacientes que apresentam incontinência urinária, retenção urinária, avaliação exata do débito urinário, restrições pós-operatórias, coleta de amostras de urina, irrigação de bexiga ou instilação de medicamentos e nas cirurgias urológicas12.

Baseado nas nossas inquietudes surgiu a seguinte pergunta: quais são as evidências científicas que temos atualmente que auxiliem os enfermeiros a prevenir a infecção do trato urinário relacionado ao uso do cateterismo vesical de demora?

DESENVOLVIMENTO

Trata-se de um estudo bibliográfico de caráter exploratório do tipo revisão integrativa da literatura de abordagem descritiva e qualitativa. Foi realizada a partir do estabelecimento de 6 etapas: primeira etapa – identificação do tema e seleção da pergunta norteadora; segunda etapa – estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão; terceira etapa – identificação dos estudos selecionados; quarta etapa – categorização dos estudos selecionados; quinta etapa – análise e interpretação dos resultados; sexta etapa – apresentação da revisão e síntese do conhecimento.

Na primeira etapa foi estabelecida a pergunta norteadora que levou a investigação do tema abordado: quais são as intervenções de enfermagem para prevenir a infecção do trato urinário relacionado ao uso do cateterismo vesical de demora?

Para a segunda e terceira etapa, as publicações utilizadas foram coletadas nas bases de dados Scientific Electronic Library Online – SciELO, Biblioteca virtual de saúde – BVS e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS utilizando os descritores (DeCS): Cateterismo Urinário, Prevenção e Infecções Urinárias. Os critérios de inclusão utilizados foram: 1- periódicos publicados na íntegra; 2- no idioma português; 3- publicados no período de 2012 a 2017; 4- abordar as práticas de prevenção de infecção do trato urinário em pacientes submetidos ao cateterismo vesical de demora. Foram excluídas as publicações que não atenderam a qualquer um dos critérios acima citados.

Na quarta e quinta etapa, após leitura crítica dos artigos selecionados, os resultados obtidos foram categorizados de acordo com as intervenções de prevenção que os mesmo apresentaram em comum utilizando-se do instrumento para coleta de dados validado por Ursi, 2005 e as categorias estabelecidas foram fixação adequada, uso de técnica asséptica, volume de urina abaixo de três quartos da bolsa coletora, fluxo urinário desobstruídos, conhecimentos da enfermagem, durabilidade do CVD em pacientes cirúrgico, educação continuada e elaboração de protocolos e o tipo de material.

Para a sexta etapa, as evidências obtidas nos estudos selecionados foram analisadas e discutidas para fornecer uma estimativa das prevenções de infecção do trato urinário relacionadas ao cateterismo vesical de demora.

RESULTADOS

A revisão da literatura inicialmente resultou na obtenção de 17 artigos dos quais apenas 6 atenderam a todos os critérios de inclusão que foram estabelecidos e foram identificados conforme o Quadro 1.

Ano Título das publicações Autores
1 2017 Prevenção de infecção urinária: indicadores de qualidade da assistência de enfermagem em idosos. Arrais, E. L. M; Oliveira, M. L. C; Souza, I. D. B.
2 2016 Pós operatório de vulvectomia e cateterismo vesical de demora: revisão integrativa. Amaral, D.M; Coropes, V. B. A. S; Paula, C. L; et al.
3 2015 Controle de infecção em cateterismo vesical de demora em unidade de terapia intensiva Chaves, N. M. O; Moraes, C. L. K.
4 2013 Revisão integrativa: evidências na prática do cateterismo urinário intermitente/demora Ercole, F. E; Macieira, T. G. R; Wenceslau, L. C. C; Martins, A.R; et al.
5 2012 Infecção urinária em unidade de terapia intensiva: um indicador de processo para prevenção Menegueti, M. G; Martins, M. A; Canini, S. R. M. S; Basile-Filho, A; Laus, A. M.

QUADRO 1 – IDENTIFICAÇÃO DOS ESTUDOS SELECIONADOS

Fonte: Scientific Electronic Library Online – SciELO, Biblioteca virtual de saúde – BVS e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde – LILACS

DISCUSSÃO

Para facilitar a apresentação e a organização dos resultados e após leitura analítica dos estudos selecionados, os mesmos foram selecionados 3 categorias em comum com os principais métodos de prevenção da ITU relacionado ao cateterismo vesical de demora conforme exposto no gráfico abaixo.

MANUTENÇÃO DO CATETER VESICAL

O cateter vesical é um procedimento invasivo e estéril, sendo realizada a introdução de uma sonda vesical por meio do meato urinário até a bexiga, para drenagem de urina, esse procedimento é exclusivo do enfermeiro conforme COFEN10 o procedimento apesar de ser comum no dia a dia da enfermagem requer controle e assistência para o controle de infecção, devido a altas incidências de ITUs relacionada a tal procedimento7,13, 14.

A ITU merece uma atenção redobrada, pois representa a infecção hospitalar mais comum, sendo responsáveis por 35 a 45% de todas as infecções adquiridas no hospital, os riscos devem ser constantemente avaliados; fixação adequada: os estudos relacionados a essa categoria apontam que a fixação inadequada da sonda pode causar lesão uretral devido a tração durante a movimentação do paciente, refluxo do conteúdo e risco de infecção urinária2,7,15.

Os autores apontam que o lugar correto para a fixação nos homens deve ser localizado no hipogástrico e na mulher, na face interna da coxa. Estudos apontaram que o uso dessa técnica não é muito utilizado mesmo sendo ela um cuidado vital na manutenção do dispositivo1,7,15.

Segundo estudo de Arrais e Souza7 a bolsa coletora deve ficar abaixado do nível da bexiga, o seu sistema de drenagem deve ser fechado e o sistema de tubo coletor não deve ser desconectada. Potter16 afirma que o posicionamento incorreto da bolsa coletora pode causar poderá causar infecção devido o acúmulo de urina no tubo voltar ao tubo de drenagem para a bexiga, essa urina tem um grande acumulo de bactérias. Portando a equipe de enfermagem deve estar sempre atenta quando ao refluxo de urina quando a bolsa esta no mesmo nível do corpo o sistema deve ser fechado ao realizar procedimentos que precisem mudar a posição da bolsa15.

Devido o ambiente hospitalar apresentar grande veículo de infecção, a contaminação cruzada em pacientes cateterizados pode disseminar bactérias como: Proteus e P. aeruginosa, Pseudomonas spp, Enterobacter spp, enterococcus spp e Acinetobacter baumanii, são as principais responsáveis por bacteriúria associada ao cateter 7,13,15.

O fluxo urinário desobstruído deve ser observado para que não tenha obstrução segundo Chaves e Moraes15 o fechamento da válvula logo após o banho, dobras e coágulos presentes na extensão do sistema pode impedir o fluxo de urina. Apenas dois autores sugeriram como medida para redução do risco de infecção do trato urinário, o uso de cateter revestido com liga de prata. Devido à prata ser um antimicrobiano onde demonstrou ser eficaz contra agentes infecciosos. Porém, não foi encontradas bases cientificas que confirmem que cateteres revestidos de liga de prata diminuem a ITU 13,14.

O cateterismo vesical em pacientes cirúrgicos é indicado para prevenir complicações e estabelecer as funções fisiológicas. A retenção urinaria em pacientes cirúrgicos aponta que pacientes submetidos a cirurgias urológicas, ginecológicas, abdominais e pélvicas, devem ser cateterizados para prevenção da retenção urinaria no pós-operatório. Devido à retenção urinaria ser a incapacidade do paciente de esvaziar a bexiga, podendo causar dor e demora da cicatrização cirúrgica13,14.

INDICAÇÃO E TEMPO DE PERMANÊNCIA

O paciente para ser submetido ao cateterismo vesical deve ser feita uma avaliação criteriosa, A duração prolongada do cateter vesical deve ser avaliada conforme as condições clínicas do paciente, devido ao alto risco de infecção urinaria7,14.

ARRAIS, OLIVEIRA, SOUSA7, pontua que não são recomendados intervalos para a troca do cateter, resaltando que a avaliação diária e constante detecta o tempo hábil para troca através de sinais flogisticos que indiquem troca de todo o sistema.

Segundo AMARAL, COROPES13, o risco de infecção está associado ao tempo de permanência do cateter vesical, sendo de grande importância que os profissionais de enfermagem fiquem atentos para quaisquer sinais de complicações dos cateteres urinários.

EDUCAÇÃO PERMANENTE DA EQUIPE DE ENFERMAGEM

A qualidade da assistência de enfermagem é algo que deve ser amplamente discutido como um dos fatores primordiais para prevenção. Estudos realizados por Arrais, Oliveira e Souza7 diz que uma maneira de prevenção importante é a avaliação da qualidade das práticas assistenciais pela formulação de indicadores clínicos que deve ser feita através do registro de enfermagem.

O registro de enfermagem é amparo legal do profissional e comprovadamente o principal meio de comunicação interprofissional, pois além de indicar as ações, procedimentos e orientações prestadas ao cliente, pode-se obter informações que facilitam a continuidade da assistência e evitando danos que possam acontecer 7.

No estudo realizado por Chaves e Moraes15, foi evidenciado que quando abordado o tema sobre indicação do cateterismo urinário houve 100% de não conformidade demonstrado pela ausência de registros no prontuário quanto à indicação, cuidados prestados e tempo de permanência do cateter. Os autores referenciam que as instituições de saúde devem fazer uso de boas práticas para o controle de infecção, pois a enfermagem descuida-se das estratégias de intervenção para a melhoria da qualidade na prestação do cuidado.

Quando utilizamos indicadores para avaliação da assistência, devemos adotar padrões para medir e comparar a qualidade, pois é a Enfermagem que desempenha o cuidado direto ao paciente, além de ser o protagonista quando se diz respeito a prevenção. A implementação, avaliação e protocolos descritos por Arrais, Oliveira e Souza7 devem ser contínuos e evidência pelo papel do enfermeiro como líder para que todo o processo de prevenção seja efetivo.

A avaliação da qualidade das práticas voltadas diretamente para a assistência à saúde permite que seja possível a quantificação e o reconhecimento de um determinado problema, dando mais visibilidade para que seja tomada a ação necessária para diminuir ou erradicá-los15.

Apesar dos riscos que já ocorrem pela inserção do cateter vesical de demora e que é o enfermeiro o profissional responsável pela execução do procedimento, ficou evidenciado no estudo de Ercole et al,14, que as pesquisas clínicas realizadas por enfermeiros sobre o tema ainda são escassas e que são de extrema necessidade principalmente em relação ao tipo de cateterismo, manutenção e retirada do cateter e soluções para higienização periuretral.

Outra medida apresentada pelos estudos que se mostrou eficaz para evitar a infecção do trato urinário foi a educação em saúde. Deve-se enfatizar ao paciente a importância da higiene pessoal e os cuidados que se deve ter com o cateter e incluir a família ou os cuidadores para que eles também sejam orientados13.

Todos os estudos selecionados mostraram grande destaque e importância para capacitações relacionadas ao cateterismo vesical. A melhor estratégia para prevenção da infecção do trato urinário é investir no profissional que ali está todos os dias ao lado do paciente que tem conhecimentos científicos para prestar todos os cuidados, mas há uma carência relacionada aos investimentos em capacitação. A capacitação das equipes resulta na intensificação da vigilância e consequentemente uma diminuição das falhas que possam levar ao risco de infecção como, por exemplo, falhas relativas à higiene íntima do paciente, desinfecção após desprezar a diurese, na identificação dos dispositivos e anotações documentais dos procedimentos15.

Sendo assim, em razão as diversas dificuldades das instituições na prevenção, sugere-se no estudo de Chaves e Morais15, a adoção da normatização pela CCIH da avaliação e divulgação dos dados sobre a vigilância das infecções, formação de um comitê na instituição para discussão de estudos de caso, regularidade nas capacitações das equipes e adoção dos registros de indicação e tempo de permanência do cateter no prontuário pela equipe de enfermagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observaram-se em todos os trabalhos científicos que os principais autores eram enfermeiros, resaltando a importância da autoavaliação do enfermeiro e sua participação ativa na manutenção e prevenção de infecção em cateter vesical construindo normas, protocolos, rotinas e instrumentos de trabalho para atualização do conhecimento e assistência melhorada através da boa prática do controle de infecção.

Conforme baseado nas análises dos estudos selecionados, podemos afirmar que os objetivos inicialmente propostos foram atingidos, assim concluímos que a ITU é uma das complicações relacionadas diretamente ao procedimento de cateterismo vesical. Nos estudos analisados podemos identificar que a manutenção do cateterismo tem sido realizada sem segurança e sem finalidade, mesmo existindo protocolos publicados e atualizações sobre instalações, percebemos que hoje a prevenção enfrenta muitas dificuldades, principalmente no acompanhamento dos procedimentos.

Se faz necessário que os enfermeiros se conscientizem do seu papel de educadores e não deleguem a outro profissional este procedimento que é exclusivo no do seu exercício profissional e não limitar ao setor responsável pela educação permanente ou a coordenadores do setor, toda a responsabilidade pela capacitação de sua equipe. Ao enfermeiro assistente incube-se o papel de líder, no sentido de orientar e supervisionar, o que capacita cada vez mais sua equipe e se traduz num maior comprometimento com a qualidade do cuidado e prevenção de eventos adversos.

Por fim conclui-se que é evidente que a equipe de Enfermagem precisa identificar os cuidados com o cateter vesical de demora como um procedimento complexo e que exige rotina específica. Deve-se utilizar os diversos métodos de prevenção que foram expostos neste estudo para que a cada dia a qualidade da assistência seja melhorada e consequentemente ocorra a prevenção da infecção do trato urinário relacionado ao cateterismo vesical.

REFERÊNCIAS

    1. MENEGUETI, M. G.; MARTINS, M. A.; CANINI, S. R. M. S.; FILHO, A. B.; LAUS, A. M. Infecção Urinária em Unidade de Terapia Intensiva: um indicador de processo para prevenção. Rev. Rene. Ribeirão Preto – SP, 2012
    2. SOUSA, A. F. L.; OLIVEIRA, L. B.; MOURA, M. E. B.; Perfil Epidemiológico das infecções hospitalares causadas por procedimentos invasivos em Unidade de Terapia Intensiva. Rev. Pre. Infec e Saúde. Piaui, 2016
    3. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº2616, de 12 de maio de 1998. Diário Oficial da União, República Federal do Brasil. Brasília – DF, 1998
    4. GIAROLA, L. B.; BARATIERI, T.; COSTA, A. M.; BEDENDO, J.; MARCON, S. S.; WAIDMAN, M. A. P. Infecção Hospitalar na perspectiva dos profissionais de enfermagem: um estudo bibliográfico. Brasil, 2012
    5. GARCIA,L. M.; CÉSAR, I. C. O.; BRAGA,C. A.; SOUZA, G. A. A. D.; MOTA, E C. Perfil epidemiológico das infecções hospitalares por bactérias multidrogarresistentes em um hospital do norte de Minas Gerais. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção. Brasil, 2013
    6. JORGE, M. B.; MAZZO, A.; MENDES, I. A. C.; TREVIZAN, M. A.; MARTINS, J. C. A.; Infecção do trato urinário relacionado com o uso do cateter: revisão integrativa. Revista de Enfermagem. Ribeirão Preto- SP, 2013
    7. ARRAIS, E. L. M.; OLIVEIRA, M. L. C.; SOUSA, I. D. B.; Prevenção de infecção urinária: indicadores de qualidade da assistência de enfermagem em idosos. Rev. Enferm UFPE on line. Recife, 2017
    8. FLORES, V. G. T.; JÚNIOR, M. A. F. Fatores de risco para infecção do trato urinário dos pacientes submetidos ao procedimento de cateterismo vesical de demora e suas implicações para a enfermagem. Rev. Cientifica Indexada Lnkania Júnior, Rio Grande do Norte, ano 2 – nº3 abril/julho 2012
    9. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviço de Saúde. Medidas de Prevenção Relacionada à Assistência Saúde. Brasil, p.54 – 2017
    10. Conselho Federal de Enfermagem – COFEN [página da internet]. Resolução cofen nº 0450/2013 Normatiza o procedimento de Sondagem Vesical no âmbito do Sistema Cofen / Conselhos Regionais de Enfermagem. [Acesso em 2017 out. 10]; Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-04502013-4_23266.html.
    11. MAZZO, A.; BARDIVIA, C. B.; JORGE, B. M.; JUNIOR, V. D. S.; FUMINCELLI, L.; MENDES, I. A. C.; Cateterismo urinário de demora: prática clínica.
    12. MAZZO et al. Cateter urinário: Mitos e rituais presentes no preparo do paciente. Acta Paul Enferm. 2012;25(6):889-94.
    13. AMARAL, D. M.; COROPES, A. S.; PAULA, C. L.; VIDAL, M. L. B. Pós-operatório de vulvectomia e cateterismo vesical de demora: revisão integrativa. Rev. Enferm. UfPE on line. Recife, 2017
    14. ERCOLE, F. F.; MACIEIRA, T. G. R.; WENCESLAU, L. C. C.; MARTINS, A. R.; CAMPOS, C. C.; CHIANCA, T. C. M. Revisão integrativa: evidências na prática do cateterismo urinário intermitente / demora. Rev. Latino-Am. Enfermagem. Belo Horizonte – MG, 2013
    15. CHAVES, N. M. O.; MORAES, C. L. K. Controle de infecção em cateterismo vesical de demora em unidade de terapia intensiva. Rev. Enfermagem do Centro Oeste Mineiro. São José – SC, 2015
    16. POTTER, P.; PERRY, A. Fundamentos de enfermagem. 8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013

[1] Graduanda na Universidade Anhembi Morumbi.

[2] Graduando na Universidade Anhembi Morumbi.

[3] Docente na Universidade Anhembi Morumbi, Especialista em Enfermagem em Urgência e Emergência.

Enviado: Outubro, 2018

Aprovado: Outubro, 18

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