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O uso de softwares educativos como ferramenta no processo de ensino e aprendizagem para construção de uma autonomia do estudante do ensino médio com intermediação tecnológica da Bahia – EMITEC

RC: 91959
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SOUZA, Alécio De Andrade [1]

SOUZA, Alécio De Andrade. O uso de softwares educativos como ferramenta no processo de ensino e aprendizagem para construção de uma autonomia do estudante do ensino médio com intermediação tecnológica da Bahia – EMITEC. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 07, Vol.10, pp. 99-110. Julho de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/softwares-educativos

RESUMO

Nesse final da segunda década do século XXI, as tecnologias digitais são ferramentas modernas que possuem grande potencial de democratizar o acesso às informações. No entanto, essa tecnologia ainda não está disponível a todos. Mesmo quando está disponível, em muitos casos, ainda não se utiliza todo o seu potencial. Este artigo apresenta discussões e reflexões baseadas na experiência da incorporação de softwares educativos, como ferramenta pedagógica no Programa de Ensino Médio com Intermediação Tecnológica – EMITec. O objetivo é identificar as contribuições da utilização de softwares educativos para o processo de ensino e aprendizagem. A abordagem metodológica se descreve como uma pesquisa bibliográfica de caráter analítico. O universo de pesquisa são produções acadêmicas publicadas em periódicos científicos, livros, e sítios do Estado Brasileiro. Como resultados foi possível tecer considerações a respeito do tema e apresentar aspectos positivos do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC’s na educação e o reconhecimento do auxílio pedagógico de softwares como facilitadores da aprendizagem, as quais contribuem para a autonomia dos alunos do EMITec. O trabalho também demonstrou um maior incentivo a apreensão dos conteúdos pelos alunos, em relação aos métodos considerados tradicionais. Deste modo, se as TIC’s nas escolas forem direcionadas para fins pedagógicos que contribuam com o desenvolvimento intelectual e cultural dos alunos, oportunizarão uma nova concepção de saberes, de organização escolar e de interação, possibilitando a geração de novas experiências e conhecimento.

Palavras-chave: EMITec, TIC’s, Softwares, Educação.

1. INTRODUÇÃO

Vivencia-se um tempo histórico em que a educação, através do processo ensino e a aprendizagem com tecnologia digital tem se tornado essencial, uma vez que o conhecimento é um diferencial na sociedade em constante mudança. Deste modo, as tecnologias digitais foram direcionadas nas escolas para fins pedagógicos contribuindo com o desenvolvimento intelectual e cultural dos alunos, além de propiciar uma nova forma de concepção, de organização escolar, buscando outras, novas alternativas, de aprimorar, de conhecer e de fazer uso destas tecnologias digitais, além do que elas possam oferecer.

O aumento de possibilidades do acesso a recursos com maior qualidade, possibilita maior interatividade e favorece a utilização de diversos programas de apoio tanto aos professores quanto aos estudantes no que se refere ao uso concomitante da TIC no âmbito escolar. Todo esse movimento também contribui para aproximação dos estudantes, ao que convencionalmente se conceitua como ensino intermediado pelas tecnologias. Nisto entende-se que há maior qualidade no Planejamento com foco no desenvolvimento de atividades e atenção voltada para o seu desempenho devido a sofisticação cada vez maior dos recursos que serão utilizados paralelos aos convencionais.

Nessa perspectiva, foi criado pelo governo do Estado da Bahia, o Programa Ensino Médio com Intermediação Tecnológica – EMITec, oferta as séries finais do ciclo da educação básica, a estudantes de localidades com difícil acesso às escolas estaduais. O Programa EMITec atua na modalidade de Ensino Médio, com aulas transmitidas pelas redes de serviços de comunicação multimídia integradas por dados, som e imagem. Por ser uma modalidade de ensino mediada pelas diversas tecnologias, justifica-se pensar em ferramentas tecnológicas que possam dinamizar e contribuir com a transmissão do conteúdo e o aprendizado do estudante. O programa encontra-se articulado com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio e busca cumprir o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias ao estudante neste nível de ensino. A metodologia utilizada no EMITec inclui vídeo aulas transmitidas pela rede de computadores e interatividade com os polos de educação espalhados pela Bahia.

Com o avanço e mudanças constates no mundo tecnológico, o uso das TIC’s, incluindo os softwares, estão em franca expansão no Brasil. Tais tecnologias apresentam vantagens não somente na inserção de novos conhecimentos, como também, a capacidade de encurtar distâncias e fortalecer, aprimorar, ampliar conhecimentos a populações de lugares longínquos. Necessário se faz refletir, porém, sobre algumas características dos softwares educacionais que os tornam adequados para o ensino, como as ferramentas para interação e feedback com o estudante e se estão adequadamente construídos dentro da metodologia de ensino proposta.

Alguns professores testaram o uso de softwares educacionais no EMITec, indicando bons resultados no aprendizado do conteúdo pelos estudantes. No entanto, os experimentos foram restritos, testados de maneira pontual, como uma proposta de atividade com posterior finalidade de estudo e não como ferramentas de ensino já incorporadas à prática pedagógica do EMITec, o que não possibilitou uma investigação longitudinal que permitam comparar o comportamento dos resultados a partir de uma variável. permitiu uma análise do uso deste tipo de tecnologia a longo prazo.

De um modo geral, quando se utiliza as TIC’s no âmbito educacional, significa vivenciar com os alunos a aprendizagem com interações digitais. O educador acentua que as tecnologias podem trazer benefícios ao ensino e despertar o interesse dos alunos em aprender, pois seria uma maneira de sair de aulas tradicionais, para propósitos pedagógicos.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 COMPREENDENDO O PROGRAMA EMITEC

O Programa Ensino Médio com Intermediação Tecnológica – EMITec, foi criado no Estado da Bahia, através da portaria nº 424/2011, com o propósito de ofertar o Ensino Médio a estudantes que residem e trabalham em localidades de difícil acesso às escolas estaduais. O referido Programa é estruturado através de conteúdos contextualizados, transmitidos pelas redes de serviços de comunicação multimídia integrados por dados, som e imagem.

O Programa possui proposta pedagógica pautada nos princípios dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) que concebe o uso de diferentes tecnologias no processo de aquisição do conhecimento. Na literatura de Gomes (2013):

o EMITec visa garantir o acesso, a permanência e a conclusão da educação básica a jovens e adultos moradores de localidades que não dispõem da rede estadual de ensino, bem como possibilita que estes estudantes possam avançar a outros níveis de ensino (2013, p. 43).

Este Programa constitui em uma proposta de oferta da educação básica com inserção do uso de novas tecnologias, de sistemas diferenciados de avaliação dos estudantes e de atividades extraclasse baseadas no cotidiano dos estudantes. Segundo dados da Secretaria de Educação do Estado da Bahia – SEC/BA, o Programa está presente em 351 localidades de 133 localidades no estado da Bahia.

A metodologia utilizada no EMITec é pautada na concepção colaborativa e dispõe de aulas das disciplinas do currículo do Ensino Médio regular, produzidas a partir de diversas mídias que fazem a mediação tecnológica. Entre as ferramentas utilizadas estão as aulas teletransmitidas por videostreaming complementadas por atividades presenciais realizadas individualmente e em grupo, mesclando a educação tecnológica com a mediação constante do professor. O Programa conta ainda com o Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA, que conecta estudantes com docentes e os diversos níveis de tutoria do Programa.

2.2 O USO DE TECNOLOGIAS E SOFTWARES EDUCACIONAIS

A revolução tecnológica das últimas décadas trouxe consigo uma gama de inovações e modificações no cotidiano das pessoas. A disponibilidade da informação em tempo real garante uma subversão das distâncias e das relações de acesso ao conhecimento.  Já em 1974, Kolars e Nystem preconizavam as mudanças deste mundo tecnológico globalizado:

A sociedade opera no espaço geográfico por meio de sistemas de comunicação e de transporte. À medida que o espaço passa, a sociedade atinge níveis cada vez maiores de complexidade pelo uso das hierarquias e pelo manejo especial dos materiais e das mensagens. Segue-se que a propriedade desses sistemas é importante na condução de todas as nossas atividades […] à medida que mudam a tecnologia e as aspirações humanas, tornando possíveis novas conexões e às vezes fechando todas as velhas rotas, a coação no interior dos sistemas também muda (KOLARS e NYSTEM apud SANTOS, 2002).

Dessa forma, novas tecnologias passam a integrar os espaços educacionais, tanto para inserir novos conhecimentos quanto para encurtar distâncias espaciais que poderiam, antes, constituir um entrave para a formação educacional de muitas populações. Estas tecnologias, denominadas TIC’s estão atualmente ganhando importância no processo de ensino, oferecendo educação de qualidade em lugares longínquos.

Atualmente, a ascensão destas tecnologias no cenário educacional brasileiro vem impactando predominantemente o discurso tecnológico em todas as áreas do desenvolvimento humano. Sendo assim, a inserção da tecnologia nos cenários de aprendizagem cumpre também com a intencionalidade de interação do estudante com o seu meio que, neste contexto atual, é um meio tecnológico.

A inserção do computador juntamente a estas novas tecnologias possibilita a democratização de práticas pedagógicas inovadoras, novos conceitos e novas aprendizagens.

Os softwares educacionais fazem parte dessas ferramentas de ensino e aprendizagem; e, são assim denominados quando são desenvolvidos para a finalidade de ensino ou mesmo desenvolvidos com outras finalidades e utilizados como ferramenta de ensino. “O software educativo é um conjunto de recursos informáticos projetados com a intenção de serem usados em contexto de ensino e aprendizagem” (SANCHO, 1998, p. 169).Portanto, o que confere ao software o seu caráter de ferramenta educacional é a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem.

Nos estudos de Jucá (2006), ele discorre sobre diversos tipos de softwares educacionais e das vantagens que eles apresentam. Nos softwares do tipo tutoriais a interatividade garante a não passividade do estudante, uma vez que estes oferecem conceitos e instruções sobre as atividades, além de permitirem que o estudante repita atividades caso tenha dificuldade no aprendizado. No tipo exercício ou prática o software apresenta problemas a serem solucionados pelo estudante, efetua a verificação dos conceitos e conteúdos já apreendidos e detecta erros e acertos nas respostas. Os do tipo jogo trabalham de forma interativa e competitiva as habilidades dos estudantes, sendo atrativos e úteis ao treinamento educacional e mental.

2.3 A AUTONOMIA DO ESTUDANTE FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS

O termo autonomia tem origem no idioma grego. Autos significa “o mesmo” “ele mesmo”, “por si mesmo” e nomos tem o sentido de “compartilhar”, “uso”, “dar-se nas suas próprias leis”. O significado de autonomia é “governar a si próprio”. Na educação pode-se abordar autonomia no sentido de autonomia da escola, da perspectiva de atuação do professor ou da ideia de autonomia do estudante, esta última, tema da discussão deste trabalho.

Castro (2011), identifica a autonomia como construção da individualidade, fundamentada em necessidades individuais, propicia o crescimento conjunto e a participação social. A autora apresenta o conceito de autonomização, que é o processo de formação de capacidades e/ou integração social, no qual está contido:

A transferência de poderes individuais, oportunidade de tomar decisões que afetem positivamente as suas vidas e o seu bem-estar, formulação de estratégias de ação e participação e construção de programas e projetos de participação na sociedade (CASTRO, 2011, p. 3).

Uma sociedade globalizada tem, para a autora, o compromisso de formar o ser humano para que seja autônomo. Trazendo essa premissa para o contexto do EMITec, há de se pensar em como uma educação formal que se utiliza de recursos tecnológicos pode promover a autonomia do estudante e ainda, quais os tipos de autonomia podem estar envolvidos neste processo.

Pensando na perspectiva da autonomia do aprendizado, via TIC’s, é necessário levar em consideração a tecnologia utilizada, o quão acessível ela é ao estudante, tanto em termos de equipamentos quanto de softwares e de que forma se autonomiza este estudante para o próprio processo do aprendizado. E isso tem relação com o método, técnicas de ensino, linguagem e conteúdo.

Sob o ponto de vista da tecnologia utilizada, é necessário que ela seja disponível, com equipamentos de fácil acesso, propiciados pelo programa de ensino e que os softwares escolhidos atendam às necessidades do estudante. De nada adiantaria por exemplo, ter uma excelente plataforma de ensino, um AVA rico em recursos e não dispor de computadores para que o estudante pudesse acessá-los. Uma outra forma de garantir a acessibilidade é permitir que a plataforma seja acessada de diferentes navegadores de internet e que não exijam configurações dos equipamentos de acesso.

O conteúdo deve ser estruturado de forma a considerar a interatividade, a sequência de atividades de acordo com os objetivos pretendidos, preferencialmente conectando as atividades de modo a exigir o preenchimento de todas. Contudo, deve-se levar em consideração a abordagem e o método de ensino, sendo também positivo para a construção do software utilizado.

Na literatura de Carvalho (2005), evidencia-se, por exemplo, algumas estruturas de softwares para diferentes tipos de abordagens: uma abordagem behaviorista teria etapas a serem completadas sem ser possível avançar enquanto não se completasse a etapa em curso, já uma abordagem construtivista teria um ambiente de aprendizado que permitiria livre acesso às atividades para que o estudante acessasse as atividades de acordo com os seus interesses e assim sucessivamente.

Outras características importantes apontadas pela autora para a autonomia do estudante são as ajudas à navegação e atividades e o feedback oferecido pelo software. Este último informa ao estudante sobre o seu desempenho nas atividades. Além dessas características, a autora evidencia outros aspectos necessários para uma boa evolução na aquisição de conhecimento pelo estudante como: os estilos de aprendizagem, o cognitivo do sujeito, a familiaridade com o equipamento e o ambiente informatizado. Para tanto, sugere-se o treinamento de participantes do Programa no uso do AVA e das ferramentas disponíveis.

Dessa forma, garante-se o acesso e a boa utilização do equipamento, os guias de aprendizado devem também sugerir a organização dos estudos com organização de horários de leitura, exercícios e fontes de leituras complementares. Estes elementos colaboram com a autonomia do estudante na construção do conhecimento, uma vez que ele se apropria das ferramentas de aprendizado, do conteúdo e das competências individuais para a organização e aquisição do próprio conhecimento.

2.4 AS EXPERIÊNCIAS DO USO DAS TIC´S NO EMITEC

A sociedade encontra-se em um tempo histórico em que a educação e o aprendizado com tecnologia digital têm se tornado essencial, uma vez que o conhecimento é um diferencial na sociedade em constante mudança.

Deste modo, se as tecnologias digitais nas escolas forem direcionadas para fins pedagógicos que contribuam com o desenvolvimento intelectual e cultural dos alunos, estarão contribuindo numa nova forma de concepção, de organização escolar, buscar novas alternativas, de aprimorar, de conhecer e fazer uso a nosso favor de tudo o que as tecnologias digitais têm a nos oferecer.

O EMITec enquanto programa que amplia o acesso de estudantes ao Ensino Médio, que residem em locais distantes das escolas estaduais e dos centros urbanos, faz uso de TIC’s. Portanto, conta com toda a oportunidade de utilização de softwares educativos em suas intervenções. Gomes (2013) analisa os limites e potencialidades do EMITec a partir da experiência do povoado de Angico-Ba. As entrevistas realizadas pelo autor revelam uma grande transformação no cenário educacional do povoado após a implantação da internet e da chegada do EMITec. Contudo, dos 50% dos estudantes entrevistados, referem não gostar das aulas e consideram o conteúdo difícil, mas validam de forma positiva uso de softwares educacionais como ferramenta de apoio para o aprendizado.

Alguns relatos de experiência de aprendizado com de softwares educacionais no programa EMITec são encontrados na literatura acadêmica. A maioria dos relatos concentra-se na área de ciências da natureza, a exemplo do estudo de Pereira e Ferreira (2017), sobre o uso do QR Code e da gamificação das aulas de ciências. O experimento realizado pelas autoras envolveu uma turma de química do EMITec com o uso de um aplicativo para leitura de QR Code pelo smartphone dos alunos. O tema da aula era o comportamento de um gás sob a gamificação do aplicativo que colocava o tema na ficção da série televisiva CSI. A experiência das autoras demonstrou problemas na primeira tentativa e após algumas correções metodológicas as autoras registraram na segunda tentativa do experimento, um discurso científico dos alunos sobre o tema abordado, confirmando ser possível a aplicação desta ferramenta no processo de aprendizagem do Programa.

Outra experiência, relatada por Ferreira, Silva e Pereira (2016) proporcionou aos estudantes a criação de um vídeo educacional nas aulas de biologia e química, com alunos do 2º ano do Programa EMITec. Os estudantes foram levados para o parque Lagoa das Dunas, Salvador-BA, onde observaram e produziram material midiático sobre a fauna, flora e conservação da diversidade.

As conclusões apresentaram aspectos positivos do uso de inovações tecnológicas na aprendizagem, as quais contribuíram para a autonomia dos estudantes na construção de conceitos, de materiais e soluções de aprendizagem. O trabalho também demonstrou um maior incentivo a apreensão dos conteúdos pelos discentes do que nos métodos considerados tradicionais.

3. METODOLOGIA

A abordagem metodológica se descreve como uma pesquisa bibliográfica de caráter analítica. O universo de pesquisa são produções acadêmicas publicadas em periódicos científicos, livros e sítios do Estado Brasileiro, o que possibilitou uma análise mais detalhada, sobre a utilização de softwares como facilitador da aprendizagem entre os alunos do Programa EMITec.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As grandes transformações do mundo através dos avanços tecnológicos contemporâneos inserem todos os setores da vida humana. De acordo com a literatura consultada, a educação tem buscado fazer uso das ferramentas tecnológicas disponíveis, a fim de diminuir as distâncias espaciais e promover melhores e mais eficientes experiências na construção do conhecimento pelos estudantes.

Neste cenário, o professor precisa ser o articulador e intermediador a respeito das atividades que serão desenvolvidas. Para usar a tecnologia de maneira adequada, no âmbito pedagógico, é preciso articular situações onde o que seja exposto e proposto se relacione com o cotidiano do estudante.

Segundo Valente (s.d, p.1), a tecnologia é presença constante nas escolas, propiciando uma revolução nos processos de ensino-aprendizagem, provocando mudanças nos paradigmas pedagógicos com o uso do computador nas atividades, transformando métodos tradicionais de educação em sistemas informatizados, possibilitando interações simultâneas entre aluno e máquina, fazendo do aluno o construtor do seu próprio conhecimento.

No caso do EMITec, a tecnologia vem sendo utilizada para viabilizar conhecimento, oportunizando educação formal aos estudantes de localidades de difícil acesso à escola como áreas rurais e de interiores longínquos do estado da Bahia.

O EMITec vem implementando o seu processo ensino-aprendizagem por meio de interações digitais, trazendo benefícios ao ensino e despertando o interesse dos alunos em aprender, pois o programa, por meio de sua metodologia, faz com os alunos saiam de aulas tradicionais, para novos propósitos pedagógicos.

As experiências, aqui relatadas, demonstram evolução crescente e positiva do uso das TIC’s, em especial, a possibilidade da utilização de softwares educacionais como ferramentas de apoio para o aprendizado dos conteúdos abordados nos programas; possibilidade esta, respaldada também pela atenção aos aspectos concernentes à construção dos softwares, observando a metodologia de ensino utilizada e as soluções necessárias aos entraves que possam dificultar a apropriação do conhecimento pelos estudantes através destas ferramentas.

No que diz respeito à construção da autonomia, os softwares educacionais constituem uma ferramenta auxiliar neste processo, pois possibilitam os estudantes se tornarem protagonistas de sua caminhada escolar, lhes permitindo buscarem os caminhos de formação do aprendizado e da resolução de problemas.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, A. A. A. Como olhar criticamente o software educativo multimédia. In.: Cadernos SACAUSEF – Sistema de Avaliação, Certificação e Apoio à Utilização de Software para a Educação e a Formação – Utilização e Avaliação de Software Educativo, Número 1. Ministério da Educação. 2005.

CASTRO, O. Reflexões em Torno da Autonomia e Autonomização. In.: Revista Sinesup online. Disponível em: http://www.snesup.pt/htmls/EFkFEZyyVuKhVISOmgshtml. Acesso em: 10 mai. 2020.

FERREIRA, G.R.A.M.; Da Silva, D.M.V; PEREIRA, S.L.P.O. Inclusão de práticas educativas como inserção tecnológica no ensino de Ciências da Natureza na modalidade EAD. In.: Congresso ABED, 2016. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2016/trabalhos/153.pdf. Acesso em: 10 mai. 2020.

GOMES, Wesley Brunno Silva do Nascimento. Educação e Tecnologia no Campo: potencialidades e limites do Programa Ensino Médio com Intermediação Tecnológica – Emitec para a formação de jovens em Angico, na Bahia. Brasília-DF, março de 2013. 86 páginas. Faculdade de Educação – FE, Universidade de Brasília – UnB.

JUCÁ, S.C.S. A relevância dos softwares educativos na educação profissional. In.: Ciências e cognição, v. 08. 2006.

MOURA, A. Apps e podcasts para a aula invertida: um projeto eTwwining em língua estrangeira do ensino básico. Conference: Atas do 2º Encontro sobre Jogos e Mobile Learning, At Coimbra. 2014

PEREIRA, S.L.P.O.; FERREIRA, G.R.A.M. Gamificação e QRCode: ferramentas motivadoras utilizadas nas aulas de ciências da natureza em EAD para aprendizagem dos conteúdos. In.: Congresso ABED, 2017. Disponível em: http://www.abed.org.br/congresso2017/trabalhos/pdf/370.pdf. Acesso em: 22 mai 2020.

SANCHO, Juana. Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

SANTOS, M natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 2ª ed. EDUSP, 2002.

VALENTE, José Armando. O computador na sociedade do conhecimento. Disponível em: http://www.renatoamorim.oi.com.br/set/estudo/livro02.pdf#page=71. Acesso em: 19 out 2009.

[1] Doutor em Ciências da Educação: Universidad Interamericana – PY (2020). Mestre em Ciências da Educação: Universidad Interamericana – PY (2018). Psicanalista – Associação Brasileira de Psicanálise-DF – (2013). Especialista em Educação Ambiental: UNIBAHIA – (2008). Especialista em Gestão Ambiental: FTC -(2007). Especialista em Planejamento e Interpretação de Atividades em Áreas Naturais: UFLA – (2006). Licenciado em Geografia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (2004).

Enviado: Abril, 2021.

Aprovado: Julho, 2021.

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Alécio de Andrade Souza

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