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Distalização de molares com uso de mini-implante, barra transpalatina, tacail e placa lábio ativa

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

BARROS, Karine Cavalcante de Morais [1], SOARES, Elionai Dias [2]

BARROS, Karine Cavalcante de Morais; SOARES, Elionai Dias. Distalização de molares com uso de mini-implante, barra transpalatina, tacail e placa lábio ativa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 03, Vol. 03, pp. 91-99. Março de 2019. ISSN: 2448-0959.

RESUMO

Este estudo relata a correção da má oclusão de Classe I de Angle, de natureza dentoalveolar, em uma paciente que apresentava desvio de linha média superior, apinhamento e biprotrusão. No arco superior foi utilizando um dispositivo de mini-implante no palato com barra transpalatina modificada e tacail para a distalização dos molares e placa lábio ativa no arco inferior proporcionando distalização e verticalização dos molares, para correção da Classe I assimétrica. A distalização foi realizada em duas etapas. Primeiro, a distalização dos molares utilizando mini-implante no palato, barra transpalatina modificada e elástico. Neste caso evita extrações de pré-molares, utilizando uma mecânica simples e eficiente, sem efeitos colaterais indesejados. Na segunda etapa foi instalada a placa lábio ativa no arco inferior e no arco superior foi utilizado o tacail. Diante da técnica mencionada observa-se que o uso dos mini-implantes ortodônticos vêm sendo cada vez mais utilizados como dispositivos de ancoragem no tratamento da Classe I, pois esta opção não depende da colaboração do paciente, tornando o tratamento mais eficaz.

Palavras chaves: Mini-implantes ortodônticos, Distalização de molares, Barra transpalatina, Ancoragem.

INTRODUÇÃO

No caso de apinhamento e biprotrusão a distalização de molares superiores, com a utilização de mini-implantes e da BTP (barra transpalatina) modificada, relata-se a ancoragem como excelente opção de tratamento para a correção das más oclusões de classe I, na tentativa de evitar as extrações dos pré-molares. Esse mecanismo não depende da colaboração do paciente no uso de elásticos obtendo resultados eficientes e evita efeitos indesejados. No arco inferior foi utilizado a PLA (placa lábio ativa) para distalização e verticalização dos molares. Foi realizada ainda uma mecânica com o Tacail que é outro dispositivo de distalização no arco superior.

A partir dos anos 80, as extrações de pré-molares passaram a ser menos utilizadas com o surgimento dos aparelhos distalizadores de molares superiores¹. A biomecânica da distalização dos molares superiores utilizando a região palatina pode apresentar diferentes características em relação à biodinâmica realizada por vestibular, tendo vantagens e desvantagens em relação a este6,7. A principal vantagem pode ser atribuída ao fato de não requerer à mudança de local dos mini-implantes, uma vez que não interfere no trajeto da movimentação dos pré-molares após a distalização dos molares. Assim, a distalização de pré-molares, caninos e incisivos também pode ser realizada com o mini-implante na posição inicial. Outra vantagem seria que, em alguns sistemas biomecânicos, há a aproximação da linha de ação da força em relação ao centro de resistência dos primeiros molares superiores, o que poderia resultar em movimentos mais controlados durante a distalização dos molares6.

Na atualidade, as mecânicas ortodônticas que independem da cooperação são as mais desejáveis4. Uma vantagem muito importante da distalização realizada por palatino é a possibilidade de realizá-la simultaneamente à intrusão de molares. É bem conhecido que a distalização de molares promove alguma extrusão desses dentes como efeito colateral, o que contraindica este procedimento em pacientes com problemas verticais. Nesses casos, podemos ter bons resultados clínicos com a distalização associada à intrusão simultânea dos molares, que é possível com a utilização da mecânica por palatino.

As desvantagens são atribuídas ao desconforto que pode ser maior para o paciente, uma vez que a língua permanece contato todo o tempo com os diversos dispositivos utilizados6,7. Para a distalização dos molares por palatino, a localização dos mini-implantes no palato está condicionada à direção planejada para a linha de ação da força e às características anatômicas da região2,3,5,9.

Os miniparafusos ortodônticos também podem ser utilizados como unidade de ancoragem direta para efetuar a distalização dos molares sem a necessidade de estabilizar os pré-molares. Com isto, a força aplicada nos molares para efetuar sua distalização é apoiada diretamente nos miniparafusos localizados no palato. Finalizada a distalização, o arco palatino é travado, ancorando os molares aos miniparafusos impedindo a movimentação destes dentes para mesial durante a retração dos dentes anteriores8,10.

Uma boa possibilidade é a colocação do mini-implante posteriormente aos primeiros molares na linha mediana. Essa situação permite a utilização de apenas um mini-implante para efetivar a distalização dos dois lados, com o auxílio de um arco transpalatino, sendo a força aplicada do mini-implante até este arco. Outra característica interessante deste sistema é a diminuição da distância entre a linha de ação da força e o centro de resistência dos molares superiores, o que pode produzir movimentos mais controlados, com menor inclinação distal dos molares.

No entanto, essa região apresenta uma espessura óssea mais fina2,3,5 e também pode ser bastante desconfortável para o paciente tanto no momento da instalação do mini-implante quanto nas consultas de ativação. Outro ponto a ser avaliado é a idade do paciente, pois em jovens a sutura palatina mediana pode não estar completamente fusionada, o que pode influenciar negativamente na estabilidade do mini-implante. Vale lientar que na região da junção dos processos palatinos e processos alveolares da maxila, a mucosa palatina é bastante espessa2,3,9.

RELATO DO CASO CLÍNICO

De acordo com o caso clínico da paciente T.J.P.S., 14 anos e dois meses, conforme figura 1, foi observado na análise esquelético-facial: face alongada, classe I, dolicofacial, apinhamento na arcada superior, desvio de linha média superior como problema funcional, isenta de problemas clínicos e fatores etiológicos.

Figura 1: Fotos extrabucais iniciais, sorrindo e perfil. Fonte: arquivo do autor.

Observa-se na telerradiografia de perfil biprotrusão e face alongada, na radiografia panorâmica os terceiros molares estão inclusos, dentes desalinhados e desnivelados, falta de espaços nas arcadas superior e inferior, raízes dos incisivos afiladas. Foram realizadas radiografias periapicais nos incisivos superiores e inferiores para controle a cada três meses.

A paciente se queixou de dor. Ao exame clínico observou-se dentes permanentes, ausência dos terceiros molares. Foram realizadas fotos inicias ao tratamento para melhor visualização e acompanhamento da evolução da paciente.

Foi solicitada a documentação da paciente para melhor planejamento do tratamento da mesma. Na figura 2 observamos as fotos: lateral direita, frontal, lateral esquerda, oclusal superior e oclusal inferior.

Figura 2: Fotos lateral esquerda, frontal, lateral direita, oclusal superior, oclusal inferior. Fonte: arquivo do autor

O início do tratamento na figura 3 observa-se bandagens dos primeiros molares superiores e inferiores e instalação de mini-implante, BTP (barra transpalatina) modificada com elástico.

Figura 3: Bandagem nos molares, mini-implante, BTP modificada e elástico. Fonte: arquivo do autor

Na figura 4 visualiza-se a colagem de braquetes na arcada superior.

Figura 4: Colagem de braquetes na arcada superior e bandagens nos primeiros molares. Fonte: arquivo do autor.

De acordo com a continuação do tratamento podemos ver na figura 5 a instalação da PLA (placa lábio ativa) na arcada inferior para distalização e verticalização dos molares.

Figura 5: Instalação do dispositivo PLA no arco inferior, colagem de braquetes, bandagem nos primeiros molares, mini-implante, BTP modificada e elástico. Fonte: arquivo do autor.

Na figura 6 foi realizada a instalação do dispositivo tacail na arcada superior, utilizado para distalizar os molares superiores.

Figura 6: Instalação do dispositivo tacail no arco superior, colagem de braquetes, bandagem nos primeiros molares, mini-implante, BTP e PLA no arco inferior. Fonte: arquivo do autor

Nesse relato de caso clínico foram utilizados dispositivos na tentativa de correção da classe I sem ter que fazer extrações nos pré-molares. Na mecânica realizada foram distalizados os molares com mini-implantres e BTP modificada, visto que a paciente era biprotusa e apresentava apinhamento, porém a mesma ainda continua em tratamento. O uso do mini-implante proporcionou a ancoragem e tornou eficiente o tratamento.

DISCUSSÃO

O uso dos miniparafusos como unidade de ancoragem contribuiu para o sucesso do tratamento. Para alcançar o resultado desejado é preciso conhecer a biomecânica envolvida nos diversos sistemas, preconizando os princípios e as recomendações do uso dos mini-implantes. Assim, é preciso administrar as forças empregadas ao tipo de movimento e aos dentes a serem movimentados. É de fundamental importância identificar as indicações e utilizações do uso do mini-implante para distalizar os molares dentro dos limites biológicos de cada caso.

Em casos de grandes movimentações, o diagnóstico entre distalizar e extrair deve ser analisados assim como os casos de distalizar com os métodos tradicionais sem o uso do mini-implante. Dessa forma, é preciso avaliar a necessidade de cada caso para obter êxitos no tratamento. A utilização do mecanismo de mini-implante com barra transpalatina modificada e elástico proporciona a distalização de molares superiores da classe I assimétrica, assim como o uso do tacail e a placa lábio ativa no arco inferior apresentam resultados eficientes no tratamento como:

a) Com o uso do mini-implante com a barra transpalatina ocorrem efeitos desejáveis uma vez que não precisa da colaboração do paciente7;

b) A distalização do molar é feita de corpo com o uso do mini-implante7;

c) Descarta a possibilidade de extração dos pré-molares na mecânica com o mini-implante6;

d) Fácil higienização;

e) O paciente não precisa usar elásticos extrabucal no mecanismo do mini-implante;

f) Os molares superiores são distalizados com o uso do tacail;

g) Com o mecanismo da placa lábio ativa os molares inferiores são distalizados e verticalizados;

h) Utilizando o mini-implante os primeiros e segundos molares são distalizados em uma mesma etapa.

Podemos citar algumas vantagens com relação ao mini-implante com relação aos outros dispositivos de distalização dos molares que é mais confortável ao paciente, isento de efeitos indesejados e eficiência na ancoragem.

CONCLUSÃO

A mecânica do mini-implante com a barra transpalatina proporcionou a distalização dos molares superiores, de forma simples e ampla nos limites de distalização assim como a ancoragem e eficiência no tratamento da má oclusão de classe I, visto que a paciente tinha apinhamento e biprotrusão.

Foram utilizados dispositivos para distalização dos molares tanto superiores quanto inferiores. No arco superior o tacail e no arco inferior foi usada a placa lábio ativa. Nesse relato de caso clínico foi evitado a remoção dos pré-molares superiores.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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  9. MARQUEZAN M.; NOJIMA L.I.; FREITAS A.O.; BARATIERI C.; ALVES Jr. M.; NOJIMA M. C.; ARAUJO M.T.T. Tomographic mapping of the hard palate and overlying mucosa. Braz Oral Res. 2012 Feb; 26(1): 36-42.
  10. PAPADOPOULOS M.A. Orthodontic treatment of Class II maolocclusion with miniscrew implants. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2008; 134: 604. e 1-604. E 16.

[1] Cirurgiã-Dentista, especialista em Ortodontia pela Famosp/SP.

[2] Cirurgião-Dentista, Doutor em Ortodontia, Professor de Anatomia Humana – Cesmac/AL.

Enviado: Setembro, 2018.

Aprovado: Março, 2019.

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Karine Cavalcante de Morais Barros

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