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O jogo de xadrez e sua prática na melhora da atenção em crianças com TDAH

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SILVA , Silmara Brito da [1] , SILVA , Marcelo da [2]

SILVA , Silmara Brito da. SILVA , Marcelo da. O jogo de xadrez e sua prática na melhora da atenção em crianças com TDAH. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 02, Vol. 03, pp.63-75. Fevereiro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/melhora-da-atencao

RESUMO

O presente trabalho tem como tema de aprendizagem O jogo de xadrez e sua prática na melhora da atenção em crianças com TDAH. Grande são os relatos a real ação com o papel da escola no processo de aprendizagem em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ou TDAH. Sendo suas características apresentadas nos primeiros anos de vida dessa criança. O objetivo dessa pesquisa bibliográfica foi buscar alternativas metodológicas que possam contribuir para o melhor desempenho escolar de crianças com TDAH. Este estudo traz novas reflexões sobre atividades desenvolvidas com crianças que apresentam déficit de atenção, a pesquisa vem discutido sobre o desenvolvimento e limites de crianças com TDAH ela como resultado caracterizado por desatenção, impulsividade e hiperatividade.  O jogo de xadrez se torna muito exigente a quem o pratica, busca variações e exercícios mentais de lógicas e raciocínio, simulações mentais dos seus movimentos e de como o seu adversário irá reagir. Por essa razão ele se torna um jogo completo na pratica dos exercícios mentais. Aliás, essa é uma das relevâncias do xadrez, um jogo que exige total atenção mesmo quando se espera o adversário jogar. Sabe-se que os praticantes são beneficiados desenvolvendo habilidades de atenção, percepção, raciocínio lógico, agilidade de pensamento, memória e tomada de decisões. Assim, nesta pesquisa, permitiu-se concluir estabelecer as contribuições do jogo para o desenvolvimento da atenção, além do cognitivo, social e emocional de alunos que apresentem dificuldades na aprendizagem, visto que o mesmo proporciona bem estar, prazer e, simultaneamente, potencializa diversas aprendizagens. Nessa expectativa, o presente estudo apresenta os resultados de uma pesquisa bibliográfica.

Palavras-Chave: Jogo de xadrez. Atenção. Crianças TDAH.

INTRODUÇÃO

Muito se tem estudado e discutido sobre o desenvolvimento e limites de crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), atualmente, um dos maiores desafios sociais que a educação passa é a integração e a socialização dessas crianças, infelizmente não existe cura para esse transtorno, essas dificuldades são para toda a vida. Todavia estudos relatam que mesmo com o transtorno essas crianças podem progredir e aprender muito, superando suas limitações, e ocorrendo grande evolução nos seus quadros cognitivos. Através de um suporte adequado dentro das escolas. Estudos recentemente publicados mostram que jogar xadrez faz bem às crianças que têm TDAH, trazendo benefícios de grande relevância.  Esse estudo permite trazer parcerias com atividades do jogo de xadrez para com esses alunos, apresentando enumeras ideias e metodologias que norteará o trabalho do profissional especializado que estará à frente da regência da sala de recurso, permitindo junto ao jogo do xadrez aprendizagem e conhecimento em quaisquer áreas do saber, tendo com o foco da atenção no jogo estimular o interesse pela leitura e cálculos. O jogo de xadrez, é titulado como um esporte pedagógico, a sua prática auxilia no desenvolvimento de todas as disciplinas acadêmicas, melhorando assim o seu rendimento escolar e consequentemente melhorando seu aprendizado, visto que o TDAH não é apenas um problema comportamental.

Pode-se deduzir que o jogo tem todos os elementos necessários à aprendizagem, pois ele desafia o pensamento e o comportamento. Estimula a atenção, a cooperação, a criatividade, ajuda na memória, na capacidade de cálculo, o desenvolvimento de tolerância diante da frustração e até no fortalecimento de caráter. Em sua prática a criança vai através do jogo organizando o mundo à sua volta, vivenciando experiências, sentimentos, emoções e descobrindo suas aptidões e possibilidades, construindo e inventando alternativas.

O Xadrez constitui como um jogo estratégico e que envolve a atenção e o raciocínio na sua aprendizagem, pode-se iniciar a partir dos três anos de idade e pode ser praticado enquanto o cérebro funcionar com lógica, ou seja, pelo resto da vida. Com a sua prática o xadrez pode contribuir para os aspectos necessários no desenvolvimento da criança, como o raciocínio, exercita a concentração, a atenção, o controle emocional, a disciplina, desenvolve a criatividade, a ter cautela e reflexão, ter paciência e o agrupamento entre os enxadristas, alunos, jogadores, etc.

Ao longo de séculos existe várias perguntas no que se refere aos valores educacionais do jogo de xadrez envolvido seu cognitivo e afetivo, e como esses valores comportamentais constituídos no jogo podem ser transferidos para outras áreas do conhecimento, mais discutida entre pesquisadores, educadores e psicólogos, a área educacional. Levando em consideração esses aspectos, essa pesquisa de caráter bibliografia, tem por objetivo principal analisar o modo como a crianças com TDAH encontrará no jogo de xadrez uma parceria e relacionar à educação no processo de desenvolvimento cognitivo, emocional e social. Permitindo possíveis melhora da atenção na fase escolar.

A sequência do desenvolvimento da criança que sofrem com o Transtorno de Déficit de Atenção, e Hiperatividade mostram muitos sintomas como: a fraca supervisão interna, pequeno âmbito de atenção, distração, desorganização, hiperatividade, problemas de controle de impulso, dificuldade de aprender com erros passados, falta de previsão e adiamento. Na maioria das vezes, se detecta o transtorno a criança quando ela ingressa na escola, ocorrendo frustações em se adaptar com o novo ambiente, uma vez que ela apresenta dificuldade em familiarizar-se, e seguir regras que dele fazem parte e, muitas vezes, tornando se um ambiente assustador aos seus olhos e desestimulante, que pode levá-la a outros problemas secundários, tais como: dificuldades emocionais, de relacionamento familiar e social, além do baixo desempenho escolar.

O Xadrez em relevância entra como um possível estímulo que pode vir a melhorar o desenvolver da atenção dessas crianças, assim ocorrendo um crescimento intelectual e criando condições para sua inclusão no meio de atividades competitivas e contribuindo tanto no seu desenvolvimento mental como social. Nesse sentido, o presente trabalho apresentara-se em uma metodologia de pesquisa de forma bibliográfica.

1. TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade conhecido com TDAH, traz aos estudiosos e educadores várias discussões. Estudos estimasse que cerca de 3% a 7% das crianças em idade escolar apresentem TDAH, os diagnósticos nem sempre são precoces e por isso, acabam recebendo estereótipos/rótulos, os quais causam vários problemas emocionais. Existe várias situações que estabelecem o fracasso escolar e o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade pode ser considerada uma delas, uma vez que esses alunos apresentam dificuldades para adaptação escolar e familiar. Mas, antes de partir para as definições do TDAH, é preciso conhecer um pouco mais da sua história.

De acordo com estudos e pesquisas, o ponto de partida foi dado no ano de 1925, quando os trabalhos de pesquisas de Dupré um neuropsiquiatra permitiu explorar esse campo psicomotor associando o desajeitamento ou a debilidade motora nas crianças sem lesão cerebral, chamando a atenção para o aspecto emocional, que projetava as características clínicas dessas crianças, que reconhecemos até hoje. Estudos provam que crianças hiperativas sempre este no meio de crianças normais, ou seja, sem o transtorno, mas relatam e observações mais profundas na história dentro da educação familiar e os regimes escolares mais severos e mais rígidos de antigamente, de alguma forma tenha escondido ou mantido em sigilo essas manifestações comportamentais. Ele também afirma ainda que: “é difícil estabelecer na literatura o momento preciso em que se determinou que essas manifestações corresponderiam a uma condição particular” (CYPEL, 2003 p.13).

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade ou TDAH, tem gerado muitas divergências de opiniões entre estudiosos e educadores. O TDAH pode ser determinado segundo Sena e Neto (2007) como: A dificuldade de concentração e atenção a detalhes ou errar por falta de atenção em atividades diárias como escolares e de trabalho; impasse para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas. Aparentemente distante ao escutar   chamado quando lhe dirigem a palavra, grandes dificuldades em seguir regras ou cronogramas e na finalização de atividades escolares, deveres profissionais e do lar; as organizações são desafiadoras. Evitam participar de tarefas que exijam esforço mental permanente, sofrem facilmente distrações por estímulos externos à tarefa e demonstra momentos de esquecimentos em atividades diárias.

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, também conhecido como TDAH pode ser conhecido ou visto nas siglas como: O TDAH – Déficit de Atenção é uma condição de base orgânica, que tem por principais características: dificuldades em manter o foco da atenção, controle da impulsividade e a agitação – que é a hiperatividade.  É identificado por: DDA, THDA, TDAHI, entre outras siglas.  O TDAH e a hiperatividade estão diretamente ligados, contudo, há casos de TDA sem hiperatividade.  Podendo atingir não somente crianças, mas também adultos. O termo hiperatividade só foi usado por Maurice Laufer, em 1957, e por Stella Chess, em 1960.

1.1 A CRIANÇA TDAH E O JOGO

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade em crianças ou jovem carrega graus de dificuldades em executar tarefas, especialmente aquelas cujo sucesso depende de uma sequência organizada de regras e ações. O jogo auxilia as crianças com TDAH na medida em que exige o planejamento de estratégias para que os níveis sejam concluídos com êxito. Além de planejar, o jogador deve compreender a interação e socialização profunda estabelecida entre os inúmeros objetos em que se encontra em cena. Para Piaget (2002), todo desenvolvimento cognitivo de uma criança, ocorre por meio dos estágios sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. Através dessas manifestações, a criança torna-se capaz de representar um significado (objeto, acontecimento) partindo de um significante diferenciado e apropriado para essa representação (PIAGET, 1975).  Por meio de seus estudos Piaget passa a acreditar que todos os seres humanos se desenvolvem passando por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis, as quais denominaram estágios e períodos do desenvolvimento.

Ao referenciar o jogo de forma simbolicamente ou imaginar e imitar, a criança cria um mundo em que não existem punições, constrangimentos, normas e regras, resultantes do mundo dos adultos, o que possibilita a ela transformar a realidade com o objetivo de atender as suas necessidades e desejos. revelar-se, assim, a importância a da função simbólica como um meio que possibilite à criança expressar seus desejos, conflitos, etc. e adaptar-se gradativamente ao meio em que vive.

No ambiente escolar atual, já se faz possível verificar crianças com TDAH, sendo necessário neste caso um diagnóstico profissional realizado por um psicopedagogo ou um psicólogo que atue nessa unidade. Contudo, para que a criança que apresenta TDAH possa aprender é necessário oferecer apoio, incentivo e afetividade. Deve-se compreender e respeitar o tempo de aprendizagem de cada criança, suas limitações, seu modo de absorver o que lhe é ensinado. O comportamento e a firmeza do profissional, sua postura, sua dedicação são fundamentais para a aprendizagem de uma criança com TDAH, permitindo uma grande evolução na sua aprendizagem e socialização no meio escolar e social. Esta é uma relação simples e dinâmico para explicar o efeito do TDAH sobre o processo de ensino e aprendizagem, especialmente o modelo tradicional de educação, que avalia através de processos teóricos com resultados a partir da competência do aprendizado do sujeito por meio de provas escritas.

2. HISTÓRIA DO JOGO DE XADREZ

Segundo Ferrarini (1998, p. 27) “Até hoje paira uma pergunta na mente dos pesquisadores: – Quem inventou o Xadrez? Seja quem for, se foi um só homem foi excepcionalmente sábio. Deveria ser um gênio!”.

Ao buscar a origem do Xadrez é voltar na época das lendas e tradições muito antes da história escrita. Na Índia o jogo era associado aos Deuses e Heróis da guerra, pois o Xadrez foi sempre considerado como uma guerra em miniatura. Segundo Silva e Tirado (1994) que até hoje a origem do Xadrez é um mistério, saber corretamente ainda não se pode. Alguns acreditam que o jogo surgiu na China, outros no Egito ou na Pérsia. Porém o que se encontra na maior parte dos livros sobre sua origem, é a que se dá no norte da Índia durante o século V da Era Cristã. Nessa época não se chamava Xadrez, nem tinha a forma que conhecemos hoje.

O primeiro precursor do Xadrez foi o “Chaturanga”. A palavra Chaturanga está composta por dois termos Sânscritos: Chatur, que significa “quatro” e anga, membro designado um exército de quatro armas: infantaria, cavalaria, elefantaria e navios. Agora nas palavras de outro autor, de acordo com Ferracini:

 Com base no Chaturanga (nome Sânscrito que significa quadripartido e era usado para descrever o exército Hindu composto de quatro divisões: elefantes, cavalaria, carruagens e infantaria), pode-se aceitar a teoria que afirma ter o Xadrez se originado na Índia, aproximadamente no século II se, naquela época, o Xadrez já era considerado como um jogo nacional, pode-se admitir que tenha sido inventado bem antes. (FERRACINI 1998, p. 27),

O Chaturanga era um jogo indiano a partir de Silva e Tirado (1994) aonde quatro jogadores movia suas peças de acordo com o resultado de um dado arremessado. E os movimentos das peças não eram todos iguais ao do Xadrez. O Chaturanga se tornou mais conhecido quando se converteu num jogo para dois adversários, e algumas peças sofrem alterações, como a Dama, Bispo e Peão. Assim o jogo começou a se tornar mais ágil. Surge então o Xadrez. O Xadrez hoje, segundo Ferracini (1998) e Cex (2005):

Figura – Chaturanga

Fonte: http://www.cade.com.br/imagem/chaturanga.gif/ Acesso em 23/08/2020

2.1 A POSIÇÃO INICIAL DAS PEÇAS:

As brancas estão situadas nas suas primeiras filas (1 e 2) as pretas nas duas últimas filas (7 e 8) posição. Deve estar posicionada conforme o diagrama:

 Figura – Xadrez

Fonte:http://www.cade.com.br/imagem/tabuleiroxadrez.gif. Acesso em 28/07/2020                         

A captura das peças por Silva e Tirado (1954), consiste na retirada da peça adversária do tabuleiro; porém isso só ocorre se uma peça estiver situada no raio de ação da peça adversária. O xeque mate segundo D’Agostini (1955) e Silva e Tirado (1994) e Cex (2005) mesmo com a diferença do ano de uma obra para outra, tem o mesmo significado fim da partida. Se o rei está “xeque” (significa está sendo ameaçado, atacado) e se não tem como capturar com outra peça está que o, está ameaçando e nem ir para outra casa, porque ela também está sendo atacada, ou está ocupada, então o rei está em xeque mate.

Tabela 1. O Xadrez hoje, segundo Ferracini (1998) e Cex (2014):

Função Representação
Dama (Rainha) Movimenta-se em todos os ângulos no tabuleiro, horizontal, vertical e inclinado. Representa um comandante militar, mais forte do jogo
Cavalo O cavalo se movimenta em L forma em quatro casas é a única peça que salta sobre as demais. Os cavaleiros em batalhas.
Rei: Movimenta-se em diagonal, horizontal, vertical, porém a casa não pode estar sendo atacada e anda somente em uma casa por vez. Peça principal do jogo, a própria razão de ser do Xadrez. O rei é tudo no jogo de Xadrez, quando ocorrer a sua captura o jogo acaba, denominado o xeque-mate (fim do jogo).
Torre: Movimenta-se na horizontal e na vertical. É a imagem dos castelos medievais (defesa).
Bispo: Movimenta-se em diagonais. Representa a influência da igreja nos negócios do Estado e da guerra,
Peão: Movimenta-se horizontal. São os soldados e infantaria que combatiam e morriam para defender seu rei.

Fonte: Adaptado de Ferracini (1998). https://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/5629_2992 Acesso 10/09/2020.

No total de peças são 32, composta por dezesseis brancas e dezesseis pretas com um rei, uma dama, dois bispos, dois cavalos, duas torres e oito peões. O tabuleiro contém 64 casas, na divisão de 32 brancas e 32 pretas.

A popularização do Xadrez se deu quando o jogo migrou para a Europa, levado pelos mouros que invadiram países como a Espanha. No Brasil o jogo existe desde 1808 quando D. João VI ofereceu a Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro um exemplar do primeiro trabalho impresso sobre o Xadrez. Segundo D’Agostini (1955), Xadrez: definição e finalidades O Xadrez é uma ciência (Lei Lebnitz). O Xadrez é a ginástica da inteligência.

Número de peças: são seis tipos diferentes de peças inspiradas nas forças políticas e militares que interviram no cenário medieval.                                    

2.1.2 O JOGO DE XADREZ E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA CRIANÇAS

O essencial no aprendizado básico do xadrez é a capacidade do professor de motivar os alunos. Pela estimulação individual (curiosidade) e grupal (aspecto lúdico), o professor vai buscar a motivação. Bem motivados, os alunos começam a se integrar com o professor e com adultos. Essa integração é proporcional ao grau de envolvimento de toda a escola. (KLEIN, 2003). Toda criança ao se deparar com qualquer tipo de jogo ou atividade lúdica se sente atraída por ela e neste momento tem uma necessidade de desafiar seu conhecimento e seus limites a atenção e o raciocínio na sua aprendizagem, e não precisa usar a força física para sua execução, pode-se iniciar a partir dos três anos de idade e pode ser praticado enquanto o cérebro funcionar com lógica, ou seja, pelo resto da vida. Com a sua prática a autora complementa ainda que o xadrez pode contribuir para os aspectos necessários no desenvolvimento da criança, como o raciocínio, exercita a concentração, a atenção, o controle emocional, a disciplina, desenvolve a criatividade, a ter cautela e reflexão, ter paciência e o agrupamento entre os enxadristas, alunos, jogadores, etc.

Howard Gardner desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas, dentre elas temos: Inteligência Lógico-Matemática, Inteligência Linguística, Inteligência Espacial, Inteligência corporal-cinestésica, Inteligência Intrapessoal, Inteligência Interpessoal, Inteligência musical, inteligência existencial e inteligência naturalista. (GARDNER, 2015).

De acordo com Vygostsky (1991), enfatizando a interação social no desenvolvimento cognitivo, trabalha com o conceito de Zona de Desenvolvimento Real que corresponde às tarefas que o aprendiz é capaz de realizar de forma independente, por em há também tarefas que são realizadas com a ajuda do outro, compreendendo a Zona de Desenvolvimento Potencial. Entre o que o aprendiz realiza e o que realiza com o outro, tem-se a Zona de Desenvolvimento Proximal e é exatamente neste ponto que o ensino pode e deve intervir. É estimulando funções cognitivas por meio de interação social que a aprendizagem se efetiva no sentido de internalização de conceitos e processos requeridos pelas atividades propostas aos alunos. Nesse pressuposto observa-se que o jogo interativo pode se constituir um procedimento pedagógico estimulante para proporcionar interação entre alunos e trabalhar diretamente com vistas ao aprendizado.

Este jogo de xadrez permite que a criança portanto, em ambos casos, o propósito de aprender fazendo é conseguir maior relevância à aprendizagem por meio da prática. “Aprender fazendo” é um termo criado pelo educador e filósofo John Dewey (1938). O “aprender-fazendo” e para ser mais bem utilizado é apropriado que proporcione atividades práticas e desafiadoras, que exijam participação ativa da criança. O jogo em si predispõe momentos em que o praticante deverá visualizar as jogadas futuras tanto dele como do seu adversário, tendo que se concentrar no tabuleiro e visualizar as jogadas sem que se mova nenhuma peça no tabuleiro, somente utilizando a imaginação, através de sua concentração e atenção, por esse motivo que se faz necessário sua prática no aprendizado da criança com transtorno de déficit de atenção.

Portanto, as relações cognitivas e afetivas, consequentes da interação lúdica, propiciam amadurecimento emocional e vão construindo a sociabilidade. O jogo de xadrez, compreendido sob a visão do lúdico, deverá encontrar maior espaço para ser entendido como educação, na medida em que os educadores compreenderem melhor toda a sua capacidade e potencial de contribuir para o desenvolvimento das crianças com TDAH. Engana – se quem considera o xadrez somente como uma forma de lazer, pois o mesmo, através do lúdico favorece e estimula o raciocínio. Além disso, desenvolve habilidades, a imaginação entre outros aspectos.                                                        

CONCLUSÃO

A contribuição da presente pesquisa à educação é a de que foi possível compreender que o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno enigmático que deve ser estudado e analisado de forma correta, permitindo com que a criança portadora do transtorno possa progredir e se desenvolver normalmente como as outras crianças.

Fica claro que o jogo de xadrez veio por este trabalho, para contribuir com essas crianças tenham um maior desenvolvimento mental quando estimulada corretamente. Através da  execução do  jogo de  xadrez  propícia um grande crescimento em diversas habilidades ao aluno de forma que ele progrida não só como um praticante ou seja um enxadrista , E sim  no fundamento educacional desenvolvendo várias  habilidades sendo elas o poder de controle da  atenção e concentração, sua imaginação, sua criatividade, seu julgamento, seu planejamento, permite também seus pensamentos em antecipar, o espírito de decisão e a coragem, a inteligência e o interesse pelas línguas estrangeiras. A relação afetuosa que deve haver entre a criança e escola são fundamentais para que ela possa sentir-se segura.

Pelas razões citadas acima e por outros motivos, pode se concluir que o xadrez é um jogo que deve fazer parte do planejamento e da rotina escolar desses alunos. A realização deste trabalho demonstrou que a prática da atividade com jogo de xadrez, com o objetivo de uma contribuição para o melhoramento da atenção de crianças TDAH. Permitiu esclarecimentos de forma positiva atingindo o objetivo previamente estabelecido no projeto da pesquisa.

Cabe a escola e seus familiares unirem – se para que não falte nenhum desses fatores tão importante para essas crianças. É necessário compreender   que   o   trabalho   pedagógico adequado proporcionará ao aluno: uma aprendizagem de qualidade, o convívio social, o respeito às regras, etc. Condições imprescindíveis ao ser humano, possibilitando sua integração escolar, familiar e social.

REFERÊNCIAS

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CACILDA, Amorin, autora do sitehttp://www.dda-deficitdeatencao.com.br/oquee/index.html, visitado em 19 de janeiro de 2009. 2Nota retirada do sitehttp://www.dda-deficitdeatencao.com.br/oquee/index.html , visitado em 19 de setembro de 2020.

CEX, Centro de excelência de Xadrez acesso www.cex.com.br/introdução do Xadrez, 2002, acessado em 13/03/2014 às 19:45.

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Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2000.

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MACEDO, L. de (em co-autoria com PETTY, A.- L. S. & PASSOS, N. C.). Os Jogos e o Lúdico na Aprendizagem Escolar. Porto Alegre: Editora Artmed, 2005.

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SILVA, Wilson. Curso de Xadrez Básico. Curitiba, 2002. (apostila disponível no site:http://www.cex.org.br/html/ensino/Apostilas/pdf/apostila_completa.pdf).Acesso:05 de outubro 2020.

Tirado, Augusto; Silva, Wilson da. Xadrez primeiros passos. Módulos 1 e 3, Curitiba: Fundepar, 1994.

VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores. Tradução: José Cipolla Neto, Luiz Silveira Menna Barreto e Solange Castro Afeche. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

[1] Especialização em Educação Especial. Especialização em Psicopedagogia   e Graduação em Educação Física e Graduação em Matemática. Aluna em 2º Licenciatura em Pedagogia 2020 Pela Universidade Pitágoras (UNOPAR)Polo Colíder-MT.

[2] Especialização em Educação do Campo, Indígena e Quilombola, Graduação em Geografia. Aluno de 2ºLicenciatura em História 2020 Pela Universidade Pitágoras (UNOPAR)Polo Colíder-MT.

Enviado: Novembro de 2020.

Aprovado: Fevereiro de 2021.

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Silmara Brito da Silva

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