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Crítica à sociedade vitoriana: perspectiva fílmica de Tim Burton em Alice no país das maravilhas

RC: 47814
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

NASCIMENTO, Marlon de Araújo [1]

NASCIMENTO, Marlon de Araújo. Crítica à sociedade vitoriana: perspectiva fílmica de Tim Burton em Alice no país das maravilhas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 03, Vol. 12, pp. 92-102. Março de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/letras/critica-a-sociedade-vitoriana

RESUMO

O referido trabalho objetiva-se em traçar um paralelo entre o período do reinado da rainha Vitória, mais conhecida como “Era Vitoriana” em contraponto com o filme produzido e dirigido por Tim Burton. Para tanto, procurar-se-á problematizar a referência que o filme traz da época vitoriana, como era e como foi retratada no cinematográfico. Nesse aspecto, a ênfase recaíra na comparação de alguns personagens, como o filme traduz, transforma e aproveita os elementos presentes na época para compor os personagens do filme. Trata-se de avaliar ambos os lados, e valores e concepções de mundo por eles representados.

Palavras-Chave: Vitoriano, filme, personagens, valores.

INTRODUÇÃO

Tomamos como principal objetivo no que tange ao referido trabalho: estabelecer um paralelo comparativo entre os valores e concepções da época vitoriana e como esses valores foram representados no filme, “Alice no país das maravilhas”, por Tim Burton em 2010, em contraponto com alguns personagens do filme, como: Alice, rainha de copas e Tweedledee e Tweedledum. A análise será feita com base em alguns diálogos e atitudes dos personagens em passagens do filme. O objetivo é demonstrar como esses personagens traduzem uma crítica a referida época à luz do enredo cinematográfico.

O reinado de Alexandrina Vitória Regina (1837-1901), que ficou mais conhecida como rainha Vitória, foi um dos mais longos da história britânica, durou aproximadamente 64 anos, e é reconhecido pela literatura até os dias atuais, como “Era Vitoriana”. O século XVIII e início do XIX, apesar dos grandes avanços nas áreas cientifica e tecnológica, não foi exatamente uma época reluzente na história da Inglaterra, a sociedade da época ficou marcada por um radicalismo exacerbado e um modelo de família tradicional e opressora.

O filme de Tim Burton consegue explorar isso muito bem, baseado no livro Alice no país das maravilhas, escrito pelo autor Lewis Carroll em 1985, o diretor consegue reunir no filme a mágica, de um mundo completamente diferente do nosso, em contraste com a realidade latente da referida época, ele consegue usar os elementos da obra original e traduzir para o audiovisual de forma brilhante.

Outro ponto que será analisado são as relações intertextuais presentes entre e o denominado período vitoriano, e a obra audiovisual dirigida por Tim Burton em 2010. Para tanto, faz se necessário abordar de forma sintetizada o período histórico vitoriano, para dessa forma, estabelecer um paralelo analítico entre época e o filme.

É fundamental abordar a influência que os personagens descritos nesse artigo sofrem a partir do momento histórico, e abordar esse período que é de grande importância para que o leitor tenha uma noção crítica da obra cinematográfica, e, além disso, um estudo de cunho intertextual, busca com base em preceitos teóricos traçar um diálogo à luz de dois tipos textuais diferentes.

INTERTEXUALIDADE

A questão intertextual por ser definida Bona (2012, p. 3) “Intertextualidade é a presença de um discurso em um posterior, ou seja, é a presença de elementos duma obra, noutra obra”. De acordo com Samoyault, Tiphaine (1968, p. 15) “Oficialmente, é Julia Kristeva que compõe o termo intertextualidade”, neste contexto, a autora afirma que Julia Kristeva publica dois artigos para definir tal termo, primeiro a intertextualidade é definida como “Cruzamento num texto de enunciados tomados de outro texto”, e segundo, “transposição […] enunciados anteriores ou sincrônicos”. Entretanto, o termo intertextualidade foi empregado a outras mídias, relacionado ao cinema e as artes plásticas por Julia Kristeva, como destaca Zani (2003)

Convém situar que, em primeiro lugar, a intertextualidade foi um foco de estudo no campo da literatura – através das citações textuais – como sendo a inclusão de um texto a outro, para efeitos de reprodução ou transformação. Entretanto, pode-se também empregar o termo à outras produções textuais, imagéticas e midiáticas que trabalhem e elaborem sua narrativa discursiva com este artifício. (ZANI, 2003, p. 123).

Existem inúmeros exemplos de intertextualidade entre livro e filme, como é o caso do famoso livro de William Shakespeare – Romeu e Julieta, escrita em meados do século XVI, que obteve variadas adaptações para o cinema, TV, teatro, e etc. Algumas distopias escritas por George Orwell (1903-1950) e Aldous Huxley (1894-1963) também ganharam adaptações para o audiovisual, são elas: 1984 – filme baseado no livro escrito por George Orwell e Admirável Mundo Novo – 1988, filme baseado no livro de Aldous Huxley.

Assim como a literatura o cinema também pode ser influenciado pelo período histórico no qual está inserido. O momento histórico é de estrema importância para entendimento mais amplo que a mensagem pretende passar por meio de um livro ou de uma obra cinematográfica. A sétima arte, como é chamado o cinema, surgiu com intuito de representar os elementos cotidianos para um ambiente ficcional, como destaca Silva (2015, p. 21)

A necessidade de perceber os movimentos do cotidiano e guardá-los em imagens foi uma das razões que motivou o surgimento do cinema, este com mais de um século de existência continua, para muitos, sendo um universo paralelo, no qual tudo é possível, desde a visualização de vidas extintas como a dos dinossauros até tempos futurísticos como o desenvolvimento de vida em Marte.

No contexto desse artigo, o livro base para adaptação fílmica, é o livro escrito por Lewis Carroll (1832- 1898), como já mencionamos anteriormente, o livro é +considerado uma literatura infantil, porém ao adentramos o contexto do período, percebemos os elementos críticos à época que são empregados na escrita do autor.

ERA VITORIANA

O período do “vitorianismo”[2] da Inglaterra, sem dúvidas foi um marco na história britânica, e a partir do processo de colonização que à Inglaterra propagou no mundo, costumes e a educação moralizante acabaram expandindo-se, de tal modo que a experiência burguesa da época influenciou gerações e gerações. Surgiram vários escritores durante esse referido período, e uma literatura vasta nos mais variados campos.

Essa época também marcou um processo que ficou conhecido no mundo todo como a revolução industrial, ou seja, o capitalismo começava a vigorar, nesse contexto as cidades começaram superlotar, e famílias mudaram se para as grandes cidades com intuito de obterem ascensão social, o que não era possível pelas atividades do campo. É verdade que a herança desse processo não foi a das melhores, a poluição tomou conta das principais cidades britânicas, rios poluídos, entre outras coisas, no entanto a Inglaterra conseguiu se livrar desses problemas, despoluiu seus rios e hoje é uma das potências econômicas mundiais, assim como naquela época.

Autores renomados nos dias atuais como Darwin (1809 – 1882), que cunhou em 1859, o famoso “A origem das espécies”, dirigindo um desafio muito grande à igreja católica, e o famoso Karl Marx (1818 – 1883), trouxe “O capital”, que é discutido, refutado e relembrado nos dias atuais, foi escrito em Londres e publicado em 1867. Esses dois autores surgiram nessa época, que era de progresso, mas que afloraram muitas mazelas sociais.

A época vitoriana tinha um grande número de problemas a enfrentar. Sob vários aspectos, foi uma época de progresso – construção de estradas de ferro, navios a vapor, reformas de todos os tipos -, mas foi também uma época de dúvida. Havia pobreza demais, injustiças demais, feiura demais e muito pouca certeza sobre a fé ou a moral – tornou-se assim uma época de cruzados, reformadores e teóricos. (BURGES, 1996, p. 215)

A rainha Vitória influenciava a literatura e todo o processo social da época, como destaca Burges (1996, p. 215) “A moralidade rígida, o caráter sagrado da família eram devidos em grande parte ao exemplo da própria rainha Vitória, e sua influencia indireta sobre a literatura, assim como sobre a vida social”, o autor ainda destaca que termos como “sexo” era considerado tabu, e não podiam ser mencionados nem mesmo nos livros.

É de extrema relevância trazer para a discussão a figura feminina em relação à época. Charles Lutwidge Dodgson, cujo pseudônimo é Lewis Carroll, fugiu do mundo utilitarista da grande Inglaterra da época, e se dedicou a uma literatura que fundamentalmente o deixava mais à vontade, voltada para o público infantil e com o nonsense, ou seja, a literatura do sem sentido, como peça chave para esse romancista, que trouxe a baila uma figura central no seu livro mais famoso, uma personagem feminina; Alice. Nesse sentido, cabe salientar o olhar crítico do autor ao criar essa personagem, e todos os seus companheiros na história, mas em especial Alice, além da personagem ser retratada como uma mulher á frente do seu tempo, toda a história começa e termina em Alice. Portanto, esse período é de grande importância para as mulheres, como destaca Lopes (1986, p. 9)

Pois na era vitoriana inicia se um processo de individuação através do qual a mulher se dá conta de sua situação inferior em oposição ao homem, reconhece todos os seus sofrimentos como ser humano, admite suas contradições e revolta-se indo em busca de uma solução para seu problema existencial.

Alice é retratada como uma menina curiosa, fugindo do que era estabelecido na época, as crianças eram “adultizadas” muito cedo, tendo que seguir um padrão de moralidade rígida e puritana, sempre seguindo de alguma forma os passos do homem, sem terem autonomia própria. A obra de Lewis Carroll de alguma forma rompe com esse paradigma, e a forma como o filme produzido por Tim Burton explora isso, é muito significativo.

ANÁLISE

Logo no início do filme em um diálogo entre Alice e sua mãe, Tim Burton retrata a época em que as mulheres precisavam estar vestidas adequadamente com trajes longos, corpetes e meias, como é retratado em um diálogo entre Alice e sua mãe:

Alice: nós temos que ir? Duvido que notem que não fomos;

Mãe: eles notarão. Onde este seu corpete?  E sem meias?

Alice: sou contra meias.

Mãe: mas não está adequadamente vestida.

Alice: quem diz o que adequado? e se o “adequado” fosse usar um bacalhau na cabeça? Você usaria?

Mãe: Alice!

Alice: para mim corpete é como um bacalhau. (BURTON, 2010).

Alice é prometida a casar-se com o lorde Hamish Ascot, por ser um homem da alta sociedade e ter poder social. Alice está indo para uma festa onde o seu futuro noivo a aguarda ansiosamente. A mãe do seu futuro noivo os questiona a demora, que já passaria das 16 e tudo teria que ser às pressas. Aqui é mostrado o retrato da sociedade inglesa em que a pontualidade era algo extremamente importante; Alice dança com seu noivo prometido e os dois conversam:

Alice: Hamish, nunca se cansa de dançar quadrilha?

Hamish: Pelo contrário, acho revigorante.

Alice: Tive uma súbita visão de todas as damas de calças e dos homens de vestido…

Hamish: Guarde suas visões para você, na dúvida fique em silêncio.

(BURTON, 2010).

Para Hamish e para a época vitoriana a visão que Alice teve era uma afronta, as damas se vestirem de calças e os homens de vestido, a garota era o retrato de se opor ao sistema, ou seja, esse ato era busca pela libertação da rigidez, em relação aquilo que é norma e deve ser seguida à risca.

Suas amigas o querem contar um segredo, quando Alice as questiona elas decidem não contar, mas Alice as ameaça que vai contar as suas mães que elas nadam nuas na lagoa…

As amigas: Hamish vai pedir sua mão;

Alice: Eu não sei se quero me casar com Hanish;

Irma: Você não vai encontrar ninguém melhor que um lorde. Será feliz como eu sou com Lowell e terá uma vida perfeita;

A sua futura sogra faz uma pergunta enquanto andam pelo jardim: Futura sogra: sabe o que eu sempre temi?

Alice: o declínio da aristocracia?

Futura sogra: Netos feios. (BURTON, 2010).

Neste trecho duas situações são mostradas: primeiro o casamento arranjado de Alice em que sua irmã pretende convencê-la a casar-se com o lorde Hamish, um lorde inglês da alta sociedade, da mesma forma que sua irmã se casou, com um homem rico de posição social importante, aqui vemos a característica da época em que os casamentos arranjados eram feitos com base na condição social. Segundo Alice, em resposta a pergunta de sua futura sogra, se refere ao declínio da aristocracia, para a menina o medo que ela deveria temer era sim o declínio do regime político que regia a época.

Alice recebe o pedido de casamento, mas faz algo que ninguém jamais esperaria, não aceita o pedido de casamento arranjado e sai correndo alegando precisar de um tempo. Alice foge da realidade de um casamento arranjado para um mundo de fantasia, e enfrenta a todos, que é uma maneira ir contra aquele sistema, livre das regras vitorianas.

Alice sai correndo e encontra um coelho branco vestido tipicamente com um lorde inglês e com um relógio de bolso correndo e apontando para o relógio, a pontualidade dos ingleses é bem representada nesse ponto, ele está correndo contra o tempo tão valorizado por aquela sociedade.

Quando Alice já se encontra no país das maravilhas, e é retratado logo no início do filme a autoridade que a rainha vermelha exercia, representando a rainha Vitoria do século XIX. Nessa passagem que a rainha fica furiosa quando umas de suas tortas preferidas somem e questiona seus empregados girinos se alguém as roubou:

Rainha vermelha: quem roubou minhas tortas? Você?

Primeiro Girino: não, majestade.

Rainha vermelha: vocês às roubou?

Segundo Girino: não, majestade.

Rainha vermelha: você roubou minhas tortas?

Terceiro Girino: não, majestade.

No último questionamento a rainha percebe uma gota da torta no canto da boca do seu empregado, e tem certeza de que é a sua torta e ordena.

Rainha vermelha: cortem-lhe a cabeça.  (BURTON, 2010).

Percebemos aqui o autoritarismo da Rainha vermelha, perante os seus empregados, ordenando a decapitação, exercendo assim o seu poder de rainha. Logo após a entrada de Alice no castelo da rainha vermelha, em que a rainha não a reconhece como sendo a Alice de fato, a rainha convida-a para sentar se ao seu lado, e chama seus prisioneiros para diverti-la, Tweedledee e Tweedledum que são irmãos idênticos e se parecem em todos os sentidos, terminam as frases um do outro e fazem movimentos muitos estranhos com seus corpos com o salto extremamente alto para o ar e balançando e balançando as pernas de forma descontrolada. A rainha manda o pássaro JubJub os capturarem para servirem como sua diversão na corte. Nessa passagem acima representa o desenvolvimento artístico da época, o que era produzido no teatro era feito para divertir a corte.  

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No filme “Alice no país das maravilhas” (2010) assim como no livro, é retratado o modo como à sociedade vitoriana vivia, dessa forma, existe uma abordagem crítica feita pelas duas obras, o diretor Tim Burton, por meio do processo intertextual consegue trazer à tona os comportamentos impostos, que de algum modo devia ser seguido à risca, como exemplo de conduta moral a ser seguida.

Fazendo uma síntese da análise dos três personagens em relação livro, filme e era vitoriana, temos que: a personagem de Alice, retratada no filme de Tim Burton já é adulta, em relação ao livro ela tem treze anos a mais, assim, ela expõe o seu comportamento mais maduro, se torna mais questionadora e, também ao mesmo tempo ingênua. Alice retorna em uma viagem ao país das maravilhas e não se lembra de nada, alguns personagens acham que ela é Alice verdadeira, outros não, no fundo Alice não sabe também quem ela é, ou o que ela se tornou, já que ela mudou tanto. O fato é, que esse jogo intertextual que o diretor faz, conseguindo trazer uma espécie de continuação para a história, é muito interessante e consegue prender o espectador, mostrando uma personagem ainda mais crítica.

Cabe ressaltar, que o diretor trabalha com um estilo expressionista, típico dos quadros, e consegue trazer para o filme, o que deu a obra no Oscar em 2011 o prémio de melhor figurino. Os personagens Tweedledee e Tweedledum que foram abordados no capítulo anterior foram recrutados pela rainha para servirem de bobos da corte, e tinha como papel principal divertir aos reis com suas brincadeiras.

Apesar de que historicamente os bobos da corte não serviram apenas de meros fantoches, mas sim de figuras que estavam próximas aos reis e rainhas, e por essa proximidade acabavam descobrindo e sendo confidencias dos problemas e das intimidades do reinado, e por vezes se rebelando e divulgando muita informação confidencial para a sociedade. O contexto em que esses personagens estão inseridos no filme e no livro, não é exatamente uma realidade em que os bobos da corte se revoltam contra a rainha e acaba contando todos os “podres” da corte, porém, é importante trazer à tona a figura desse tipo de personagem, para mostrar que eles não eram tão submissos ou ingênuos, como podia transparecer, e sim figuras que podiam representar um rompimento daquela sociedade hipócrita e decadente.

Por último, a figura da rainha retratada nas duas obras na verdade é representada como a rainha de copas, já que Alice se ver no meio de um jogo no final das duas obras, tanto no filme quanto no livro, porém, em Tim Burtom ela também é conhecida como a rainha vermelha, fato é que os elementos presentes nas duas produções retratam muito bem a figura da rainha Vitória, ou seja, como uma autoridade marcadamente opressora. Sem dúvidas, o processo de transposição e adaptação entre duas obras não é algo novo e sem fim, mas é essencial abordar que esse processo é particular e pode ou não conseguir fazer um jogo crítico em relação a uma época ou determinado momento, o que foi feito com maestria na adaptação de Tim Burtom.

REFERÊNCIAS

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS (Alice In Wonderland) Direção: Tim Burton. Estados Unidos; Disney / Buena Vista, 2010. 1h 48min son., color., 35mm. 1 DVD.

BONA, Rafael Jose e ZANUZZO Verônica Abreu. Intertextualidade e Cinema: breve análise dos filmes De Volta Para o Futuro e suas influências intertextuais em Efeito Borboleta e O Homem do Futuro. In: INTERCOM – SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES DA COMUNICAÇÃO, XIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO SUL. 2012, Chapecó – SC.  Tipo de publicação (resumo). Disponível em: http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2012/resumos/R30-0049-1.pdf. Acesso em: 05 fev. 2020.

BURGESS, Anthony. A literatura inglesa. São Paulo: Ática, 1996.  Disponível em: https://www.academia.edu/40373932/Kupdf.net_a_literatura_inglesa. Acesso em: 02 fev. 2020.

CARROLL, Lewis. (Charles Lutwidge Dodgson 1832-1898). Alice no país das maravilhas. Editora Arara Azul, 2002. p. 176. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/alicep.html. Acesso em: 02. fev. 2020.

DICIONÁRIO BRASILEIRO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/busca?id=D9emX. Acesso em: 02. dez. 2019.

LOPES, Christiane Maria. A Mulher na Era Vitoriana: um Estudo da. Identidáde Feminina na Criação de. Thomas Hardy. 1986. p. 221.  Dissertação (Mestrado,

Área de Concentração: Literaturas de Língua Inglesa) – Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1986.  Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/24338/D%20%20LOPES,%20CHRISTIANE%20MARIA.pdf?sequence=1&isAllowed=y> Data de acesso: 02 de fev. de 2020.

SAMOYAULT, Tiphaine. A intertextualidade / Tiphaine Samoyault ; tradução Sandra Nitrini – São Paulo: Aderaldo & Rothschild, 2008. 160p. – (Linguagem e cultura ; 40). Disponível em: http://dtllc.fflch.usp.br/sites/dtllc.fflch.usp.br/files/Intertextualidade%20%20Livro%20completo.pdf. Data de acesso: 13 fev. 2020.

SILVA, Lucimara Camargo da. A jovem rainha vitória: um figurino que representa a história?. 2015. p. 107. Monografia (Bacharel em História: Memória e Imagem) – História, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2015. Disponível em: http://www.humanas.ufpr.br/portal/historia/files/2015/11/LucimaraCamargoMonografia-_1__Versao-FINAL.pdf. Data de acesso: 12 jan. 2020.

ZANI, Ricardo. Intertextualidade: considerações em torno do dialogismo. Em questão, Porto Alegre, v.9, n. 1, p. 121-132, jan./jun. 2003. Disponível em: http://tinyurl.com/zaniEQ. Acesso em: 22 jan. 2020.

2. Termo que engloba os componentes morais, culturais, sociais e materiais vigentes no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda, período durante o qual reinou a rainha Vitória (1819-1901). Caracterizou-se por uma grande expansão de riqueza, poder e cultura e, também, pelo moralismo, pela intolerância e por um estilo de vida quase puritano, marcado por preconceitos e hipocrisia.

[1] Graduado em Letras, Língua Inglesa e literaturas.

Enviado: Março, 2019.

Aprovado: Março, 2020.

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Marlon de Araújo nascimento

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