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Alfabetismo e letramento qual a importância da família neste processo?

RC: 62874
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

BATISTA, Elaine Aparecida Saraiva [1], SILVA, Alexandra [2], SIMÕES, Rosa Maria Aparecida [3]

BATISTA, Elaine Aparecida Saraiva. SILVA, Alexandra. SIMÕES, Rosa Maria Aparecida. Alfabetismo e letramento qual a importância da família neste processo? Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 10, Vol. 11, pp. 145-156. Outubro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/importancia-da-familia

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo evidenciar, o processo de alfabetização e letramento, assim como a importância da família e do professor no desenvolvimento do educando nos primeiros anos de ensino. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, na qual constatou que a relação entre as duas partes é imprescindível, pois o ambiente escolar é uma extensão do lar e deve ser visto pelos alunos como um local alegre e estimulante. Para isso, os educadores contam principalmente com os pais. A união de maneira incisiva por parte de escola e família poderá promover um novo modelo educacional onde a criança apresentará um maior rendimento, tendo como apoio o alfabetismo em comunhão com o letramento. Com isso é de suma importância à participação de maneira ativa da família, por estarem mais tempo próximos à criança, assim garantindo a ela um maior desempenho dentro da comunidade escolar.

Palavras-chave: alfabetismo, letramento, família.

INTRODUÇÃO

O presente artigo trata um fator muito relevante dentro do cenário escolar que de pronto provoca a pergunta de pesquisa deste artigo. Alfabetismo e letramento qual a importância da família e escola para uni-los? Pontuou-se previamente a distinção de alfabetização e letramento ressaltando a importância de fundi-los, para um modelo avançado no que tange a intelectualidade.

Para alcançar possíveis respostas para esta e outras dúvidas que surjam no decorrer desta pesquisa foi preciso alicerçar-se teoricamente em alguns autores. (PRADO, 2013) que diz “Apesar dos conflitos a família é única em seu papel determinante no desenvolvimento da sociabilidade, da afetividade e do bem-estar físico dos indivíduos, sobretudo durante o período da infância e da adolescência”, destacando desta forma o valor da família no período de inserção da criança na   sociedade.

O trabalho não busca a condenação dos pais, contudo, tenta esclarecer a   dificuldade de se constituir em uma sociedade letrada, pode também ser o reflexo do afastamento abstrato das famílias, quanto a participação na vida escolar de seus membros (filhos). Assim como a falta de hábito e de convivência em ambientes que propagam a leitura. Tenta ainda demonstrar ante a realidade vigente, que é possível a inserção mesmo que lenta, contudo, gradativa de mudanças nestes cenários culturais, educacionais e sociais.

O inevitável encontro entre família e escola é apontado por (SZYMANSKI, 2010) que deixa claro “o contato com a equipe pedagógica é fundamental para a criação de um universo comum para especificação de responsabilidades da família e da escola e para a capacitação de ambas para o bom projeto educativo para crianças e jovens”. Por meio da tentativa de união entre estas duas instituições, que estão ligadas mesmo que indiretamente no processo educacional da criança que poderá proporcionar o atingimento do objetivo principal que esta não somente na alfabetização, mas na aplicação do letramento.

A importância do professor também é colocada em evidência dentro do referido trabalho, tendo em vista que este personagem é o principal mediador do conhecimento, (CUNHA, 2012). “Ressalta que: É claro que a importância do professor não depende exclusivamente dele” reforçando desta forma a importância da participação da família mesmo que indiretamente dentro do processo educacional provoca a inclinação ao sucesso da imediação promovida por este profissional.

É importante também de salientar que ficou percebido no tocante ao engendramento entre família escola caso este aconteça, poderá sanar em alguns estágios, dúvidas encontradas no percurso educacional, principalmente quanto ao letramento. Considera-se ainda que o artigo incline na contribuição de novas ações que poderão promover um relevante avanço quanto as possíveis políticas públicas educacionais e culturais na promoção de ambientes de leitura.

1. ALFABETISMO E LETRAMENTO UMA BREVE EXPLICAÇÃO

De acordo com (LEITE, 2008) escrita de maneira ampla, posiciona-se como um recurso tecnológico influenciador, direto das estruturas básicas de apoio de uma sociedade. Desde seu surgimento 5000 anos antes da eclosão do cristianismo, ela possui um destaque na questão reguladora das classes sociais, promovendo a partir deste momento e durante todo o período de transição histórica existente, a necessidade de se saber ler e escrever para uma possível ascensão social.

Contudo, junto à evolução social, a escrita, que não se limitou somente a este termo estendendo-se ao de alfabetização e circunstancialmente em momentos bem recentes emergindo o termo letramento o qual de maneira implícita também atua como aferidor da capacidade intelectual dentro de uma sociedade.

Existe uma grande cobrança atualmente no seio social sobre questões ligadas a alfabetização, assim como o letramento, contudo é de suma importância para o desenvolvimento deste trabalho, antes de tudo, que se tente definir ambos os conceitos. Com a utilização do Aurélio (SOARES, 2006, p.16) aponta que, “é designada por alfabetização e alfabetizado aquele que sabe ler (e escrever). Já letrado, segundo o mesmo dicionário, é aquele que versado em letras, erudito”. A distinção entre estes conceitos, ao passar despercebida poderá intensificar a obstrução do progresso na tentativa de posicioná-los paralelamente dentro do contexto educacional.

A pessoa que está limitada a ler e escrever, ou seja, conhece e codifica as letras do alfabeto possui o domínio da codificação do texto, contudo não compreende ou interpreta a essência do que acabou de ler. “Alfabetizado nomeia aquele que apenas aprendeu a ler e a escrever, não aquele que adquiriu o estado ou a condição de quem se apropriou da leitura e da escrita”. (SOARES, 2006, p19). A palavra letramento originou-se do termo em inglês literacy que pode ser traduzido como a condição de ser letrado que fora implantado na ceara educacional brasileiro pela não construção de um conhecimento no que tange ler, escrever e compreender o que se leu ou domínio do que se escreve de maneira uniforme conforme reflete a citação a seguir:

Literate é, pois, o adjetivo que caracteriza a pessoa que domina a leitura e a escrita , e literacy designa o estado ou condição daquele que é literate, daquele que não só sabe ler e escrever, mas também faz uso competente e frequente da leitura e da escrita (SOARES, 2006, p.36).

O maior agravante dentro deste contexto não se retém apenas na inobservância desta distinção, mas vai além quando não se busca uma maneira de diagnosticar esta sucumbência dentro da construção educacional. Cabe ainda ressaltar que este diagnostico inicia-se nos primeiros anos do ciclo escolar, assim como a intervenção familiar em sentido de uma alternância em nossos métodos culturais, principalmente no que tange ao hábito de leitura.

1.2 O VALOR DA FAMÍLIA DENTRO DO PROCESSO EDUCACIONAL

Importante salientar que o processo de alfabetização não inicia somente no cenário escolar como muitos imaginam, este caminho por mais que não se observe começa em berço familiar, os membros da família serão os responsáveis pela base da construção social desta criança. “É na família que a criança encontra os primeiros “outros” e, por meio deles, aprende os modos humanos de existir, seu mundo adquire significado e ela começa a construir-se como sujeito” (SZYMANSKI, 2010, p.22). O cenário no qual este indivíduo vive, o auxiliará na construção de um modelo de codificação dos elementos existentes que o cercam o que poderá de certa maneira facilitar ou não, em sua inserção no cenário escolar.

Dentro de um panorama urbano a criança que cercada de informações veiculadas das mais diversas maneiras direcionadas ao público infantil ou não, tende a desenvolver a captação e codificação destas informações construindo diretamente sua personalidade cultural e educacional antes mesmo do ingresso na educação formal o que facilitará o seu primeiro contato com o ambiente escolar como pode se apurar na citação abaixo.

Podemos supor que esse sujeito cognoscente está também presente na aprendizagem da língua escrita? Nós achamos que a hipótese é valida raciocinando pelo absurdo: é bem difícil imaginar que uma criança de 4 ou 5 anos que cresce num ambiente urbano no qual vai reencontrar, necessariamente textos escritos em qualquer lugar (em seus brinquedos, nos cartazes publicitários ou nas placas informativas, na roupa, na TV, etc.)não faça nenhuma ideia desse objeto cultural ate ter 6 anos e uma professora à sua frente (FERREIRO; TEBEROSKY, 2007, p.29).

Esta previa alfabetização ainda que através de códigos pode ser melhor  estruturada pelos familiares, estimulando e preparando a criança para as distinções existentes na exteriorização de seu atual contexto social “Nós reagimos e adaptamos a esses estímulos externos e todo o nosso comportamento equivale essencialmente a alguma acomodação adequada a diversas estruturas do mundo exterior” (VIGOTSKY, 2012, p.86). A promoção do contato intensivo com a exteriorização que a cerca ira auxiliar de maneira positiva quanto ao manuseio de materiais gráficos construindo nela o hábito de identificação dos símbolos podendo ainda atingir o nível de envolvimento com a leitura.

É possível dentro do eixo temático em questão, buscar a unificação da alfabetização e letramento, ainda que se posicionem de maneiras distintas, certo é que tal feito não ocorrerá de imediato, o primeiro passo a ser dado em direção a esta proposta deverá ser constituído diretamente no seio familiar, onde a afinidade possibilita a variação na investida educacional permitindo a oscilação no índice de dificuldade, com o objetivo de coleta de resultados a longo prazo. Conforme aponta a citação abaixo:

O ambiente familiar é propicio para oferecer inúmeras atividades que envolvam a criança numa ação intencional baseada em trocas subjetivas que vão se tornando mais complexas, ou envolvendo mais intencionalidades ao longo do tempo. (SZYMANSKI, 2010, p.29).

A família possui total autoridade na questão de desenvolvimento e construção social e educacional da criança, por meio da convivência integral o que não se permite pensar na prematura sucumbência educacional por meio da inércia pedagógica familiar a qual segundo (SZYMANSKI, 2010). Poderá ser combatido através da implantação de programas de formação que envolveriam diretamente os pais, podendo ser recepcionados por estes novos métodos a serem aprendidos ou modificados dentro do contexto educacional familiar.

Há de se entender que não existe um modelo único de família, devido à diversidade de contextos culturais políticos, sociais e econômicos existentes, contudo busca-se a constituição de um modelo ideal de família quanto ao princípio da educação, esta postulação afere-se indiretamente ao grau de instrução dos integrantes desta instituição “Sabemos que inicialmente, o desenvolvimento da linguagem escrita ou processo de letramento da criança é dependente por um lado, do nível de letramento da instituição familiar a que pertence” (ROJO, 1998, p.123). Partindo do pressuposto que indiferente a ideologia existente na família assim como sua posição na escala social a educação acena de maneira explicita.

O alinhamento dos pré-requisitos em questão poderá de certa maneira auxiliar no caminho de uma prévia efetivação do nível educacional, desde que haja um trabalho forte por parte da família com a criança, promovendo métodos que agucem seu interesse ativo seu envolvimento em um cenário cultural, onde a leitura ainda que por meio de simbologias seja propagada e mantida. Segundo Leite:

Para o individuo tornar-se letrado, não basta apena o convívio com a escrita no ambiente familiar. Atualmente, somente a família não atende as demandas sociais do uso da escrita; é preciso que a escola contextualize o uso da escrita no e a partir do cotidiano. (LEITE, 2008, p.66)

Ainda que a instituição família se empenhe em dispor para a criança um ambiente que a cerque positivamente de culturas ligadas ao conhecimento por mediante a leitura, não garantirá o seu reconhecimento intelectual dentro de um contexto social complexo como o existente atualmente, e em um proposito educacional complementar formal que se posiciona a instituição escolar intensificando a convivência da criança com a escrita.

1.3 FAMÍLIA E ESCOLA NA BUSCA DO MESMO OBJETIVO

A união das principais instituições educacionais é fundamental na alfabetização e letramento de qualquer pessoa, a família, a principal base dentro de um modelo educacional, a escola é a responsável pela transmissão de conhecimento, com isso o empenho das instituições supracitadas buscam auxiliar em uma adequada construção social de cada individuo, “O que ambas as instituições têm em comum é o fato de prepararem os membros jovens para sua inserção futura na sociedade e para o desempenho de funções que possibilitem a continuidade na vida social” (SZYMANSKI, 2010, p.98). Inevitável ainda que nos pareça amplamente distinta, a participação de ambas as instituições no processo intelectual da criança.

De acordo com Szymanki (2010) as principais divergências a serem pontuadas as quais dificultam a proposta deste trabalho no que tange o processo educacional em relação à atuação familiar para com a da instituição escolar. Esta parceria entre família e escola se posiciona de maneira indireta e não atinge a sociedade escolar de maneira ampla, considerando principalmente a relação socioeconômica e cultural das famílias assim como as condições estruturais das escolas.

A posição econômica não garante uma família estruturada, mas indicadores demonstram que o desemprego e a posição social dos pais, assim como nas escolas de regiões periféricas, as dificuldades oriundas do lar refletem nos alunos, com isso dificultando a absorção do conhecimento, distanciando assim a possibilidade de êxito quanto ao letramento. Neste sentido aponta Heloisa Szymanki (2010, p.104).

É frequente ouvirmos depoimentos de professoras ou membros da equipe escolar acerca de que famílias são “desestruturadas”, desinteressadas, carentes e, no caso de comunidades de baixa renda, violentas. Tais condições constituem-se numa “explicação” fácil para o insucesso escolar de algumas crianças.

Deve haver então um olhar clínico e percepção apurada por parte do professor e demais integrantes que constituem a instituição escolar, buscando de certa maneira administrar este conflito social.

Contudo, para que se tente atingir o objetivo proposto dentro do ambiente educacional, principalmente na questão do letramento que apesar de distinto quanto à alfabetização, ainda pode-se criar a expectativa de fusão ou que se tornem paralelos, tendo em vista, que a primeira terminologia esta agregada à segunda em aspectos formais. Partindo deste principio pode-se tentar construir um diagnóstico por meio da interação entre família, com a participação dos integrantes que estão em um nível de convivência integral com a criança e instituição escolar, como mediadora do conhecimento, almejando sanar a fragmentação e o distanciamento existente dentro deste modelo complexo de estruturação intelectual no qual encontra a criança.

Os pais, quando convivem constantemente com a criança, acumulam uma grande quantidade de experiência sobre o seu desenvolvimento e se encontram em uma posição privilegiada para detectar problemas, desde que tenha olhos voltados para isso. Mesmo que não tenham, possuem uma serie de informações […] que podem ajudar no diagnostico e tratamento dos filhos. Também um professor pode notar que uma criança precisa de muito mais tempo para aprender uma tarefa que outra, não apenas em relação à classe em que atua, mas pela experiência com outras crianças. (SISTO, 2012, p.22).

As instituições precisam promover uma sintonia entre si e em torno do desenvolvimento intelectual da criança, muito embora se perceba o nível de dificuldade para o atingimento deste feito, devido questões socioeconômicas, culturais e comportamentais, este último abrangendo todos os envolvidos.

Uns dos principais objetivos dentro do meio educacional está em transmitir aprendizagem, pouco entendido por algumas famílias, com isso é necessário ter cautela, de ambos os lados acerca desta questão, tendo em vista que no centro do processo está a criança, que a partir de seu nascimento passa por um processo de construção natural de conhecimento “A aprendizagem é uma superestrutura do desenvolvimento e essencialmente não existem intercâmbios entre os dois momentos” (VIGOTSKY, 2012, p.104). E deve ser poupada de qualquer modelo de oscilação provocada por intrigas entre família e escola, ainda que se postulem de maneira informal.

De acordo com Sisto (2012). A criança pode passar por alterações no processo de aprendizagem, a partir da estrutura educacional de sua família, a forma como sua instituição familiar avalia as ferramentas educacionais reflete em seu ritmo de aprendizagem, como também seu relacionamento de aceitação ou recusa para com a instituição escolar.

Para se transformar uma expectativa positiva quanto ao desenvolvimento e transição da alfabetização até o letramento em realidade, resta comprovado que deve existir um intenso trabalho por parte dos pais e toda a estrutura escolar, quanto à sustentação qualitativa do processo de aprendizagem. Demo (2010) entende que o corpo docente precisa estar capacitado, para o encontro de situações provocadas pela falta de estruturação familiar, sendo ainda  preciso um trabalho corporativo aplicado pela parcela administrativa da educação, família e professores, buscando atender as expectativas mesmo que implícitas  dos alunos, como também combater alguns posicionamentos de modelo conservador na maneira de condução do relacionamento da sociedade escolar e familiar.

Muito embora não se possa apontar prontamente um resultado quanto à evolução do letramento na sociedade estudantil de maneira ampla, certo é que a esperança na consolidação da parceria positiva entre instituição escolar e família gera uma grande expectativa quanto ao sucesso de um projeto evolutivo não somente na esfera da educação quanto a termos de avanço gradativo para a futura sociedade estudantil e civil, pois a crença em um letramento desenvolvido proporcionará novos e agradáveis caminhos que desenvolveram uma gama de conhecimentos e automaticamente alteração na camada social de intelectuais existentes.

1.4 O PROFESSOR E SEU PAPEL NESTA JORNADA

Representante direto da escola e peça fundamental dentro do processo educacional de uma criança, o professor é quem tem um relacionamento intenso com os alunos, e uma atuação de extrema importância dentro de qualquer projeto de estruturação da alfabetização e desenvolvimento do letramento nas escolas.

Sendo creditado a este, a responsabilidade direta em promover atividades que busquem qualificar de maneira positiva o alfabetismo e letramento dos alunos que estão sob sua tutela pedagógica. “Para alfabetizar e letrar uma criança, o professor deve propor atividades que envolvam a leitura e a escrita na forma em que estas estão contextualizadas, ou seja, a partir das práticas cotidianas reais de escrita da criança.” (LEITE, 2008, p.69). Conciliando ainda que de forma abrangente as experiências existentes e vivenciadas pelas crianças quanto à escrita em seu dia a dia fora do ambiente escolar, com as atividades que serão aplicadas dentro da sala de aula.

O professor deve procurar mesmo que em sala de aula, reduzir a distância entre fatores sociais e estruturas escolares, aproximar a escola e sua teoria da realidade vivida pelo aluno em seu cotidiano, tentando desta forma, minimizar alguns aspectos sociais e culturais negativos e agregar os positivos existentes na rotina do aluno fora das estruturas escolares, evitando assim, uma possível desconexão entre sua realidade com o cenário escolar vigente, promovendo automaticamente seu avanço enquanto ser social principalmente quanto ao enfrentamento de situações adversas promovidas no cotidiano. Para Duarte:

A atividade escolar é vista como algo que não faz parte da vida cotidiana do individuo, como algo estranho até hostil. O objetivo passa a ser, então, o de diminuir esta distância aproximar a escola do cotidiano, fazer da educação escolar um processo de formação que prepare melhor o individuo para enfrentar os problemas do cotidiano. (DUARTE, 2007, p. 37).

Através de ações como estas, que a figura do professor se perpetua de forma progressiva dentro de um contexto escolar tão complexo quanto os dos dias atuais. O professor vai além da mediação do conhecimento é mais que um elo entre aluno e escola.

Segundo (LEITE, 2008) está comprovado que dentro de uma perspectiva de inclinação positiva, a necessidade de alfabetizar e letrar o educando, por meio da apuração do domínio da codificação e os reflexos produzidos dentro desse processo. Ressaltando que ambos podem passar pela etapa de interligação. Creditado ao educador o desenvolvimento formal do intelecto da criança, ainda que a instituição escolar não possua um suporte estrutural adequado.

Assim como a alfabetização estrutura o arranque individual da criança no que tange seu modelo de simbologia, comunicação e escrita, o letramento posicionará o individuo em uma escala diferenciada dentro do contexto social. O que possibilita ao personagem letrado um posicionamento privilegiado dentro da sociedade. E esta maneira de desenvolver tal tarefa recai principalmente sobre os profissionais da educação mais especificamente os professores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Uma das principais diretrizes que levaram ao desenvolvimento e estudo deste artigo intitulado. Alfabetismo e letramento qual a importância da família e escola para uni-los? Ocorreu pelo fato de tal enfoque estar incluso em temas que pairam sobre a esfera pedagógica. Assim como o questionamento mencionado atrai o olhar para quem é atuante nesta área, no que tange o distanciamento de nossa sociedade a cerca desta questão, assim como a tentativa do encontro de diagnósticos que tentam minimizar ou até mesmo sanar ainda que em longo prazo esta questão pouco percebida por muitos.

Após pesquisa bibliográfica feita a respeito do alfabetismo e letramento passando por uma breve apresentação de ambos os eventos assim como o que os caracterizam e distinguem momentaneamente, combinado a importância da participação familiar no processo de letramento, assim como a união da instituição familiar e escolar buscando um mesmo objetivo alicerçado pela importância do mediador do conhecimento dentro deste amplo processo de desenvolvimento da aprendizagem.

O Alfabetismo e Letramento muito embora se posicione de maneira distinta dentro de sua aplicabilidade, ainda assim, pode-se esperar mesmo que em longo prazo um maior índice de unificação, tendo em vista que a escrita em todo seu o percurso histórico sempre sofreu modificações significativas inclinadas ao avanço.

A partir da integração incisiva da família no processo de aprendizagem da criança, tendo em vista, a proximidade e o fator de interação natural, a alfabetização e letramento tende a unir-se e avançar preponderantemente podendo-se ainda apontar a facilidade dos membros da família na introspecção de novos ritos culturais inclinados a leitura. Certo que esta mudança devera respeitar o cenário social em que se encontra a família da criança em processo de aprendizagem.

A união das instituições escolares e familiares terão um grande peso nesse processo de implementação do letramento, pois, deverão desenvolver um modelo organizado de ensino, promovendo dentro de suas limitações financeiras e sociais, ambientes que cerquem as crianças de leituras diversas e novas culturas, deve-se ressaltar aqui que ambas as instituições possuem suas limitações, contundo o objetivo de ambas deve ser o mesmo desenvolver não só a alfabetização como fortalecer o letramento ao ponto de tornarem único, modelando de maneira positiva os aspectos sociais e culturais dos alunos e familiares.

Os professores que são os mediadores do conhecimento são peça fundamental dentro desse processo de aprendizagem, pois além dos membros da família eles estão e frequente em contato com os alunos. E a crença na aplicabilidade de suas técnicas educacionais promove a expectativa no bom desempenho do processo de fusão do alfabetismo ao letramento.

Percebe-se que as considerações finais se inclinam para além do objetivo promovido no início, isto porque com a estruturação deste artigo, novos questionamentos se apresentam ao ponto de não colocar o alfabetismo e letramento como única forma de interação intelectual e social vigente.

REFERÊNCIAS

DEMO, P.; LA TAILLE, Y.; HOFFNANN, J. Grandes pensadores em educação: o desafio da aprendizagem, da formação moral e avaliação. 5 ed. Porto Alegre, RS: Mediação, 2010. 120 p.

DUARTE, N. Educação escolar, teoria do cotidiano e a escola de Vigotski. 4 ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2007. 115p.

FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre, RS: Artmed, 2007.300p.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. Metodologia Científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

LEITE, S. A. Alfabetização e letramento: contribuições para as práticas pedagógicas. 4 ed Campinas, SP: Komedi, 2008. 413p.

MORTATTI, M.; FRADE, I. C. (org.). Alfabetização e seus sentidos: o que sabemos, fazemos e queremos? Marilia, SP: Ed. UNESP, 2014. 349 p.

ROJO, R. H. R. (Org.). Alfabetização e letramento: perspectivas linguísticas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1998. 232p.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 21. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

SISTO, F. F. (Org.). Dificuldades de aprendizagem no contexto psicopedag´pgico. 8 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. 235p.

SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. 3 ed. Belo Horizonte, MG: Autêntica, 2006. 125p.

SZYMANSKI, H. (Org.). A entrevista na pesquisa em educação: a prática reflexiva. 4 ed. rev. Ampl. Brasilia, DF: Liber Livro, 2010. 101 p.

VASCONCELLOS, C. Construção do conhecimento em sala de aula. 19. ed. São Paulo, SP: Libertad, 2014. 141 p.

VIGOTSKY, L. S.; LURIA, A. R.; LEONT’EV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. 12. ed. São Paulo, SP: Ícone, 2012. 228 p.

[1] Pós-Graduada em Educação Especial, Pós-Graduada em Alfabetização e letramento, Pós-Graduada Letras Inglês. Graduada em Pedagogia e Letras Inglês.

[2] Pós-graduação em Educação Infantil e Anos Iniciais, Pós- graduação Educação Especial e Inclusiva. Graduada Pedagogia e Letras.

[3] Pós-graduação em Metodologia de Ensino de Língua Portuguesa e Inglesa, Pós- graduação em Educação Infantil e Anos Iniciais, Pós- graduação em Informática na Educação, Pós- graduação Educação Especial e Inclusiva. Graduada Pedagogia e Letras.

Enviado: Junho, 2020.

Aprovado: Outubro, 2020.

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Elaine Aparecida Saraiva Batista

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