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Ferramenta Pedagógica Auxiliar: parecer dos alunos sobre as tecnologias digitais no contexto da Educação Matemática

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

DIAS, Iasmim Henrique [1]

DIAS, Iasmim Henrique. Ferramenta Pedagógica Auxiliar: parecer dos alunos sobre as tecnologias digitais no contexto da Educação Matemática. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 02, Vol. 10, pp. 48-60. Fevereiro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/educacao-matematica

RESUMO

É a partir da própria vida e do comportamento que o ser humano vai caracterizando sua individualidade, despertando a necessidade de assumir as tarefas diárias com responsabilidade, sendo capaz de responder por seus próprios atos e se direcionar para a vida em sociedade. A tecnologia em sala de aula possui papel de grande relevância neste cenário, pois contribui efetivamente para um desenvolvimento pleno de transformação do sujeito humano diante da realidade, tornando as aulas mais atrativas e dinâmicas, auxiliando e facilitando diretamente o processo de aprendizagem. O grande desafio atualmente é reduzir a resistência dos alunos frente as aulas de matemática. Muitos casos de evasão se dão pelas dificuldades dos discentes em aprenderem os conteúdos de exatas, surge assim as tecnologias digitais como auxiliadoras. Pensando nisso, o presente trabalho tem por objetivo analisar a opinião dos estudantes sobre o ensino da matemática, relatando a importância e contribuição das tecnologias digitais no ensino da disciplina, mostrando as transformações ocorridas no processo ensino-aprendizagem, bem como as contribuições destas para a formação dos jovens estudantes, reduzindo o índice de evasão e tornando as aulas mais atrativas. Foram pesquisados 90 alunos da Rede Municipal de Ensino de Três Rios. O questionário, opcional e sigiloso, possuía treze questões fechadas e a entrevista foi semiestruturada. Os dados levantados relatam as seguintes características sobre os aspectos matemáticos: os alunos possuem bastante dificuldade; metade dos entrevistados possuem notas abaixo da média na disciplina; quase a totalidade se distrai nas aulas; grande parte das escolas não possuem laboratórios de informática; quase a totalidade tem acesso à internet, mas poucos a usam para estudar. Conclui-se que há a necessidade de inserção das tecnologias, já tão presentes na vida das crianças e adolescentes, no meio escolar. Fortalecendo a relação entre família, escola e tecnologias educacionais na matemática, conscientes dos reflexos que geram na vida da criança e criando valores mais fortes em prol da vida em sociedade.

Palavras-chave: Tecnologia, transformação, família–escola, ensino-aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

As tecnologias digitais podem ser entendidas como um conjunto de conhecimentos práticos ou técnicos que proporcionam ao ser humano a possibilidade de realizar modificações de modo a tornar a vida mais cômoda. Pode estar presente em qualquer ambiente e ser auxilio para o ensino em qualquer campo.

No ambiente escolar, em especial na matemática, pode ser uma ferramenta de apoio e solução de dificuldades, contribuindo para o dinamismo das aulas e o despertar de interesses nos alunos. A vida em sociedade exige um conjunto de conhecimentos e capacitações, que funcionam como selecionadores entre os seres humanos.

As ferramentas tecnológicas como instrumento transformador possuem grandes efeitos, sua efetividade exige parceria forte entre família e escola, seja no âmbito público ou privado. Muitos dos alunos rebeldes e agressivos possuem um seio familiar complexo, alguns convivem com casos de drogas ao seu redor ou possuem pais que não transmite valores e muitos não são motivados a estudar. Neste sentido surge a tecnologia digital como instrumento mediador e transformador das aulas, buscando despertar o interesse dos alunos desmotivados.

Entretanto, o grande desafio está em fazer com que a família entenda os benefícios do uso desta ferramenta, bem como buscar profissionais que ministrem aulas fazendo uso destas, da maneira correta, de modo a formar uma base sólida de conhecimento. Onde a família se engaje na educação e formação pessoal do educando, apoiando a importância das tecnologias na vida acadêmica e pessoal do aluno.

A partir desses aspectos, o presente trabalho tem por objetivo de estudo analisar a opinião dos estudantes sobre o ensino da matemática, relatando a importância e contribuição das tecnologias digitais no ensino da matemática, bem como as transformações ocorridas no processo ensino-aprendizagem de modo a contribuir para a formação dos jovens estudantes, reduzindo o índice de evasão e tornando as aulas mais atrativas.

Visando entender assim, como agregar as aulas de matemática e qual o papel que estes novos instrumentos possuem nesse processo de formação cidadã.

E é através de um desenvolvimento com base em análises e interpretações de fontes bibliográficas específicas ao tema que será desenvolvido este trabalho.

Justifica-se assim a elaboração do presente artigo, com vista a ponderar sobre a importância e o quanto as tecnologias digitais podem agregar e contribuir para o resgate e conhecimento do aluno, gerando melhores resultados no campo das exatas e vida dos educandos, de modo a unir tecnologia e aprendizado visando aquisição de conhecimento.

2. REVISÃO DE LITERATURA

Tecnologia pode ser definida como “um conjunto de conhecimento, especialmente de princípios científicos, que se aplica a um determinado ramo de atividade” (FERREIRA, 2011, p. 846). As tecnologias constituem-se em um conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em determinado tipo de atividade. (KENSKI, 2007). Em um contexto maior as tecnologias são vistas como um estudo de procedimentos técnicos que em sua relação com a humanidade é responsável pelas relações com o desenvolvimento da civilização (LALANDE, 1999).

É preciso maior compreensão acerca das tecnologias e sua utilização antes de se fazer uso da mesma como recursos educacionais incorporando-as no ambiente de aprendizagem.

De acordo com Brito e Purificação (2008), as tecnologias se classificam em três grandes grupos, didaticamente falando, são eles:

  • Físicas – neste grupo estão as grandes invenções tecnológicas físicas, que em um contexto maior podem ser definidas como objetos, evidenciando como exemplo: as canetas esferográficas, telefone, computadores, satélites, aparelhos celulares, livros, motores elétricos, dentre outros dispositivos tecnológicos.
  • Organizadoras – neste grupo estão meios tecnológicos que subsidiam diferentes formas de relacionamento humano com o mundo e como diferentes modos produtivos estão organizados.
  • Simbólicas – aqui estão as diferentes formas em que as pessoas estão relacionadas desde os diferentes tipos de idiomas escritos e falados e como estes estão estruturados até mesmo como as pessoas se comunicam.

Atualmente a tecnologia permeia diferentes campos e áreas, interligando assuntos, diversificando momentos, conectando estudantes e dando maior significado às aulas.

2.1 HISTÓRICO

O avanço tecnológico se faz presente em todos os setores da vida social, não diferente, encontra-se inserido na educação. Está presente nas casas, ruas, salas de aulas, onde quer que se vá, ela estará de alguma forma lá. Algumas vezes com vasta utilização, em outras quase nada.

Sendo assim, as atividades realizadas por uma pessoa, seja ligada ao pensar, agir, sentir e as relações interpessoais são dirigidas por aparelhos tecnológicos digitais. Diante de tal realidade a escola se vê desafiada na busca por respostas de como esta ferramenta pode contribuir para que os jovens e crianças façam o bom uso dessa ferramenta de modo criativo e crítico, evitando que sejam apenas meros usuários compulsivos de novas tecnologias digitais (BELLONI, 2005, p.8).

Toda a história da humanidade é marcada por invenções e desenvolvimento tecnológico, na busca e criação de instrumentos e formas que nos garantam sobrevivência, crescimento e transformações, seja na forma de nos relacionarmos com o outro, com o mundo ou com os recursos disponíveis.

Com a evolução da humanidade as pesquisas também evoluíram, e, por conseguinte, a educação e o modo de lecionar. Neste sentido, computadores e softwares, estão disponíveis para a educação, assim como retroprojetores, tablets, plataformas virtuais, dentre outros aparatos tecnológicos que dinamizam as aulas.

A tecnologia surge para ser auxílio na resolução de problemas e desta maneira todo indivíduo é produtor e consumidor de tecnologia. Sancho afirma que tecnologia “é, basicamente, uma produção humana” (SANCHO, 2008, p.09).

3. METODOLOGIA

Como o objetivo deste estudo é analisar a opinião dos estudantes sobre o ensino da matemática, relatando a importância e contribuição das tecnologias digitais no ensino da matemática, bem como as transformações ocorridas no processo ensino-aprendizagem de modo a contribuir para a formação dos jovens estudantes, reduzindo o índice de evasão e tornando as aulas mais atrativas., pode-se caracterizar esta pesquisa como explicativa – qualitativa que segundo Minayo (1995, p.21-22):

A pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado, ou seja, ela trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Com base neste tipo de pesquisa foi exposta a importância dos aparatos tecnológicos na construção de aulas matemáticas e os reflexos gerados para a vida educacional da criança, com base em estudiosos da área e evidenciando a responsabilidade dos pais e educadores como construtores e mediadores de transformações e aprendizagem.

Em posse deste material foi feito uma seleção bibliográfica mais específica ao tema realizando um fichamento que foi analisado e interpretado para então redigir a pesquisa bibliográfica.

4. RESULTADOS

Embora a diferença na quantidade de pessoas do sexo feminino e do sexo masculino seja irrisória, 58% dos entrevistados são do sexo feminino, o que está em consonância com o último censo, que demonstrou existir mais mulheres do que homens no Brasil (IBGE, 2010)

Na primeira questão desejava-se saber se o aluno possuía dificuldade em aprender matemática, 30% disseram que não, 50% que tem um pouco e 20% disseram que tem muita dificuldade em aprender matemática. Segundo Salvan (2004), a disciplina de matemática tem destaque por apresentar grande número de alunos com dificuldades de aprendizado, o que pode acarretar desinteresse pela disciplina e, por conseguinte, sua reprovação e outras vezes, evasão escolar.

Na segunda questão, desejava-se saber se o aluno possui costume de estudar matemática, pois um aliado para minimizar as dificuldades com qualquer
disciplina é estudar um tempo a mais após as aulas. Do total de entrevistados, 75% disseram estudar apenas na véspera da prova, 15% semanalmente e 10% diariamente. A pesquisadora Sadovsky (2007, p. 15) relata que o baixo desempenho dos alunos em matemática é uma realidade em muitos países. Devendo-se em sua maioria ao fato dos alunos não se dedicarem nos estudos em casa.

Ao serem perguntados na próxima questão se em casa, ao fazer as tarefas de matemática possuíam auxílio, 60 disseram que não, 40% responderam afirmativamente, dessa porcentagem a totalidade respondeu ter o auxílio da mãe. A LDB, Lei Nº 9394/96, em seu Art. 2º, afirma que “a educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”

Quando questionados como são as notas de matemática, 20% disseram acima da média, 35% na média e 45% abaixo da média. Diversos alunos se encontram desmotivados a estudarem matemática, pois possuem grande dificuldade e as aulas são massivas. Os alunos podem estar desmotivados por vários fatores entre esses está a apresentação dos conteúdos de forma desinteressante, sem vínculo com a realidade e o uso de metodologias de ensino tradicionais fundamentados em memorização de regras e fórmulas (JESUS; NUNES & FERREIRA, 2011, p.2). As tecnologias digitais entram neste cenário como forma de resgatar o prazer e a melhora na aprendizagem. É possível usar recursos audiovisuais e plataformas de matemática e criação, como o Geogebra.

Na questão número cinco, “Você se distrai nas aulas de matemática?”, quase a totalidade dos entrevistados (90%) responderam que na maioria das vezes se distraem nas aulas de matemática, 10% afirmaram não se distrair e prestarem atenção. A utilização dos aparatos tecnológicos nas aulas de exatas modifica a postura dos educandos ampliando ideias, horizontes, abrindo um leque de oportunidades, estimulando a aprendizagem e despertando os interesses pelos conteúdos. A matemática tem sido um dos pontos críticos e um dos fatores de maior dificuldade do ensino básico, acarretando evasão e repetência, faz-se necessário assim, ampliar o acesso à informática nas aulas de exatas, melhorando o atual cenário do ensino-aprendizagem da matemática (MENEZES, et al.; 2006).

Na questão posterior sobre quais as operações que o aluno possuía mais dificuldade em efetuar, 75% responderam divisão, 20% todas, 5% multiplicação. Verifica-se que o índice de alunos que tem dificuldades com as operações básicas é alto, visto comparativo com estudos publicados pelo INEP na RBEP de 2004, onde o aluno da 4ª série (5º ano), ao final do ano letivo, deve “compreender e efetuar as técnicas operatórias das quatro operações fundamentais e aplicá-las nas resoluções de problemas apresentados do cotidiano.” (REVISTA BRASILEIRA DE ESTUDOS PEDAGÓGICOS, V.85).

Na questão 7, “Você possui domínio da tabuada?”, 40% disseram sim e 60% não. Verifica-se a necessidade de analisar as interferências pedagógicas que permitam compreender, superar, minimizar as dificuldades do processo ensino aprendizagem da tabuada (MICHELS, 2009).

A forma de interligação entre Tecnologia e Matemática engloba softwares matemáticos e os jogos computacionais. Os jogos computadorizados que envolvem situações matemáticas concretas despertam o interesse e prendem a atenção do estudante, contribuindo para o aprendizado de conteúdos e conceitos, muitas vezes revelando habilidades matemáticas escondidas, pois estimulam a autoaprendizagem, a descoberta, provocando a curiosidade e o desafio. O uso da informática e da gamificação como um todo, além de despertar interesse e prazer, permite o desenvolvimento de habilidades e competências, como organização, raciocínio crítico e lógico, concentração e resolução de problemas do cotidiano (FANTI; DA SILVA, 2004).

No entanto, as Unidades Escolares muitas vezes não possuem recursos para serem utilizado. Na questão oito quando indagados se a escola possuía laboratório de informática, 45% responderam afirmativamente, 55% disseram que não. Na questão seguinte “Algum professor já ministrou aula no laboratório de informática?”, apenas 5% disseram que sim, sendo aulas da disciplina de português. De acordo com Motta (2007), em seu livro: “Novas Tecnologias no Ensino da Matemática”, ressalta que:

(…) os professores, muitas vezes, convivem com a falta de apoio das direções, que não proporcionam oportunidades para a capacitação docente. Em outros casos, mesmo tendo computadores e sabendo lidar com os mesmos, os professores não empregam todos os recursos disponíveis, planejando aulas de laboratório que são, muitas vezes, tediosos exercícios (…) (MOTTA, 2007, p.132).

As transformações ocorrem diariamente, a todo o momento, o que exige uma atualização constante de conhecimento por parte dos educadores, de forma a se adaptarem e se atualizarem na escolha do software compatíveis a realidade dos alunos. No entanto, muitos docentes estão arraigados em seus padrões de ensino e se recusam a usar o “novo”. Segundo Motta, “mesmo sabendo que os computadores estão, aos poucos, fazendo parte do cotidiano de escolas de ensino fundamental e médio, acreditamos que ainda são muitas as dificuldades para o seu uso.” (2007, p.132)

O parecer de Motta corrobora com as respostas obtidas na questão dez, onde 100% dos entrevistados responderam não terem realizado nenhuma atividade de matemática com o recurso de programas de computador.

A próxima pergunta indagava a respeito de qual o equipamento utilizado para acessar internet. 85% das respostas foram todas as opções anteriores e 15% celular, neste ponto é possível verificar que o aluno dos dias atuais possui familiaridade com os recursos tecnológicos, cabe ao professor explorar esse viés.

Há registros nos últimos anos de diversas práticas docentes que resgataram alunos das ruas ou evasão escolar, além da melhora em casos de indisciplina, de violência sexual que possuem ligação direta com o uso errôneo e/ou sem fiscalização da família. Nesse sentido, entra o papel de suma importância na relação família – escola. Quando ensinados em sala de aula a utilizarem as tecnologias a favor dos estudos e em casa direcionados sobre os prós e contras da tecnologia, a relação se solidifica. (SALVAN, 2004)

Reiterando tal fato, verifica-se através das respostas da questão doze que 75% acessam a internet de casa, 15% e 5% outros, onde a resposta foi acesso de internet na rua.

Ao serem questionados na questão 13 sobre o que costumam fazer ao acessar a internet, 50% afirmam “bater papo” nas redes sociais, 45% jogos e 5% trabalhos escolares, não houve valores para as demais respostas. Vê-se que as ferramentas tecnológicas digitais são pouco usadas para fins de pesquisas e estudos. Segundo Silva (2002 p.29),

as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) não são apenas meros instrumentos que possibilitam a emissão/recepção deste ou daquele conteúdo de conhecimento, mas também contribuem fortemente para condicionar e estruturar a ecologia cognitiva e organizacional das sociedades. Cada época histórica e cada tipo de sociedade possui uma determinada configuração que lhe é devida e proporcionada pelo estado das suas TIC, reordenando de um modo particular as relações espaço-temporais, nas suas diversas escalas (local, regional, nacional, global) que o homem manteve e mantém com o mundo, e estimulando e provocando transformações noutros níveis do sistema sociocultural (educativo, econômico, político, social, religioso, cultural, etc.).

O grande desafio é saber aliar as tecnologias digitais e o Ensino da Matemática de modo que venha facilitar o processo de ensino-aprendizagem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ser um educador na atualidade exige um olhar mais atento, pois há inúmeros desafios e outros mais que virão futuramente, diante de um mundo cada vez mais globalizado, a inserção da tecnologia nas salas de aulas se torna indispensável na transformação do indivíduo e na aprendizagem do mesmo.

Hoje a maior missão do educador matemático é associar práticas tecnológicas com teorias, transformando suas ações e conceitos através de uma nova visão, direcionando e fortalecendo o ensino. De modo a despertar interesses amenizando casos de evasão escolar.

Diante dos tempos atuais, num contexto onde o avanço tecnológico é rápido e constante, faz-se necessário refletir acerca da crescente demanda, necessidade e importância das tecnologias e softwares no campo das exatas, pois são ferramentas propícias de capacitação, preparando professores e alunos, e dinamizando aulas. Em alguns casos, acaba por despertar habilidades antes não conhecidas.

Assim sendo, para que se alcance o sucesso escolar é preciso, que a escola abra suas portas para as tecnologias, seus dispositivos e tudo que estes podem oferecer, de modo que sejam utilizados como ferramentas positivas, de ganho no processo de ensino-aprendizagem.

Entretanto, cada passo na inserção desta ferramenta em sala de aula deve ser minuciosamente observada e pensada, mantendo-se um olhar atencioso sobre o acesso a essas ferramentas, visto os casos relatados nos meios de comunicação, onde as ferramentas acabam sendo mal utilizadas. Cabe neste caso, uma solidificação na relação família – escola, pois o processo de desenvolvimento da criança é diretamente influenciado por essas duas vertentes somadas às influências externas.

Todavia, este artigo não pretende encerrar os debates acerca dessa temática. É notória a necessidade de uma relação mais intensa entre família, escola e tecnologias educacionais na matemática, conscientes dos reflexos que geram na vida da criança e criando valores mais fortes em prol da vida em sociedade. Percebe-se as influências da inserção de aparatos tecnológicos na vida educacional de uma criança, relacionando-se diretamente em ações transformadoras para capacitação de informações e interesse.

As mudanças, para alguns profissionais, serão lentas, mas é de suma importância cada passo, haverá recompensas no futuro, pois a partir daí teremos reflexos e ganhos significativos na educação matemática, alcançando metas, visando mudanças de atitudes errôneas ao usar tais ferramentas e gerando um novo modo de comunicação. Para que assim as gerações futuras de docentes e discentes, que formarão a sociedade de amanhã, entendam e tenham consciência da grande importância da relação entre tecnologia e matemática na transformação de modos de lecionar e do seu importante papel para a vida em sociedade.

REFERÊNCIAS

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ALMEIDA, Fernando José de. Educação e Informática: os computadores na escola. São Paulo: Cortez, 1988.

BELLONI, Maria Luiza. O que é Mídia-Educação. 2.ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2005. (Coleção polêmica do nosso tempo, 78).

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm> Acesso em 02 Dez 2020.

BRITO, Gláucia da Silva; PURIFICAÇÃO, Ivonelia da. Educação e novas tecnologias: um repensar. 2. ed. Curitiba: Ibpex, 2008. 139 p.

FANTI, Ermínia de Lourdes Campello; da SILVA, Aparecida Francisco. Informática e Jogos no ensino da matemática. Universidade Estadual Paulista – UNESP. Departamento de matemática. 2004. Disponível em:<http://www.bienasbm.ufba.br/M6.pdf> Acesso em: 04 Maio 2020

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. AURÉLIO JUNIOR: Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. 2. ed. Curitiba: Positivo, 2011. 992 p.

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FOGAÇA, Azuete. Educação e qualificação profissional nos anos 90: o discurso e o fato. In: OLIVEIRA, D. A.; DUARTE, Maria R. T. (Org.). Política e trabalho na escola: Administração dos sistemas públicos de educação básica.  Belo Horizonte: Autêntica, 2001. p.55-68.

GATTI, Bernardete. Os agentes escolares e o computador no ensino. Revista de Educação e Informática, São Paulo, v.4, p.23, Dez.1993.

JESUS, Adriana Garabine; NUNES, Célia; FERREIRA, Ana Cristina. A motivação do aluno para aprender Matemática no 9º ano do Ensino Fundamental e o potencial dos materiais manipulativos. In: Conferência Interamericana de Educação Matemática, 13. ,2011, Recife, Brasil. anais…, Recife. EDUMATEC-UFPE, 2011.

JUNIOR, Arnaud Soares de Lima. Educação e tecnologia: Uma aliança necessária, apud Juracy dos Anjos. Ano: 2005. Disponível em <http://www.overblog.com.br>  Acesso em 21 de Maio de 2020

KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologia: o novo ritmo da informação. 3 ed. Campinas, SP. Papirus, 2007. Coleção Papirus Educação.

LALANDE, André. Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia. 3 ed. São Paulo, Martins Fontes, 1999.

MASETTO. Marcos. Atividades pedagógicas no cotidiano da sala de aula universitária: reflexões e sugestões práticas. In1998, p23.

MENEZES, et al.;. Atividades interdisciplinares com jogos virtuais para o ensino da matemática. 2006. Disponível em:<http://www.comunidadesvirtuais.pro.br/seminario2/trabalhos/josinalvamenezes_josivaldobrito.pdf> Acesso em 04 Maio 2020.

MICHELS, Janaína. O processo ensino aprendizagem da tabuada: desvendando práticas e criando possibilidades Monografia de Especialização. Curso de Pós- graduação Especialização em Educação Matemática. Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, Criciúma, 2009.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org.). Pesquisa Social: Teoria, Método e Criatividade. Petrópolis: Ed. Vozes, 1995

MOTTA, Carlos Eduardo Mathias; CURY, Helena Noronha. Novas Tecnologias no Ensino da Matemática. Ano: 2007. UFF/Fundação CECIERJ/UAB.

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SADOVSKY, Patrícia. Falta Fundamentação Didática no Ensino da Matemática. Nova Escola. São Paulo, Ed. Abril, Jan./Fev. 2007.

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SOUZA, Maria José Araújo. Informática educativa na educação matemática: estudo de geometria no ambiente do software Cabri-Géométre. Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Ceará – UFC. 2001. Disponível em: <http://ensino.univates.br/~chaet/Materiais/Dissertacao_Cabri.pdf> Acesso em: 12 Jul. 2020

APÊNDICE I: QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES

Matemática e tecnologia digital

PERFIL DOS ENTREVISTADOS

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

QUESTIONÁRIO

1) Você tem dificuldade em aprender matemática?

(  ) Sim (   ) Não (   ) Um pouco

2) Você costuma estudar matemática:

(    ) Só na véspera da prova (  ) Diariamente (  ) Semanalmente

3) Em casa, ao fazer as tarefas de matemática você possui auxílio?

( ) Sim ( ) Não ( ) Quem??___________________

4) Suas notas de matemática geralmente são:

(   ) acima da média (   ) na média (   ) abaixo da média

5)Você se distrai nas aulas de matemática?

(  ) sim, eu não consigo prestar atenção

(  ) não, eu sempre presto atenção

(  ) na maioria das vezes eu me distraio nas aulas de matemática

6) Quais as operações que você tem mais dificuldade em efetuar?

( ) Adição

( ) Subtração

( ) Multiplicação

( ) Divisão

(  ) Todas

7) Você possui domínio da tabuada?

( ) Sim ( ) Não

8) Sua escola possui laboratório de informática?

( ) Sim ( ) Não

9) Algum professor já ministrou aula no laboratório de informática?

( ) Sim. Em qual disciplina?_______________________________________________

( ) Não.

10) Você já fez alguma atividade de matemática com o recurso de programas de computador?

( ) Sim. ( ) Não.

11) Qual o equipamento que você costuma utilizar para acessar internet?

( ) Celular

( ) Computador

( ) Tablet

(  ) Todos os anteriores

12)  Qual o local que você costuma acessar internet?

( ) Em casa

( ) Lan house

( ) Escola

(  ) Outro. Qual?________________________

13) O que você costuma fazer ao acessar a internet:

( ) Bater papo nas redes sociais

( ) Jogos

( ) Ler notícias

( ) Fazer trabalhos escolares

( ) Pesquisar assuntos escolares nos sites de busca

( ) Outro: ______________________________________

[1] Especialista em Metodologia do Ensino da Matemática, Graduada em Licenciatura em Matemática.

Enviado: Janeiro, 2021.

Aprovado: Fevereiro, 2021.

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Iasmim Henrique Dias

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