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 O colapso do viaduto batalha dos Guararapes em Belo Horizonte – MG

RC: 103954
514
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/colapso-do-viaduto

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

LADEIRA, Felício Deotti [1]

LADEIRA, Felício Deotti. O colapso do viaduto batalha dos Guararapes em Belo Horizonte – MG. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 06, Ed. 12, Vol. 09, pp. 05-16. Dezembro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/colapso-do-viaduto, DOi: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/colapso-do-viaduto

RESUMO

A despeito do aumento significativo da construção civil nos últimos 20 anos, principalmente com ênfase ao ramo da infraestrutura, surgem, em contrapartida, muitos acidentes. Sendo assim, este artigo tem como intuito a investigação das possíveis falhas causadoras do desabamento do viaduto Batalha dos Guararapes em Belo Horizonte. Procuramos identificar, através de estudos bibliográficos, as possíveis causa deste acidente. Tendo em vista este cenário, o presente artigo, tem como questão norteadora identificar se houveram falhas, existiu negligência quanto a fiscalização do setor público responsável? O objetivo principal é buscar um fator comum entre as causas do desabamento, com intuito de esclarecer aos órgãos competentes e empresas privadas conhecimentos específicos para que não haja negligências relacionadas ao mesmo assunto, obtendo assim melhorias em prol de minimizar problemas relacionados. Tem como metodologia, a pesquisa qualitativa, estudo de caso, e revisão bibliográfica. Concluímos que muitos problemas poderiam ser evitados se houvesse mais vigor na parte da fiscalização dos setores competentes. Foi constatado, também, que até uma simples interrupção correta do tráfego para a retirada do escoramento pouparia o desabamento do viaduto Batalha dos Guararapes em Belo Horizonte.

Palavras-chave: Concreto Armado, Desabamento, Viaduto.

1. INTRODUÇÃO

Segundo estudos e pesquisas fixadas pelo IBGE, a indústria da construção civil cresceu 74% nos últimos 20 anos em nosso país (IBGE, 2013). Consequentemente o número de acidentes envolvidos nas obras de engenharia civil, seja ela de grande ou pequeno porte, envolvendo vítimas fatais ou prejuízos patrimoniais, foram também consideráveis.

Existe uma imensa gama de motivos causadores destes sinistros, entre estes, estão em destaques: o erro de projeto e o erro de execução, onde o principal motivo destes é a falta de fiscalização. Além disto, podem ocorrer, também, acidentes por causas naturais envolvendo catástrofes ambientais.

Este estudo tem por finalidade identificar se ocorreram falhas na execução da obra do viaduto Batalha dos Guararapes localizado na capital mineira. Tem como questão norteadora: se houveram falhas, existiu negligência quanto a fiscalização do setor público responsável? Para isto, tem como metodologia, a pesquisa qualitativa, estudo de caso, e revisão bibliográfica.

Desta forma, este estudo contribuirá com uma pequena parcela na construção do conhecimento científico necessário para uma maior eficiência nas obras de infraestruturas no setor viário, a fim de esclarecer aos órgãos competentes e empresas privadas conhecimentos específicos para que não haja falhas por negligências relacionadas ao desabamento de pontes e viadutos, obtendo assim melhorias em prol de minimizar os problemas que se perpetuam.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 DEFINIÇÃO DE PONTES E VIADUTOS

Há diversas conceituações acerca das pontes e viadutos. De acordo com Vitório (2002), as diversas conceituações presentes acerca do tema são corretas, sendo que apenas há diferenciações quanto à funcionalidade e ao tipo de dos obstáculos que devem ser superados.

Segundo Marchetti (2008), por ponte pode-se considerar toda construção que se faz necessária para dar prosseguimento a uma via na tentativa de superação de obstáculos, como rios e trechos de mar. Mas, quando este obstáculo corresponde a um trecho viário ou a um vale, ou seja, é um obstáculo seco, este recebe o nome de viaduto.

Em conformidade com a Norma do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, a nomenclatura ponte abarca todas as modalidades de estruturas concebidas para a sobreposição de depressões e obstrução independente da constituição destas, sejam estas compostas por água, por outra via, etc. O que delimita a conceituação de ponte é a finalidade da construção, sendo este uma passagem para veículos e outras modalidades de cargas passíveis de movimentação sobre um vão livre com a partir de 6 metros de extensão (DNIT 010, 2004).

Já de acordo com a NBR 7188 (2013) – Carga Móvel Rodoviária e de Pedestres em Pontes, Viadutos, Passarelas e outras Estruturas, há três definições distintas para os termos pontes, viadutos e passarelas. Ponte corresponde à estrutura que sofre atuação de carga móvel e é utilizada para superar um impedimento de origem natural, como por exemplo, um rio, curso d’água, vale, mesmo que estes tenham sofrida intervenção humana como as constantes retificações dos canais fluviais constantes na cidade de São Paulo. Já o viaduto corresponde à estrutura utilizada para a transposição de uma obstrução artificial construída pelo homem, como, por exemplo, um trecho rodoviário. Por fim, a passarela é uma estrutura longilínea construída com a finalidade de possibilitar a transposição tanto de impedimentos naturais como artificiais, mas esta tem a restrição de ser utilizada, com exclusividade, por pedestres e ciclistas.

2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PONTES E VIADUTOS

Diversos autores realizaram classificações sobre as classificações das pontes e viadutos. Conforme Vasconcelos (1993), os fatores de maior importância para que seja realizada a classificação das pontes e viadutos são os aspectos referentes ao funcionamento da estrutura e à distribuição dos esforços. Já, de acordo com Pfeil (1983), os principais critérios que podem ser encontrados na literatura são aqueles referentes aos materiais de composição, ao tempo de uso, à mobilidade do tabuleiro, dentre outros pontos.

Assim, pode-se dizer que, de acordo com Pfeil (1983), de acordo com a finalidade, as pontes podem ser voltadas para diversos usos, como por exemplo:

  • Para tráfego rodoviário;
  • Para tráfego ferroviário;
  • Para tráfego pedonal;
  • Para transposições de tubulações de grande porte.

Quanto ao sistema estrutural, conforme Thomaz (2002), as pontes e viadutos podem apresentar as seguintes possibilidades de estruturas:

  • Estruturas compostas por lajes e vigas;
  • Estruturas compostas por tabuleiro celular;
  • Estruturas compostas por grelhas;
  • Estruturas compostas por pórticos;
  • Estruturas compostas por arco;
  • Estruturas compostas por cabos dispostos de forma parabólica e com pendurais verticais, conhecidas também como pontes pênseis e pontes de cabos tracionados;
  • Estruturas compostas por cabos de aço tracionados, conhecidas também como pontes estaiadas, dentre outros exemplos.

Já quanto ao tipo de material, segundo Vitório (2002), os que podem ser empregados para a construção das pontes são:

  • Concreto armado e/ ou protendido;
  • Elementos metálicos;
  • Madeira;
  • Pedra;
  • Pontes com combinações de diferentes tipos de sistemas construtivos, dentre outros exemplos.

No caso das pontes e viadutos em Minas Gerais, pode-se constatar através da observação cotidiana, que grandes partes destas são feitas com concreto armado e/ ou protendido, sendo que o Viaduto T5, foco deste trabalho, é composto por concreto armado frouxo e protendido. Assim, pode-se afirmar que o concreto desempenha papel de grande importância para a construção das Obras de Arte, sendo que as suas características principais levam a esta predileção da Engenharia Civil.

2.3 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM PONTES E VIADUTOS DE CONCRETO ARMADO

Segundo Moreira (2013), as origens das patologias são diversas e estas podem estar relacionadas a aspectos referentes ao projeto, à execução, ao emprego de mão de obra, dentre outros aspectos que influenciam de forma direta a estrutura e podem levar estar ao colapso.

Conforme Helene (1992), as patologias podem ser oriundas em cinco momentos existentes ao longo do processo construtivo e de utilização da obra, sendo estes:

  • Planejamento;
  • Projeto;
  • Materiais;
  • Execução;
  • Uso;

Quanto às falhas de projetos, estas recebem a classificação por ocorrerem ao longo da concepção estrutural, sendo que, de acordo com Souza e Ripper (1998), as falhas que podem acarretar as patologias são aquelas atinentes às determinações errôneas nos esforços que atuam sobre a estrutura bem como as combinações destas, à impossibilidade de harmonização entre as demandas reais e a estrutura, à ausência de quantidade suficiente de detalhamento ou à execução errônea dos acabamentos; ao erros de dimensionamento; dentre outros.

Quanto aos materiais, ainda conforme Souza e Ripper (1998), a inadequação e quantificação incorreta dos materiais podem leva a problemas relativos às resistências de menor dimensão daquelas especificadas em projeto. Dentre os principais exemplos, pode-se citar o uso de resistência inferior de concreto ou uso de bitolas inferiores àquelas especificadas em projeto seja por problemas de comunicação no fornecimento, mistura em obra ou falha de comunicação na solicitação.

Já os defeitos de execução são aqueles que ocorrem propriamente ao longo da construção, sendo que estas podem ter origens diversificadas, as quais podem ter sido oriundas de falhas humanas, operários com baixa qualificação e negligência técnica. Na prática, os principais problemas se relacionam com falhas na concretagem, escoramento executados sem embasamento, ausência de controle qualitativo, dentre outros pontos (SOUZA e RIPPER, 1998).

Além dos pontos citados, conforme COST 345 (2017) existem outros pontos relativos às origens das patologias como, por exemplo, desastres da natureza, como ciclones, tornados, deslizamento de terra, incêndio, dentre outras ocorrências fora do comum que atingem a estrutura em alto nível de degradação.

2.4 INSPEÇÕES SEGUNDO ABNT NBR 9452:2016

De acordo com a ABNT NBR 9452 (2016), a inspeção da estrutura de concreto pode ser classificada como:

Conjunto de procedimentos técnicos e especializados que compreendem a coleta de dados necessários à formulação de um diagnóstico e prognóstico da estrutura, visando manter ou reestabelecer os requisitos de segurança estrutural, de funcionalidade e de durabilidade.

Segundo a norma citada, há quatro tipos de inspeções previstas:

  • Inspeção cadastral: realizada após a construção da OAE;
  • Inspeção rotineira: realizada todo ano;
  • Inspeção especial: realizada a cada 5 anos;
  • Inspeção extraordinária: realizada após a ocorrência de falhas estruturais eventuais ou acidentais.

Como citado, a inspeção cadastral é aquela que é realizada logo após a construção completa da OAE, sendo que nesse momento ainda devem estar disponíveis os elementos projetuais e registro da fiscalização e acompanhamento da obra. Esta inspeção realizará a análise comparativa entre o que se encontra construído e os dados sobre o projeto a construção propriamente dita. A inspeção deve ser documentada para dar respaldo às inspeções futuras (ABNT NBR 9452, 2016).

A inspeção rotineira é aquela composta por análise periódica e visual capaz de identificar anomalias e a consequente necessidade de reparos e recuperações. Esta inspeção deve dispor de dados informativos sobre a OAE bem como a classificação desta de acordo com as especificações traçadas em norma (Anexo B) onde além dos registros escritos se faz uso do registro fotográfico, além de outros recursos pertinentes à demanda (ABNT NBR 9452, 2016).

As inspeções especiais são aquelas realizadas a cada 5 anos, no máximo, e são compostas por inspeções visuais detalhadas realizadas por profissional experiente e capaz de captar as possíveis deficiências apresentadas em uma OAE a partir de sua análise visual. Todos os trechos da OAE de acesso dificultado serão revisados a partir do uso de equipamentos específicos, como andaimes, veículos com lanças e gôndolas, além dos equipamentos convencionais de inspeção especial, como as lunetas, ampliadores e instrumentos de alta precisão (ABNT NBR 9452, 2016).

Segundo Almeida (2017), é importante ressaltar que, além da periodicidade de 5 anos para a realização da inspeção especial, esta deve ser realizada em outras circunstâncias, como: 1) quando a inspeção cadastral ou rotineira já levantar a existência de possíveis patologias; 2) em estruturas de maior complexidade do que as OAE convencionais; 3) em circunstâncias específicas, como antes ou depois a paisagem de cargas que excedam os limites existentes, desde que estas sejam programadas.
As inspeções intermediárias são aquelas realizadas para o monitoramento de patologias já detectadas ou suspeitas. Como exemplo, podem-se citar os problemas convencionais das pontes e viadutos que correspondem aos recalques de pilares por conta das fundações, ocorrência de erosão de solo, má conservação de determinados elementos componentes das estruturas, entre outros pontos.

2.5 ESTUDO DE CASO: O VIADUTO BATALHA DOS GUARARAPES

Em 3 de julho de 2014, a cidade de Belo Horizonte foi palco do desabamento de uma estrutura viária que se encontrava em construção: o Viaduto Batalha dos Guararapes. A estrutura que compunha parte do pacote de obras de mobilidade para Copa do Mundo, cuja sede era no Brasil, cedeu logo após a retirada de parte das escoras. Na ocorrência, duas pessoas vieram a óbito e 23 ficaram feridas. Além da traumatização dos familiares e vizinhos a obra, foram constatados grandes prejuízos à máquina pública e questionamentos acerca da fatalidade (G1, 2018).

Segundo G1, (2018), o Viaduto Guararapes estava sendo construído sobre a Avenida Pedro I, na Região da Pampulha, caminho para o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana. Após a ocorrência do acidente, o restante do viaduto foi implodido. Com base em investigações, constatou-se que a queda ocorreu por conta da ausência do seguimento das normas básicas de segurança, inclusive das inspeções necessárias ao longo da construção da estrutura.

Figura 1: Registro fotográfico do Viaduto Batalha dos Guararapes após a queda.

Fonte: retirada do site g1.globo.com

Fora levantado como causa do acidente a ruptura da estrutura do viaduto entre dois pilares em local com aberturas na laje superior do tabuleiro. Após investigações, pode-se notar a condição intacta dos pilares, evidenciando que a ocorrência do problema estava na sustentação do viaduto. Correia; Neuenschwander; Santos (2017, p. 3) afirmam que

o Pilar P3, com cerca de 7,0 metros de altura, localizado à margem da Av. Dom Pedro I, puncionou o bloco de coroamento onde estava apoiado. Este bloco estava interligado a 10 estacas dispostas em duas linhas paralelas e foi cisalhado abruptamente, quando o pilar afundou cerca de 6,0 metros no terreno.

Foi constatado, também, a existência de diversos problemas, os quais poderiam ser evitados com a realização das inspeções, como protensão e retirada do escoramento de forma indevida, retirada das escoras sem uso de equipamentos auxiliares e falta de equipe adequada para respaldo às inspeções e fiscalizações de controle de execução da obra. Os aparelhos de apoio usados na execução da obra foram diferentes dos indicados no projeto, o que implicou em movimentações horizontais exageradas e resultou em deformações excessivas das peças. Estas peças deveriam ter sido niveladas através de cunhas de nivelamento específicas para os apoios, entretanto acredita-se que não foram utilizadas conforme projetado. Além disso, a adoção de medidas de segurança poderia evitar as fatalidades ocorridas, como por exemplo, a interrupção correta do tráfego para a retirada do escoramento. (CORREIA; NEUENSCHWANDER; SANTOS. 2017).

3. METODOLOGIA

O presente trabalho utilizou o método de pesquisa bibliográfico, que se trata de um estudo sistematizado que se desenvolve com base em material já publicado em revistas, livros, artigos, redes eletrônicas, entre outros cujo acesso seja permitido ao público em geral. Estas publicações fornecem instrumento para qualquer outro tipo de pesquisa, pois são consultadas para dar início a projetos, como base (MORESI, 2003).

De acordo com Moresi (2003), as metodologias escolhidas para a realização de trabalhos científicos não são exclusivas, ou seja, o mesmo trabalho pode conter diferentes tipos de metodologia, portanto pode ser bibliográfico e estudo de caso, por exemplo. A pesquisa bibliográfica se apresenta como uma etapa fundamental na estruturação de qualquer tipo de trabalho científico, é ela que molda todo o restante do trabalho pois, a pesquisa será realizada conforme o que se expõe na revisão de literatura (AMARAL, 2007).

O material pesquisado pode ser fonte primária ou secundária, sendo primária aquela fonte de autor que escreve sobre algum tema já existente, e secundária aquela fonte na qual o este autor buscou informações (MORESI, 2003). De acordo com Amaral (2007), as produções acadêmicas podem ser acessadas tanto por meio eletrônico quanto manualmente. Por conta dos avanços tecnológicos, a busca manual de materiais científicos está cada vez sendo menos utilizada, visto que é possível acessar um número muito maior de materiais através do meio eletrônico.

Com o embasamento na Pesquisa Qualitativa, será realizado Estudo de Caso, sendo que este tem como propósito a reunião de “informações detalhadas e sistemáticas sobre um fenômeno” (PATTON, 2002, p. 6). O estudo a ser tratado no presente trabalho será o Viaduto Batalha dos Guararapes em Belo Horizonte/ Minas Gerais que caiu em 2014 causando 2 vítimas fatais, além de 23 feridos (G1, 2018).

4. CONCLUSÃO

A falta das inspeções regularizadas, inclusive através de normas, afeta as condições de funcionamento das pontes e viadutos e, ao longo do tempo, vão se tornando algo mais grave, podendo afetar a segurança e tempo de vida útil das estruturas (LOURENÇO et al., 2009). As anomalias mais comuns encontradas em obras de pontes e viadutos são: desprendimento do concreto, corrosões, armaduras expostas, rachaduras, danificações na pavimentação entre outros (ZANIRATE, 2017). Essas irregularidades são causas frequentes de bloqueios ou danos permanentes das estruturas, gerando a quebra de um elo no sistema de transporte, acarretando congestionamentos, devido à necessidade de desvios nos trajetos, e inúmeros prejuízos no setor público, privado e da sociedade comum que, na maioria dos casos, arcam com os custos dos reparos (FILHO, 2011; VITÓRIO, 2006).

Portando, esteve evidente que houve falhas na execução da obra quando, de acordo com Correia; Neuenschwander; Santos (2017), o Pilar P3 puncionou o bloco de coroamento onde estava apoiado ocasionando um cisalhado abruptamente. Também ouve negligência do setor fiscal quanto a retirada precoce de parte das escoras, relatado pelo jornal G1 (2018), o qual afirma que a queda do viaduto ocorreu devido ao não seguimento das normas básicas de segurança e das inspeções necessárias na construção da estrutura.

Tendo em vista a importância de um setor fiscal atuante, esperamos que as atividades apresentadas nesse trabalho sirvam de apoio para os órgãos públicos competentes e que profissionais do ramo e engenheiros busquem em suas atividades maior atenção, evitando negligencias, visando a conclusão e entrega de obras, sejam públicas ou privadas, de maneira correta e coerente com projetos a fim de evitar acidentes e desabamentos.

REFERÊNCIAS

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9452: Inspeção de pontes, viadutos e passarelas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro: 2016.

ALMEIDA, G.M. – Gestão da qualidade, aplicada aos processos de manutenção, reforma e retrofit de edificações: estudo de caso em uma empresa holding de educação básica / Guilherme Miranda de Almeida. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017.

AMARAL, J. J. F. Como fazer uma pesquisa bibliográfica. Ceará: Universidade Federal do Ceará, 2007.

CORREIA, Leandro C.; NEUENSCHWANDER, Raul; SANTOS, Ayrton Hugo de Andrade. Viaduto Batalha dos Guararapes: Uma análise técnica do acidente no Bloco do Pilar P3. Anais do 59º Congresso Brasileiro do Concreto, p. 1–16, 2017.

COST 345, 2007. Procedures for Assessing Highway Structures, Final Report of the COST 345 Action. Crowthornes Ljubljana. Disponível em: http://cost345.zag.si/Reports/COST_345_Summary_Document.pdf. Acesso em: 10 abr. 2019.

LOURENÇO, L. C. et al. Parâmetros de Avaliação de Patologias em Obras-de-Arte Especiais. Engenharia Civil, v. 34, p. 5–14, 2009.

MARCHETTI, O. Pontes de Concreto Armado. São Paulo: Edgard Blucher, 2008.

MOREIRA, C. Realcalinização de estruturas de concreto carbonatado com uso de gel saturado de solução alcalina. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás – UFG, Goiânia, 2013.

MORESI, E. Metodologia de pesquisa. Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2013.

PATTON, M. G. Qualitative Research and Evaluation Methods, 3 ed. Thousand Oaks, CA: Sage, 2002.

PFEIL, W. Pontes de concreto armado. v.1, 3ª ed., Rio de Janeiro: LTC, 1983.

Queda de viaduto em BH durante a Copa do Mundo no Brasil completa 4 anos. G1. 03 jul. 2018. Disponível em encurtador.com.br/jlBIS. Acesso em: 31 set. 2021.

THOMAZ, E. Concreto Protendido. Pontes com Tabuleiro Celular. IME, Rio de Janeiro, Brasil, 2002. Notas de Aula.

VASCONCELOS, A.C. Pontes brasileiras, viadutos e passarelas notáveis. São Paulo, 1993.

VITÓRIO, J.A.P. Pontes brasileiras, viadutos e passarelas notáveis. São Paulo, 2002.

VITÓRIO, J. A. P. Vistorias, Conservação e Gestão de Pontes e Viadutos de Concreto. Anais do 48° Congresso Brasileiro do Concreto, p. 1–16, 2006.

ZANIRATE, M. Principais patologias em estruturas de concreto de pontes e viadutos: manuseio e manutenção das obras. v. 6127, p. 93–101, 2017.

[1] Pós Graduação em Engenharia de Segurança do trabalho – Cândido Mendes – RJ, Pós Graduação em Engenharia de Estruturas em Concreto Armado – Cândido Mendes, Graduação em Engenharia Civil, Rede de Ensino Superior Doctum, Técnico em Edificações – CEFET – RJ. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2726-8122.

Enviado: Março, 2021.

Aprovado: Dezembro, 2021.

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Felício Deotti Ladeira

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