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Cirurgia refrativa, muito além da satisfação e da aparência: uma revisão integrativa

RC: 99770
332
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/cirurgia-refrativa

CONTEÚDO

REVISÃO INTEGRATIVA

MIYAKE, Gabriel Sussumu [1], MIYAKE, Guilherme Yuji [2], MIYAKE, Edson Sussumu [3]

MIYAKE, Gabriel Sussumu. MIYAKE, Guilherme Yuji. MIYAKE, Edson Sussumu. Cirurgia refrativa, muito além da satisfação e da aparência: uma revisão integrativa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 06, Ed. 10, Vol. 07, pp. 75-81. Outubro 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/cirurgia-refrativa, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/cirurgia-refrativa

RESUMO

Contexto: A saúde e a qualidade de vida andam atrelados à estética no cenário médico atual, trazendo uma barreira, assim como um estímulo à medicina quanto aos procedimentos cirúrgicos. A cirurgia refrativa, representa um equilíbrio entre esses dois pilares, beneficiando a saúde – assim como a qualidade de vida de um indivíduo – e a estética, por isso se torna bastante procurada nos tempos atuais. Questão Norteadora: A realização da cirurgia refrativa traz benefício direto apenas a aparência? Objetivo: O principal objetivo é analisar a literatura referente a cirurgia refrativa com base no questionário de qualidade de vida, NEI-RQL-42, em dois países, com foco nos escores de “Aparência”, para assestar benefícios estéticos, e “Satisfação com Correção”, para demonstrar uma melhora da saúde em si. Metodologia: O trabalho é caracterizado como uma revisão bibliográfica, qualiquantitativa e utiliza-se de levantamentos bibliográficos encontrados à pesquisa com o descritor “NEI-RQL” nas plataformas Scielo e Pubmed. Resultados: Foram encontrados dois artigos com dados numéricos que apresentavam informações do pré e pós-cirúrgicos, sendo observado que o contentamento dos participantes quanto aos escores foi bastante alto no pós-cirúrgico, com acréscimos significativos. Conclusão: O desenvolvimento positivo nos escores de “Aparência” – mostrando um caráter estético – e “Satisfação com Correção” – que exibe o bem-estar físico e psíquico dos pacientes – evidenciou que a cirurgia refrativa não apenas traz benefícios à aparência, mas também à saúde.

Palavras-Chave: cirurgia refrativa, estética, aparência, satisfação com correção.

1. INTRODUÇÃO

A medicina vem evoluindo com a humanidade e suas necessidades, tendo nascido com Hipócrates há mais de 2.500 anos (THOMSON et al., 1998) adaptando-se para refinar seus métodos de promoção de saúde no intuito de se tornar mais atrativa à população (EDMONDS, 2013). Com o desenvolvimento da sociedade, e sua vaidade e padrões de beleza, cirurgias e métodos incisivos começaram a se tornar obsoletos e pouco procurados, exigindo da medicina atualizações para manter a saúde da população não cruzando as barreiras de sua estética (FERREIRA, 2010). Com o advento da tecnologia e sua indiscutível precisão, isso se torna cada vez mais possível e acessível ao público, aprimorando a qualidade de vida na sociedade e trazendo satisfação à população (LAAL, 2012).

O que se define como saúde é o bem-estar físico, psíquico e social de um indivíduo – englobando suas necessidades médicas e sua atitude quanto à vida moderna – (CALLAHAN, 1973) (GALDERISI et al., 2015), em paralelo, há a estética, a vaidade da aparência física e da beleza (TALARICO E MORGANTE, 2013). Com o advento dos padrões de beleza sociais normativos, a estética se torna imprescindível à saúde do ser humano moderno (FERREIRA, 2010) (TALARICO E MORGANTE, 2013), e a cirurgia refrativa a laser se torna um procedimento cirúrgico no qual se encontra um equilíbrio entre a saúde e a estética pela junção do útil ao agradável com a eliminação dos efeitos de deficiência visual e a eliminação de empecilhos à limpidez da face com a retirada dos óculos (GUPTA E NAROO, 2006).

Com a relação definida entre a saúde e a estética, surge a pergunta: A realização da cirurgia refrativa traz benefício direto apenas a aparência? Dessa maneira, o principal objetivo é analisar a literatura referente a cirurgia refrativa com base no questionário de qualidade de vida, NEI-RQL-42, em dois países, com foco nos escores de “Aparência”, para assestar benefícios estéticos, e “Satisfação com Correção”, para demonstrar uma melhora da saúde em si.

2. MÉTODOS

O estudo em questão caracteriza uma revisão bibliográfica que se constrói a partir do levantamento literário de estudos que se utilizaram do questionário de qualidade de vida NEI-RQL-42, escolhendo aqueles cujas informações apresentavam dados pré e pós-operatórios. Nesse estudo, o principal dado explorado foi a aparência, que será analisada de forma qualiquantitativa.

As plataformas de pesquisa para o levantamento de dados numéricos para solidificação dos argumentos foram Scielo e Pubmed utilizando o descritor “NEI-RQL” e, durante a análise dos dados foi feita divisão numérica de contentamento dos pacientes antes e após o operatório em dois tópicos: “Aparência” (Appearance) e “Satisfação com Correção” (Satisfaction with Correction). Os dados foram, em conseguinte, associados a fontes literárias.

3. RESULTADOS

Dentre os estudos científicos encontrados à utilização do descritor, dois artigos se destacaram e se fizeram condizentes com o atual trabalho, passando no critério único de exclusão impostos à pesquisa que se refere a adequação ao tema. Os estudos a serem escolhidos deveriam conter dados referentes ao pré e pós-cirúrgicos dos pacientes em amostra, para facilitar a compreensão de sua satisfação com os resultados.

O primeiro estudo analisado teve uma amostra de 96 pacientes, apresentando satisfação no escore de “Aparência” em pré-operatório de 40,9% (39), em média; em pós-operatório, isso passou à média de 99,4% (95). Quanto à satisfação no escore “Satisfação com Correção”, em pré-operatório o valor de média foi de 54,6% (52); em pós-operatório, a média foi de 91,9% (88) (NUNES E SCHOR, 2005).

O segundo, tendo a amostra de 95 pacientes avaliados e, seus valores pré e pós-operatórios numa divisão entre míopes (n=63) e hipermetropes (n=32). Apenas os valores de média e seu desvio padrão foram apresentados com os míopes, passando de 59% (37) a 68,3% (43) no escore de “Aparência”; no de “Satisfação com Correção” foram encontrados os valores de 69,9% (44) no pré-operatório contra 80,1% (50) no pós-operatório. Quanto aos hipermetropes, os valores de satisfação no escore de “Aparência” foram de 54% (17) no pré-operatório contra 67,6% (21) no pós-operatório; à “Satisfação com Correção”, encontram-se os valores pré-operatórios de 68,6% (22), enquanto no pós-operatório a satisfação era de 92,1% (29) (PAKPOUR et al., 2013).

4. DISCUSSÃO

A partir dos dados encontrados nas pesquisas estudadas quanto à satisfação, do escore “Aparência” (Appearance) (NUNES E SCHOR, 2005) pode-se inferir uma relação importante no caráter estético da cirurgia, observando-se o contentamento dos pacientes com sua aparência no pós-cirúrgico significativamente superior após a correção refrativa; à análise da “Satisfação com Correção” (Satisfaction with Correction) (NUNES E SCHOR, 2005), observamos maior agrado com relação à correção de graduação, representando o bem-estar físico e psíquico, o que remete à definição de saúde no conceito de Callahan (1973). Esse crescimento em conjunto reafirma o atrelamento da saúde e estética no atual cenário não somente social como médico (TALARICO E MORGANTE, 2013).

As pessoas se importam cada vez mais com a estética facial (TALARICO E MORGANTE, 2013), os óculos, por serem uma necessidade para correção refrativa e um acessório utilizado na região da face, podem vir a se mostrar um artigo de deturpação da beleza estética para alguns indivíduos, justificando sua escolha pela cirurgia refrativa no quesito de aparência.

O primeiro estudo analisado, realizado no Brasil, de Nunes e Schor (2005), apresentou uma satisfação em média 58,5% superior no quesito de escore “Aparência” entre o pré-operatório e o pós-operatório, o que resulta em aproximadamente 56 pessoas mais contentes com o resultado, assim como 37,3% superior no fator “Satisfação com Correção”, significando basicamente 36 pessoas a mais.

No segundo trabalho analisado, realizado no Irã, de Pakpour et al. (2013), demonstrou uma satisfação quanto ao escore “Aparência” do questionário NEI-RQL mais elevado de início – 40,9% em média total no Brasil contra 59% míopes e 54% hipermetropes, em média, no Irã – e com menor alteração no pré e pós-cirúrgico, porém, ainda houve aumento importante do deleite, tendo um acréscimo de 9,3% entre míopes e 13,6% entre hipermetropes, ou seja, 6 ex-míopes e 4 ex-hipermetropes.

A satisfação também começou maior nessa que na anterior – 54,6% na pesquisa brasileira contra 69,9% em míopes e 68,6% em hipermetropes na iraniana –, no entanto, o acréscimo em ambas foi significativo, com a pesquisa observando 10,2% de aumento na satisfação após cirurgia em míopes e 23,5% em hipermetropes, o que resulta em 6 ex-míopes e 7 hipermetropes a mais (PAKPOUR et al., 2013).

Os achados do estudo quanto aos escores sustentam o argumento do quesito de embelezamento estético da cirurgia refrativa e sua relação com saúde (CALLAHAN, 1973), já que a satisfação com a aparência foi bastante aparente após o procedimento cirúrgico, caracterizando a narrativa de qualidade de vida atrelada à estética (FERREIRA, 2010).

5. CONCLUSÃO

A revisão realizada no estudo demonstrou que o embelezamento estético é um importante fator que atrai os indivíduos para a cirurgia refrativa, visto que foi observado um aumento do escore “Aparência” no pós-operatório da correção gradual, indicando maior satisfação dos pacientes em relação ao visual, também podendo ser associado à questão da estética facial, pela eliminação dos óculos.

Além disso, quanto à satisfação crescente no escore “Satisfação com Correção”, esse resultado traz à tona os efeitos positivos da cirurgia refrativa com a correção gradual, denotando o bem-estar físico e psíquico no pós-cirúrgico, contribuindo para a saúde do indivíduo.

Portanto, respondendo a questão norteadora, quando analisados os dados apresentados, pode-se observar que a cirurgia refrativa não somente trata da parte estética e de embelezamento da aparência de um indivíduo, mas também traz benefícios ao bem-estar dos pacientes que se submetem a ela, contribuindo para a saúde social e médica.

REFERÊNCIAS

CALLAHAN, D. The WHO definition of ‘health’. The Hastings Center Studies, v. 1, n. 3, 1973, p. 77-87. Disponível em: <https://doi.org/10.2307/3527467>. Acesso em: 20 de outubro de 2021.

EDMONDS, A. Can Medicine Be Aesthetic? Medical Anthropology Quarterly, v. 27, n. 2, 2013, p. 233-252. Disponível em: <https://doi.org/10.1111/maq.12025>. Acesso em: 19 de outubro de 2021.

FERREIRA, F.R. Algumas considerações acerca da medicina estética. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. 1, 2010. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000100012>. Acesso em: 20 de outubro de 2021.

GALDERISI, S. HEINZ, A. KASTRUP, M. BEEZHOLD, J. SARTORIUS, N. Toward a new definition of mental health. World Psychiatry, v. 14, n. 2, 2015, p. 231-233. Disponível em: <https://doi.org/10.1002/wps.20231>. Acesso em: 20 de outubro de 2021.

GUPTA, N. NAROO, S.A. Factors influencing patient choice of refractive surgery or contact lenses and choice of centre. Contact Lens and Anterior Eye, v. 29, n. 1, 2006, p. 17-23. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.clae.2005.10.006>. Acesso em: 21 de outubro de 2021.

LAAL, M. Innovation and Medicine. Procedia Technology, v. 1, n. 1, 2012, p. 469-473. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.protcy.2012.02.103>. Acesso em: 20 de outubro de 2021.

NUNES, L.M. SCHOR, P. Avaliação do impacto da cirurgia refrativa na qualidade de vida por meio do questionário NEI-RQL (National Eye Institute Refractiver Error Quality of Life). Arquivo Brasileiro de Ofatalmologia, v. 68, n. 6, 2005, p. 789-796. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0004-27492005000600015>. Acesso em: 21 de outubro de 2021.

PAKPOUR, A.H. ZEIDI, I.M. SAFFARI, M. LABIRIS, G. FRIDLUND, B. Psychometric properties of the national eye institute refractive error correction quality-of-life questionnaire among Iranian patients. Oman Journal of Ophtalmology, v. 6, n. 1, 2013, p. 37-43. Disponível em: <https://doi.org/10.4103/0974-620X.111911>. Acesso em: 22 de outubro de 2021.

TALARICO, G. MORGANTE, E. The human dimension: esthetics in society and in medicine. The European Journal of Esthetic Dentistry, v. 8, n. 2, 2013, p. 136-155. Acesso em: 21 de outubro de 2021.

THOMSON, W.A.R. UNDERWOOD, E.A. RICHARDSON, R.G. GUTHRIE, D.J. RHODES, P. History of Medicine. Encyclopedia Britannica, 1998. Acesso em: 19 de outubro de 2021.

[1] Graduando. ORCID: 0000-0002-8466-452X.

[2] Graduando. ORCID: 0000-0001-5118-8734.

[3] Orientador. ORCID: 0000-0001-9406-2285.

Enviado: Outubro, 2021.

Aprovado: Outubro, 2021.

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Gabriel Sussumu Miyake

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