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Contribuição da educação na perspectiva da diversidade e inclusão social no contexto escolar

RC: 57831
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SILVA, Carlos Alberto da [1], ASSAD, Ricardo [2]

SILVA, Carlos Alberto da. ASSAD, Ricardo. Contribuição da educação na perspectiva da diversidade e inclusão social no contexto escolar. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 08, Vol. 13, pp. 19-32. Agosto de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/diversidade-e-inclusao

RESUMO

O estudo a seguir tem por objetivo apresentar, a importância da Inclusão no contexto escolar, justifica-se pela sua viabilidade social, educacional e acadêmica, pois com a docência junto aos processos de inclusão é que se pode humanizar o processo de forma a garantir a inclusão e permanência do aluno em sala de aula na Educação de Jovens e Adultos. A hipótese da pesquisa está no enfrentamento das dificuldades no Ensino Fundamental de aprendizagens o corpo docente e demais funcionários encontram no cotidiano, desafios que, à luz dos conhecimentos científicos e das experiências pedagógicas podem ser superados. Buscando, em autores da área da educação, por meio de pesquisa bibliográfica, elementos para responder a problemática inicial que era: Como o professor regente pode mediar e trabalhar na construção da diversidade e inclusão na Escola Estadual Emília Maria Guimarães em Itumbiara, Estado de Goiás? Assim, verifica-se a superação dos déficits apresentados pelos alunos e mediar o conhecimento, visando à influência das capacidades e destrezas almejadas para o cotidiano escolar em que estão inseridos. No estudo de caso, os processos inclusivos dialogados em autores serviram como experiência e base para uma profissionalização consciente do papel docente para a escola, aprendizagens e sociedade em geral. Assim foi realizada uma pesquisa bibliográfica, onde foram versados vários autores, tais como: Bervian, Carvalho, Ceebja, Fonseca, Mantoan, Moreira, Selau, Serrão e Vygotsky. Que trata de inclusão e formação educacional, bem como realizada em paralelo uma pesquisa de campo, onde os resultados de possível visualização são de que há muito que se desenvolverem quando se trata de educação inclusiva, pois está notável que cada vez mais cresce o número de crianças que nascem com algum tipo de limitação e deficiência. Assim, entende-se que é assegurada a criança por lei e a articulação dentro da escola depende de cada gestão.

Palavras-chave: Diversidade, inclusão, contexto escolar, alunos, professores.

1. INTRODUÇÃO

A educação é um caminho vasto e difícil, que envolve diferentes indivíduos em distintas categorias de conhecimento, especificado pela habilidade de descobrir. Essa pesquisa procura compreender a razão para que os alunos que se encontram na diversidade e inclusão buscam encontrar uma escola diferente no sentido de acolhê-los e valorizá-los.

Devido à crescente importância do papel da educação escolar, diversas pesquisas têm sido desenvolvidas com vistas a investigar a diversidade e inclusão na escola, tais como Selau (2007) e Moreira e Candau (2005) faz uma abordagem da inclusão, e também Mantoan (2004) e Mantoan (2017) que desenvolveu seus trabalhos na perspectiva da diversidade.

Neste sentido, o problema da pesquisa assenta-se em distinguir e verificar se as atribuições das realizações didáticas, anexo ao projeto de diversidade e inclusão, cujo objetivo é sanar os obstáculos relatados pelos educandos e adaptar seus entendimentos ao contexto escolar que estão inseridos, possuirão respostas adequadas, no qual todos os educandos alcançarão a intenção almejada.

A pesquisa tem como objetivo geral analisar as funções do formador e a evolução dos educandos, com o intento de comparar suposição e conceitos do contexto escolar. Os objetivos específicos são: i) verificar a integração do professor regente no trabalho perante a diversidade e inclusão escolar e ii) analisar as ações para o enfrentamento e solução das indagações da pesquisa, que auxiliem para aquisição da evolução escolar de um grupo de vinte alunos diversos e inclusos.

A metodologia pautou-se em pesquisa exploratória baseada em pesquisas bibliográfica, documental e estudo de caso realizado na sala do terceiro ano do ensino fundamental, com o projeto de diversidade e inclusão, com 20 alunos, normalmente matriculados, durante os meses de abril a maio do ano de 2019.

Essa pesquisa justifica-se pela importância da contribuição da pesquisa em termos sociais e científicos. No primeiro caso, devido aos resultados positivos advindos de  do estudo para os educandos no sentido de sanar dificuldades de diversidade e inclusão propostas no projeto da escola referida. No segundo, pela ausência de pesquisas acerca do tema na região escolhida.

Diante do exposto, este artigo revela sua importância por procurar entender a diversidade e a inclusão dos alunos pertinentes à ação escolar, trazendo a motivação e integração na construção do conhecimento de cada educando.

Isto posto, este artigo compõe-se desta introdução, seguida do desenvolvimento da pesquisa, em que se aborda contribuição da educação para a diversidade na perspectiva da inclusão social no contexto escolar, e por fim, das considerações finais.

2. ANÁLISE DA DIVERSIDADE E DA INCLUSÃO SOCIAL NO CONTEXTO ESCOLAR

2.1 DIVERSIDADE E INCLUSÃO

Assistem às aulas, diariamente, participam de todas as atividades propostas pela professora. Permanecem irrequietos, pois estão em defasagem com a idade e a série que estudam, almejam serem aceitos por seus colegas de turma, professores, alunos de outras turmas, comunidades escolares em geral.  Segundo o Projeto Político Pedagógico (PPP) da Escola: “Daí faz-se urgente e necessário que todo e qualquer discurso e prática político-pedagógico assuma o pressuposto básico de reconhecimento e, em especial, respeito às diferenças”. (CEEBJA, 2014, p. 25).

Conforme a nova LDB, no que se refere à Educação de Jovens e Adultos:

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames (BRASIL, 1996).

O êxito da Diversidade e Inclusão supõe o entendimento do amplo leque que abrange esse tema, oportunizando, de forma igualitária a todos, o pleno merecimento de ambos os lados para total rendimento do educando, não importando a idade, mas sim seu interesse e desejo pela aprendizagem.

Antigamente percebia-se que a inclusão não fazia parte do cotidiano escolar, já que muitas crianças portadoras de deficiência eram impedidas de estudar, deveriam ficar em casa, pois não aprenderiam nada. Diante do exposto, foi normal que os profissionais da educação se reunissem e iniciassem a intenção da Escola para todos, verificando as transições essenciais e políticas imprescindíveis para fortalecer o tema a “educação inclusiva”, particularmente, habilitando as instituições de ensino para acolher os educandos, especialmente os que têm necessidades especiais educativas.

Atualmente, além da responsabilidade em ensinar os conceitos básicos, como ler, escrever e dominar as quatro operações, estipulando metodologias diferenciadas e dentro do contexto que os educandos estão inseridos, é necessário o cuidado do educador em observar o procedimento ou atingir o conhecimento que o alunado já possui, atentando-se também aos valores e princípios em relação à Diversidade e Inclusão de cada indivíduo.

Vygotsky (1988, p.22) destaca que:

[…] as estratégias didáticas podem ser ordenados para que tal progresso se dê por vias protegidas, por alternativas que a circunstância mais essencial e determinante do aumento do estudo é basicamente a prática de trabalhar os mecanismos emocionais, que nesses indivíduos não são usados.

Os estudos sobre diversidade e inclusão apontam que ela precisaria ser o que é na efetividade da educação necessária para todos. É necessário articular significados, transformar capacidades, oportunizar a cooperação e estar antenado com o cotidiano escolar.

As transformações na ideologia didática produzem, em instantâneo, uma evolução na procura de conhecimentos pelo alunos. De certa forma, salienta-se ao educador trazer condições que evidenciem o alunado a experimentar o espaço escolar, caracterizando-se aos contrários eventos negativos que o assolam em diferentes espaços escolares que já frequentaram, nesse sistema o educando atribui valor e significado num ambiente acolhedor.   De acordo com Selau (2007) o alunado se ajusta  bem e se integrar com o grupo, livre de suas especificidades e dificuldades, capacitam a criatividade no vínculo com o grupo e se encaixilham as mais diferentes situações, percebem as diferenças e aprendem com elas. Diante disso, o educando se sentira acolhido e valorizado, facilitando o seu aprendizado e transformando a realidade em que está inserido. Na sequência, apresenta-se uma abordagem da diversidade e inclusão na escola.

2.2 DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA ESCOLA

O assunto da diversidade e inclusão escolar, sempre esteve à frente de várias escolas, o que fazer com a inclusão, como receber esse aluno, como trabalhar na diversidade, questões que já foram discutidas e debatidas ao longo dos anos na educação brasileira.

O histórico da educação no Brasil revela que, em décadas não foram tomadas providências para a diversidade e inclusão, esse fato era deixado de lado e as escolas que possuíam alunos inclusos e diversos tomavam suas próprias decisões o que muitas vezes não resultava num bom trabalho e em vez de incluir, excluía os educandos.

Atualmente, a ideia nova tem como intuito modificar o que tínhamos antes em relação à diversidade e inclusão escolar, objetivando a importância de todas as escolas seguirem as leis apropriadas a esse tema, e encontrarem soluções para trabalharem com os educandos da melhor maneira possível. O artigo 59 da LDB estabelece que os sistemas de ensino assegurarão currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica para o atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais (BRASIL, 1996).

As leis sobre diversidade e inclusão são recentes, observando que antigamente não existia nenhuma lei que garantisse o acesso de alunos inclusos e diversos nas nossas salas de aula. A partir da nova LDB, os parâmetros para todas as escolas do Brasil se modificaram e cada uma delas deve seguir à risca o que determina a lei. Garantindo total acesso e permanência dos educandos em todas as escolas do país.

De acordo com Mantoan (2002), os excluídos não se circunscrevem apenas aos denominados deficientes ou diversos, deve-se incluir os pobres e aqueles que faltam às aulas devido ao trabalho. Nessa perspectiva, os avanços na educação dos cidadãos à margem da escola, principalmente dos alunos com necessidades especiais, incitam sobre os desafios que perpetuam no ensino brasileiro, abrangendo as agregações relacionais que contornam os locais desiguais nas teorias interessantes executadas na escola.

Dessa forma, fica evidente que o ofício da escola é acolher também, além dos ensinamentos básicos que o aluno necessita aprender. A diversidade e a inclusão escolar podem acarretar aos alunos inclusos, que sentem falta de segurança e bem-estar na escola, o desinteresse ao conhecimento, precisamos então verificar cotidianamente a motivação dos nossos alunos.

Encarando essa situação pode-se considerar que os alunos irão se sentir estimulados a adquirir e construir seu próprio conhecimento. Conforme Carvalho (2003) os procedimentos não se modificam de forma rápida, pois percorrem um longo caminho que envolve dores e desafios afetuosos e intelectuais que devem ser superados. A convivência entre educador e educando é outra razão relevante para a aquisição do conhecimento e sua constante evolução, essas duas parcerias garantem o sucesso escolar aliando o coleguismo e ajuda dos outros colegas que percebendo o dinamismo do educador, também constituem respeito e admiração mutua entre todos.

Para entender a importância do professor nesse processo, deve-se analisar a sua metodologia de ensino, quanto mais interessante o tema das aulas e elaborado eficientemente o resultado será satisfatoriamente positivo.

3. METODOLOGIA

O presente artigo baseou-se de pesquisa do tipo estudo de caso, com uma revisão da bibliografia destinada ao tema e com o emprego de ferramentas de coleta de dados como entrevista, questionário e observação in loco. Os materiais foram coletados dispondo de estratégias peculiares da pesquisa qualitativa.

A técnica conhecida como estudo de caso vem aumentando cada vez mais no âmbito educacional. Refere-se de uma técnica que tem como princípio revelar aos cidadãos ideia a respeito de acontecimentos separados. Segundo Fialho e Neubauer Filho (2008, p. 4520-4521), o método do Estudo de Caso: “[…] sozinho, determina uma comparação de estudos, que revela como instrumento um exemplo que se consiga comparar de maneira mais elaborada”.

O estudo de caso tem como princípio investigar uma ação aprofundada, analisando e interpretando o acontecimento a ser pesquisado. Nesta investigação, o estudo de caso está presente a uma classe de vinte alunos, com idade entre dezoito e vinte anos, que retratam uma classe diversificada e inclusiva, matriculados no terceiro ano do Ensino Fundamental.

Executou-se ainda uma conversa com professora regente da classe que atende vinte alunos. A intenção dessa conversa foi possibilitar a professora argumentar espontaneamente. Relatar as suas práticas, técnicas e frutos da sua profissão com os educandos que são inclusos e diversos. Igualmente foi entregue à referida, algumas perguntas com quatro questões relativas ao procedimento de preparação das aulas.

Procurou-se enfatizar as perguntas primordiais para a técnica de coleta de dados que, segundo Vieira (2011) promovem a busca de respostas consideradas importantes na evolução da investigação proposta. Ainda, para Bervian e Cervo (2002) o processo investigativo trata-se de exercício com focalizado na busca de inquirições abstratas ou experiências com o emprego de métodos instrutivos.

Assim, como se verificou uma análise in loco que teve como princípio observar como estes alunos se sentem dentro da escola para analisar suas atitudes, seus questionamentos, indagações, motivações, ideias do cotidiano escolar em que estão inseridos.

A pesquisa de campo aconteceu na instituição de ensino, Colégio Estadual de Educação de Jovens e Adultos (CEEBJA) Emília Maria Guimarães de Itumbiara-GO, numa classe do 3° ano do Ensino Fundamental da referida escola, que conta com alunos inclusos na diversidade escolar. Esta atende alunos do ensino fundamental até o ensino médio. As observações ocorreram em quatro encontros semanais à instituição no decorrer dos meses abril a maio, sendo essas de quatro horas cada, das 18h30 até às 22h30.

4. ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

A pesquisa foi realizada em uma Escola Estadual Emília Maria Guimarães de Ensino Fundamental e Médio (CEEMG), em Itumbiara, interior do estado do Goiás. A referida escola oferece ensino fundamental e médio completo na modalidade de Jovens e Adultos, atende 500 alunos, distribuído em 15 classes, nos turnos matutino, vespertino e noturno. Vários profissionais contribuem para o seu funcionamento: diretor, vice-diretora, coordenadoras pedagógicas, professores, professores de área especificas, educação especial, sala de recursos, interprete de libras, secretários, zeladores, cozinheiras e vários motoristas, pois atende alunos que moram na zona rural necessitando de ônibus.

Os encontros com os educandos foram de abril de 2019 até maio de 2019, quando os professores estavam ansiosos com várias turmas que apresentavam um aluno classificado como diversificado e também várias inclusões, com observações diárias, verificou-se que muitos alunos mostravam dificuldades no relacionamento com colegas e professores dentro da sala de aula.

Com este objetivo, a escola percebeu a necessidade de um Projeto de Diversidade e Inclusão, no qual durante a aula, quatro horas semanais as segundas feiras. A professora regular da sala expõe o assunto e começa a dialogar com os alunos sobre o mesmo, começando as discussões e possíveis soluções para o tema proposto. Os profissionais da escola solicitaram palestras, vídeos, trabalhos, com todos os alunos da escola para que todos conheçam o Projeto, e compreendam como agir perante a diversidade e inclusão.

Conforme o Projeto político-pedagógico da escola que contempla: “Daí faz-se urgente e necessário que todo e qualquer discurso e prática político-pedagógica assuma o pressuposto básico de reconhecimento e, em especial, respeito às diferenças”. (CEEBJA, 2014, p.25).

Para a mencionada pesquisa, utilizou-se de três instrumentos divergentes: a entrevista e o questionário para a professora e alunos, e a observação in loco do Projeto de Diversidade e Inclusão. A entrevista aconteceu com a professora, somente com uma conversa informal. O questionário foi feito na intenção de analisar os hábitos, atributos e o envolvimento dos alunos. Nesta lógica, optou-se por uma observação in loco, analisando a educadora e os educandos em quatro visitas semanais, concluindo um total de dezesseis horas, no turno noturno.

A turma observada é do terceiro ano do ensino fundamental. Com vinte alunos, de idade entre dezoito e vinte anos. Essa turma é muito diversificada e tem algumas inclusões com alunos de educação especial, há alunos com gêneros diferentes, aí nota-se a preocupação dos alunos e professores, como são adultos, estão atrasados na seriação, pois muitos tiveram vergonha de estudar junto com adolescentes pelo fato de serem de gêneros diferentes, outros pelo fato de aprenderem mais devagar. A escola buscou acolher esses alunos da melhor maneira possível, para não os perder novamente, pois muitos já deveriam ter completado seus estudos.

O primeiro dia de observação da turma foi num dia de aula normal, os alunos aguardam dentro da sala de aula a chegada da professora para iniciar a aula. Ao chegar, a professora cumprimenta todos e os mesmos permanecem sentados em seus lugares.

Vários alunos ficam apreensivos com a presença de um estranho dentro da sala de aula, mas a professora os orienta e explica que se trata de um estagiário que irá observá-los para concluir o artigo de Pós-Graduação. Logo todos se sentem à vontade novamente, a professora comenta sobre o Projeto Diversidade e Inclusão, e muitos acham que será uma ótima ideia esse trabalho conjunto com todos os alunos da escola, após esse comentário a professora inicia a chamada, onde todos os alunos respondem.

A professora distribui uma folha para cada aluno com um texto “Porque Somos Diferentes”. Ao passo que a professora vai lendo, todos os alunos estão escutando e prestando a atenção no texto.

Concluindo a leitura, a professora incentiva os alunos a refletirem porque somos diferentes, porque as pessoas não são iguais, se na nossa sala de aula todos os alunos são iguais, no comportamento, nas características físicas. Alguns alunos expressam suas opiniões, levando a um debate coletivo.

Ao toque do sinal para o recreio todos saem da sala, e dirigem-se ao refeitório para lanchar, muitos desses alunos têm sua principal refeição nessa merenda, verificando o olhar de cada aluno, notou-se a satisfação de poder degustar desse lanche, e o agradecimento de cada aluno à cozinheira pela refeição. Percebe-se que nesse aspecto os educandos sentem-se acolhidos pela escola por ofertar uma merenda de qualidade, sendo esse é um dos pontos positivos da escola.

Após o recreio, os educandos retornam à aula, fazem as atividades diárias, exercícios, correção, interpretação, e não demora muito para o sinal da saída tocar.

Entende-se que a valorização da escola também é primordial para a permanência de cada aluno, visto que a referida escola é na modalidade e Jovens e Adultos, então sua clientela, não são crianças e sim pessoas comprometidas em aprender, que não tiveram outra oportunidade quando eram crianças.

O segundo dia de observação da turma, também aconteceu em um dia normal de aula, nesse dia observou-se os alunos e na hora do recreio foi realizada uma conversa com a professora, realizando o questionário para ela responder, após o recreio todos os alunos retornaram à sala e realizaram todas as atividades propostas pela professora.

Como afirma Mantoan (2004, p. 7-8): “[…] temos diferenças e temos igualdades, nem todos são iguais, todos somos diferentes, possuímos o direito de ser diferente quando a igualdade nos iguala e não perdemos o direito com as nossas diferenças”. Perceber as diferenças é um grande passo para a evolução do alunado, é isto que se nota em cada aluno, que estão conseguindo perceber as diferenças e mesmo assim, estão conseguindo melhorar seu comportamento.

No terceiro dia de observação da turma, houve uma interação entre o pós-graduando e os educandos, sobre a diversidade e inclusão, iniciando um debate. Após o debate, foi entregue aos alunos o questionário para que eles respondessem e após o recreio foram elaborados em conjunto alguns cartazes.

A coordenação pedagógica propôs uma exposição com trabalhos de todas as turmas, expostos na escola, e juntamente com a palestra de um psicólogo nesse dia, os alunos ficaram muito felizes, sentiram-se acolhidos e integrados dentro da escola, demonstraram que não precisavam ter vergonha de nada, que eram alunos, iguais aos outros.

Durante essa atividade, os alunos demonstravam seu contentamento em realizá-la e comentavam o quanto bom iria ser a exposição dos trabalhos para toda a escola, faziam com muita criatividade e entusiasmo, davam o melhor de si, todos se ajudavam mutuamente, quem não sabia desenhar pintava, quem não tinha uma boa caligrafia passava canetão em cima das letras que o colega escreveu, tudo transcorreu da melhor maneira possível.

Fonseca afirma que (1995) o conhecimento é construído de uma forma dinâmica, em que o aluno atua como um participante ativo e interage com o restante do grupo no qual está inserido no processo de aprendizagem. Assim todos os educandos colaboram para que todos estejam envolvidos nas mais diferentes atividades cotidianas, aprendendo de forma diferenciada e envolvente.

Observando novamente tem-se a percepção de que todos os alunos são calmos, alguns descrevem dificuldades em elaborar as atividades propostas, mas com paciência a professora consegue explicar individualmente e sanar as dúvidas de cada aluno.

Na última observação, a professora planejou um filme e sessão cinema, com direito a pipoca e tudo mais, o filme fazia parte do planejamento da professora e iria complementar a sua aula, a educadora disse que de vez em quando é bom fazer um “agradinho” para os alunos, “todo mundo gosta”, afirmou ela sorrindo.

Durante o filme, o diálogo com a professora continuou com enfoque no desenvolvimento do projeto nessa instituição de ensino e alguns pontos que ela acha relevante sobre o projeto.

A professora relatou que sempre é auxiliada pela equipe pedagógica da escola, mencionou que para o filme a escola providenciou a pipoca para entregar para cada aluno, que sempre tem um diálogo aberto com todos o que, segundo ela, facilita o trabalho pedagógico e a didática dentro e fora da sala de aula.

A professora observou que esse projeto é relevante para todos os alunos da classe e para a escola em geral, deseja que ele seja cumprido durante o ano todo, pois a cada ano, saem e entram alunos novos, então o seu desejo é de que esse projeto não seja engavetado, e tenha continuidade pelo menos enquanto ela esteja na escola, comenta rindo a professora.

Os alunos se concentraram no filme, demonstraram interesse, e, com o mínimo barulho, cada um deles comeu sua pipoca, nem tocando o sinal para o recreio eles se distraíram, pedindo para a professora continuar o filme até o final, a professora concordou, eles saíram para o recreio logo após o término do mesmo.

Foi realizada uma conversa com a equipe pedagógica, entregando o questionário para eles responderem, foram muito acolhedores, relataram que continuarão a ajudar e auxiliar a professora, também comentaram que darão continuidade ao projeto, pois a rotatividade de alunos na escola é grande e devem prosseguir com o projeto no próximo ano.

Destaca Serrão (2006) a escola constitui-se num sistema organizado de aplicação métodos que promovem o processo de humanização dos alunos. Buscando enaltecer como é a escola, os alunos viverão bons e felizes momentos dentro desse sistema, então se deve oportunizar métodos para a sua integração e plena humanização, onde todos não esquecerão o que aprenderam e vivenciaram dentro dessa instituição.

Em todas as aulas a professora procura auxiliar individualmente cada aluno, às vezes, os mesmos vêm até ela, e outras vezes a professora se encaminha até as carteiras dos alunos, refletindo, dando dicas, tentando ajudar cada aluno a conquistar seu conhecimento. Quando a educadora explica a matéria no quadro todos os alunos prestam muita atenção, pois sabem que a explicação é muito importante e com certeza um dia usarão o conhecimento adquirido na escola, em algum momento da sua vida.

Comentários da professora evidenciam sua caminhada desde o início do ano letivo, onde verificava a expressão de preocupação dos alunos, que poderiam a qualquer momento desistir de estudar, como poderia trabalhar de forma dinâmica e metodologias inovadoras, para conquistar esses alunos e eles não desistirem das aulas.

A educadora enfatiza o objetivo do Projeto Diversidade e Inclusão, em que aplica possibilidades de crescimento, especialmente dos alunos diversos e inclusos para que eles consigam enfrentar essas dificuldades no dia a dia. Com a observação, a educadora, comenta que os alunos estão frequentando a escola, motivados e interessados, que o resultado comparado ao começo do ano foi espetacular. “Parece, que não são mais os mesmos alunos”, relata a professora. “Esse projeto foi essencial, marcou a vida de cada um dentro desta escola e essa transformação seguirá pelo resto da vida”, alegremente depôs a professora.

5. INTERVENÇÕES COM ALUNOS SOBRE DIVERSIDADE E INCLUSÃO

A inclusão e a diversidade, sempre estiveram presentes na vida do ser humano, neste sistema de metodologias diferenciadas, diálogo e respeito se tornam eficientes dentro da comunidade escolar. Na classe investigada, durante o período de observação, as estratégias aconteceram totalmente e a evolução na repercussão ocorreu progressivamente.

As intervenções sobre diversidade e inclusão foram articuladas aos educandos que convivem com essa situação, os vinte alunos que estão inseridos na classe observada.

A diferença entre os conhecimentos de cada educando pode ser caracterizada beneficiando essa diversidade e inclusão, como estímulo para a perspectiva de alteração. São de fundamental importância as experiências de cada aluno, para estimular e encorajar aquele aluno que enfrenta esse obstáculo. Urgentes são ainda a elaboração e construção de instrumentos e recursos pedagógicos que favoreçam o professor em sua prática cotidiana, além do refinamento dos relatórios psicopedagógicos desenvolvidos no acompanhamento dos alunos incluídos.

Outra proposta de trabalho é uma vez por mês, os alunos assistirem filmes ou palestras sobre o assunto. Ao inserirem com continuidade o assunto, desfrutarão de instrumentos prováveis, para aceitar a relevância do referido tema. Para Moreira e Candau (2005, p. 78), “as instituições de ensino sempre tiveram dificuldade em lidar com a pluralidade e a diferença, tendendo para a homogeneização e padronização”.  Ao desenvolver o tema, o educando atingirá, com clareza, o significado e o conteúdo repassado pelos filmes ou palestrantes. A educadora averiguou de modo fácil e atraente, as alternativas de atividades e ideias, argumentando o conteúdo, enaltecendo, compreendendo e efetivando o foco pedagógico.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Imediatamente à investigação da diversidade e a inclusão no contexto escolar visando atentar-se ao problema de pesquisa esclarece-se que o mesmo está a evoluir, e paulatinamente mudando as nossas escolas em ambientes de diversidade. Portanto, a obrigação da instituição em promover a semelhança de adequação de conhecimento para todo e qualquer ser, independente da sua situação pública, econômica, religiosa, cultural entre outras.

Então com este artigo o objetivo geral era mostrar o alerta para a ocorrência da instituição, como um lugar de união e recebimento de contrárias diversidades e inclusões, estabelecendo com isso uma prática que esteja verdadeiramente numa determinada contribuição de acordo comunitária.

Na hipótese compreende-se que na competência escolar o direcionamento na concepção da diversidade e inclusão, expressa uma intervenção metodológica que vai entre o valor de que os educandos sentados nos bancos escolares são contrários, por emitirem aspectos próprios e pertinentes a um círculo geral, mas torna-se verdadeiro e necessário desempenhar uma instrução de consideração, prestigio e principalmente de contato com discórdia.

Objetivou-se especificamente o posicionamento no meio do modo didático a dúvida da diversidade e inclusão.  E isto é o enorme estímulo das instituições na atualidade, o de fortalecer um projeto político pedagógico que atinja uma previsão exercida da prática pedagógica em conexão a diversidade e inclusão, para dominar a mudança da instituição e a sala de aula num universo de preparação expressiva, e incitar todas as habilidades dos educandos. É exato que não será um método singelo, mas se a instituição adaptar à sua maneira harmônica às carências do seu conjunto e sustentar por apoio os componentes culturais do seu alunado, os méritos serão grandiosos.

Em síntese, o problema é que a comunidade escolar concorde em ter responsabilidade de ideias, estimulando a união dos educandos livre de suas particularidades, sendo essencial recompor a diversidade e inclusão, a contar do ambiente conhecido, elaborando um simpático elo mediante aplicação de desempenho, situadas e expressivas. Aceitando que todos têm chances de desenvolvimento e resulta uns dos outros para nos instituirmos em uma comunidade valorizada.

7. REFERÊNCIAS

BERVIAN, P. A.; CERVO, A. L. Metodologia cientifica. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

BRASIL. LDB, Lei 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 de dez.1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil03/leis/l9394.htm> Acessado em: 18 de out. 2017.

CARVALHO, R. E. Experiências de assessoramento a sistemas educativos governamentais na transição para a proposta inclusiva. Movimento: Revista da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, Niterói, n. 7, p. 39-59, maio, 2003.

CEEBJA Paulo Leminski. Projeto político-pedagógico – PPP. Lapa – PR, 2014.

FONSECA, Vitor. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

MANTOAN, M. T. E. Caminhos pedagógicos da inclusão. 2002. Disponível em:<http://www.educacaoonline.pro.br>. Acesso em: 17 de out. 2017.

______. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2004.

MOREIRA, A. F.; Candau, Vera Maria. Educação escolar e cultura: educação como exercício de diversidade. Brasília,Revista Brasileira de Educação, 2005.

SELAU, Bento. Inclusão na sala de aula. Porto Alegre: Evangraf, 2007.

SERRÃO, M. I. B. A. Aprender a ensinar: a aprendizagem do ensino no curso de pedagogia sob o enfoque histórico-cultural. São Paulo: Cortez, 2006.

VYGOTSKY, L. S. Formação social da mente. São Paulo: Martins Fonseca, 1988.

[1] Pós-graduação em Psicopedagogia Institucional, Pós-graduação Educação Especial e Psicomotrocidade, Pós- Graduado em Libras, Pós- Graduado em Coordenação Pedagógica, Pós-Graduado em Educação a Distância 4.0, todas pela FAEL. Formado em Marketing pela Faculdade UNOPAR e Formado em Pedagogia pela Faculdade São Marcos. Licenciando em Geografia pela Faculdade FAVENI.

[2] Orientador. Mestrado em Engenharia de Produção. Especialização em andamento em Educação a distância 4.0. Especialização em andamento em EAD e Novas Tecnologias. Graduação em Administração.

Enviado: Junho, 2020.

Aprovado: Agosto, 2020.

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Carlos Alberto da Silva

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