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Jogos, brincadeiras e psicomotricidade no desenvolvimento integral da criança de 03 a 06 anos nas aulas de educação física infantil [1]

RC: 20071
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CONTEÚDO

LANA, Jessica Ramalho [2], CRUZ, Gabriela Dantas [3], ALVES, Geraldo [4], SOUZA, Eduardo Rodrigues [5], RAMIRES, Genivaldo [6], HAYEK, Yasmin El [7]

LANA, Jessica Ramalho. Et al. Jogos, brincadeiras e psicomotricidade no desenvolvimento integral da criança de 03 a 06 anos nas aulas de educação física infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 15, pp. 173-187, Agosto de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

O Presente trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica sobre “Jogos, brincadeiras e psicomotricidade no desenvolvimento integral da criança de 03 a 06 anos nas aulas de Educação Física Infantil”. O trabalho procura esclarecer o desenvolvimento integrado dos domínios cognitivos, psicomotor, afetivo-social, procurando mostrar que é através dos jogos, brincadeiras lúdicas que se pode proporcionar uma aprendizagem significativa, abordando como os jogos e as brincadeiras podem auxiliar na aprendizagem do desenvolvimento motor da criança. A Pesquisa buscou os conceitos dos jogos, brincadeiras e psicomotricidade, enfatizando sempre a importância de ambos nas aulas para desenvolver a habilidade motora e mostrar que o desenvolvimento psicomotor requer o auxílio constante do professor através da estimulação; portanto não é um trabalho exclusivo do professor de Educação Física, e sim de todos profissionais envolvidos no processo ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Psicomotricidade, Brincadeiras, Jogos.

INTRODUÇÃO

Esse trabalho de conclusão do curso de Educação Física tem por objetivo abordar as relações dos jogos, brincadeiras e a psicomotricidade para o desenvolvimento integral da criança na faixa etária 3 a 6 anos nas aulas de educação física infantil, sendo apresentado o seguinte tema: jogos, brincadeiras e psicomotricidade no desenvolvimento integral da criança de 03 a 06 anos nas aulas de Educação Física Infantil

Será explicado que a psicomotricidade tem como finalidade formar e relacionar o desenvolvimento motor, cognitivo, social e afetivo das crianças de 3 a 6 anos, faixa etária escolhida por nós já que, é nessa idade que ocorre o desenvolvimento motor mais significante dando ao individuo a possibilidade de dominar o corpo estruturando movimentos que serão fundamentais para executar tarefas ao decorrer da vida.

Apresentaremos o porque nessa faixa etária se trabalha apenas com jogos, brincadeiras e atividades lúdicas, seguindo a orientações que nos foi dada ao decorrer de todo o curso. Esse assunto nos interessou e nos levou a pesquisar mais profundamente. Visamos também com esse trabalho ajudar e direcionar os futuros professores de Educação física quando se depararem com crianças nessa faixa etária em suas aulas no decorrer de sua vida profissional.

Para chegarmos a conclusão de nosso trabalho utilizaremos a metodologia de revisão de literatura.

PSICOMOTRICIDADE

DEFINIÇÃO, APLICAÇÕES, IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO FÍSICA

O fracasso ao desenvolver e aperfeiçoar habilidades motoras fundamentais e especializadas durante os anos cruciais da educação infantil e ensino fundamental, geralmente leva as crianças á frustração e ao fracasso durante a adolescência e a fase adulta. O insucesso ao desenvolver padrões maduros em lançar, pegar e rebater, por exemplo, faz com que seja difícil que as crianças tenham êxito ou até mesmo apreciem um jogo.

A PSICOMOTRICIDADE NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA FERRAMENTA DE AUXILIO NA APRENDIZAGEM

Educação física é o conhecimento da psicomotricidade nas aulas abrangem a relação desenvolvimento motor e intelectual da criança. Compreendendo que os estudos atuais ultrapassam os problemas motores, pesquisam-se as ligações com as áreas psicomotoras: coordenação motora fina e global, estruturação espacial, orientação temporal, lateralidade, estruturação corporal e as relações com a aprendizagem no contexto escolar. Segundo Barretos (2000) o desenvolvimento psicomotor é importante na prevenção de problemas de aprendizagem.

Portanto, a psicomotricidade nas aulas de educação física pode auxiliar na aprendizagem escolar, contribuindo para um fenômeno cultural que consiste de ações psicomotoras exercidas sobre o ser humano de maneira a favorecer comportamentos e transformações.

É, sobretudo, visando a possibilidade de compreensão da importância de se inserir conhecimentos da Psicomotricidade nas aulas de educação física com o intuito de auxiliar na aprendizagem global dos alunos.

PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Psicomotricidade é uma ciência que estuda o indivíduo e suas relações com o corpo, consiste em desenvolver os fatores inerentes ao desenvolvimento, favorecendo e ajudando sua expressividade plena, seu principal objetivo é incentivar a pratica do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Esta abordagem da psicomotricidade na educação infantil irá permitir que a criança tenha consciência do seu corpo e a possibilidade de se expressar por meio deste.

De acordo com Defontaine apud Oliveira (2001, p.28) a psicomotricidade tem como objetivo desenvolver o aspecto comunicativo do corpo, o que equivale a dar ao indivíduo a possibilidade de dominar seu corpo, de economizar sua energia, de pensar seus gestos a fim de aumentar-lhes a eficácia e a estética, de completar e aperfeiçoar seu equilíbrio.

A psicomotricidade oportuna as crianças condições de desenvolver capacidades básicas, aumentando seu potencial motor, utilizando movimento para atingir aquisições mais elaboradas, com as intelectuais, ajudariam a sanar essas dificuldades. Segundo Mello (2002, p.37), existe três formas de utilização dessas

abordagens entre a psicomotricidade e a educação física e podem apresentar bastantes semelhanças.

Na primeira abordagem há os que dizem que não é possível diminuir o impacto entre o conflito da psicomotricidade com a educação física, por que há uma ligação dessas com o modo próprio de ver o mundo, portanto o educador deve utilizar apenas uma delas. A psicomotricidade se conceitua como ciência da saúde e da educação, pois indiferente das diversas escolas, psicológicas, condutistas, evolutistas, genéticas, etc. ela visa a representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo (Mello).

A psicomotricidade é a ciência de síntese, que com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas, que afetam as interrelações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e suas convivências com os demais. (Mello, 2002).

A psicomotricidade está relacionada a afetividade e a personalidade, por que o indivíduo utiliza seu corpo para mostrar o que sente, segundo Barreto (2000, p.36),

O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”. (Fonseca, 1988, p.133).

A psicomotricidade é atualmente concebida com a integração superior da motricidade, produto de uma relação intelegível entre a criança e o meio (Lima, Barbosa, 2007). A psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a pratica do movimento em todas as etapas da vida de uma criança. Por meio das atividades, as crianças, além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vive. Por isso, cada vez mais os educadores recomendam que os jogos e brincadeira ocupem um lugar de destaca no programa escolar desde a educação infantil. (Lima, Barbosa,2007).

Conforme referencial curricular nacional para educação infantil (RCNEI) foi desenvolvido para servir de guia de reflexão sobre conteúdos, objetivos e orientações didáticas escolares. O documento visa a melhoria da qualidade, do cuidado e a educação para as crianças de e ainda contribuir para o aperfeiçoamento e qualificação dos seus educadores. Nos objetivos gerais que o referencial curricular nacional para educação infantil estabelece, não há uma referencial explicita a

educação física, mais sim referencias que dizem respeito ao “corpo “e ao “movimento”, tais como:

Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidados com a própria saúde bem-estar; Brincar, expressando emoções, sentimento, pensamento, desejo e necessidades, utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plásticas, oral e escritas) ajustadas as deferentes intenção e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejo e avançar no seu processo de construção de significados enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva (RCNEF, volume 1, p.63).

Segundo Barreto (2000, p.49), “O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”. A criança ao explorar o ambiente, passa por experiências concretas, indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual, e é capaz de tomar consciência de si mesma e do mundo que a cerca. E a educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas as funções motoras, perceptivas, afetivas e sócio motoras.

E para com isso as atividades físicas de caráter recreativo, são as que favorecem a consolidação de hábitos, o desenvolvimento corporal e mental, a melhoria da aptidão física, a socialização, a criatividade; tudo isso visando á formação da sua personalidade. É de suma importância salientar que o movimento é a primeira manifestação na vida do ser humano, pois desde a vida intra-uterina realizamos movimentos com o nosso corpo, no qual vão se estruturando e exercendo enormes influências no comportamento.

Rabinovich (2007) ressalta que: A Educação infantil é a primeira etapa da Educação básica que visa o desenvolvimento da criança de zero a seis anos de idade, tanto no seu aspecto físico, psíquico, intelectual e social, estabelecendo as bases da personalidade humana, da inteligência, da vida emocional e da socialização.

A Educação Física inserida no contexto da Educação Infantil não deve ser pensada em um padrão “escolarizante”, propondo de forma antecipada a assimilação dos conteúdos com base na preparação das crianças para o ingresso no ensino fundamental, mas sim, permitir que essas crianças de 0 a 6 anos

desempenhem um papel de suma importância em seus movimentos, respeitando os seus interesses, capacidades, bem como, as suas necessidades.

Os estudos de Sayão (2002, p. 59) esclarecem que: Numa perspectiva de Educação Infantil que considera a criança como sujeito social que possui múltiplas dimensões, as quais precisam ser evidenciadas nos espaços educativos voltados para a infância, as atividades ou os objetos de trabalho não deveriam ser compartimentados em funções e/ou especializações profissionais. Entretanto, a questão não está no fato de vários profissionais atuarem no currículo da Educação Infantil.

O problema está nas concepções de trabalho pedagógico desses profissionais que, geralmente fragmentam as funções de uns e de outros se isolando em seus próprios campos. “[…], portanto, não se trata de atribuir funções especificas para um ou outro profissional e designar “hora para a brincadeira”, “hora para a interação” e “hora para Linguagens”. O professor de Educação Física deve ser mais um adulto com quem as crianças estabelecem interações na escola.

No entanto, só se justifica a necessidade de um profissional dessa área na Educação infantil se as propostas educativas que dizem respeito ao corpo e ao movimento estiverem plenamente integradas ao projeto da instituição, de forma que o trabalho dos adultos envolvidos se complete e se amplie visando possibilitar cada vez mais experiências inovadoras.

Assim, a Educação Física na educação infantil pode se configurar como um espaço em que a criança brinque com a linguagem corporal, com o corpo e com o movimento. As atividades aplicadas para a educação básica devem ter em vista, a dimensão lúdica como elemento essencial para a ação educativa na infância.

Sobre o conceito de psicomotricidade, Otoni (2007, p. 1) fala que: A Sociedade Brasileira de Psicomotricidade a conceitua como sendo uma ciência que estuda o homem através do seu movimento nas diversas relações, tendo como objeto de estudo o corpo e a sua expressão dinâmica. A Psicomotricidade se dá a partir da articulação movimento/ corpo/ relação. Diante do somatório de forças que atuam no corpo – choros, medos, alegrias, etc. – a criança estrutura suas marcas, buscando qualificar seus afetos e elaborar as suas idéias. Constituindo-se como pessoa.

Assim sendo, percebe-se que a psicomotricidade é uma ciência fundamental no desenvolvimento da criança, em que a mesma deve ser estimulada sempre para

que se possa ter uma formação integral, uma vez que o movimento para a criança significa muito mais que mexer com o corpo: é uma forma de expressão e socialização de idéias, ou até mesmo a oportunidade de desabafar, de soltar as suas emoções, vivenciar sensações e descobrir o mundo.

O desenvolvimento psicomotor requer o auxílio constante do professor através da estimulação; portanto não é um trabalho exclusivo do professor de Educação Física, e sim de todos profissionais envolvidos no processo ensino- aprendizagem. Na educação Infantil, a função primordial do professor não é alfabetizar, devendo também estimular as funções psicomotoras necessárias ao aprendizado formal. Os principais aspectos a serem destacados são: esquema corporal, lateralidade, organização espacial e estruturação temporal. Além desses aspectos citados, é importante trabalhar as percepções e atividades pré-escritas.

Um esquema corporal mal constituído resultará em uma criança que não coordena bem seus movimentos, veste-se ou despe-se com lentidão, as habilidades manuais lhe são difíceis, a caligrafia é feia, sua leitura é inexpressiva, não harmoniosa (MORAIS, 2002). Quando a lateralidade de uma criança não está bem estabelecida, a mesma demonstra problemas de ordem espacial, não percebe a diferença entre seu lado dominante e o outro, não aprende a utilizar corretamente os termos direita e esquerda, apresenta dificuldade em seguir a direção gráfica da leitura e da escrita, não consegue reconhecer a ordem em um quadro, entre outros transtornos (MORAIS, 2002)

Uma criança com a estruturação temporal pouco desenvolvida pode não perceber intervalos de tempo, não percebe o antes e o depois, não prevê o tempo que gastará para realizar uma atividade, demorando muito tempo nela e deixando, portanto, de realizar outras. Partindo da concepção que a psicomotricidade na Educação Infantil é importante, devemos valoriza-la e trabalhar com as crianças no sentido de efetivar o seu verdadeiro significado.

Conforme Assis, Jobim (2008), a psicomotricidade é a capacidade psíquica de realizar movimentos, não se tratando da relação do movimento propriamente dito, mas sim da atividade psíquica que transforma a imagem para a ação em estímulos para os procedimentos musculares adequados.

JOGOS E BRINCADEIRAS NO ENSINO INFANTIL

O que é jogo? Jogos têm sido definido como “atividades nas quais uma ou mais crianças se envolvem em uma brincadeira cooperativa, colaborativa ou competitiva, com ou sem um objeto, dentro da estrutura de certas regras e limites” (Alisson e Barreto, 2000, p-84). Jogos dão as crianças uma oportunidade de utilizar combinações de habilidades motoras independentes ou combinações entre habilidades motoras (estabilidade locomotoras e manipulativas) e conceitos de movimento (consciência de espaço- mudança de direção; consciência de esforço- mudanças de velocidade, e consciência de relacionamento- em relação a objetos, alvos, limites, outros jogadores, com intuito de atingir uma meta.

PROPÓSITOS DO JOGO

A inclusão de jogos na aula de educação física começa, em geral, durante a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental, professores usam jogos como uma ferramenta educacional. Cada jogo realizado deve ser escolhido por razões especificas, que dependem da natureza da aula. Estas razões podem ir desde a prática de habilidades motoras especificas e o aprimoramento de vários componentes da boa forma física, até a promoção de aprendizagem social ou desenvolvimento de conceitos acadêmicos.

CLASSIFICANDO JOGOS

Um jogo possui 5 componentes críticos que são estes: limites, regras, uso de habilidades motoras e conceitos de movimento, estratégias e papeis do jogador. Há quatro abordagens básicas para classificar jogos: a abordagem das categorias do jogo, a abordagem de jogos para compreensão, a abordagem do conteúdo central e a abordagem dos jogos desenvolvimentista.

O jogo pode ser definido como uma atividade ou ocupação voluntaria, o real e a fantasia se encontram, que possuem característica competitiva, ocorrem no espaço físico e de tempos determinados, desenvolve- se sobre regras aceitas pelo grupo de participantes, e são, em geral, habilidade física, o desempenho individual diante das situações de jogo, e as vezes a sorte, os componentes responsáveis pela determinação dos seus resultados. Com frequência, sua pratica se dá num clima de

tensão e expectativa, principalmente face ao desconhecido antecipado do resultado final.

Entende – se brincadeira como uma categoria mais abrangente, que inclui os jogos e também outras ações, como as correrias nos pátios, o mexer com areia ou com a água, a tentativa de saltar um grande número de degraus ou procurar alcançar um objeto num nível elevado como um galho de arvore ou um cordão e etc.

Educadores e outros pesquisadores da educação incentiva a pratica do jogo como forma de aperfeiçoar o desenvolvimento infantil. Pode se afirmar que os jogos estão adquirindo gradualmente uma nova dimensão. Vistos sob o enfoque de integração aos currículos das escolas, deixam de ser consideradas atividades secundárias e passaram a ser pedagogicamente como partes dos conteúdos.

BRINCADEIRA E JOGOS

A brincadeira, para Kishimoto (2003), é a descrição de uma conduta estruturada, abrangendo regras e jogo infantil, com o intuito de possibilitar o envolvimento das crianças durante um determinado tempo.

Segundo Kishimoto (2003), essa pouca seriedade está relacionada ao cômico e ao riso; a criança, ao brincar, se distancia da vida cotidiana, ou seja, encontra-se no mundo imaginário; o jogo só é jogo quando apenas pensam em brincar. Contudo, para a autora, muitas vezes o jogo engajado no processo educativo desvirtua esse critério ao priorizar a aprendizagem de noções e habilidades durante as aulas; além do mais, o professor, ao trabalhar com o jogo de forma coercitiva, impossibilitando a liberdade de expressão das crianças, faz com que predomine um ensino direcionado por ele.

O JOGO NA VIDA DA CRIANÇA

As atividades lúdicas, desde muitos séculos, integram-se ao quotidiano das pessoas sob várias formas, sejam elas individuais, sejam elas coletivas, sempre obedecendo ao espírito e à necessidade cultural de cada época. E assim podemos evidenciar que dentro das atividades de lazer, vivenciadas especialmente na idade infantil, o jogo toma um aspecto muito significativo no momento em que ele se desvincula de ser meio para atingir a um fim qualquer.

Revendo a história, certificamo-nos de que sua importância foi percebida em todos os tempos, principalmente quando se apresentava como fator essencial na construção da personalidade da criança. Com o passar dos tempos, na era cristã, varias concepções foram se formulando em torno do jogo. Umas de maneira muito significativa, outras discriminando a criança e seu interesse pelas atividades lúdicas.

O JOGO E SUA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Segundo Ferreira (2004) “jogo é uma atividade física ou mental fundada em um sistema de regras que definem a perda ou o ganho” (p. 438). Já para Huizinga apud Ayoub (2005) jogo é uma atividade própria do ser humano, que só pode ser assim denominado caso não esteja sujeito a ordens e seja voluntária. Partindo dessas idéias é possível identificar o quão complexa é a definição de jogo, porém indo de encontro ao princípio de que iremos abordar a respeito de suas implicações na aprendizagem, nada mais justo do que aceitar a definição de Huizinga, pois a criança só será capaz de retirar algo significativo do jogo caso este lhe traga possibilidades de remodelar seu pensar, seu agir e criar, podendo assim transformar uma imaginação em ação para posterior aprendizagem.

Diante das infinitas possibilidades de aprendizagem por via do jogo, é válido ressaltar sua importância pedagógica. No processo de aquisição de conhecimentos a criança expõe características as quais são apuradas por meio deste, dando possibilidade de através do mundo imaginário auxiliado pela coletividade formular um conceito, uma ideia.

SOBRE ISSO SE DESTACA:

Todos conhecemos o grande papel que os jogos da criança desempenha a imitação, com muita freqüência estes jogos são apenas um eco do que as crianças viram e escutaram aos adultos, não obstante estes elementos da sua experiência anterior nunca se reproduzem no jogo de forma absolutamente igual e como acontecem na realidade. “O jogo da criança não é uma recordação simples do vivido, mas sim a transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade que responda às exigências e inclinações da própria criança”. (VYGOTSKI, 1979, p.12).

Para tanto, após toda uma discussão pautada no significado e importância do jogo, temos uma pequena ideia de quão ampla são as suas possibilidades, principalmente no que diz respeito a construção de uma identidade infantil, em uma sociedade tão desgastada, nada mais justo do que propiciar a seus futuros adultos convivências pautadas na imaginação, na construção do saber coletivo por meio da invenção da realidade. Como já dizia Huizinga apud Kishimoto (2008), o jogo vem da satisfação, e um indivíduo satisfeito torna-se estimulado e adentra num processo de busca pelo desconhecido, de criação de infinitas possibilidades que norteiem a quebra de barreiras e obstáculos no percurso da vida.

A EDUCAÇÃO FÍSICA: SEUS BENEFÍCIOS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL DENTRO DAS PERSPECTIVAS METODOLÓGICA PSICOMOTRICIDADE

Dando início ao movimento articulado, surge a perspectiva da Psicomotricidade com o trabalho de Jean Le Bouch em contraposição ao modelo esportivista que levou o professor de educação física a ultrapassar os limites lógicos e o rendimento corporal em sua abordagem pedagógica. Utiliza da ludicidade para impulsionar o processo de desenvolvimento e aprendizado. Traz a ideia de aprendizagem significativa, espontânea e exploratória da criança, bem como suas relações interpessoais. Tem foco na criança pré-escolar, analisa o jogo infantil e seus significados, tem na psicomotricidade seus objetivos funcionais, onde os mecanismos de regulação entre o sujeito e os seus meios permitem o jogo, da adaptação, que implica os processos de assimilação e acomodação. (BOUCH, 1982, apud AZEVEDO et al, 2006).

A abordagem discutida anteriormente apresenta uma ideia consistente de como a brincadeira, o jogo, o jogo simbólico, e entre outras atividades são fundamentais para o desenvolvimento da criança. A partir das relações estabelecidas com regras, a crianças ampliam o seu olhar infantil do mundo, criando uma nova realidade, ou seja, aprendendo. Por isso, faz-se necessário ressaltar a importância do jogo como pré-requisito para o desenvolvimento da aprendizagem.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, V. C. de O Jogo No Contexto Da Educação Psicomotora São Paulo Editora: Cortez Editora Ano 1992,

FERREIRA, N. Motricidade E Jogo Na Infância Rio de Janeiro, Editora Sprint 1995 Pag 134

GALLAHUE, D. – Educação Física Desenvolvimentista Para Todas As Crianças – 4º Edição – São Paulo, 2008 – Pag 78, 568, 569, 571) Disponível em: http://www.efdeportes.com/ Revista Digital – Buenos Aires – Año 12 e 15 – Nº 144 – Mayo de 2010.

JOCIAN, M. B. Psicomotricidade Teoria E Pratica, Estimulação, Educação E Reeducação Psicomotora Com Atividades Aquáticas São Paulo Lovise 1998.

MELLO, A. M. de – Psicomotricidade Educação Física E Jogos Infantis São Paulo Editora Ibrasa 1989. – Pag 62

MONTEIRO, V. A. – A Psicomotricidade Nas Aulas De Educação Física Escolar: Uma Ferramenta De Auxilio Na Aprendizagem Buenos Aires Revista Digital, Buenos Aires Ano 1- Nº Pág: 1,2,3/6 – novembro De 2007).

OLIVEIRA, A. C. de; SILVA, K. C. da – Ludicidade e Psicomotricidade São Paulo, Editora Inter Saberes. 2017 – Pag 70, 75,76,77

TUBINO, M. J. G.; MACEDO, C. de – Psicomotricidade, Educação Física e Jogos Infantis. São Paulo Editora Ibrasa 1969 Páginas: 23, 24, 31, 31. 1989.

EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/

[1] Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura em Educação Física. Área da Saúde. Centro Universitário Ítalo-Brasileiro – Uniítalo, 2017.

[2] Discente do Curso de Licenciatura em Educação Física do Centro Universitário Ítalo- Brasileiro – Uniítalo.

[3] Discente do Curso de Licenciatura em Educação Física do Centro Universitário Ítalo- Brasileiro – Uniítalo.

[4] Discente do Curso de Licenciatura em Educação Física do Centro Universitário Ítalo- Brasileiro – Uniítalo.

[5] Discente do Curso de Licenciatura em Educação Física do Centro Universitário Ítalo- Brasileiro – Uniítalo.

[6] Discente do Curso de Licenciatura em Educação Física do Centro Universitário Ítalo- Brasileiro – Uniítalo.

[7] Orientadora.; do Curso de Educação Física. Professora do Centro Universitário Ítalo- Brasileiro – Uniítalo. Área da Saúde.

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Jessica Ramalho de Lana

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