REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

Efeitos da hidroterapia nas disfunções motoras da Doença de Parkinson

RC: 43155
2.056
5/5 - (11 votes)
DOI: ESTE ARTIGO AINDA NÃO POSSUI DOI
SOLICITAR AGORA!

CONTEÚDO

DISSERTAÇÃO

ALBUQUERQUE, Dayanne Cunha [1], FARIA, João Luiz Coelho de [2]

ALBUQUERQUE, Dayanne Cunha. FARIA, João Luiz Coelho de. Efeitos da hidroterapia nas disfunções motoras da Doença de Parkinson. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 01, Vol. 02, pp. 115-150. Janeiro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/efeitos-da-hidroterapia

RESUMO

A doença de Parkinson é uma afecção de origem neurológica, crônica que apresenta degeneração progressiva. Ocorre devido à morte de neurônios produtores de dopamina, localizados na substância negra dos núcleos da base. Quando a deficiência de dopamina chega a seu nível caótico os sintomas principalmente motores da doença são manifestados, sendo os principais: bradicinesia, tremor de repouso, rigidez muscular, instabilidade postural e distúrbios da marcha. Os sintomas da doença interferem diretamente na independência funcional do indivíduo, sendo necessária além da terapia farmacológica, que é a base do tratamento, recursos terapêuticos para a minimização dos sintomas e realização das suas atividades de vida diárias. A fisioterapia apresenta muitos recursos para este fim. A hidroterapia é a realização de exercícios dentro de uma piscina terapêutica com água aquecida, provoca efeitos em diversos sistemas do corpo humano, sendo uma proposta interessante para o tratamento de pacientes com doenças neurológicas. O presente estudo objetivou conhecer os efeitos da hidroterapia nas disfunções motoras causadas na doença de Parkinson. Foi realizado um estudo descritivo, utilizando dados existentes na literatura entre os anos de 2000 e 2015. A hidroterapia tem se mostrado eficiente na melhora das funções motoras acometidas pela doença de Parkinson, a imersão em água aquecida aumenta os níveis de dopamina circulante, favorecendo o aprendizado motor.

Palavras-chave: Doença de Parkinson, hidroterapia, fisioterapia.

INTRODUÇÃO

Há quase dois séculos conhecida, a doença de Parkinson trata-se de um distúrbio neurológico, crônico e potencialmente degenerativo. Ela acomete componentes dos núcleos da base, estruturas localizadas em áreas do encéfalo. Na área chamada substância negra, estão localizados neurônios que produzem o neurotransmissor dopamina, que tem papel na neuromodulação motora. A dopamina produzida é liberada e segue para os receptores localizados no corpo estriado, onde se acopla e faz a transdução do sinal, realizando seus efeitos de controle dos movimentos. Ocorrem eventos que exterminam grande parte dos neurônios dopaminérgicos, como são chamadas as células nervosas que produzem dopamina. (BRUNTON, 2012).

A deterioração de neurônios dopaminérgicos da substância negra leva a um baixo fornecimento de dopamina para o corpo estriado, chegando a menos de 20% dos níveis normais, são evidenciados distúrbios motores característicos da doença de Parkinson: rigidez da musculatura estriada esquelética, bradicinesia, tremor presente no repouso, instabilidade postural e distúrbios da marcha. Ocorrem também, distúrbios não motores. (BRUNTON, 2012).

A doença de Parkinson atinge cerca de 1% da população geral de homens e mulheres com faixa etária maior que 55 anos de idade. O processo de envelhecimento normal do sistema nervoso é agravado pela morte de neurônios dopaminérgicos, justificando os intensos distúrbios motores observados.  (BRUNTON, 2012).

A base do tratamento da doença de Parkinson é a terapia farmacológica. O medicamento mais conhecido e utilizado é o Levodopa, que faz a reposição da dopamina que está em falta. Porém, a dopamina em si não pode ser administrada de forma exógena, pois ela não consegue atravessar a barreira hematoencefálica. São utilizados percursores dela, que atravessam a barreira e se convertem no neurotransmissor desejado, estes por sua vez se ligam nos receptores, desencadeando os seus efeitos. (FUCHS; WANNMACHER, 2014).

Sabe-se que a terapia farmacológica deve ser associada ao tratamento fisioterapêutico, para a prevenção, diminuição de comprometimentos, e manutenção de um estado funcional mais próximo possível do normal. A fisioterapia é um programa de atividades personalizadas, montado a partir de uma anamnese e avaliação física detalhadas, com objetivo de proporcionar melhora da sua funcionalidade e bem-estar geral. (BRUNTON, 2012).

Uma técnica muito utilizada no tratamento da doença de Parkinson é a hidroterapia, a cinesioterapia e seus procedentes realizados dentro de uma piscina aquecida, beneficiando o usuário através da potencialização de sua intervenção nos diversos sistemas fisiológicos. Há forças atuando a todo o momento no corpo imerso, como por exemplo: a pressão hidrostática, o empuxo, a viscosidade, fluxo laminar, fluxo turbulento, calor, dentre outras. (SILVA; BRANCO, 2011).

O presente estudo objetivou conhecer os efeitos da Hidroterapia nas principais disfunções motoras causadas pela doença de Parkinson. Especificamente, descrever: a neuroanatomia funcional e vias motoras dos núcleos da base, suas deficiências e consequentes disfunções motoras, aspectos gerais sobre a doença de Parkinson, aspectos gerais sobre a Hidroterapia, por fim, os efeitos da Hidroterapia na bradicinesia, tremor de repouso, rigidez muscular, instabilidade postural e distúrbios da marcha.

A escassez de pesquisas sobre o tema demonstra que a relevância deste estudo se baseia em informar à sociedade, através de dados da literatura, os efeitos da hidroterapia como modalidade terapêutica atuante no sistema motor alterado pela doença de Parkinson.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 NEUROANATOMIA FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO

Classicamente, o sistema nervoso pode ser dividido em: sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. (MACHADO, 2006).

O sistema nervoso central é composto por encéfalo e medula espinhal. O encéfalo é constituído por: bulbo, ponte e mesencéfalo, em conjunto chamados de tronco encefálico, mais caudal; o cerebelo, ventral ao bulbo; e diencéfalo e telencéfalo que formam o cérebro, mais cranial. (MACHADO, 2006).

No sistema nervoso central estão localizados os núcleos da base, com importantes funções, dentre elas, o adequado funcionamento do sistema motor complexo. (MACHADO, 2006).

O sistema nervoso periférico é dividido em sistema somático, que relaciona o indivíduo com o ambiente e o autônomo, dividido em simpático e parassimpático, responsáveis pelo funcionamento de os órgãos e vísceras.  É constituído de nervos, gânglios e terminações nervosas. Os nervos são a ponte de ligação entre o sistema nervoso central e o periférico. Os que unem o encéfalo à periferia são chamados de nervos cranianos, e os que partem da medula espinhal são os nervos espinhais. (MACHADO, 2006).

Os nervos são constituídos de fibras nervosas sensitivas e motoras saídas do encéfalo e medula, revestidos basicamente por fibras colágenas. Existem 31 pares de nervos espinhais e 12 pares de nervos craniais. (MACHADO, 2006).

Os gânglios são dilatações no nervo que ocorrem devido ao acúmulo de corpos celulares de neurônios no sistema nervoso central ou periférico, eles (MACHADO, 2006).

As terminações nervosas são o final das fibras nervosas, localizam-se na periferia. Podem ser aferentes, levando estímulos sensitivos ao sistema nervoso central, ou eferentes, recebendo comandos e transmitindo ao tecido alvo. (MACHADO, 2006).

2.1.1 OS NÚCLEOS DA BASE

Núcleo é o agrupamento de corpos celulares de neurônios com características semelhantes. Os núcleos da base, também chamados de gânglios da base, localizam-se no encéfalo, em áreas do diencéfalo e mesencéfalo, entre o córtex e o tálamo. Eles podem ser divididos em: núcleo caudado, putâmen, globo pálido interno e externo, núcleo subtalâmico e substância negra parte compacta e parte reticular. (MACHADO, 2006).

2.2 TECIDO NERVOSO

O tecido nervoso é composto por duas variedades de células, os neurônios e as células da glia, também chamadas de células gliais ou neuróglias. Os neurônios são células que recebem e trocam informações com outros neurônios, células musculares, ou epiteliais. Não possuem capacidade regenerativa, após o nascimento, as células nervosas que morrem não são substituídas. Eles possuem três constituições: corpo celular, dendritos e axônio. (MACHADO, 2006).

2.2.1 POTENCIAL DE AÇÃO DO NERVO

Quando estão polarizadas ou em repouso, as membranas nervosas apresentam carga negativa, em torno de – 90 milivolts. Tal negatividade é atribuída à bomba de sódio e potássio, que envia dois íons de potássio para o interior da célula e retira dela um íon sódio. (HALL; GUYTON, 2012).

A membrana nervosa está em repouso, e então os componentes do nervo recebem estímulos suficientes para desencadear a despolarização da membrana, deixando-a susceptível à entrada de íons sódio, devido à abertura dos canais de sódio dependentes de voltagem, a membrana é tomada por alta positividade, o estímulo se propaga por todo neurônio, até o seu final. A própria positividade estimula o fechamento dos canais de sódio e a abertura dos canais de potássio, com grande influxo deste íon, dando retorno à negatividade da membrana, processo chamado de repolarização. (HALL; GUYTON, 2012).

Como citado anteriormente, as células da glia são uma espécie de ajudantes dos neurônios, envolvendo, sustentando e nutrindo-os. Existem vários tipos destas células, sendo que a principal neuróglia do sistema nervoso central são os oligodendrócitos, que envolvem o axônio dos neurônios e produzem a bainha de mielina, uma barreira lipídica isolante com interrupções, onde estão os nodos de Ranvier, ricos em canais de sódio, onde os estímulos saltam, e conduzem os estímulos com maior velocidade. (MACHADO, 2006).

2.2.2 SINAPSE

A sinapse é a transmissão de informações entre células nervosas, musculares ou epiteliais. As sinapses podem ser químicas ou elétricas. (GUYTON; HALL, 2012).

2.2.2.1 SINAPSE ELÉTRICA

Na sinapse elétrica, há canais chamados junções comunicativas (gap), onde a informação de uma célula nervosa passa para a outra célula de capacidade receptível que esteja bem próxima. (GUYTON; HALL, 2012).

2.2.2.2 SINAPSE QUÍMICA

As transmissões nervosas do sistema nervoso central são em sua grande maioria químicas, que utilizam uma substância neurotransmissora para passar informações de uma célula para a outra. Ocorre um estímulo suficiente para desencadear o potencial de ação, na parte final do axônio o neurotransmissor é liberado das vesículas que o armazenavam e liga-se aos receptores da outra célula. Os estímulos chegam à célula receptora, promovendo a propagação da informação, podendo esta ser excitatória ou inibitória.  (GUYTON; HALL, 2012).

2.2.3 NEUROTRANSMISSORES

Os neurotransmissores são substâncias químicas que enviam a informação de uma célula nervosa, para outra célula nervosa, muscular ou epitelial. Existem dois grupos de moléculas que realizam a transmissão de informações: o das moléculas pequenas, de ação fugaz; e o das moléculas grandes, chamados de neuropeptídios, de ação latente. (HALL; GUYTON, 2012).

2.2.3.1 CLASSE DOS AMINOÁCIDOS

Na classe dos aminoácidos, estão presentes pequenas moléculas, como o glutamato e o ácido gama-aminobutírico (GABA). (CURI; PROCOPIO, 2009).

2.2.3.2 CLASSE DAS AMINAS BIOGÊNICAS

Pertencem à classe das aminas biogênicas pequenas moléculas como a dopamina, noradrenalina, adrenalina, acetilcolina, serotonina e histamina. (CURI; PROCOPIO, 2009).

A dopamina é formada a partir da ação da tirosina hidroxilase sobre a tirosina, convertendo-a em l-dopa, que por sua vez é transformada em dopamina pela dopa-descarboxilase. Após sua produção, é armazenada em vesículas, quando liberada, parte liga-se aos seus receptores D1, D2, D3, D4 e D5, outra parte é recaptura para o terminal pré-sináptico e uma fração é rapidamente degradada pela enzima monoamina oxidase (MAO) e catecol-o metiltransferase (COMT). A dopamina é fundamental na aprendizagem motora, e é liberada em situações motivadoras. (KOEPPEN; STANTON, 2009; BRUNTON, 2012).

2.2.3.3 CLASSE DOS NEUROPEPTÍDIOS

A classe dos neuropeptídios é composta por moléculas grandes, como por exemplo, a substância p, presente na irritação tecidual e sensação de dor. (CURI; PROCOPIO, 2009).

2.3 SISTEMA MOTOR

O sistema motor segue uma hierarquia, onde estruturas do encéfalo controlam as funções do tálamo e do tronco encefálico, que mandam ordens para os neurônios de ação motora da medula espinhal. Ele é um elaborador do comportamento humano, influenciando no seu andar, vestir, levantar, sentar, pegar, e assim por diante. (CURI; PROCOPIO, 2009).

2.3.1 VIAS MOTORAS BASAIS

O estriado é uma espécie de gerenciador funcional dos núcleos da base, recebe estímulos de diferentes zonas cerebrais. Em sua grande parte, há células nervosas responsáveis pela inervação dos outros componentes basais. Uma menor parcela é constituída por neurônios que realizam uma auto inervação, conhecidos como interneurônios, ele utilizam para isso o neurotransmissor acetilcolina. O estriado recebe aferências e pode responder através da via direta ou pela via indireta. (BRUNTON, 2012).

Os neurônios estriatais da substância negra reticular (SNr)  e do globo pálido interno (GPi), pela ação do neurotransmissor GABA, estimulam o aumento das eferências excitatórias do tálamo sobre o córtex cerebral. A via indireta por sua vez é iniciada por neurônios do globo pálido externo (GPe), que por atuação GABA enviam estímulos inibitórios ao núcleo subtalâmico (NST), e este utiliza neurotransmissão glutamatérgica para estimular a substância negra reticular e globo pálido interno, diminuindo as eferências excitatórias do tálamo sobre o córtex cerebral. (BRUNTON, 2012).

Os neurônios estriatais da via direta possuem predominantemente receptores dopaminérgicos do tipo D1, que quando a dopamina se liga neles, provoca ação excitatória, intensificando a função que a via direta tem de estimular o córtex. Já os receptores da via indireta são em sua maioria do tipo D2, que após o acoplamento dopamínico promovem a diminuição do funcionamento da vida indireta. (BRUNTON, 2012).

Assim, enquanto a ação da dopamina em receptores D1 excita o córtex, em D2 ela age fazendo uma estimulação indireta do córtex, pois inibe a via que iria diminuir os estímulos. Com isso, os impulsos nervosos deixam o tálamo em direção ao córtex e o circuito motor é iniciado. (BRUNTON, 2012).

A área motora suplementar recebe aferências do estriado, é ativada e comandos de movimentos de complexidade descem para a medula, que repassa a ordem para a periferia, onde os músculos esqueléticos executam os movimentos desejados. (MACHADO, 2006).

2.3.2 O SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO

O sistema musculoesquelético é composto por células e tecido conjuntivo, está ligado aos ossos através dos tendões. A contração da musculatura permite a execução de movimentos. (CURI; PROCOPIO, 2009).

Cada músculo é composto por várias fibras musculares, e cada uma delas é envolvida pelo sarcolema, a membrana plasmática do músculo. Um músculo é o resultado do agrupamento de várias fibras musculares, que são dispostas em fascículos ou feixes, envoltos por um tecido conjuntivo chamado epimísio. Cada fascículo é recoberto pelo perimísio, e cada fibra é revestida pelo endomísio. (CURI; PROCOPIO, 2009).

2.3.2.1 CONTRAÇÃO MUSCULAR ESQUELÉTICA 

O sistema nervoso central inicia o circuito motor e manda que ocorra a liberação de um neurotransmissor, que se acopla em seu receptor e passa a informação para frente, através de sinapses químicas, até chegar à placa motora, chamada também de placa terminal ou junção neuromuscular, onde os terminais axônios liberam o neurotransmissor acetilcolina, que se liga nos receptores nicotínicos N2 presentes no sarcolema, o cálcio é liberado do retículo sarcoplasmático para as miofibrilas, os filamentos de actina deslizam por cima dos filamentos de miosina e o músculo esquelético contrai, utilizando para isso, um ATP (adenosina trifosfato). (CURI; PROCOPIO, 2009).

2.4 CONTROLE POSTURAL

O controle postural é a capacidade de o indivíduo manter o tronco ereto e realizar movimentos corporais sem grandes alterações e sem cair. Ele é obtido pela ação conjunta dos sistemas somatossensitivo, vestibular e visual, que recebem estímulos, encaminham para o sistema nervoso central que processa as informações e promove respostas para a obtenção, recuperação ou manutenção de uma postura estável. (FUKUNAGA et al, 2014).

2.4.1. SISTEMA SOMATOSSENSITIVO

O sistema somatossensitivo informa o sistema nervoso central sobre a posição e a movimentação corporal, tendo como base a superfície a qual o indivíduo está apoiado. Essas informações são passadas através da captação de estímulos pelos receptores, como os fusos da musculatura e os tendões de Golgi, que disparam quando os músculos são excessivamente tensionados; receptores localizados nas articulações, que captam a movimentação e tensão articular; e os receptores mecânicos da pele, que reconhecem estímulos vibratórios. (COOK; WOLLACOTT, 2003).

2.4.1.1 SISTEMA VESTIBULAR

O sistema vestibular informa ao sistema nervoso central a posição e a movimentação cefálica durante a ação da gravidade e da inércia, quando o corpo está parado. Os receptores seminucleares percebem movimentos bruscos da cabeça, como tropeços, por exemplo. Os otólitos detectam movimentos lentos, como o de inclinar a cabeça para frente. (COOK; WOLLACOTT, 2003).

2.4.1.2 SISTEMA VISUAL

O sistema visual informa ao sistema nervoso central a posição e a movimentação da cabeça com os objetos ao redor e a movimentação da cabeça. (COOK; WOLLACOTT, 2003).

2.4.2 POSTURA IDEAL

Na postura ortostática ideal atuam os músculos extensores do tronco, cabeça, pescoço, flexores e extensores do quadril, que dão estabilidade. Na postura correta, a cabeça deve estar em posição neutra, pescoço com leve convexidade anterior, tórax dorsal com leve convexidade posterior, lombar com leve convexidade anterior, quadril neutro com espinhas anteriores do ilíaco ao nível da sínfise do osso púbis, joelhos e tornozelos neutros. (KENDALL, 2007).

Na posição de pé, a postura estável é obtida pelo trajeto do centro de massa corporal nos limites do suporte de base em que o centro de massa corporal de um indivíduo pode ser deslocado durante seus movimentos funcionais, ocorridos em planos e eixos. (DINIZ et al, 2011).

2.4.2.1 PLANOS E EIXOS

A postura ereta é anatomicamente descrita como cabeça na linha média, braços ao lado do corpo, mãos abertas com as palmas para cima. (KENDALL, 2007).

Planos são linhas imaginárias utilizadas para dividir o corpo em três dimensões. Os eixos são angulações onde ocorrem os movimentos. Existem três planos: sagital, frontal e transversal. Para cada plano existe um eixo, que permitem a realização diferentes movimentos.  (KENDALL, 2007).

2.4.2.1.1 PLANO SAGITAL

O plano sagital é verticalizado, divide o corpo nas partes direita e esquerda. O eixo sagital permite os movimentos de aproximação e afastamento do corpo, ou seja, adução e abdução. (KENDALL, 2007).

2.4.2.1.2 PLANO CORONAL

O plano coronal ou frontal é verticalizado, divide o corpo nas partes anterior e posterior. O eixo frontal permite os movimentos de dobrar e esticar, ou seja, flexão e extensão. (KENDALL, 2007).

2.4.2.1.3 PLANO TRANSVERSAL

O plano transversal é horizontalizado, divide o corpo nas partes superior e inferior. O eixo longitudinal permite os movimentos rotacionais para dentro e para fora, ou seja, rotação medial e rotação lateral. (KENDALL, 2007).

2.4.2.2 CENTRO DE MASSA CORPORAL

O centro de massa corporal é o local de encontro dos três eixos. A gravidade exerce força atrativa sobre o corpo de forma verticalizada, de cima para baixo, determinando o peso do corpo no solo. O centro de massa faz com que o corpo permaneça equilibrado em todas as posições. No adulto, se localiza minimamente à frente da segunda protrusão óssea do osso sacro, e é o local onde passa a linha da gravidade (LG). (KENDALL, 2007).

2.5 A MARCHA

A marcha, ou o caminhar é um constante cair frontal seguido de apoio e recuperação. Para a eficácia de sua execução, é fundamental um bom equilíbrio postural estável e dinâmico, necessitando para isso, a integridade dos sistemas nervoso e muscular. Ocorre em ciclos. (MAGEE, 2010).

2.5.1 CICLOS DA MARCHA

Um ciclo é o período em que um pé leva para tocar o chão novamente. A marcha ocorre pela sucessão de vários ciclos. Cada ciclo é dividido e duas fases: fase de apoio e fase de balanço. (MAGEE, 2010).

2.5.2 DETERMINANTES DA MARCHA

As determinantes da base são a largura da base, o comprimento do passo, a passada e cadencia. (MAGEE, 2010).

2.6 DOENÇA DE PARKINSON

A doença de Parkinson não tem cura, sendo então, crônica, leva a uma degeneração progressiva do sistema nervoso do indivíduo. Nela, os neurônios produtores de dopamina, localizados na parte compacta da substância negra e no núcleo pedunculopontino morrem, onde as células nervosas sobreviventes apresentam corpos de Lewy, que são organelas eosinófilas com citoplasma. A queda de produção e disseminação de dopamina para as vias dependentes de dopamina, levando principalmente, a déficits motores. (AZEVEDO; CARDOSO, 2009; FAHN; PRZEDBORSKI, 2002 apud ZAVARIZ; LIMEIRA, 2012).

2.6.1 HISTÓRICO

A doença de Parkinson foi descrita em 1817 pelo médico James Parkinson, onde após analisar seis pacientes, publicou em Londres um estudo sobre a doença, a qual chamou de ”paralisia agitante”. Um século após, cerca de 50 anos depois, o médico neurologista Jean Martin Charcot, de origem francesa, aprofundou-se no estudo da doença, descobrindo outros sintomas e divulgando para a sociedade denominando-a de Doença de Parkinson em homenagem a quem iniciou o seu desbravamento. (ANDRADE, 2005; TEIVE; MENESES, 2003; PARKINSON, 1817 apud PAIXÃO et al, 2013).

2.6.2 EPIDEMIOLOGIA

A doença de Parkinson é a segunda doença neurológica mais comum, ficando atrás apenas do Alzheimer. Segundo a Associação Brasileira de Parkinson, no ano de 2009 havia aproximadamente 200 mil indivíduos diagnosticados com a doença. Ela acredita ainda, que todos os anos, somam-se 20 novos casos para um grupo de 100 mil pessoas. No mesmo ano, números do Ministério da Previdência Social e INSS a apontam como a doença neurológica responsável pelo maior número de aposentadorias concedidas por invalidez do sistema neurológico. (BRASIL, 2009 apud ZAVARIZ; LIMEIRA, 2012).

2.6.3 ETIOPATOGENIA

A causa e desenvolvimento mais aceitos para a doença de Parkinson é a de origem multifatorial, onde a expressão genética é influenciada pelo ambiente. Ela não faz distinção de tipo de pele, raça, nível socioeconômico, e nem mesmo sexo. Inicia-se geralmente, após os 50 anos de idade. (MENESES; TEIVE, 2003; ROJO; CORBELLA, 2009; FAHN; PRZEDBORSKI, 2002; LANA et al, 2007 apud ZAVARIZ; LIMEIRA, 2012).

2.6.3.1 FATORES GENÉTICOS

A respeito dos fatores genéticos, é constatado que os genes que estão mutados na doença de Parkinson interferem nas proteínas, alterando suas estruturas e funções. São conhecidos cerca de onze genes: Park 01, Park 02, Park 03, Park 04, Park 05, Park 06, Park 07, Park 08, Park 09, Park 10 e Park 11, que deixa os indivíduos expostos à ação de substâncias tóxicas. (GODEIRO et al, 2007 apud ZAVARIZ; LIMEIRA, 2012).

2.6.3.2 AÇÕES TÓXICAS

Acredita-se numa ação tóxica associada à perda progressiva e contínua de dopamina previamente esperada após a segunda década de vida de qualquer indivíduo, aumentando com o passar dos anos. (ZAVARIZ; LIMEIRA, 2012).

Na doença de Parkinson, há um estresse oxidativo, com desequilíbrio entre radicais livres e agentes antioxidantes. A depleção de dopamina associada à abundância de ferro gera acúmulo de radicais livres do tipo hidroxila, acelerando o processo de degeneração das células nervosas da substância negra. (ZAVARIZ; LIMEIRA, 2012).

2.6.4 FISIOPATOLOGIA

Na doença de Parkinson, a baixa oferta de dopamina para o estriado gera perda da sua excelência neuromodulatória no circuito motor. Ela não estimula quem ela deve estimular, e não inibe quem ela deve inibir, para que o funcionamento do circuito seja satisfatório. Ocorre exatamente o contrário, pois a via indireta, que diminui as eferências que excitam o córtex, estão funcionando plenamente, e não há dopamina suficiente para ligar-se nos receptores D2 e ter sua atividade minimizada. (BRUNTON et al, 2012).

Além disso, a via direta também está comprometida, havendo pouca oferta de dopamina disponível para que haja o acoplamento nos receptores D1, há poucas eferências chegando ao córtex para estimulá-lo, com consequente déficit motor. (BRUNTON et al, 2012).

2.6.5 SINTOMAS DA DOENÇA DE PARKINSON

Os sintomas tornam-se evidentes quando existe menos de 40% de células nervosas dopaminérgicas, e quando o fornecimento do produto delas para o estriado é menor que 20%. (BRUNTON et al, 2012).

Os principais sintomas são motores, porém existem outros que são não motores, muitos deles associados ao sistema nervoso autônomo. (DOE; JOBST, 2015).

2.6.5.1 SINTOMAS MOTORES

Função é o desempenho de uma atividade de forma controlada pelo sistema nervoso central, que requer para isso tônus adequado da musculatura, bom funcionamento sensorial, força muscular e boa amplitude de movimentos. Quando um desses fatores está alterado, o indivíduo terá disfunções motoras ou deficiências funcionais. Os sintomas motores da doença de Parkinson levam a potenciais disfunções. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

Os sintomas motores de maior incidência são: bradicinesia, tremor de repouso, rigidez muscular, instabilidade postural e distúrbios da marcha. (STURMAN et al, 2007 apud GONÇALVES; LEITE;PEREIRA, 2011).

2.6.5.1.1 BRADICINESIA

Acredita-se que a bradicinesia, é provocada pela baixa estimulação das áreas corticais motoras. Ocorre a diminuição da amplitude e há lentidão dos movimentos (DOE; JOBST, 2015).

Torna-se difícil iniciar os movimentos, como um carro que demora a engrenar. A pobre e lenta resposta automática prejudicam as reações de equilíbrio, oferecendo riscos à sua integridade física. (WILLIAMS; OXTOBY, 2000; REIS, 2004, DIAS et al, 2005; SANCHEZ et al, 2008 apud SOARES; PEYRÉ-TARTARUGA, 2010).

2.6.5.1.2 TREMOR DE REPOUSO

O tremor de repouso é causado pela diminuição de dopamina associada às vias eferentes basais para o tálamo em perfeito estado, vias basais e cerebelo para o núcleo rubro lesionadas. (DOE; JOBST, 2015).

Na maioria dos casos, o tremor é o primeiro sintoma observado na doença de Parkinson. Ele ocorre quando o indivíduo está em repouso e cessa ou diminui ao movimento do membro. Costuma iniciar atingindo apenas um lado, e com a evolução da doença a tendência é que seja bilateral. Assemelha-se ao movimento de pronação/supinação das mãos, de forma rápida ou lentificada, ocorrendo em média, cinco vezes a cada segundo. O tremor tende a ser intensificado quando o indivíduo está em público. (WILLIAMAS; OXTOBY, 2000; REIS, 2004; LIMONGI, 2000 apud SOARES; PEYRÉ-TARTARUGA, 2010; SOARES; PEYRÉ-TARTARUGA, 2010).

2.6.5.1.3 RIGIDEZ MUSCULAR

A acetilcolina tem cinco receptores que participam do processo de contração muscular, sendo que M1, M3 e M5 estimulam e M2 e M4 inibem. A estimulação é nitidamente mais atuante. Já a dopamina possui ação inibitória mais pronunciada, nos receptores D2, D3 e D4, apenas D1 e D5 contribuem para estimular a contração. Na doença de Parkinson, a queda dos níveis de dopamina, faz a acetilcolina se sobressair, produzindo um excesso de estímulo à contração, e consequente rigidez muscular. (WILLIAMS; OXTOBY, 2000; MARDSEN, 1994; MORRIS, 2000; REIS, 2004; LIMONGI, 2000 apud SOARES; PEYRÉ-TARTARUGA, 2010).

Na doença de Parkinson, ocorre a perda do mecanismo de inibição recíproca muscular, ou seja, ao invés do antagonista relaxar quando o agonista estiver em ação, ambos contraem juntos, ao mesmo tempo. Levando à grande rigidez muscular e dificuldade em realizar movimentos harmoniosos.  A contração contínua e intensa da musculatura causa dor, e é uma das causas da instabilidade postural.  (WILLIAMS; OXTOBY, 2000; MARDSEN, 1994; MORRIS, 2000; REIS, 2004; LIMONGI, 2000 apud SOARES; PEYRÉ-TARTARUGA, 2010).

A rigidez pode ser em forma de roda dentada, uma resistência rítmica que os músculos fazem ao redor das articulações quando estirados, precisando realizar inúmeras tentativas sequenciais para se conseguir movimentar determinado membro. Quando há presença de tremor associada à rigidez em roda dentada, diz-se rigidez em cano de chumbo. (DOE; JOBST, 2015).

2.6.5.1.5 INSTABILIDADE POSTURAL

A instabilidade postural  é a incapacidade de manter uma postura estática e/ou dinâmica satisfatória. Pode começar com dificuldade em retornar a uma posição estável após algum evento desestabilizador. Com a progressão da doença, o indivíduo pode se tornar incapaz de se manter na posição ortostática ou até mesmo em sedestação. (ANDRADE; SILVA; CORSO, 2010).

A perda da harmonia entre o sistema neuromuscular gera a rigidez muscular, e esta por sua vez causa alterações posturais. Há manutenção de um padrão flexor de membros, tronco e cabeça, impedindo uma postura ereta devido ao encurtamento de músculos flexores como isquiotibiais, bíceps braquial, tríceps sural, abdominais, reto femoral, iliopsoas, peitoral maior e menor, dentre outros. A postura alterada muda o centro e linha de gravidade, o indivíduo tende a perder o equilíbrio e existem riscos de complicações secundárias a uma queda, por exemplo, o que prejudica ainda mais a sua capacidade e independência funcional. (REIS, 2004; CHRISTOFOLETTI et al, 2006 apud SOARES; PEYRÉ-TARTARUGA, 2010; KENDALL, 2007).

É conhecido que cerca de 70% dos portadores da doença de Parkinson já sofreram alguma queda, e aproximadamente 50% caem recorrentemente ao tentar realizar mudanças posturais ou andar. (ANDRADE; SILVA; CORSO, 2010).

A instabilidade postural tem um peso grande na diminuição da incapacidade funcional do portador da doença, pois além de prejudicar a manutenção de posturais usuais à vida diária, ainda contribui para os distúrbios da marcha. (JANKOVIC, 2008 apud SILVA et al, 2013).

2.6.5.1.6 DISTÚRBIOS DA MARCHA

Devido aos sintomas anteriormente citados, o ciclo e as determinantes da marcha tornam-se deficientes. A rigidez muscular associada à bradicinesia compromete a marcha, que não acontece em tempo hábil para a independência funcional do indivíduo. É comum ocorrer o congelamento inicial da marcha. (CHEE; MURPHY; DANOUDIS, 2009 apud GONÇALVES; LEITE; PEREIRA, 2011).

O portador da doença de Parkinson não choca o calcanhar, devido à flexão dorsal exagerada na fase de balanço diminui o potencial extensor do quadril e joelhos, levando a minimização da retirada dos dedos do chão. A incapacidade de uma boa extensão de joelho gera pouco impulso para trazer a outra perna à frente, o tronco inclinado anteriormente e pouco móvel levando à pobre dissociação das cinturas e balanço dos braços. Com o centro de gravidade deslocado, os passos são curtos e a velocidade da caminhada aumenta gradativamente, é a chamada marcha festinada, compensações que o corpo faz na tentativa de evitar a sua queda para frente. (CHEE; MURPHY; DANOUDIS, 2009 apud GONÇALVES; LEITE; PEREIRA, 2011; KNUTSSON, 1972; STERN et al, 1983 apud COOK; WOLLACOTT, 2003).

2.7 TRATAMENTOS

O tratamento da doença de Parkinson baseia-se na administração de drogas, em alguns casos intervenções cirúrgicas e abordagens terapêuticas como tentativa de diminuir a velocidade da manifestação e das consequências negativas na independência funcional do indivíduo. Assim sendo, a terapia farmacológica é auxiliada satisfatoriamente pela fisioterapia. (DOE; JOBST, 2015).

2.7.1 TRATAMENTOS FARMACOLÓGICOS

Em 1960, após o aprofundamento dos estudos sobre a doença de Parkinson, a indústria farmacêutica criou o Levodopa, a primeira alternativa farmacológica cientificamente testada para o tratamento dos sintomas. Este fármaco é frequentemente utilizado nos dias atuais. (FUCHS; WANNMACHER, 2014).

2.7.2 TRATAMENTOS CIRÚRGICOS

Os tratamentos cirúrgicos em geral auxiliam no tratamento dos sintomas, podendo atuar inativando as áreas do tálamo ou estriado. Essa inativação pode ser temporária, com o uso de implante elétrico cerebral de elevada frequência, ou pode ser definitiva, com a retirada do tálamo, por exemplo. Outra intervenção cirúrgica terapêutica é o implante de células produtoras de dopamina, na tentativa de recuperar a anatomia funcional das regiões lesadas. (PERRACINI; FLÓ, 2011).

2.7.3 TRATAMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS

Quando focados, no exercício que estão praticando, os portadores da doença de Parkinson colocam em funcionamento a área cortical pré-motora, que ao contrário das vias basais, estão preservadas. Assim dessa forma, é possível que eles realizem padrões de movimentos dentro da normalidade. (WILLIANS; OXTOBY, 2000; REIS 2004; DIAS et al, 2005; TEIXEIRA; ALOUCHE, 2007 apud SOARES; PEYRÉ-TARTARUGA, 2010).

São muitas as intervenções terapêuticas utilizadas no tratamento da doença de Parkinson, todas elas têm como objetivo a manutenção da função e a minimização das incapacidades produzidas pela mesma. A fisioterapia não substitui o tratamento farmacológico ou cirúrgico, ela deve ser um complemento, contribuindo para o sucesso do conjunto. Ela é capaz de diminuir os riscos de uma queda, osteoporose, fraturas, problemas cardiovasculares, depressão, dentre outros. (SANTOS et al, 2012).

2.8 HIDROTERAPIA

A Hidroterapia é a terapia que realiza exercícios dentro de uma piscina terapêutica, com água aquecida. Tem como objetivos a prevenção de enfermidades, promoção e manutenção de uma vida saudável, tratamento cura e reabilitação de disfunções causadas por enfermidades, para que o indivíduo praticante realize as suas atividades cotidianas com o maior nível de independência possível. (SARMENTO; PEGORARO; CORDEIRO, 2011).

2.8.1 HISTÓRICO

A utilização da água para fins terapêuticos é contada pela história do homem e seus hábitos culturais, científicos, sociais e religiosos. A água para os povos era vinculada à prosperidade, através das plantações, o preparo de alimentos, saúde, higiene e cura de enfermidades. (FRATUCCI et al, 2014).

Segundo Becker e Cole, 1997 citado por Fratucci e colaboradores, 2014, há dois séculos a imersão em água com objetivos terapêuticos era chamada de hidrologia médica. Atualmente, sabemos que essa prática passou a ser chamada de hidroterapia. (BECKER; COLE, 1997 apud FRATUCCI, 2014).

2.8.2 PROPRIEDADES FÍSICAS E TÉRMICA DA ÁGUA

É necessário que o fisioterapeuta conheça as propriedades físicas e térmica da água, para que o paciente possa usufruir ao máximo os benefícios que a Hidroterapia é capaz de proporcionar. Dentre essas propriedades temos a força de gravidade diminuída, empuxo/flutuação, pressão hidrostática, viscosidade, ação refratária, tensão superficial, densidade relativa, fluxo laminar, fluxo turbulento e calor. (CAMPION, 1985 apud RUOTI; MORRIS; COLE, 2000).

2.8.3 EFEITOS FISIOLÓGICOS DA IMERSÃO EM ÁGUA AQUECIDA

A técnica de hidroterapia promove vários benefícios a muitos sistemas do corpo humano, decorrentes da imersão em água aquecida. Atua comprovadamente nos sistemas: circulatório, respiratório, musculoesquelético, nervoso e renal. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

2.8.3.1 SISTEMA CIRCULATÓRIO

No sistema circulatório, através da pressão hidrostática, auxilia o sistema circulatório e linfático, pois aumenta o retorno venoso, limpa as impurezas do sangue e reduz edemas, fazendo o sangue circular melhor e mais oxigenado. Com a redução do edema, o paciente tem melhora da amplitude de movimentos, marcha e funcionalidade. (SILVA; BRANCO, 2011).

2.8.3.2 SISTEMA RESPIRATÓRIO

É comprovado que durante a hidroterapia, há elevação em 60% no trabalho respiratório, sendo que 45% correspondem ao aumento de sangue nos capilares pulmonares e 15 % se deve à ação da pressão hidrostática sobre a caixa torácica. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

2.8.3.3 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO

Já sabemos que durante a imersão, a pressão hidrostática se sobrepõe à força da gravidade, e associada ao efeito vasodilatador e relaxante muscular da água aquecida, aumenta o aporte sanguíneo destinado aos músculos cerca de duas vezes mais comparado ao solo. O oxigênio é amplamente distribuído, as substâncias tóxicas são rapidamente removidas, e há diminuição de espasmos musculares. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

Outra força atuante é a viscosidade, que permite a contração sincrônica da musculatura, devido sua ação tridimensional. Além disso, a flutuação diminui os riscos de lesões e as restrições musculares. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

2.8.3.4 SISTEMA NERVOSO

É conhecido que após o corpo ser imerso, há diminuição da epinefrina e norepinefrina circulantes no sangue e aumento dos níveis de dopamina, persistentes por algumas horas após a saída da piscina. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

O empuxo, viscosidade, pressão hidrostática e a água aquecida, estimulam os receptores localizados na pele, que ativam fibras nervosas de maior calibre que as de dor, que são mais finas e lentas, promovendo assim, a diminuição das aferências e sensações dolorosas e consequente analgesia. (SILVA; BRANCO, 2011).

Já o equilíbrio é beneficiado pelos estímulos sensoriais unidos ao fortalecimento muscular, que promove adequação do centro de massa, postura correta e capacidade de ajustes posturais. (ANDRADE; SILVA, CORSO, 2010).

2.8.4 TÉCNICAS DE HIDROTERAPIA

A Hidrocinesioterapia foi a técnica desbravadora da atuação fisioterapêutica nas piscinas de água aquecida.  Com toda sua informação, comprovação científica e benefícios, tornou-se base para todas as técnicas de hidroterapia existentes, sendo as mais conhecidas: Conceito Halliwick, Aquastretching, Bad Ragaz e Watsu. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

2.8.4.1 HIDROCINESIOTERAPIA

A denominação Hidrocinesioterapia é utilizada no meio fisioterapêutico para descrever a terapia que trata através de movimentos dentro de uma piscina de água aquecida. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

2.8.4.1.1 FORTALECIMENTO MUSCULAR

A água, através da viscosidade e do fluxo turbulento, gera resistência ao movimento cerca de oitocentas vezes mais que o ar atmosférico no solo, sendo capaz então, de aumentar a força e a trofia muscular. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

A Hidrocinesioterapia permite o trabalho de músculos e grupos musculares muitas vezes não alcançados em terra, pois devido à força de empuxo ser a força atuante na água, os movimentos que são dificultados no solo devido a ação da gravidade serão facilitados nela. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

2.8.4.1.2 ADEQUAÇÃO DO TÔNUS MUSCULAR

Quando o tônus está elevado, a água aquecida pode ajudar causando vasodilatação da periferia e consequente relaxamento da musculatura. A temperatura ideal é em torno dos 34°C a 39ºC. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

O empuxo e a flutuabilidade diminuem a descarga de peso sobre as articulações e as aferências sensoriais, diminuindo a ação dos neurônios motores. Também diminuem o peso corporal e o recrutamento muscular, quando associados movimentos passivos e lentos que acompanham o fluxo laminar.  Todos esses fatores contribuem para a diminuição do tônus muscular. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

Por outro lado, quando tratamos pacientes com baixo tônus na piscina aquecida, devemos oferecer estímulos sensoriais e realizar contrações sobre as articulações para que os receptores sejam ativados. O tempo de imersão desses pacientes deve ser menor, e a eficácia terapêutica deve ser avaliada. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

2.8.4.1.3 TREINAMENTO SENSORIAL-MOTOR

Quando o objetivo é ganhar propriocepção, é preciso saber que quanto maior o nível de imersão, menor será a descarga de peso e menores os estímulos sensoriais. Por isso, é interessante o trabalho na parte rasa da piscina, utilizando da maior presença da gravidade, o que possibilitará maior descarga de peso e estimulação proprioceptiva. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

Outra informação importante é que quando a turbulência é gerada, ela promove a estimulação do tato ao entrar em contato com a pele do paciente, sendo uma ótima fonte de aferências. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

2.8.4.1.4 EQUILÍBRIO

Devemos incentivar o paciente a buscar na água o seu metacentro, que é o seu ponto de equilíbrio perfeito. Sabemos que a mínima movimentação no meio aquático faz a pessoa sair do seu metacentro, necessitando de ajustes posturais para a recuperação do equilíbrio. Por isso, manter-se equilibrado na água torna-se difícil, sendo um ótimo treino para o solo. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

Outro fator que contribui para o aperfeiçoamento do equilíbrio é a ação da viscosidade, que lentifica os movimentos, possibilitando um maior tempo para responder às reações de equilíbrio e correções posturais, com a vantagem de menores chances de lesões. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

Comprovadamente, ao treinarmos o equilíbrio estamos auxiliando a coordenação motora, regulação do tônus, simetria corporal, força da musculatura e dando ferramentas para que o paciente tenha mais segurança ao realizar suas atividades funcionais diárias. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

2.8.4.1.5 TREINAMENTO FUNCIONAL

É importante para o sucesso do tratamento, que os exercícios terapêuticos na piscina aquecida reforcem o treinamento para funções que precisam ser adquiridas, recuperadas, melhoradas ou mantidas. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

É conhecido que treinar musculaturas isoladas não irá melhorar as suas funções, porque os músculos são ativados e desempenham suas ações com variados torques, velocidades e tempos para funções específicas. Faz-se necessário então, treinar a função almejada. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

Para a obtenção de movimentos controlados, é necessária a interação do indivíduo com a atividade e o ambiente. Por facilitar as atividades motoras, o meio aquático é fator motivador e uma opção divertida, que fornece diferentes formas de realizar das mais comuns às mais complexas atividades. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

2.8.4.2 CONCEITO HALLIWICK

Em 1949, na Inglaterra, James McMilan criou o Conceito Halliwick, baseado na mecânica corporal, princípios hidrostáticos e hidrodinâmicos. Segundo a Associação Internacional de Halliwick, todos se beneficiam desta técnica, por ela ensinar a nadar e a se movimentar de forma independente na água. (GARCIA et al, 2012).

Trata-se de um programa de dez pontos, colocados de forma gradual, ensinados de forma lúdica e agradável. É interessante, pois pode ser realizado em grupos, facilitando a integração do indivíduo com a sociedade. (GARCIA et al, 2012).

2.8.4.3 AQUASTRETCHING

Em 1986, Bernard Lebaz criou a técnica Aquastretching método de reeducação postural em água aquecida, baseada na técnica de Isostretching, criada por Bernard Redondo, realizada no solo.  (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

O praticante de Aquastretching soma os benefícios do método Isostretching às propriedades físicas e térmicas da água aquecida. Os exercícios são realizados com auxílio de pranchas fixadas no chão da piscina e palmares. São preconizadas posições que mantenham a postura ereta, inspirando pelo nariz e soltando o ar pela boca, fazendo o freno labial, ou seja, bem devagar. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

2.8.4.4 ANEIS DE BAD RAGAZ

Surgiu em 1930, nas águas termais de Bad Ragaz, localizada na Suíça. Foi aperfeiçoada pelo médico alemão Knupfer, que criou exercícios em que o paciente deitava sobre a água com auxílio de aneis flutuantes no pescoço, quadril, joelhos e tornozelos. (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000).

É de conhecimento que Knupfer foi o responsável pela comprovação dos efeitos terapêuticos da flutuabilidade, fluxo turbulento, tensão superficial e da ação analgésica e relaxante da água a 33,3 ° C. (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000).

Em 1967, Bridget Davis e Laggatt, fisioterapeutas, refinaram a técnica, levando as diagonais tridimensionais da técnica de facilitação neuromuscular proprioceptiva para a piscina aquecida. (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000).

Os exercícios são realizados, com padrões de tronco, membros superiores e membros inferiores, de um lado só ou bilateralmente, sendo a maioria deitado com as costas sobre a água, flutuando com quantos auxílios forem necessários. (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000).

A técnica promove a diminuição do tônus muscular, aumento da amplitude de movimentos, relaxamento, fortalecimento e reeducação muscular, alongamento do canal vertebral, treino de descarga de peso, reabilitação dos movimentos das extremidades inferiores e treino de movimentos tridimensionais funcionais que o paciente necessita para realizar suas funções no solo. (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000).

2.8.4.5 WATSU

Em 1980 Harold Dull criou o método Watsu, que une os movimentos sutis de massagem e alongamento muscular do Zen Shiatsu aos efeitos fisiológicos da água aquecida. O Watsu em essência, prega a necessidade de se auto observar, se perceber, valorizar o silêncio, da confiança do poder auto cura que o corpo tem. (DULL, 2001).

Os exercícios são realizados através de meridianos, massageando áreas do corpo, dando mobilidade às articulações, sustentadas pela mão mãe, que está sempre em contato com o paciente, transmitindo conforto e segurança, enquanto a mão pai realiza os movimentos. (DULL, 2001).

É necessário um correto posicionamento do terapeuta, mantendo a base alargada, joelhos fletidos, tronco ereto, abdome contraído, ombros e braços relaxados, cotovelos em parcialmente flexionados, apoiando a cabeça do paciente próximo ao seu coração. O terapeuta deve executar os movimentos utilizando força de seus membros inferiores, abdome e capacidade extensora fisiológica do tronco. (DULL, 2001).

2.9 EFEITOS DA HIDROTERAPIA NAS DISFUNÇÕES MOTORAS DA DOENÇA DE PARKINSON

Os exercícios terapêuticos devem ser para os portadores da doença de Parkinson como jantar, tomar café da manhã, escovar os dentes, ou seja, deve ser parte da rotina deles, para que as disfunções motoras sejam minimizadas, fornecendo independência e qualidade de vida aos mesmos. (ANDRADE; SILVA; DALCORSO, 2010).

A hidroterapia tem constante utilização no tratamento de diversas doenças de origem neurológica. As propriedades físicas e térmicas da água promovem estímulos sensoriais, que trabalham o equilíbrio, fundamental para a manutenção de uma boa estabilidade postural e marcha. (ANDRADE; SILVA; CORSO, 2010).

O meio aquático aquecido proporciona efeitos fisiológicos em diversos sistemas, dentre eles, o sistema nervoso, casando diminuição da dor e aumento dos níveis de dopamina circulantes. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

O portador da doença de Parkinson sente dor, a rigidez muscular e a postura em flexão causam uma circulação sanguínea e linfática ruins, com acúmulo de substâncias que demoram mais tempo para serem removidas. Além disso, raízes e terminações nervosas são comprimidas, há tração óssea, compressão pulmonar. A viscosidade e temperatura da água aquecida causam diminuição das aferências dolorosas pela estimulação tátil e relaxamento da musculatura esquelética, que liberam as compressões e permitem a correção postural. A pressão hidrostática atuante aumenta o trabalho do sistema circulatório e linfático, favorecendo a limpeza de impurezas. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007; VASCONCELOS et al, 2015).

O tratamento de hidroterapia para o paciente portador da doença de Parkinson o adapta ao meio líquido, treina o seu equilíbrio, mobiliza o tronco, treina a marcha, dissocia as cinturas escapular e pélvica, treina a coordenação muscular, exercícios com ou sem resistência, alongamento das cadeias anterior e posterior. O programa de exercícios é gradativo e aumenta progressivamente com a inclusão de acessórios flutuantes, que dificultam a realização de movimentos. O objetivo do tratamento é dar o maior nível de independência funcional ao indivíduo e diminuir a dor causada pela rigidez muscular e instabilidade postural. Após a prática regular da hidroterapia associada à terapia farmacológica e/ou cirúrgica, é percebido melhora geral no quadro sintomático do paciente e consequente melhora da função motora. (MERCATELLE, 2013).

O Watsu é uma ótima opção para tratar os sintomas e disfunções motoras da doença de Parkinson, são muito utilizados movimentos lentos e constantes rotacionais do tronco, alongamentos de tronco, peitorais, flexores do quadril e joelho. É interessante utilizar o Watsu no início da sessão, para a diminuição do tônus muscular e melhor amplitude de movimentos. (DULL, 2001).

Os pacientes são beneficiados pela ação do calor, viscosidade e empuxo, que diminuem a rigidez muscular pela vasodilatação, aferências táteis e diminuição da descarga de peso. Consegue realizar movimentos com maior expansão. A diminuição da ação da força da gravidade em meio líquido permite a correção postural e facilita os movimentos. (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000).

Com o método Aneis de Bad Ragaz, os portadores da doença de Parkinson podem  obter melhora da função através de suas diagonais tridimensionais, promovem o treino da função desejada, sendo excelente para o treino da dissociação de cinturas escapular e pélvica, fortalecimento muscular e propriocepção corporal, que irão diminuir os distúrbios da marcha. (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000).

O Conceito Halliwick é uma excelente técnica para o tratamento terapêutico das funções acometidas pela doença de Parkinson. Os seus dez pontos permitem a adaptação do paciente, que chega muitas vezes com medo e até mesmo receoso após alguma queda. (SACCHELLI; ACCACIO; RADL, 2007).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 TIPO DE ESTUDO

Para elaboração deste trabalho adotou-se a técnica de um estudo descritivo utilizando dados encontrados na literatura já existente.

3.2 FONTES DE INFORMAÇÃO

Foram realizadas buscas por publicações e documentos sobre o assunto pesquisado, nos diversos veículos disponíveis impressos ou digitais: jornais, artigos científicos, teses, dissertações, monografias, livros, Google Scholar, Scielo, e revistas como Revista Brasileira de Neurologia e Revista Fisioterapia Pesquisa. As palavras-chave utilizadas foram: Hidroterapia, Doença de Parkinson, Hydrotherapy, Parkinson Disease.

As buscas ocorreram de fevereiro a outubro de 2015 e foram selecionados materiais que abordaram o tema no período de 2000 a 2015, nos idiomas português e inglês.

4. DISCUSSÃO

É importante que os profissionais fisioterapeutas reconheçam o valor da água como ferramenta para a melhora das disfunções motoras presentes na doença de Parkinson. (JAMILLE, 2011)

Gabilan e Perracini 2005 verificaram melhora da capacidade de controlar o tronco após a união de exercícios proprioceptivos e de fortalecimento muscular, proporcionados pela viscosidade da água, aumentada pelo fluxo turbulento obtido com o uso de acessórios flutuantes, que permitiu o aumento da resistência ao movimento e o estiramento dos receptores.

Um estudo de caso avaliou a atividade muscular em um paciente com rigidez muscular submetido à hidroterapia. Utilizou exercícios visando o relaxamento dos grupos musculares desejados, como Watsu. Foi observada a diminuição significativa do padrão de ativação muscular, durante a imersão isolada e a execução dos exercícios, evidenciando o potencial relaxante da imersão em água aquecida, contribuinte para a diminuição da rigidez muscular. (AMELIA, 2011).

Segundo Vivas, Arias e Cudeiro, 2011, a rigidez muscular do portador da doença de Parkinson é amenizada através da estimulação que a água quente realiza nos receptores da pele, causando relaxamento periférico, diminuindo a ação dos neurônios motores, o que diminui a rigidez e as dores musculares. (VIVAS; ARIAS; CUDEIRO, 2011).

A bradicinesia é minimizada pela água e execução de movimentos, possibilitadas pela diminuição da rigidez muscular, feita pela temperatura elevada, que faz a vasodilatação periférica, relaxando os músculos, que conseguem se mover com maior amplitude e velocidade. (AMELIA, 2011).

Um estudo teve como proposta a comparação de exercícios posturais realizados no solo e na piscina aquecida. Para isso, a pesquisa contou com um grupo que praticou Halliwick e outro que realizou exercícios em solo com bola suíça. O grupo praticante do Conceito Halliwick obteve melhores resultados, constatando uma maior ativação dos músculos posturais na realização de exercícios em meio líquido aquecido. VIVAS; ARIAS; CUDEIRO, 2011.

A hidroterapia é capaz de promover a melhora da capacidade funcional dos indivíduos com doença de Parkinson, através do aperfeiçoamento do equilíbrio, movimentos amplos, contribuindo clinicamente para o retorno as tarefas diárias. (ZOTZ et al, 2013).

A hidroterapia é recomendada para o tratamento das disfunções motoras causadas pela doença de Parkinson, sendo capaz de melhorar a instabilidade postural e diminuir as ocorrências de queda. (ZOTZ et al, 2013).

O Conceito Halliwick baseia-se na hidrodinâmica do corpo imerso, através de um programa de exercícios progressivos, trabalha o equilíbrio, a eficiência de reações de proteção, ajustes posturais e independência funcional com liberdade de movimentos na água. (ZOTZ et al, 2013).

Em estudo, Zotz e colaboradores, 2013 trataram sete indivíduos através do Conceito Halliwick. Eles verificaram que houve aprendizado motor aquático, com controle da rotação e da flutuabilidade. Ao adquirir consciência e comando sobre o metacentro foram aperfeiçoadas a capacidade de se equilibrar e se ajustar pela ação das aferências sensórias e respostas motoras. Ao adquirir controle da rotação longitudinal os indivíduos se tornaram capazes de dissociar as cinturas escapular e pélvica, o que é de grande importância para a funcionalidade do levantar, pegar objetos, caminhar, que são ações tão prejudicadas na doença de Parkinson. A postura foi beneficiada pelo sistema vestibular ativado devido à flutuabilidade durante a realização dos movimentos, que permitiu que os músculos contraíssem voluntariamente e também pelo funcionamento do sistema somatossensorial, que dá a propriocepção da posição dos movimentos realizados, permitindo um melhor equilíbrio. O fluxo turbulento faz os receptores serem acordados, recebendo estímulos de correção e ajustes posturais. (ZOTZ et al, 2013).

Foi verificado que a pressão hidrostática e a flutuação proporcionam maior capacidade de execução de movimentos, através do relaxamento muscular, que proporciona aumento da amplitude de movimentos, o indivíduo se torna capaz de realizar movimentos muitas vezes restritos ao solo. VIVAS; ARIAS, CUDEIRO, 2011.

Sete indivíduos acometidos pela doença de Parkinson realizaram exercícios em meio aquático aquecido durante um mês. Ao final, obtiveram aumento significativo da manutenção de estabilidade durante função. (ANDRADE; CORSO, 2010 apud ZOTZ et al, 2013).

A função dos músculos extensores da coluna é potencializada quando o indivíduo de pé anda pela piscina terapêutica com água ao nível do umbigo, favorecendo a diminuição da flexão de tronco presente na doença de Parkinson. (CUNHA; CAROMANO, 2003).

Notoriamente, o meio aquático, através do empuxo e pressão hidrostática proporciona situações de grandes desequilíbrios. O corpo é frequentemente acionado a se adaptar, a buscar o seu ponto de equilíbrio, ou metacentro. Os receptores articulares, cefálicos, musculares e táteis são estimulados, mandam informações aos sistemas somatossensorial, sensorial motor e visual, que promovem os reflexos e reações de equilíbrio e proteção. Apesar de provocar um maior desequilíbrio, a água aquecida também diminui os riscos de quedas, devido a lentidão de movimentos, que promove o aumento do tempo de resposta e o fato da piscina ser apropriada para a prática de indivíduos portadores de deficiências. VIVAS; ARIAS; CUDEIRO, 2011.

Em estudo, sete portadores da doença de Parkinson submetidos a treino de equilíbrio dentro da piscina terapêutica durante quarenta minutos, três vezes por semana no período de um mês apresentaram melhora do equilíbrio e mobilidade funcional. (ANDRADE; SILVA; DALCORSO, 2010).

Um estudo de 2014 com amostra de dez indivíduos que realizou Hidrocinesioterapia para fortalecer a musculatura, treinar equilíbrio e aspectos sensoriais em sessões de cinquenta minutos cada, duas vezes por semana durante por um mês. Houve diminuição da rigidez muscular e lentidão de movimentos, que levou ao aumento do comprimento do passo, consequente melhora do equilíbrio e marcha. (ORTEGA et al, 2014).

Em um estudo de caso, uma portadora da doença de Parkinson realizou doze sessões de hidroterapia durante cinco semanas, e obteve aumento da amplitude de movimentos, força muscular, melhora do equilíbrio e do padrão de execução da marcha. (HARTLEY et al, 2010 apud ZOTZ et al, 2013).

Aydn e Cancela, 2012 avaliou vinte e um indivíduos portadores da doença de Parkinson e os dividiu em dois grupos para terapia em piscina aquecida. Um grupo executou exercícios de leve intensidade e o outro grupo realizou exercícios resistidos. Ao final, ambos os grupos obtiveram melhora funcional e amenização dos sintomas, porém o grupo que realizou exercícios resistidos teve melhor desempenho das funções motoras, sugestionando a necessidade de um fortalecimento muscular moderado para esses indivíduos. A água proporciona todo o relaxamento da musculatura, treina o equilíbrio e marcha e melhora o alinhamento da postura, porém os agrupamentos musculares responsáveis pela postura e marcha devem estar fortes para que possam vencer o padrão flexor imposto pela doença.

O treino de força faz a manutenção da capacidade funcional da musculatura, pois evita a atrofia por desuso, que iria complicar ainda mais o quadro funcional do portador da doença de Parkinson. O trabalho dos músculos posturais contribui para o equilíbrio, manutenção de uma postura estável e eficiência da marcha, pois estando ativos conseguem realizar fundamentalmente seus papeis de estabilização e geração de movimentos. (AMELIA, 2011).

Pela ação da pressão hidrostática e densidade da água, a força de gravidade é diminuída. Quanto maior o nível de imersão, maior será o desequilíbrio, porque o cérebro tem dificuldade de se manter estável quando apenas uma pequena parte do corpo está fora do líquido, ele demora em fazer a comparação com o resto do corpo e mandar as respostas necessárias para os ajustes e alinhamentos posturais. (AMELIA, 2011).

A realização de técnicas de alongamento como o Aquastretching é importante para a diminuição das deformidades, tensões musculares, aumento da circulação, mobilidade articular e minimizar ou até mesmo evitar lesões osteomusculares, que seriam potencialmente agressoras à independência de funções do indivíduo portador da doença de Parkinson. (AMELIA, 2011).

Pompeu e colaboradores, 2013 estudaram dezessete indivíduos portadores da doença de Parkinson, utilizaram como tratamento os métodos Halliwick, Aneis de Bad Ragaz e Watsu. Nos primeiros cinco minutos foram realizados o aquecimento de marcha com luxo laminar e turbulento. Depois, dez minutos de trabalho de equilíbrio e coordenação de movimentos. Logo após, quinze minutos de Bad Ragaz e Halliwick. Por fim, dez minutos de Watsu. Ao final de trintas sessões no período de três meses, constataram melhora significativa da marcha e equilíbrio dos participantes. Através do Conceito Halliwick, foram treinados os movimentos rotacionais, os reflexos de equilíbrio e as reações de proteção, foi obtido melhora através da ativação dos sistemas sensorial motor, somatossensorial e visual, que integraram a favor da estabilidade durante postura mantida. A execução dos Aneis de Bad Ragaz proporcionou o treino da funcionalidade da marcha, através de padrões pré-determinados de tronco, membros superiores e membros inferiores, que simulam a dissociação de cinturas escapular e pélvica, o ciclo e as determinantes da marcha, através do estiramento de suas diagonais funcionais. Por ser realizada em meio aquático, sofre maior resistência do que a facilitação neuromuscular proprioceptiva realizada em solo, quando o indivíduo é capaz de vencer essa resistência, estará mais bem preparado para realizar as funções em solo, visto que a resistência do ar é cerca de oitocentas vezes menor do que a da água. Por fim, o Watsu promoveu a analgesia, mobilidade ao tronco e preparou o corpo para a saída da piscina, sendo possível realizá-lo no início da terapia, quando se encontra grande resistência ao movimento.

Um dado importante é que Sasco e colaboradores, 1992 encontraram níveis elevados de dopamina após a prática de exercícios físicos com regularidade e média intensidade, podendo ser um meio para diminuição da velocidade de progressão da doença. (SASCO et al, 1992 apud SILVA et al, 2013).

É sabido que a dopamina é liberada em áreas do córtex pré-frontal durante sensações e atividades prazerosas ao indivíduo, como atividade física, sexo, alimentação, dentre outros. É necessária a atenção, motivação e intenção ao realizar os movimentos, para que o córtex pré-frontal planeje o movimento, e que ele possa ser executado da forma que o indivíduo desejou. As memórias de hábito permitem o aprendizado motor, através das informações que o estriado manda sobre as partes do corpo, objetos, lugares. A dopamina aumenta o estímulo em receptores d1 quando é grande a excitabilidade da membrana, a plasticidade das sinapses pode contribuir para a comunicação entre córtex e estriado, contribuindo para a execução de movimentos mais próximos da normalidade.  (LOPES et al, 2000; PICCONI et al, 2009 apud

5. CONCLUSÃO

A hidroterapia é eficiente no tratamento terapêutico das disfunções motoras provenientes da doença de Parkinson. As propriedades da água aquecida associadas aos exercícios físicos promovem a diminuição da bradicinesia, tremor de repouso, rigidez muscular, instabilidade postural e distúrbios da marcha.  A liberação de dopamina após imersão em água aquecida aprimora a execução de movimentos funcionais e os consolida, para reprodução nas atividades de vida diárias.

REFERÊNCIAS

AMELIA, S. E. Effects of pratice exercises in water in patients with Parkinson´s disease. Revista Medicina Sportiva, Bucharest, 1693-1699, 2011.

ANDRADE, C. H. S.; SILVA, B. F.; CORSO, S. D. Efeitos da hidroterapia no equilíbrio de indivíduos com doença de Parkinson. Revista ConScientiae Saúde, São Paulo, 317-323, 2010.

AYÁN, C.; CANCELA, J. Feasibility of 2 different water-base exercise training programs in patients with Parkinson’s disease: a pilot study. Arch Phys Med Rehabil, Espanha, 1709-1714, outubro, 2011.

BRUNTON et al. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 12. ed. São Paulo, 2012.

CUNHA, M. G.; CAROMANO, F. A. Scientific evidence-based effects of hydrotherapy on various systems of the body. Revista Terapia Ocupacional, São Paulo, 95-103, maio 2013.

CHRISTOFOLETTI, G. et al. Eficácia de tratamento fisioterapêutico no equilíbrio estático e dinâmico de pacientes com doença de Parkinson. Revista Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, 259-263, setembro, 2010.

CHRISTOFOLETTI, G. et al. Efeitos de uma intervenção cognitivo-motora sobre os sintomas depressivos de pacientes com doença de Parkinson. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, 78-83, 2012.

CLAY, J. H.; POUDS, D. M. Massoterapia clínica. Integrando anatomia e tratamento. 2. ed. São Paulo, Manole, 2008.

COOK, A. S.; WOOLLACAOTT, M. H. Controle motor. Teorias e aplicações práticas. 2. ed. São Paulo, 2003.

CURI, R.; PROCOPIO, J. Fisiologia básica. 1. ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2009.

DINIZ, C. et al. Redução do limite de estabilidade direção-específica em indivíduos leve a moderadamente afetados pela doença de Parkinson. Revista Fisioterapia Pesquisa, Belo Horizonte, 306-310, 2011.

DOE, B.; JOBST. Casos clínicos em fisioterapia e reabilitação neurológica. 1. ed. São Paulo, Artmed, 2015.

DULL, H. Watsu. Exercícios para o corpo na água. 1. ed. São Paulo, Summers, 2001.

FEIJÓ, F. M.; BERTOLUCI, M. C.; REIS, C. Serotonina e controle hipotalâmico da fome: uma revisão. Assoc. Med. Brasileira, Rio Grande do Sul, 74-77, setembro, 2010.

FILHO, A. A. S. Alterações cardiovasculares em pacientes com doença de Parkinson. 2013. Monografia (bacharel em medicina)- Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia, 2013. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/13848

FRATUCCI, S. C. N. et al. A relação do homem com a água: higiene e terapia. Revista universidade de Ibirapuera, São Paulo, 56-67, julho 2014.

FUCHS, F. D. ; WANNMACHER, L. Farmacologia clínica. Fundamentos da terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2014.

FUKUNAGA, J. Y. et al. Postural control in Parkinson´s disease. Brazilian Journal of Otorhinolaringology, São Paulo, 580-514, 2014.

GABILAN, Y. P. L. et al. Alinhamento da cabeça de pacientes com hipofunção vestibular periférica unilateral submetidos a fisioterapia aquática para reabilitação vestibular. Acta ORL. 2008;26(1):46-51.

GARCIA, M. K. et al. Conceito Halliwick inclusão e participação através das atividades aquáticas funcionais. Revista Acta Fisiátrica, São Paulo,  142-150, abril, 2012.

GASPARIM, A. Z. et al. Deglutição e tosse nos diferentes graus da doença de Parkinson. Revista Arq Int. Otorrinolaringologia, São Paulo, 181-188, abril  2011.

GONÇALVES, G. B.; LEITE, M. A. A.; PEREIRA, J. S. Influencia das distintas modalidades de reabilitação sobre as disfunções motoras decorrentes da doença de Parkinson. Revista Brasileira de Neurologia, Rio de Janeiro, 23-30, abril de 2011.

GUYTON, A. C. ; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2012.

HALL, S. J. Biomecânica básica. 4. ed. Rio de Janeiro, 2005.

HEWITT, P. G. Física Conceitual. 11. ed. Rio Grande do Sul, Bookman, 2011.

JAMILLE et al. Grupo de hidroterapia em indivíduos com doença de Parkinson. X Salão de Iniciação Científica, PUCRS, Rio Grande do Sul.  634-637, 2011.

KENDALL, F. P. Músculos provas e funções. Com postura e dor. 5. ed. São Paulo, Manole, 2007.

KOEPPEN, B. M.; STANTON, B. A. Fisiologia. Bern & Levy. 6. ed. Rio de Janeiro, Elsevier, 2009.

LIPPERT, L. S. Cinesiologia clínica e anatomia. 4. ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2010.

LOPES, R. P. et al. O treinamento da dupla tarefa como proposta terapêutica para pacientes portadores da doença de Parkinson. Periódico científico do núcleo de biociências, Belo Horizonte, 51-58, dezembro, 2013.

MACHADO, A. Neuroanatomia funcional. 2. ed. São Paulo, Atheneu, 2006.

MAGEE, D. J. Avaliação musculoesquelética. 5. ed. São Paulo, Manole, 2010.

MERCATELLI, k. C. S. F. Hidroterapia para o paciente portador da doença de Parkinson. Jornal Saúde e Bem estar, Araras, 11, maio, 2013.

ORTEGA, J. S. et al. Avaliação da marcha, equilíbrio e qualidade de vida em indivíduos com doença de Parkinson submetidos ao tratamento por meio da hidroterapia. Revista Inspirar Movimento & Saúde, Paraná, 11-15, agosto, 2014.

PAIXÃO, A. O. da et al. Doença de Parkinson: uma desordem neurodegenerativa. Cadernos de graduação ciências biológicas e da saúde, Aracaju, 57-65, março de 2013.

PINTO, Bruno Miguel Soares Nascimento. Fisioterapia na doença de Parkinson casuística do centro hospitalar cova da beira. 2013. Dissertação. (grau de mestre em medicina)- Faculdade de Medicina, Universidade da Beira Interior, 2013. Disponível em: http://ubibliorum.ubi.pt/handle/10400.6/1401

POMPEU, J. E. et al. Effects of aquatic physical therapy on balance and gait of patients with Parkinson´s disease. Journal Health Science Institute, São Paulo, 201-204, 2013.

PERRACINI, M. R.; FILÓ C. M.; Funcionalidade e envelhecimento. 1. ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2011.

RUOTI, R. G.; MORRIS, D. M.; COLE, A. J. Reabilitação aquática. 1. ed. São Paulo, Manole, 2000.

SACCHELLI, T.; ACCACIO, L. M. P.; RADL, A. L. M. Fisioterapia aquática. 1. ed. São Paulo, Manole, 2007.

SANTOS, T. B. dos et al. Facilitação neuromuscular proprioceptiva na doença de Parkinson: relato de eficácia terapêutica. Revista Fisioterapia Movimento, Curitiba,  281-289, abril, 2012.

SARMENTO, G. da S.; PEGORARO, A. S. N.; CORDEIRO, R. C. Fisioterapia aquática como modalidade de tratamento em idosos não institucionalizados: uma revisão sistemática. Einstein, São Paulo, 84-89, maio, 2011.

SILVA, A. M.et al. Efeitos da fisioterapia aquática no equilíbrio estático e dinâmico de um paciente usuário do SUS portador da doença de Parkinson: estudo de caso. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, 362-366, junho, 2014.

SILVA, D. M. et al. Efeitos da fisioterapia aquática na qualidade de vida de sujeitos com doença de Parkinson. Revista Fisioterapia Pesquisa, Recife, 17-23, 2013.

SILVA, J. B.; BRANCO, F.R. Fisioterapia aquática funcional. 1. ed. São Paulo, Artes Médicas, 2011.

SOARES, G. da S.; PEYRÉ-TARTARUGA, A. Doença de Parkinson e exercício físico: uma revisão de literatura. Revista Ciência em Movimento ano XII, Rio Grande do Sul, 69-86, fevereiro, 2011.

SOUCHARD, P. Rpg, reeducação postural global. O método. 1. ed. São Paulo, Elsevier, 2011.

VASCONCELOS, K. C. et al. Percepção da qualidade e vida na doença de Parkinson após fisioterapia aquática. Saúde em Revista, Piracicaba,  17-23, janeiro, 2015.

VIEIRA, G. de P. et al. Realidade virtual na reabilitação física de pacientes com doença de Parkinson. Journal of Human Growth and Developement, Rio de Janeiro, 31-41, agosto, 2013.

VIVAS, J.; ARIAS, P.; CUDEIRO, J. Aquatic therapy versus conventional land-based therapy for Parkinson’s disease: an open-label pilot study. Arch Phys Med Rehabil, Espanha, 1202-1210, agosto, 2011.

WIETZIKOSKI, E. C. Mediação das vias dopaminérgicas mesoestriatais no comportamento de escolha de ações motoras e na formação de memórias de procedimento. 2009. (Tese de doutorado)- Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Paraná, 2009. Disponível em: http://dspace.c3sl.ufpr.br:8080/dspace/handle/1884/20029?show=full

ZAVARIZ, R.C. de M.; LIMEIRA, D. M. Possíveis etiologias para a doença de Parkinson: uma breve revisão. Revista Saúde e Pesquisa. Santa Catarina,  388-398, maio, 2012.

ZOTZ, T. G. G. et al. Aquatic physical therapy for Parkinson’s disease. Advances in Parkinson’s Disease, Curitiba, 102-107, agosto, 2013.

[1] Pós-graduada em Fisioterapia em Terapia Intensiva. Bacharel em Fisioterapia.

[2] Doutorado em Ciências Fisiológicas. Mestrado em Fisioterapia. Graduação em Fisioterapia.

Enviado: Janeiro, 2020.

Aprovado: Janeiro, 2020.

5/5 - (11 votes)
Dayanne Cunha Albuquerque

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POXA QUE TRISTE!😥

Este Artigo ainda não possui registro DOI, sem ele não podemos calcular as Citações!

SOLICITAR REGISTRO
Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita