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Benefícios da impermeabilização na construção civil

RC: 102069
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

SANTOS, Allerrandro Carvalho Dos [1], SILVA, Anderson Barros [2], MOREIRA, Christian [3]

SANTOS, Allerrandro Carvalho Dos. SILVA, Anderson Barros. MOREIRA, Christian. Benefícios da impermeabilização na construção civil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 06, Ed. 11, Vol. 13, pp. 48-64. Novembro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/beneficios-da-impermeabilizacao

RESUMO

Breve contexto: No cenário da construção civil, a impermeabilização constitui um método procedimental em que se emprega determinados componentes químicos em certos locais de um prédio, visando salvaguardá-la em face de agentes potencialmente nocivos como água e vapor, que, por seu turno, penetram as estruturas correspondentes, causando patologias como: mofos, fissuras, rachaduras e outras, gerando prejuízos muitas vezes irremediáveis a proprietários, imóvel, sociedade e meio ambiente. Questão Norteadora: Quais são os benefícios da impermeabilização na Construção Civil? Objetivo geral: analisar os benefícios da impermeabilização na construção civil. Metodologia:  o método utilizado constitui numa revisão de literatura com abordagem qualitativa descritiva, efetivada em trabalhos de teóricos divulgados do ano 2018 ao 2021, com busca em manual técnico de impermeabilização de estruturas da Vedacit de 2010 e em repositórios eletrônicos. Principais resultados: a falta de impermeabilização causa diversas patologias na construção civil, as quais são consistentes em anormalidades decorrentes de imperfeições construtivas, concretizam-se em fissuras, infiltrações, desagregação de materiais, eflorescência, recalque, movimentação térmica, sobrecarga de tensões, retraimento de argamassa, deslocamento de piso e gretamento, podendo ser tratadas mediante manutenções preditivas, preventivas e corretivas. Os sistemas de impermeabilização podem ser rígidos e flexíveis. Conclusão: Conclui-se que o benefício crucial da impermeabilização se configura no fato dela servir como barreira, protegendo a edificação ante a invasão de agentes deletérios decorrentes da umidade e vaporização.

Palavras-chave: Construção Civil, Impermeabilização, Patologia, Benefícios.

1. INTRODUÇÃO

A impermeabilização, no contexto da construção civil, é considerada um processo de aplicação de produtos específicos em determinadas partes de uma obra da construção civil, tendo a finalidade de protegê-la da ação de umidade e vaporização, as quais permitem o ingresso de fluidos no imóvel através dos componentes da edificação (tijolo, por exemplo), que, por sua vez, trazem problemas como infiltrações, fungos, fissuras e fendimentos. Esses problemas danificam irrecuperavelmente, na maioria das vezes, a estrutura predial, comprometendo o prolongamento da vida útil respectiva, o conforto dos moradores e a preservação do meio ambiente (BARROS, 2020).

Por sua vez, as patologias desse ramo configuram anomalias de falha ou má execução do serviço, sendo representadas por: fissuras, brechas estreitas decorrentes de vibrações; infiltrações, provenientes de vazamento de líquido através de fissuras; desagregação de elementos construtivos (concreto), por conta de falhas executivas; eflorescência ou  cristalização de sais, derivado de infiltrações; corrosão, que resulta do contato metálico com água; recalque, quando o piso se rebaixa; movimento térmico, provocado por mudanças de temperatura; sobrecarga de tensões, gerado pela ampliação estrutural do elementos construtivos, causando fissuras; retrações de cimento, quando nesse há excesso de água; movimentação de piso e reboco, em que o potencial de colagem é perdido em face de pressões superficiais; e gretamento, que consiste em uma série de rachaduras. Foram apresentados os tipos de manutenções corretivas, preventivas e preditivas (GALVÃO; RESENDE 2019).

Os sistemas de impermeabilização são classificados em: rígido, quando aplicado em áreas insuscetíveis a deslocamentos, fendimentos e deformações, como poço de elevador, pilares e caixas d’água, por não haver porosidade, em que a argamassa é misturada com o impermeabilizante (cimento modificado e aditivos hidrófugos); e flexível, que é pré-fabricado com uma membrana ou manta de asfalto polimérica maleável, a fim de conter rachões empregados em alpendres, sacadas e galpões (SILVA; JÚNIOR, 2019).

Lucas et al. (2020), abordam que na construção civil, os benefícios da impermeabilização se relacionam com a defesa do imóvel, relacionado à umidade e/ou vaporização ocasionada pelos elementos da natureza, porquanto impede, por exemplo, que as águas dos lençóis freáticos, em razão da força da gravidade, promovam eflorescência ao traspassarem os fundamentos do imóvel. O impermeabilizante protege o prédio contra infiltrações, bolores e mofos, agindo como uma barreira, evitando danos estruturais à propriedade, bem como prejuízos financeiros aos moradores e socioambientais.

Com isso, a relevância deste artigo se manifesta pela necessidade do uso de impermeabilizantes, que de acordo com autores como, Amorim e Acioli (2018), tendo em vista evitar prejuízos ocasionados tanto ao edifício em si quanto aos moradores e ao meio social. Diante disso, a pergunta norteadora deste estudo é: quais são os benefícios da impermeabilização na Construção Civil? E o objetivo geral é analisar os benefícios da impermeabilização na construção civil, conceituando a respeito, apontando as patologias pertinentes a esse setor, trazendo à tona os respectivos sistemas e mostrando os benefícios.

A metodologia consiste em uma revisão bibliográfica qualitativa descritiva, efetuada em obras de      autores publicadas entre os anos 2018 e 2021, pesquisada em trabalhos de conclusão de curso, livros, manual técnico de impermeabilização, artigos, eventos e revistas científicas encontrados em repositórios digitais.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 CONCEITUAÇÃO DE IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Dentro do contexto da construção civil, na perspectiva de Barros (2020), impermeabilização constitui a utilização de substâncias em determinadas superfícies de um imóvel, compreendendo um aglomerado de procedimentos estratégicos, tendo em vista defendê-lo, vedando suas estruturas em face de insalubridades provocadas pela atuação de água e gases, uma vez que exerce o papel de invólucro. Por sua vez, Luciano (2019), aponta a impermeabilização como um mecanismo de defesa do imóvel, a fim de lhe assegurar relevante durabilidade e bem-estar aos moradores e âmbito circunscrito, em face de indesejados problemas decorrentes de situações climáticas como umidade e vaporização.

A figura 1 apresenta um produto impermeabilizante.

FIGURA 1 – Impermeabilizante VEDAPREN

Fonte – Junior e Marco (2019, p. 10).

Tem-se, nessa figura, um impermeabilizante fluido de composição asfáltica elástica, adesiva, maleável e duradoura, cujo preparo ocorre no momento da obra.

Com base na Normas Brasileira (NBR) 9575, de 2010, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Galvão e Resende (2019) conceituam impermeabilização como sendo um agregado de produtos oriundos de medidas e métodos relativos a uma obra da construção civil, cujo propósito consiste em vedar o arcabouço de uma obra diante da ingerência patogênica ocasionada pela água e gases. Coradin (2020), por seu turno, concebe impermeabilização como sendo um procedimento em que se busca, através da aplicação de produtos, obstruir o acesso de líquidos e gases pelos elementos construtivos, abrangendo medidas e estratégias, com vista a defender a edificação ante atuação de agentes insalubres.

Impermeabilização, na abordagem de Fronza (2019), configura uma metodologia fundamentada no emprego de substâncias determinadas, no propósito de defender a construção frente à atuação insalubre de fluidos, que influenciam na durabilidade respectiva, obstruindo a proliferação de infiltrações, causadoras de respingos, fungos e outros problemas, ocasionando avarias estruturais irreparáveis e dispêndios econômicos. A título de curiosidade, a impermeabilização é disciplinada pela NBR 9575 (Seleção e Projeto) de 2010 e NBR 9574 (Execução de Impermeabilização) de 2008, ambas da ABNT.

Gomes e Neto (2018) define impermeabilização como sendo um fator imprescindível decorrente de um aglomerado de substâncias que possuem como finalidade precípua impedir que infortúnios, como infiltrações, alagamentos, mofos e bolores afetem uma edificação em face de tais manifestações ofensivas ocasionadas pela atuação de líquidos e gases que podem, dessa maneira, avariar irreparavelmente o arcabouço estrutural correspondente, acarretando, por conseguinte, danos econômicos aos moradores, reduzindo o período de prolongamento existencial do edifício e comprometendo a saúde do meio ambiente.

No cenário da construção civil, Amorim e Acioli (2018) versam a respeito da impermeabilização como um composto de substâncias que intentam por obstruir problemas como infiltrações que atinjam a estrutura de uma obra, causando avarias irreparáveis provocadas pela atuação aquosa e gasosa, as quais influenciam na durabilidade respectiva, acarretando danos econômicos e socioambientais. Eggers (2018) conceitua impermeabilização como um agregado de produtos que visam defender a edificação ante a atuação deletéria de fluidos e gases, tendo em vista prolongar a respectiva vida útil. Seu projeto compreende dados ilustrativos e delineados que especificam plenamente os sistemas correspondentes.

2.2 PATOLOGIAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Galvão e Resende (2019) explicam que as patologias da construção civil consistem em deformidades decorrentes da ineficiência executiva do serviço relacionada ao plano, efetivação ou imperfeições do material aplicado. Tais deformidades oriundas de aquosidade se apresentam em duas categorias: I) em razão de lapsos ou não uso de impermeabilizantes, causando desgaste de armações e cristalização de sais na superfície afetada; e II) em virtude do procedimento relativo à obra em si, ocasionando rachaduras, fendimentos e deformidade estrutural exorbitante. A figura 2 ilustra um recalque:

Figura 2: Torre de Pisa

Fonte: Uol (2020).

A figura acima exemplifica um recalque estrutural de uma edificação que, ainda hoje, continua erguida em face de permanentes manutenções corretivas de profissionais geotécnicos.

Mitzsuzaki; Silva e Jesus (2019) indicam como patologias da construção civil: A) as fissuras, oriundas da movimentação dos elementos construtivos em razão do robustecimento respectivo, causando rachaduras; B) recalque de fundação, ou rebaixamento desta, para o qual as fissuras se tensionam tangencialmente; C) movimento térmico, fruto da expansão e retraimento oriundos de oscilações climáticas; D) sobrecarga de tensões, quando componentes estruturais se expandem, permitindo deformidades e, por conta do acúmulo de pressão, gera fendimentos; e E) retração de cimento, que se dá devido ao uso demasiado de água na argamassa, danificando o concreto e provocando rachaduras.

O quadro 1 apresenta alguns tipos de patologias, conforme a origem.

QUADRO 1: Tipos de patologias

Patologias Origem
Fissura Deslocamento de componentes da obra
Infiltrações Vazão de água pelas fissuras
Eflorescência Cristalização de sais da argamassa gerada pela infiltração de água que se evapora
Recalque Rebaixamento do solo

Fonte: Primaria (2021).

Depreende-se, pela tabela, que as patologias apresentadas estão relacionadas entre si e com acontecimentos naturais, de sorte que uma ou mais uma delas pode influenciar na ocorrência das outras, ainda que possam decorrer de ineficiência executiva, uso de material indevido ou de péssima qualidade.

Dentre as principais patologias da construção civil, Pereira (2020) aponta: 1) as fissuras que, geralmente notáveis no arcabouço, reparam-se com apuração de sua origem, coibindo sua irradiação; 2) as infiltrações, provindas de uma vazão fluida que se dá pelas fissuras, decorrente de falhas na impermeabilização ou baixa qualidade do material; 3) a desagregação de elementos da obra, derivada de erros construtivos, que acontece com o desmanche de partículas da área afetada; 4) a eflorescência, oriunda de infiltrações causadas pela água que, por sua vez, escoa e promove, após sua respectiva vaporização, a cristalização de sais contidos na massa; e 5) a corrosão, que atua quando um metal interage com substância líquida ou gasosa, tendo sua constituição modificada.

Configuram-se como patologias da construção civil: I) as fissuras, que constituem um estreitamento distendido de brechas decorrente do deslocamento (oriundo de tremores) de elementos construtivos; II) movimentação de piso e reboco que, presente em revestimentos, é assinalado pela supressão adesiva da massa aplicada, em razão de tensões na superfície afetada; III) gretamento, ocasionado por um encadeamento de fissuras, menores que 1 mm (um milímetro), cuja dilatação atinge o tamanho da cerâmica que, por sua vez, sofre rachões; e IV) recalque estrutural, quando, devido ao adensamento do chão, um prédio fica rebaixado (FERREIRA; LOBÃO, 2018).

Em face de patologias da construção civil, Bolina; Tutikian e Helene (2019) apresentam a importância da realização de manutenções na edificação, que podem ser: 1) corretiva, de índole não emergente, em que se almeja retificar imperfeições de componentes ou estruturas, tendo em vista reformá-los ou trocá-los, exemplificada pela reparação de vazamentos; 2) preventiva, quando se busca proteger o edifício, coibindo o desencadeamento de anormalidades, antes delas surgirem, repondo elementos defensivos regularmente, elucidada pelo revestimento de muros; e 3) preditiva, que se funda em dados de um componente sempre testado, demonstrada pela termografia.

2.3 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

Tendo como base a NBR 9575, de 2003, da ABNT, classificam-se os sistemas de impermeabilização em: I) Rígido, empregado em superfície não suscetível a rachaduras, em razão de sua ínfima capilaridade, sendo que o preparo da massa ocorre com adição de produto impermeável; e II) Flexível, configurado por uma película ou manta de asfalto, em que a primeira é fabricada mediante aquecimento ou refrigeração, ao passo que a segunda constitui um pré-concebido, cuja composição polimérica alterou a do asfalto, aumentando a resistência (SILVA; JÚNIOR, 2019).

Os sistemas de impermeabilização, na abordagem de Siqueira (2018), subdividem-se em rígido e flexível, de modo que o primeiro, disciplinado pela Norma Brasileira (NBR) 9574, de 2008, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), possui em sua composição elementos não suscetíveis a rachaduras e deformidades do subsolo, como ocorre em caixas d’água e banheiro. O segundo, por seu turno, é formado por uma coberta pré-moldada constituída de polímeros dotados de elasticidade reticulada, empregados no formato de pintura em diversos níveis sedimentares que, com a vaporização do dissolvente, criam uma película maleável e útil para evitar rachaduras.

A figura 3 exibe a aplicação de uma manta de asfalto:

Figura 3: Manta de asfalto sendo aplicada

Fonte: Pereira (2018).

Nessa figura, tem-se uma manta de asfalto, representante do sistema de impermeabilização flexível, sendo aplicada em um piso que deve se encontrar livre de impurezas e pintado com algum impermeabilizante a fim de assegurar aderência.

Vedacit (2010) sugere o uso de impermeabilizante rígido, que emprega argamassa polimérica e impermeável, como destinado aos sistemas não passiveis de movimentação ou deformidades, exemplificados por alicerces, poço de elevador e reservatórios de água. Em contrapartida, o mesmo autor aponta o uso do tipo flexível de membranas acrílicas, termoplásticas e outras, para sistemas que se locomovem como recipientes erguidos, varandas e terraços. O tipo apropriado oscila conforme a demanda do fluido, que se dá, nas palavras de Vedacit (2010, p. 15): “a) imposta pela água de percolação; b) imposta pelo fluido sob pressão unilateral ou bilateral; c) imposta pela umidade do solo; ou d) imposta pela condensação de água.”

Para Magalhães (2019), no sistema rígido, aplicam-se substâncias sem porosidade em superfícies não movimentáveis, excluindo as submetidas à alta temperatura e, por isso, suscetíveis a rachaduras. Nesse caso, os mais usados são “aditivos hidrófugos, cimentícios modificados com polímeros acrílicos e aditivos com substâncias cristalizantes, que reagem com o cimento formando cristais de silicatos que tamponam a estrutura poroso do concreto”, Magalhães (2019, p. 4). Segundo o mesmo autor, no flexível, aplicam-se produtos que promovem elasticidade à área movível, atribuindo-lhe propriedade capilar, podendo ser pré-moldada (com coberta revestida de asfalto) e fabricada em película asfáltica, vidro orgânico e massa composta de polímeros.

Júnior e Marco (2019) definem sistema rígido como o aplicado em regiões sem mobilidade relativa ao arcabouço da obra, exemplificado por fundamentos, pilares, caixas d’água, áreas subterrâneas e adjacentes ao chão, onde se utilizam Resina Epóxi e, na massa empregada, compostos poliméricos e hidrófugos. O flexível tem uso em localidades bastante submetidas ao sol, sendo mais propício a rachaduras e trincamentos, como é o caso de sacadas, alpendres e galpões, em que os materiais usados, conforme Júnior (2019, p. 9-10), são: “[…] Manta asfáltica; […] Poliureia; […] Sistema acrílicos (Emulsão acrílica); e […] Poliéster flexível (Sistema fibersals)”.

2.4 BENEFÍCIOS DA IMPERMEABILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Vedacit (2010) aponta que nos impérios Inca e Romano adotavam-se unguento, sangue e albume de ovo, tendo em vista a impermeabilização de canais de água. Já no Brasil, há edifícios históricos como pontes e templos religiosos, em que se agregava óleo de baleia na massa para assentar pedras utilizadas na construção, no intuito de se promover um sistema menos poroso contra fluidos. Os quais, na contemporaneidade, por meio de produtos impermeabilizantes fabricados pela indústria, já têm contida sua respectiva ação. Recomenda- se a efetiva impermeabilização no decorrer do processo de edificação em vez de depois, já que se evita prováveis dificuldades futuras.

Amorim e Acioli (2018) citam que, na construção civil, a impermeabilização promove benefícios, uma vez que nela empregam-se algumas substâncias, tendo em vista se precaver através da vedação da ação de contaminantes do ar, umidade e outros que, por sua vez, têm potencial para avariar a edificação. Sua efetuação deve ocorrer ao longo do processo de edificação, visto ser mais vantajoso, evitando, assim, eventual prejuízo ulterior, ocasionado por danos irreparáveis. Seu projeto é compreendido em três fases: “estudo preliminar, projeto básico e projeto executivo. Se o projeto básico for elaborado corretamente, o projeto executivo tratará dos detalhes da impermeabilização”, segundo Amorim e Acioli (2018, p. 11).

Macedo et al. (2020) abordam que, no setor da construção civil, a impermeabilização, de natureza flexível ou rígida, traz muitos benefícios, uma vez que, por seu intermédio, toma- as precauções obstruindo o ingresso da aquosidade decorrente do piso terrestre, provocada por eventos relacionados às estações do ano e pelos lençóis de águas superficiais. As quais, devido sua propriedade capilar, sobem atravessando as vigas de fundação da edificação, adquirindo, após esse processo, estabilidade em virtude da ação gravitacional, podendo atingir o nível de 1 (um) metro, ocasionando efeitos eflorescentes nos muros. Em geral, as vigas de fundação são impermeabilizadas mediante uma composição de betume ou asfalto ministrado à frio.

Lucas et al. (2020) discorrem que a impermeabilização produz benefícios na construção civil, uma vez que obstrui alguns setores, tendo em vista defender a edificação em face de infiltrações, preservando-a contra avarias provocadas pela aquosidade como fungos e borrões, sendo sumamente relevante no que tange à conclusão e longevidade da superfície na qual foi utilizada. O impermeabilizante configura um obstáculo nas áreas de fundamento, teto, muros e outras, visando impedir a entrada de água. Sua ausência constitui uma ameaça ao prédio como um todo, de sorte que permite o ingresso de fluidos no arcabouço respectivo, podendo deteriorá-lo, reduzindo seu ciclo existencial.

Frisa-se que, para efetivação dos benefícios, o plano de impermeabilização se segmenta em três fases: a) Estudo preliminar, compreendido por dados legalizados, métodos e dispêndios, visando identificar e mensurar regiões impermeabilizáveis, a fim de atender à demanda relativa à vedação da passagem de umidade pelos componentes da construção; b) Básico, efetuado ao longo da gestão geral do plano, sendo representado por diagramas que indicam o impermeabilizante adequado para satisfazer os requisitos de execução dos elementos da obra; e c) Executivo, constituído por dados ilustrativos que delineiam plena, minuciosa e indiscutivelmente qualquer tipo de impermeabilização, efetivado junto aos outros planos (EGGERS, 2018).

3. METODOLOGIA OU PROGRAMA EXPERIMENTAL

A metodologia que, segundo Eggers (2018), representa as estratégias tomadas no decorrer da pesquisa, explorando arquivos tendo em vista sua respectiva utilização, constitui uma revisão de bibliografia qualitativa que, conforme Coradin (2020), investiga trabalhos acadêmicos já publicados, contribuindo com a formação da fundamentação teórica de um novo artigo. As palavras-chave empregadas foram: construção civil, impermeabilização, patologia e benefícios.

A pesquisa ocorreu em arquivos publicados, entre os anos 2018 e 2021, nos repositórios digitais a seguir: Google Acadêmico, Centro Universitário Cesmac, Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, Universidade Cesumar – UNICESUMAR, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Universidade Tiradentes – UNIT de Sergipe, Centro Universitário de Mineiros – UNIFIMES, Revista Acadêmica Semana Científica, Centro Universitário Municipal de Franca Uni-FACEF, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, Revista Latinoamericana de Metalurgia y Materiales, Universidade Federal de Roraima – UFRR, Centro Universitário Brazcubas, Escola Engenharia, Fundação de Ensino e Pesquisa do Sul de Minas – FEPESMIG e Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Dentre os trabalhos pesquisados, utilizaram-se a Revista de Ciência e Tecnologia – RCT, um artigo do II Congresso Nacional de Pesquisa Multidisciplinar e o Manual Técnico de Impermeabilização de Estruturas da Vedacit de 2010.

Na abordagem de Vedacit (2010), que concorda com Magalhães (2019), os sistemas impermeabilizantes são categorizados de acordo com a tabela 2, que exibe um resumo dos sistemas rígido e flexível.

Tabela 2: Sistemas de Impermeabilização

SISTEMAS FLEXÍVEL RÍGIDO
APLICAÇÃO Local SUJEITO a:
Movimentação; excessiva exposição solar; Variação de temperatura e tremor.
Local NÃO sujeito a:
Movimentação; excessiva exposição solar; Variação de temperatura e tremor.
ESTRUTURA DE APLICAÇÃO Lavanderias;
Terraços;
Calhas de concreto;
Banheiros;
Cozinhas;
Caixa d’água erguida.
Piscinas e caixa d’água submersas;
Alicerces;
Piso adjacente ao solo;
Pilares.
TIPOS Moldado na obra ou
Tipo pré-fabricado
MATERIAIS Tipo moldado na obra:
–  Membrana de asfalto e acrílico;
–  Argamassa composta de polímeros.
Tipo pré-fabricado:
– Manta de asfalto
–  Argamassa com aditivo impermeabilizante;
–  Argamassa polimérica;
–  Concreto impermeável.

Fonte: Primaria (2021) baseado em Vedacit (2010).

Perante essa tabela, tem-se uma compreensão melhor relativa aos sistemas de impermeabilização rígido e flexível, apontando, de um modo evidente, a respectiva classificação, os subtipos, a superfície apropriada para empregabilidade e os materiais utilizados.

Silva (2019), em consonância com Galvão e Resende (2019), aponta que um dos benefícios da utilização de impermeabilizantes está no fato de seu dispêndio ser ínfimo se comparado ao de eventual reparação patológica e outros elementos da obra.

A figura 4 elucida os dispêndios de alguns componentes de uma edificação.

FIGURA 4: Dispêndios de uma construção

Fonte: Galvão e Resende (2019, p. 5).

Nas condições dessa figura, caso uma construção tenha, por exemplo, gerado um custo global de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), o dispêndio relativo ao uso de impermeabilizante será de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), algo ínfimo se contrastarmos com o do elevador, que é de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

Sendo assim, a aplicação desse elemento é sumamente essencial para fornecer o bem-estar social como um todo.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Construção Civil, assim como outros segmentos do saber, necessita de ferramentas para consecução de  suas finalidades, dentre as quais estão os impermeabilizantes,  cujos componentes lhe conferem a capacidade para vedar a passagem de umidade e vaporização, pelos elementos construtivos, protegendo o imóvel contra bolores, rachaduras, fissuras e infiltrações, fornecendo, dessa maneira, segurança a quem é habitante na edificação, uma vez que não trará prejuízo com reparação de avarias à sociedade e ao meio ambiente que, por sua vez, não sofrerão com eventuais consequências de um possível desmoronamento predial.

À vista do exposto, nota-se que as patologias, caracterizadas por irregularidades na obra, materializam-se através de infiltrações, rachaduras, cristalização de sais em partes da construção, retrações de materiais, oscilação de temperatura, gretamento e outras, cuja solução ocorre com a manutenção devida. Diante disso, depreende-se que a impermeabilização representa um mecanismo apropriado para vedar a passagem de umidade e vapor pelos elementos da obra, tendo em vista protegê-la de patologias construtivas, que podem avariar o imóvel, trazendo prejuízos.

Contudo, observa-se a importância de se conhecer os sistemas de impermeabilização, uma vez que, com isso, torna-se possível utilizar o material de modo mais apropriado, evitando desperdícios.

Diante disso, a questão norteadora deste estudo foi:  Quais são os benefícios da Impermeabilização na Construção Civil? Em face do apresentado nesta pesquisa, constata-se que o benefício do uso de impermeabilizante está no fato de se oferecer segurança ao edifício em si, ao proprietário dele, à sociedade e ao meio ambiente, uma vez que, dessa forma, evita-se a ocorrência de desastres, vedando ações da umidade e vaporização.

REFERÊNCIAS

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BARROS, M. T. Estudo das Causas e Consequências das Principais Patologias Identificadas nas Atividades de Impermeabilização em Obras de Construção Civil. 2020. 124 f. Projeto de Pesquisa do Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10032253.pdf. Acesso em: 25 mar. 2021.

BOLINA, F. L.; TUTIKIAN, B. F.; HELENE, P. R. L. Patologia das Construções. In: BOLINA, F. L.; TUTIKIAN, B. F.; HELENE, P. R. L. Patologia de Estruturas. São Paulo: Oficina de Textos, 2019. Cap. 1, p. 7-60.

CORADIN, L. M. Estudo de Caso: Roteirização do Projeto de Impermeabilização com Manta Asfáltica. 2020. 22 f. Artigo do Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade CESUMAR de Maringá, 2020. Disponível em: http://rdu.unicesumar.edu.br/handle/123456789/7347. Acesso em: 25 mar. 2021.

EGGERS, A. R. Levantamento dos Tipos de Impermeabilizantes Utilizados por Construtoras na Construção Civil: Estudo de Caso. 2018. 74 f. Trabalho de Conclusão do Curso (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul em Ijuí. Disponível em: https://bibliodigital.unijui.edu.br:8443/xmlui/handle/123456789/5961. Acesso em: 25 mar. 2021.

FERREIRA, J. B.; LOBÃO, V. W. N. Manifestações Patológicas na Construção Civil. Ciências exatas e tecnológicas, Aracaju, v. 5, n.1, p. 71-80, outubro, 2018. Disponível em: https://periodicos.set.edu.br/cadernoexatas/article/view/5853. Acesso em: 25 mar. 2021.

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[1] Graduando de Engenharia Civil, Trabalho de Conclusão de Curso, UNICEPLAC – Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos. ORCID: Orcid.org/https://orcid.org/0000-0002-2714-3269.

[2] Graduando de Engenharia Civil, Trabalho de Conclusão de Curso, UNICEPLAC – Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos. ORCID: Orcid.org/https://orcid.org/0000-0003-4272-822X.

[3] Orientador. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1819-1963.

Enviado: Novembro, 2021.

Aprovado: Novembro, 2021.

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Allerrandro Carvalho dos Santos

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