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Percepções sobre a não adesão a vacina contra o sarampo

RC: 50593
201
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

BOAS, Amanda Frederico Vilas [1], SILVA, Giovanna de Freitas Lucato [2], SILVA, Gregory Gomes da [3], MARTINS, Stephanie Gonçales Espósito [4], BARBOSA, Barbara Jacqueline Peres [5]

BOAS, Amanda Frederico Vilas. Et al. Percepções sobre a não adesão a vacina contra o sarampo. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 05, Vol. 06, pp. 111-121. Maio de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/contra-o-sarampo

RESUMO

O sarampo é uma doença infecciosa causada por um vírus que é facilmente transmitido de um indivíduo para outro por meio das secreções humanas como a tosse e espirro. É de caráter universal e apresenta variação estacional, observando-se um aumento de casos entre o final do inverno e o início da primavera. Essa doença pode ser evitada por meio da vacina tríplice viral, disponível na rede pública de saúde. Pretende-se analisar e demostrar as razões que contribuem para perda da eficácia e evasão dos programas de imunização contra o sarampo por parte da população. Trata-se de uma pesquisa de revisão literária, realizada por meio da consulta às base de dados Lilacs e Scielo que estão contidas na Biblioteca Virtual em Saúde (Bireme). Os critérios de inclusão foram: artigos publicados entre os anos de 2014 a 2019, em português, disponíveis na íntegra e que tinham relação com o tema. odemos elencar que os principais motivos pelos quais os pais deixam de vacinar seus filhos foram: desacreditar na indústria farmacêutica, dar crédito a informações sem fundamentação científica, a falta de conhecimento sobre a importância da vacinação e por acreditarem em métodos naturais para prevenção das doenças imunopreveníveis. Tais resultados embasaram o levantamento sobre a queda da imunização ao comparar a cobertura vacinal alcançada na primeira e segunda dose da vacina Tríplice Viral, fato que promove a epidemia de Sarampo vivenciada na atualidade. Pode-se levantar alguns fatores que foram responsáveis pela queda de imunizados. Portanto, nas visitas as unidades de saúde públicas, filantrópicas e privadas é essencial enfatizar a importância das duas doses da vacina, garantindo um esquema vacinal completo e a redução na prevalência das patologias imunopreveníveis.

Palavras-chave: Sarampo, não adesão a vacinação, vacina tríplice viral.

1. INTRODUÇÃO

O sarampo é uma doença infecciosa causada por um vírus que é facilmente transmitido de um indivíduo para outro por meio das secreções humanas como a tosse e espirro (MSF, 2018). É de caráter universal e apresenta variação estacional, observando-se um aumento de casos entre o final do inverno e o início da primavera. Essa doença pode ser evitada por meio da vacina tríplice viral, disponível na rede pública de saúde (PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2019). O sarampo foi descrito pela primeira vez no século X a.C. pelo médico persa Rhazes de Muhammad como uma doença “mais temida do que a varíola”. Já em 1757, o médico escocês Francis Home descobriu que a doença era causada por um agente infeccioso que se encontrava na corrente sanguínea do paciente (MANDAL, 2019; PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2019). A vacina contra o sarampo foi criada em 1960 e introduzida no Brasil no ano de 1967 (DOMINGUES et al, 1997).

Em 1968 passou a ser uma doença com notificação compulsória. Em 1986, o Brasil registrou 129.942 casos de sarampo e até o ano de 1991 foram notificadas nove epidemias, sendo uma a cada dois anos em média (FNS, 2000). Estimativas feitas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na década de 90 registraram 45 milhões de casos de sarampo a cada ano, contribuindo com cerca de dois milhões de mortes em todo o mundo (FNS, 2000). Com o alto número de casos notificados, o governo brasileiro implementou, em 1992, o Plano Nacional de Controle e Eliminação do Sarampo e teve como objetivo criar uma campanha nacional de vacinação, conseguindo imunizar 96% da população, o que representava 48 milhões de crianças e adolescentes com idade entre 9 meses e 15 anos, obtendo-se a redução de 81% no número de casos notificados (FNS, 2000).

Com o passar dos anos, os casos foram oscilando e campanhas de vacinação foram feitas pelo governo para reduzir por definitivo as estatísticas. Tanto que o último caso endêmico foi notificado em 2002 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016). Sendo assim, em 2016, a Organização Pan-Americana de Saúde entregou o certificado que declara a região das Américas livre dessa doença. Contudo, entre 2016 e 2019, o índice vacinal contra o sarampo diminuiu cerca de 20% e, com isso, em 2018, o Brasil registrou na região norte 10 mil novos casos dessa infecção, em razão do fluxo de imigrantes venezuelanos (MENEZES, 2019). Com isso, o Ministério da Saúde (MS) iniciou campanhas de vacinação e realizou ações de bloqueio em toda a população que residia perto ou convivia com pessoas que apresentavam suspeita da doença. Analisando os últimos cinco anos na rotina da vacinação contra a tríplice viral, foi observada uma expressiva não adesão à segunda dose em relação à primeira, como é o caso da região Sudeste.

A cobertura vacinal da primeira dose em 2018 foi de 94% e da segunda dose de 80% (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). A partir desses dados, uma inquietude se destacou: Quais fatores estão levando os responsáveis a não vacinarem as crianças em ações de rotina segundo o calendário vacinal do Ministério da Saúde? À priori, estima-se a falta de conhecimento sobre a importância da vacinação pela população e o aumento expressivo do movimento anti-vacina (SUCCI, 2018). No ano de 1904, foi instituída a lei da vacinação obrigatória pelo médico e sanitarista Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Porém, a relação entre a população e governo estava desacreditada, o que levou a população a não permitir a vacinação em seus filhos, pois acreditava que a mesma era ineficaz e que era uma forma do governo mostrar a sua força.

Podemos afirmar que, em pleno século XXI, estamos voltando a esses questionamentos em relação à segurança e eficácia dos imunobiológicos, o que está causando uma drástica diminuição do número de imunizados e, com isso, tem sido trazidas, novamente, à tona, doenças imunopreveníveis. Com isso, temos como objetivo analisar e demostrar as razões que contribuem para perda da eficácia e evasão aos programas de imunização contra o sarampo por parte da população. Pensar em tais questões é de suma importância, pois as fakes news tem contribuído, de forma massiva, para com a não vacinação por parte dos pais, o que justifica a relevância da proposta.

2. MÉTODO DE PESQUISA

Esta é uma revisão integrativa da literatura científica, cujo método permitiu a síntese das pesquisas disponíveis sobre a vacina tríplice viral, e, consequentemente, o entendimento dos fatores que levam a população a não aderir à imunização pela vacina. A pesquisa foi realizada a partir da consulta às base de dados Lilacs e Scielo, contidas na Biblioteca Virtual em Saúde (Bireme). Os descritores utilizados foram: movimento contra vacinação; vacinação; programas de imunização; recusa de vacinação; vacina contra sarampo-caxumba e rubéola. Os critérios de inclusão para seleção dos artigos foram: artigos publicados entre os anos de 2014 a 2019, em português, disponíveis na íntegra e que tinham relação com o tema. Colocando cada descritor na BVS obteve-se:

  • Movimento contra vacina: A princípio 154 artigos foram encontrados. Após aplicar os filtros 5 artigos foram selecionados e depois de realizada leitura na íntegra, selecionamos um artigo para o estudo;
  • Vacinação: Apareceram 85.922 artigos e com a aplicação dos filtros restaram 775 artigos. Destes, selecionamos cinco para estudo;
  • Programas de imunização: A busca inicial totalizou 15.067 artigos e após aplicar os filtros totalizaram 173 artigos, sendo que destes 2 foram selecionados para estudo;
  • Recusa de vacinação: Foram filtrados 616 artigos e após aplicar os critérios de exclusão restaram 5 trabalhos. A partir destes selecionamos 1;
  • Vacina contra sarampo-caxumba-rubéola: Apareceram 2930 artigos. Após aplicar os filtros sobraram 21 e destes selecionamos 1 artigo para estudo.

Com isso, no geral, foram encontrados 104.689 artigos e após aplicar os filtros (materiais em português e publicado nos anos 2014 a 2019) restaram 979 artigos, destes, após leitura do título, foram selecionadas 23 obras literárias de artigos nacionais e depois da leitura na íntegra, foram selecionados 10 artigos para análise.

3. RESULTADOS

Após análise dos artigos filtrados a partir dos descritores propostos, foram selecionados 7 estudos para embasar e aprofundar sobre o tema, apreciados no Quadro 1 (Síntese dos dados observados) a seguir:

Quadro 1: Síntese dos dados observados

Título do artigo Autores Ano Objetivo Temática
Cuidar e (não) vacinar no contexto de famílias de alta renda e escolaridade em São Paulo, SP, Brasil.11 Couto M. T.; Barbieri C. L. A. 2014 A importância da compreensão sociocultural da (não) aceitabilidade da vacinação no contexto do cuidado parental. Mostra as opiniões entre pais de alta renda em São Paulo sobre a vacinação de seus filhos.
A (não) vacinação infantil entre a cultura e a lei: os significados atribuídos por casais de camadas médias de São Paulo, Brasil.12

 

Barbieri C. L. A.; Couto M. T.; Aith F. M. A.; 2016 Compreender como pais de camadas médias de São Paulo, Brasil, significam as normatizações da vacinação no país, a partir de suas vivências de vacinar, selecionar ou não vacinar os filhos. Mostra as visões entre os pais que optaram a vacinarem ou não seus filhos e o que a lei diz sobre isso.
Cuidado parenteral e (não) vacinação do filho: por um diálogo entre a perspectiva socio antropológica e bioética.13

 

 

 

 

 

Barbieri C. L. A.; Couto M. T. 2016 Propõe iniciar um diálogo sobre o cuidado parental na dialética entre o princípio da autonomia e da proteção. Até onde o direito dos pais vai ser confrontado com o bem-estar coletivo e da criança sob tutela deles.

Também aborda a falha nos programas vacinais de não abordar os cidadãos que sofrem efeitos adversos causados pelas vacinas.

Autonomia individual vs. Proteção coletiva: a não-vacinação infantil entre camadas de maior renda/escolaridade como desafio para a saúde pública.14 Iriart J. A. B. 2017 Mostrar o quanto a escolha individual pode afetar a população como um todo. Tem como finalidade mostrar como a decisão individual pode afetar o meio a sua volta.
Percepções acerca da importância das vacinas e da recusa vacinal numa escola de medicina.15

 

 

Mizuta A. H.; Succi G. M.; Montalli V. A. M.; Succi R. C. M.; 2017 Identificar a percepção da importância das vacinas e os riscos da recusa vacinal entre alunos de medicina e médicos. O artigo fala sobre o conhecimento acerca da vacinação, sua importância e a sua recusa no meio dos alunos e docentes de medicina.
Recusa da vacinação em área urbana do Norte de Portugal.16 Fonseca M. S.; Varela M. A. L. N.; Frutuoso A.; Monteiro M. F. F. R. P. 2018 Elencar os motivos da não adesão vacinal em Portugal. O artigo ressalta os motivos que levam os pais a não vacinarem seus filhos, sendo que as vacinas são gratuitas.
Qual a importância da hesitação vacinal na queda das coberturas vacinais no Brasil?17 Sato A. P. S.; 2018 Apresentar a definição e os fatores relacionados à hesitação vacinal, bem como discutir sua importância no contexto brasileiro. Aborda a hesitação vacinal, como ela ocorre, quais seus motivos e suas consequências aos sistemas de Saúde.
Comunicação breve anti-vacinação, um movimento com várias faces e consequências. 18 Junior V. L. P.; 2019 Demonstrar que o grande desafio para o futuro será a dicotomia entre o interesse da saúde pública e as liberdades individuais. O artigo fala sobre os fatores que levam a população a recusar-se pela vacinação.

Fonte: Elaborado pelos autores (2020)

3.1 HESITAÇÃO, ESCOLARIDADE E DESCRÉDITO NAS INSTITUIÇÕES

A hesitação vacinal ocorre diante dos 3 C’s que são designados como: Complacência, Confiança e Conveniência (SATO, 2018), propostos pela OMS no ano de 2011, respaldados nos dados que reiteram que de 2016 a 2019 a porcentagem de pessoas vacinadas caiu de 10 a 20% a cada ano (MENEZES, 2019; SATO, 2018). Um dos motivos para isso seria o de que, com o passar dos anos, as doenças foram sendo cada vez menos manifestadas, gerando um sentimento de segurança na população, o que acarretou a baixa adesão aos programas de vacinação. Ironicamente, esse sentimento se deu graças a eficácia das vacinas, mostrando que em países com boa taxa de escolaridade e serviços eficazes de saúde, a recusa da vacina é maior do que em países cujos índices são menores, como o Brasil (SATO, 2018; BARBIERI et al, 2010).

Outros fatores englobam a desconfiança nas instituições de Saúde e nos profissionais, já que o conhecimento sobre o tema é expressivamente heterogêneo, fazendo com que esses indivíduos não entrem em consenso, despertando dúvidas acerca da credibilidade por parte de quem recebe essas informações. No ramo empresarial da saúde, os supostos lucros são usados como pretexto para manter doenças que teoricamente já teriam tratamento, exemplo mostrado no estudo, cujos pais acreditam que as vacinas seriam impostas por meio da indústria farmacêutica para garantir seus lucros e que não visam à saúde dos seus filhos, o que acaba fazendo com que os programas vacinais tenham uma menor adesão por parte da população (SATO, 2018). Adicionalmente, alerta-se para o grande uso de metais pesados e de substâncias desconhecidas utilizadas nas fabricações de vacinas (SATO, 2018).

3.2 ROTINAS, CUMPRIMENTO DA LEI E AUTONOMIA

Em um dos estudos, pais de camada média da cidade de São Paulo foram avaliados conforme suas ações à respeito das vacinas e pôde-se visualizar que, para alguns, a vacina já está inserida na rotina como uma tarefa comum como ir à escola e não é questionada (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Já outros pais chegam a vacinar seus filhos, mas selecionam as vacinas e fazem por cumprimento da Lei. Os que não vacinam usam como princípio moral a autonomia e a liberdade individual para que eles assumam as responsabilidades sobre seus próprios filhos, sem interferência externa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).

Existem leis que constam tanto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) quanto no decreto n° 78.231, sancionado em 12 de agosto de 1976. Ambos estabelecem as diretrizes que devem ser seguidas para que ocorra a vacinação obrigatória, que deve ocorrer quando a doença em questão for estritamente evitável com a vacinação e em casos recomendados pelas autoridades sanitárias. Não é possível mensurar, em um contexto geral, as causas exatas de hesitação vacinal a nível mundial, pois outras variáveis precisam ser levadas em conta como processos históricos, sociais, influências de líderes, questões individuais, entre outros (SATO, 2018).

3.3 CONTINUIDADE VACINAL

Um dos desafios é a falha do seguimento das vacinas, principalmente quando é necessário retornar ao serviço de saúde para receber a 2ª dose (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). De acordo com o DataSUS, no município de São Paulo, as taxas de cobertura vacinal na 1º dose foram de, no mínimo, 58% e, no máximo, 73%. Já na 2º dose, a adesão mínima foi de 26% e a máxima 41%, como mostra o gráfico 1, situado a seguir, corroborando com a literatura aqui apresentada.

Gráfico 1: Doses aplicadas da Vacina Tríplice Viral em São Paulo de 2014 a 2018

Fonte: Governo do estado de São Paulo (2019)

Tal fato se repete em outras regiões do país, em que a 1ª dose da vacina de sarampo teve uma adesão maior do que a 2ª dose, conforme ilustrado nos gráficos 2 e 3, referentes à cobertura vacinal nos últimos dois anos:

Gráfico 2: Cobertura vacinal no Brasil em 2017

Fonte: DataSUS (2020)

Gráfico 3: Cobertura vacinal no Brasil em 2018

Fonte: DataSUS (2020)

3.4 FAKES NEWS E EFEITOS ADVERSOS

Temos que lembrar que um fator muito importante para a não adesão as vacinas são as notícias falsas ou fakes news, espalhadas pelos meios de comunicação da modernidade (Internet, aplicativos para troca de mensagens, etc), cuja informação pode ser criada por qualquer usuário e corre livremente e sem nenhum tipo de critério científico aplicado à elas. O medo dos efeitos adversos provocados pelas vacinas também é contemplado nessa equação. Um exemplo disso foi a divulgação nos meios midiáticos, a um tempo atrás, que o autismo estava relacionado com a vacina MMR (Sarampo, Caxumba e Rubéola) e com as doenças autoimunes. Isso levou um grande número de pais a não vacinarem seus filhos, com medo de que essas doenças os atingissem, sem saberem, ao certo, se isso é de procedência verdadeira ou falsa (COUTO; BARBIERI, 2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após a verificação desta temática, conclui-se que o sarampo é uma doença altamente contagiosa e perigosa para a população, responsável por inúmeras mortes ao longo dos anos. Pode-se dizer que o método mais eficaz para ficar protegido contra essa doença é a imunização pela vacina tríplice viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola.  Com este estudo, pôde-se levantar alguns fatores que foram responsáveis pela queda de imunizados, como, por exemplo, a falta de conhecimento acerca da importância da imunização, descrédito às pesquisas da indústria farmacêutica e temor às reações adversas.

Contudo, a vacinação exerce uma grande importância para a população de modo geral, uma vez que a pessoa vacinada pode conter a disseminação do vírus. Outro achado é a grande diferença na cobertura vacinal entre primeira e segunda dose. Nas visitas às unidades de saúde públicas, filantrópicas e privadas é essencial enfatizar a importância da vacina e como deve-se segui-la, garantindo um esquema vacinal completo e, ainda, a redução na prevalência das patologias imunopreveníveis.

REFERÊNCIAS

BARBIERI, C. L. A. et al. Cobertura vacinal infantil em um serviço filantrópico de atenção primária à saúde do Município de São Paulo, Estado de São Paulo, Brasil, em 2010. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 22, n. 1, p. 129-139, 2013.

BARBIERI, C. L. A.; COUTO, M. T. Cuidado parental e (não) vacinação do filho: por um diálogo entre a perspectiva socioantropológica e bioética. Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, p. 3635-3635, 2016.

BARBIERI, C. L. A.; COUTO, M. T.; AITH, F. M. A. A (não) vacinação infantil entre a cultura e a lei: os significados atribuídos por casais de camadas médias de São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 33, p. e00173315, 2017.

COUTO, M. T.; BARBIERI, C. L. A. Cuidar e (não) vacinar no contexto de famílias de alta renda e escolaridade em São Paulo, SP, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, p. 105-114, 2015.

DATASUS. Informações de saúde. 2020. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?pni/cnv/cpniuf.def. Acesso em: 15 mai. 2020.

DOMINGUES, C. M. A. S. et al. A evolução do sarampo no Brasil e a situação atual. Informe Epidemiológico do SUS, v. 6, n. 1, p. 7-19, 1997.

FONSECA, M. S. et al. Recusa da vacinação em área urbana do norte de Portugal. Scientia Medica, v. 28, n. 4, 2018.

FNS. Guia de Vigilância para a Erradicação do Sarampo e para o Controle da Rubéola. 1ª ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde/MS, 2000.

IRIART, J. A. B. Autonomía individual vs. protección colectiva: la no vacunación infantil entre las capas de mayor renta/escolaridad como desafío para la salud pública. Cad. Saúde Pública, v. 33, n. 2, 2017.

JUNIOR, V. L. P. Anti-vacinação, um movimento com várias faces e consequências. Cadernos Ibero-Americanos de Direito Sanitário, v. 8, n. 2, p. 116-122, 2019.

MANDAL, A. Early references to measles. 2019. Disponível em: https://www.news-medical.net/health/Measles-History.aspx. Acesso em: 15 mai. 2020.

MENEZES, L. F. Desenhamos fatos sobre o surto de sarampo no Brasil. 2019. Disponível em: https://www.aosfatos.org/noticias/desenhamos-fatos-sobre-o-surto-de-sarampo-no-brasil/. Acesso em: 15 mai. 2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa Nacional de Imunizações. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Brasil recebe certificado de eliminação do sarampo. 2016. Disponível em: https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/25846-brasil-recebe-certificado-de-eliminacao-do-sarampo. Acesso em: 15 mai. 2020.

MIZUTA, A. H. et al. Percepções acerca da importância das vacinas e da recusa vacinal numa escola de medicina. Revista Paulista de Pediatria, v. 37, n. 1, p. 34-40, 2019.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Sarampo: informações para o cidadão e profissionais de saúde. 2019. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/saude/vigilancia_em_saude/doencas_e_agravos/sarampo/index.php?p=6289. Acesso em: 15 mai. 2020.

SARAMPO. Médicos sem fronteiras. 2018. Disponível em: https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/sarampo. Acesso em: 15 mai. 2020.

SATO, A. P. S. Qual a importância da hesitação vacinal na queda das coberturas vacinais no Brasil? Revista de Saúde Pública, v. 52, n. 29, 2018.

SUCCI, R. C. de. M. Recusa vacinal-que é preciso saber. Jornal de Pediatria, v. 94, n. 6, p. 574-581, 2018.

[1] Estudante de graduação de enfermagem da Universidade Anhembi Morumbi.

[2] Estudante de graduação de enfermagem da Universidade Anhembi Morumbi.

[3] Estudante de graduação de enfermagem da Universidade Anhembi Morumbi.

[4] Estudante de graduação de enfermagem da Universidade Anhembi Morumbi.

[5] Enfermeira mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo. Docente na Universidade Anhembi Morumbi.

Enviado: Novembro, 2019.

Aprovado: Maio, 2020.

5/5 - (1 vote)
Stephanie Gonçales Espósito Martins

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