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Projeto roda de leitura com alunos do 1º ano do ensino médio nos diversos contextos sociais

RC: 134237
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/roda-de-leitura

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

RAMOS, Ivane Câmara Brandão [1], SILVA, Jose Amauri Siqueira da [2]

RAMOS, Ivane Câmara Brandão.  SILVA, Jose Amauri Siqueira da. Projeto roda de leitura com alunos do 1º ano do ensino médio nos diversos contextos sociais. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 12, Vol. 02, pp. 41-69. Dezembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/roda-de-leitura, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/roda-de-leitura

RESUMO 

É função essencial da escola, ensinar e estimular a leitura, de modo que se amplie o domínio dos níveis de leitura e escrita dos alunos, para assim, formá-los cidadãos críticos. Assim, a problematização deste artigo é: Como se dá o interesse pela leitura através da Metodologia Roda de leitura, na Escola Estadual Dom Milton, da cidade de Manaus-AM, na formação de leitores do 1º ano Médio? De tal modo, tem-se como objetivo: analisar de que forma o letramento social pode contribuir para a capacidade de leitura e escrita dos alunos leitores do 1ºano do Ensino Médio, da Escola Estadual Dom Milton, da cidade de Manaus-AM, no ano de 2019. Para tanto, sob a luz da metodologia quali-quantitativa, foi realizado um estudo de caso com 120 alunos, em 2019, com o desenvolvimento do projeto roda de leitura em sala de aula, na referida escola. Após a realização da Roda de Leitura, notou-se uma melhora muito significativa no gosto pela leitura e também na decifração dos textos, por parte dos alunos. E ao dominar a leitura, abriu-se a possibilidade para adquirir novos conhecimentos, desenvolver raciocínios, alargar a visão de mundo, do outro e de si mesmo, e ainda participar ativamente da vida social, alcançando-se desta forma o Letramento social. Conclui-se que o projeto contribuiu para a visão de mundo dos alunos, formando-os leitores letrados, e ainda mudou o olhar da professora-pesquisadora, abrindo novos horizontes e contribuindo para sua prática enquanto educadora e pesquisadora.

Palavras-chave: Alfabetização, Escrita, Leitura, Letramento social.

INTRODUÇÃO

É função essencial da escola, ensinar a ler, de modo que se amplie o domínio dos níveis de leitura e escrita dos alunos, norteando a escolha dos materiais de leitura. Portando, cabe, formalmente, à escola efetivar as relações entre leitura e indivíduo, em todas as suas interfaces.

Diante do pressuposto de que é papel da escola a prática da leitura e, através deste processo como maneira de condição de participação e de pertencimento à ordem social, como relata Britto (2012), e como formador da humanidade do homem, como afirmam Cerutti-Rizzatti, Daga e Catoia Dias (2012), dirige-se este artigo que foi desenvolvida em uma escola pública que dispunha de Ensino Fundamental I e II, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Médio, da cidade de Manaus, Amazonas, no ano de 2019.

Apesar de grande parte desta reflexão poder ter aplicação em todo tipo de escola, no extenso espectro da educação escolar, o presente artigo está voltado a escola básica e, dentro dela, a escola de ensino fundamental e ensino médio, com ênfase nas escolas públicas. Outras escolas, como as de educação infantil, as escolas técnicas e, principalmente, as de nível superior, exigem considerações especiais que vão além dos limites pretendidos para este estudo.

Fundamentadas em experiências pessoais na prática da docência, a experiência em leitura abaixo do desejado para alunos do Ensino Médio atrapalha – e na maioria das vezes impede – o acesso aos conhecimentos em todas as áreas de ensino na escola, inibindo a participação concreta destes educandos no processo educacional. Isso porque, dentre outras questões, espera-se que os estudantes, nesta ocasião do processo de escolarização, realizem as atividades que compreendem a leitura com autonomia, não sendo necessária a orientação mais explícita pelo professor.

Assim, a escolha deste tema justifica-se pela verificação empírica de que grande parte dos alunos não consegue desenvolver suas potencialidades e apropriar-se de novos conhecimentos em razão de uma participação menor do que desejada no âmbito da leitura e consequentemente, da escrita, ficando progressivamente mais distante das atividades de ensino, tanto quanto das interações em sala de aula.

Sabe-se que estas dificuldades que os alunos enfrentam, na maioria das vezes, continuam até chegar na universidade, que por não ter o hábito da leitura, enfrentam várias dificuldades para administrar as elevadas demandas de leitura acadêmica determinadas pelos cursos. Segundo Cerutti-Rizzatti, Daga e Dias (2012, p. 63):

Assim, muitos estudantes que chegam aos bancos escolares – nas universidades ou na educação básica –, embora sejam considerados, em princípio, aptos a participar de uma série de práticas discursivas que têm lugar nesses espaços, costumam levar algum tempo para se ambientar nesse novo “mundo de letramento” […], porque, dentre outros fatores, as leituras com que se defrontam são muito diferentes das leituras de domínio até então.

Portanto, verifica-se a necessidade de estudos e pesquisas que auxiliem com metodologias que promovam o letramento social entre os alunos. Pois, compreende-se que o ato de ler é essencial para que se progrida em direção à possibilidade de inserção social a uma quantidade cada vez maior de sujeitos, para o que os processos formais de escolarização possam impulsionar estes alunos a adquirir o hábito pela leitura, e possam assim, ingressar em um ensino superior.

Marcuschi (2008) afirma que lendo a palavra do outro, pode-se descobrir nela outras formas de pensar que, contrapostas às do aluno, poderão levá-los à construção de novas formas, e assim sucessivamente. Ou seja, a leitura de textos de outros autores, consagrados ou não, proporciona ao educando construir sua forma de pensar e de dizer o que pensa. Portanto justifica-se a importância desta abordagem em torno do letramento social.

De tal modo, a problematização deste artigo é: Como se dá o interesse pela leitura através da Metodologia Roda de leitura, que é desenvolvido através da produção textual de resumo, e apresentação dos trabalhos pelos alunos, na Escola Estadual Dom Milton, da cidade de Manaus-AM, na formação de leitores do 1º ano Médio?

Para responder este questionamento, o presente artigo está delineado em torno do objetivo geral a seguir: Analisar o uso da leitura e da escrita, por meio da Roda de Leitura, dos alunos leitores do 1ºano do Ensino Médio, da Escola Estadual Dom Milton, da cidade de Manaus-AM, 2019, nos diversos contextos sociais.

Para tal, tem-se tais objetivos específicos: estabelecer os efeitos sociais do letramento para os grupos sociais dentro e fora da escola; determinar de que forma o letramento social atua como agente facilitador de práticas sociais; e identificar o cenário de antes e depois do uso da Roda de Leitura como estratégia pedagógica.

Neste âmbito, optou-se por realizar uma pesquisa de campo, com alunos do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Dom Milton, da cidade de Manaus, AM, em 2019, que se dividiu em 3 momentos:

a) Em um primeiro momento, o objetivo é resgatar o prazer pela leitura do aluno, onde o foco é que o próprio aluno leve um livro de seu acervo pessoal para que ele seja sujeito protagonista do exercício da leitura com um livro que transmita o perfil pessoal dele, já que foi de sua própria escolha;

b) No segundo momento, após resgatar e incentivar o gosto pela leitura, tem-se agora o objetivo de incluir no acervo dos alunos, livros determinados pelo Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e Base Nacional Comum Curricular (BNCC), colocando em prática o que está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB);

c) E por fim, tem-se o terceiro momento em que os alunos já estão com o gosto pela leitura amadurecido, pois houve a etapa de incentivar a leitura e, na sequência, a formação de leitores. Trata-se da última fase do Projeto de Roda de Leitura, em que os alunos do projeto irão disseminar suas experiências para outros alunos das demais salas, onde eles passam de protagonista do projeto para mediador dele.

Após esta investigação em torno dos reflexos sociais do letramento por meio da Roda de Leitura, os estudantes terão suas habilidades cognitivas de leitura e escrita desenvolvidas, e ainda uma transformação na sua maneira de interagir com o mundo, fomentando-se assim, o letramento social, confirmando o panorama social dentro de um quadro de ensino e aprendizagem.

DESENVOLVIMENTO

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS SOBRE O LETRAMENTO 

EFEITOS SOCIAIS DO LETRAMENTO DENTRO E FORA DA ESCOLA

Sabe-se que a leitura está se tornando uma prática cada vez mais defasada nas escolas. Percebe-se ainda que os alunos parecem não gostar de ler, e acabam por encarar esta ação como um castigo. Em geral, eles leem pouco e apenas o que é solicitado pelo professor, por meio do livro didático, que, embora seja um suporte valioso ao trabalho docente, em geral, pouco diversifica as atividades de leitura. Ainda, muitas vezes, trabalhado de forma mecânica, o livro didático não contribui, de maneira significativa, para a formação do leitor competente (GERALDI, 2013).

Assim, surgiu o termo “letramento” – vem da língua inglesa literacy -, que tem o intuito de ampliar a ação de alfabetizar, uma vez que ler e escrever – de maneira mecânica – tornou-se insuficiente para suprir as demandas sociais (ROJO, 2009). É necessário assegurar uma influência mútua plena com os diversos tipos de textos que circundam a sociedade, para que se tenha a oportunidade de compreender os vários significados do uso da leitura e da escrita em distintos contextos (KLEIMAN, 1995).

Ou seja: literacy é o estado ou condição que assume aquele que aprende a ler e escrever. Implícita nesse conceito está a ideia de que a escrita traz consequências sociais, culturais, políticas, econômicas, cognitivas, linguísticas, quer para o grupo social em que seja introduzida, quer para o indivíduo que aprenda a usá-la (SOARES, 2012, p. 17).

Para Kleiman (1995), trata-se de um método que abrange várias capacidades e conhecimentos relacionados à leitura de mundo, que começa quando a pessoa passa a interagir socialmente com exercícios de letramento e o meio em que vive. Percebe-se que o letramento é um acontecimento de cunho social que foca nas propriedades sócio-históricas da obtenção de um sistema de escrita por um grupo social (TFOUNI, 2010).

De acordo com Rojo (2004), há algum tempo atrás, para uma pessoa ser avaliada como alfabetizada, bastava apenas ter domínio do código alfabético. No entanto, hoje, além disso, é necessário que esta consiga se comunicar através da escrita em diversas ocasiões, o que determina a técnica de letramento.

Desta forma, a partir do surgimento e da concepção do termo letramento, os alunos passaram a ser considerados como sujeitos incluídos em práticas sociais e culturais diversas, assim, a leitura e a escrita foram identificadas como ferramentas de caráter social. Portanto, a perspectiva de leitura confirma a perspectiva de um letramento crítico, já que o emprego e a promoção da leitura e da língua buscam mais que a decodificação das palavras. Assim, as atividades de leitura e letramento promovidas tendem a garantir a participação social dos alunos, possibilitando-lhes, transformar a si mesmo e a sociedade sendo assim, uma transformação social.

Diante do exposto, é imprescindível que os professores conheçam e saibam como utilizar metodologias de ensino alternativas para reduzir as dificuldades do ensino aprendizagem, proporcionando aos estudantes a saída do papel de meros espectadores, para praticantes do conhecimento, já que sendo cidadãos ativos conseguirão romper os obstáculos conferidos pelos muros da escola e aplicar o conhecimento alcançado para seu desenvolvimento e de outros.

Portanto, verifica-se que, a leitura e a escrita desempenham função imprescindível na sociedade, não apenas para a construção do indivíduo, no quesito pessoa e profissional, mas, igualmente, para a sua formação e desenvolvimento da sociedade, no geral. Todo o cidadão precisa cumprir o seu papel social, sem importar o seu grau de educação ou profissão, cada um dentro de seu campo de atuação e conforme seus limites. Para tal, Marcuschi (2001) afirma que é necessário, no mínimo, saber ler, escrever e interpretar o mundo, em um caminho de desenvolvimento pessoal e social.

Kleiman (1995) ressalta que um indivíduo letrado é um sujeito preparado para a leitura do mundo. E Bronckart (1999) destaca que isso exige um leitor e escritor competente, que se conecte com aptidão, com todas as tipologias de textos, empregadas, em nossa sociedade, em diversas circunstâncias de comunicação.

Portanto, o letramento tem seu uso social no cotidiano do ser humano, para o seu conhecimento do mundo, para o ingresso à cultura universal, para a inclusão no mundo letrado e não somente para o domínio de um sistema tradicional de comunicação, através de códigos. Por conta disso que Leffa (1999) e Soares (2005) constatam a essencialidade do letramento, não apenas para os indivíduos que buscam participar de uma produção cultural mais sofisticada, mas para práticas sociais do cotidiano que exigem essa habilidade, como ler um jornal, procurar emprego, rubricar contratos de trabalho e outras atividades sociais.

Neste sentido, Lajolo (2007, p. 106) afirma a importância do letramento através das habilidades de leitura e escrita, para a sociedade:

A literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso, a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se usuários competentes, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos livros.

Percebe-se que a leitura e a escrita como habilidades do letramento, se tornaram itens imprescindíveis para a inclusão social do sujeito e, por conseguinte, para a formação da cidadania. Pois, através dessas competências, o indivíduo tem acesso a uma vasta gama de informações e conhecimentos, que são de grande importância para sua interação em comunidade, de uma forma mais consciente.

De acordo com Smith (2006), o letramento é muito importante para que os indivíduos exerçam seus direitos, possam trabalhar e participar da sociedade com cidadania, se informar e aprender coisas novas no decorrer de toda a vida.

LETRAMENTO COMO FACILITADOR DE PRÁTICAS SOCIAIS

O letramento faz com que o sujeito tenha respostas para o que está ocorrendo em seu meio, pois quando um sujeito lê, ele passa a possuir um novo julgamento a respeito do assunto lido. Assim, se a criança é incitada ao hábito da leitura desde pequena, ela certamente será um adulto questionador e crítico. Portanto, o sujeito que não lê, não terá embasamento literário para constituir opinião a respeito de qualquer temática.

Pessoas que não são leitoras têm a vida restrita à comunicação oral e dificilmente ampliam seus horizontes, por ter contato com ideias próximas das suas, nas conversas com amigos. […] é nos livros que temos a chance d entrar em contato com o desconhecido, conhecer outras épocas e outros lugares – e, com eles abrir a cabeça. Por isso, incentivar a formação de leitores é não apenas fundamental no mundo globalizado em que vivemos. É trabalhar pela sustentabilidade do planeta, ao garantir a convivência pacífica entre todos e o respeito à diversidade (GROSSI, 2008, p.03).

Percebe-se que o letramento promove o descobrimento de um universo novo e sedutor. Entretanto, letrar deve ser realizada de forma diferenciada e prazerosa, para que os futuros letrados tenham uma visão atraente sobre o ato de ler e escrever, de forma que se tenha gosto por esse hábito, sem que seja considerado como algo mandatório.

Leffa (1999) afirma que o letramento desenvolve a capacidade intelectual e crítica dos indivíduos, devendo desta maneira, compor o seu cotidiano e desenvolver a criatividade em relação ao seu próprio meio e o meio externo.

Quando o aluno é motivado ao ato de ler, ele se torna ativo e preparado para desenvolver novas capacidades. Em contrapartida, aqueles que não têm acesso à leitura, prendem-se apenas dentro de si mesmo, com medo do desconhecido (GERALDI, 2013).

Desta forma, para tornar o mundo um lugar melhor é preciso que se agregue uma política de estímulo ao letramento e a inclusão de novos leitores à educação. Uma vez que, apenas por meio do estímulo à leitura e a escrita, que se alcança o letramento social, e assim, serão alcançados resultados eficazes na educação.

Verifica-se que o letramento é uma descoberta de palavras que direciona o sujeito a desenvolver o seu intelectual, a sua personalidade e a ampliar a sua capacidade crítica. Isso ocorre porque a ação de ler instiga o imaginário e permite que o indivíduo encontre respostas relativas às diversas questões que aparecem ao longo da vida. Isso permite o aparecimento de novas ideias e o despertar da curiosidade do sujeito, fazendo com que ele não se contente com o básico.

Quando o sujeito se torna letrado, ele tem contato com mundos novos e realidades distintas e, assim, ele constrói sua própria linguagem, oralidade, valores, pensamentos, que o acompanhará ao longo da vida (MAGDA, 2008).

O livro leva a criança a desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a sociabilidade, o senso crítico, a imaginação criadora, e algo fundamental, o livro leva a criança a aprender o português. É lendo que se aprende a ler, a escrever e interpretar. É por meio do texto literário (poesia ou prosa) que ela vai desenvolver o plano das ideias e entender a gramática, suporte técnico da linguagem. Estudá-la, desconhecendo as estruturas poético-literárias da leitura, é como aprender a ler, escrever e interpretar, e não aprender a pensar (PRADO, 1996, p. 19-20).

Pode-se notar que o ato de ler não serve somente para entretenimento ou uso acadêmico, é ainda, uma boa ferramenta que fornece ao sujeito uma visão vasta do mundo, em que ele é capaz de contextualizar seus próprios pensamentos e experiências com o texto lido.

Desta forma, o prazer pela leitura é formado em um método que é individual e social simultaneamente, uma vez que ouvir histórias é para quem sabe e ainda para aquele que não sabe ler. Entretanto, o educador precisa entender os problemas pessoais de cada aluno, e deve motivá-los a produzirem e ouvirem textos, para desta maneira desenvolver suas competências e habilidades, instigando a leitura como um artifício de libertação da criatividade e da imaginação crítica do cidadão.

PRESSUPOSTOS METODOLÓGICOS

No transcorrer deste processo de investigação, considerando a leitura como um recurso importante para a obtenção de conhecimento e, sabendo-se da necessidade de desenvolver e elevar o nível de letramento dos alunos, teve-se a iniciativa de desenvolver um estudo de caso. Que, de acordo com Lakatos e Marconi (2008), é caracterizado pelo estudo intenso de um ou de poucos objetos, para possibilitar um conhecimento intenso e delineado, por meio de entrevistas, questionários e observação.

Trata-se, ainda, de uma pesquisa aplicada, pois segundo Lakatos e Marconi (2008), este tipo de pesquisa é motivado pela necessidade de solucionar problemas concretos, com finalidade prática. Que de acordo com este estudo, busca-se solucionar a questão da dificuldade que os alunos enfrentam por não ter o hábito da leitura e da escrita, que será resolvida através da aplicação da estratégia Roda de Leitura.

Esta estratégia é conduzida por uma abordagem múltipla em que envolve uma fase qualitativa em que foca no fenômeno estudado, e uma fase quantitativa, em que após a tabulação das respostas oriundas do questionário, esses dados são tabulados e interpretados estatisticamente, denominando-se assim, enfoque misto (LAKATOS e MARCONI, 2008).

O instrumento de coleta para dos dados qualitativos foi bibliografias que orientem a pesquisa. Após o enfoque bibliográfico, que compreendeu o período de janeiro a março de 2020, realizou-se a discussão do estudo de caso. Para Gil (2008), o estudo de caso é marcado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de modo que permita o seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados.

O instrumento de coleta para dos dados quantitativos foi a entrevista por meio do questionário com um número pequeno de perguntas (no total de 12 perguntas), para não ficar cansativo. Esses dados da investigação mista auxiliaram para entendermos os reflexos sociais que o letramento social, por meio da Roda de Leitura, dentro e fora de sala de aula.

Assim, para elaborar e efetivar o presente projeto que busca trabalhar com diferentes gêneros que circundam na sociedade, realizou-se um estudo de caso em uma Escola Estadual da cidade de Manaus-AM, denominada Dom Milton, com 3 turmas de alunos do 1º ano do Ensino Médio da referida escola, totalizando 120 alunos. Determinou-se que o projeto Roda de Leitura ocorreria nos meses agosto e setembro, de 2019, distribuindo-se da seguinte forma:

a) Turma 01: aula na terça-feira, 2º tempo;

b) Turma 02: aula na quarta-feira, 4º tempo;

c) Turma 03: aula na quinta-feira, 3º tempo.

Primeiramente, o professor explicou a natureza do questionário e da pesquisa, sua importância e a necessidade de obter respostas, tentando despertar o interesse do público-alvo ao recebê-lo.

Este projeto ocorreu em três momentos:

Em um primeiro momento, o objetivo é resgatar o prazer pela leitura do aluno, onde o foco é que o próprio aluno leve um livro de seu acervo pessoal para que ele seja sujeito protagonista do exercício da leitura com um livro que transmita o perfil pessoal dele, já que foi de sua própria escolha.

Seguiu-se os seguintes passos para o desenvolvimento da Roda de Leitura:

a) Exposição do projeto aos alunos em sala de aula;

b) Solicitação de um livro do acervo pessoal do próprio aluno;

c) Realização de rodas de conversa e leitura;

d) Debate a respeito do conteúdo dos textos lidos;

e) Pesquisa no dicionário;

f) Reescrita de textos;

g) Ilustrações de textos por meio de história em quadrinho -Tira;

h) Produções textuais;

i) Revisão dos textos escritos.

No segundo momento, após resgatar e incentivar o gosto pela leitura, tem-se agora o objetivo de incluir no acervo dos alunos, livros determinados pelo Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e Base Nacional Comum Curricular (BNCC), colocando em prática o que está previsto na LDB. Assim, é trabalhado um gênero textual pré-determinado, cujos livros eram, anteriormente, julgados pelos alunos de leitura monótona, para fazer com que eles releiam estas obras e tenham uma nova percepção das mesmas, uma vez que eles já passaram pela etapa de resgate do prazer pela leitura.

a) Exposição do projeto aos alunos em sala de aula;

b) Definição e apresentação do gênero textual a ser abordado;

c) Ensino das principais características e principais autores do gênero definido;

d) Entrega dos livros determinados no currículo da educação, para a leitura dos alunos;

e) Realização de rodas de conversa e leitura;

f) Debate a respeito do conteúdo dos textos lidos;

g) Pesquisa no dicionário;

h) Reescrita de textos;

i) Ilustrações de textos por meio da história em quadrinho -Tira;

j) Produções textuais;

k) Revisão dos textos escritos.

l) Exposição e apresentação dos trabalhos em sala de aula.

E por fim, tem-se o terceiro momento em que os alunos já estão com o gosto pela leitura amadurecido, pois houve a etapa de incentivar a leitura e, na sequência, a formação de leitores. Trata-se da última fase do Projeto de Roda de Leitura, em que os alunos do projeto irão disseminar suas experiências para outros alunos das demais salas, onde eles passam de protagonista do projeto para mediador dele. Neste momento, a estratégia que o professor utilizou em sala de aula, será apresentada para outros alunos, através dos sujeitos recém-formados leitores. Destacando-se que o professor elege os alunos com melhores desenvolvimento para tal performance.

a) Exposição do projeto aos alunos de outra sala de aula;

b) Solicitação de um livro do acervo pessoal do próprio aluno;

c) Realização de rodas de conversa e leitura;

d) Debate a respeito do conteúdo dos textos lidos;

e) Pesquisa no dicionário;

f) Reescrita de textos;

g) Ilustrações de textos por meio de história em quadrinho -Tira;

h) Produções textuais;

i) Revisão dos textos escritos;

m) Exposição e apresentações dos trabalhos para as demais séries;

n) Socialização dos trabalhos, escolhidos por cada turma, com a participação de todos os professores e alunos de cada turno, gestores, coordenadora, pais e membros do Conselho Escolar;

Durante todas as etapas, houve a observação direta do professor para com o comportamento dos alunos. E ao término do Projeto Roda de Leitura, teve-se a aplicação de um questionário para que se tenha um estudo comparativo do cenário de antes e depois da estratégia pedagógica aplicada em sala de aula.

PROJETO RODA DE LEITURA COM ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO DA ESCOLA ESTADUAL DOM MILTON, DA CIDADE DE MANAUS

Na Figura 1, tem-se os alunos no momento do projeto Roda de Leitura, juntamente com a pesquisadora deste estudo.

Figura 1 – Projeto Roda de Leitura, em 2019

Projeto Roda de Leitura, em 2019.
Fonte: Autoria própria.

A partir deste projeto, será demonstrado a seguir como o trabalhar com diversos gêneros que circulam na sociedade, desenvolveu as várias capacidades englobadas na ação da leitura, tornando os educandos capazes de não somente localizar informações, mas de refletir sobre os sentidos do texto lido, de deduzir informações implícitas e notar as relações com outros contextos.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Analisando a primeira pergunta: “No seu Ensino Fundamental II, você tinha o prazer pela leitura?”, a maioria dos alunos afirmou que não (69), compondo, aproximadamente, 57,5%, das respostas, e 51 alunos, 42,50%, responderam positivamente, como pode ser visto no Gráfico 1.

Gráfico 1 – Resposta à pergunta 1: “No seu Ensino Fundamental II, você tinha o prazer pela leitura?”

Resposta à pergunta 1 “No seu Ensino Fundamental II, você tinha o prazer pela leitura”.
Fonte: Autoria própria.

Em relação à segunda pergunta: “Quantos livros você leu, no decorrer do seu 8º ano?”, 40 alunos afirmaram ter lido de 1 a 3 livros no seu 8º ano (33,33%), 23 alunos afirmaram ter lido de 4 a 6 livros (19,16%), 8 alunos leram acima de 6 livros (5%) e por fim, 49 alunos leram nenhum livro (40,83%) como é verificado no Gráfico 2.

Gráfico 2 – Resposta à pergunta 2: “Quantos livros você leu, no decorrer do seu 8º ano?”

Resposta à pergunta 2 “Quantos livros você leu, no decorrer do seu 8º ano”.
Fonte: Autoria própria.

O terceiro questionamento foi: “Quantos livros você leu, no seu 9º ano, durante o projeto Roda de Leitura?” e como pode ser visto no Gráfico 3, 60 alunos responderam que leram de 1 a 3 livros no seu 9º ano (50,00%), 35 alunos leram de 4 a 6 livros (29,16%) e 25 alunos leram acima de 6 livros (20,83%). 

Gráfico 3 – Resposta à pergunta 3: “Quantos livros você leu, no seu 9º ano, durante o projeto Roda de Leitura?”

Resposta à pergunta 3 “Quantos livros você leu, no seu 9º ano, durante o projeto Roda de Leitura”.
Fonte: Autoria própria.

E na quarta pergunta questionou-se o mesmo, só que no 1º ano do Ensino Médio, após a participação de dois anos do projeto direcionado a leitura: “Quantos livros você leu, no seu 1º ano, durante o projeto Roda de Leitura?”, como visto no Gráfico 4, 80 alunos responderam que leram de 1 a 3 livros no seu 1º ano (66,66%), 28 alunos leram de 4 a 6 livros (23,33%) e 12 alunos leram acima de 6 livros (10%).

Gráfico 4 – Resposta à pergunta 4: “Quantos livros você leu, no seu 1º ano, durante o projeto Roda de Leitura?”

Resposta à pergunta 4 “Quantos livros você leu, no seu 1º ano, durante o projeto Roda de Leitura”.
Fonte: Autoria própria.

A outra pergunta foi a seguinte: “Hoje, no Ensino Médio, seu interesse pela leitura mudou de forma positiva?”, e 118 alunos (98,33%) responderam que sim, ao passo que apenas 2 (1,67%) respondeu que não, como é verificado no Gráfico 5.

Gráfico 5 – Resposta à pergunta 5: “Hoje, no Ensino Médio, seu interesse pela leitura mudou de forma positiva?”

Resposta à pergunta 5 “Hoje, no Ensino Médio, seu interesse pela leitura mudou de forma positiva”.
Fonte: Autoria própria.

A sexta pergunta destaca: “Você acha importante a leitura para as pessoas de um modo geral? Justifique.”, e todos os alunos (100%) responderam que sim, como é verificado no Gráfico 6, a seguir.

Gráfico 6 – Resposta à pergunta 6: “Você acha importante a leitura para as pessoas de um modo geral?”

Resposta à pergunta 6 “Você acha importante a leitura para as pessoas de um modo geral”.
Fonte: Autoria própria.

Na sequência perguntou-se: “A Roda de Leitura, que você participou no 9º e 1º ano que, lhe despertou o prazer pela leitura?”, e conforme é demonstrado no Gráfico 7, 115 alunos (95,83%) responderam que após o projeto, sentiram despertar o prazer pela leitura, enquanto 5 alunos (4,17%) responderam que não.

Gráfico 7 – Resposta à pergunta 7: “A Roda de Leitura, que você participou no 9º e 1º ano que lhe despertou o prazer pela leitura?”

Resposta à pergunta 7 “A Roda de Leitura, que você participou no 9º e 1º ano que, lhe despertou o prazer pela leitura”.
Fonte: Autoria própria.

Em seguida, perguntou-se: “A Roda da Leitura contribuiu para o seu aprendizado em sala de aula, na aquisição de conhecimento?”, e 116 alunos (96,67%) responderam que sim, ao passo que 4 alunos (3,33%) responderam que não, como pode ser visualizado no Gráfico 8.

Gráfico 8 – Resposta à pergunta 8: “A Roda da Leitura contribuiu para o seu aprendizado em sala de aula, na aquisição de conhecimento?”

Resposta à pergunta 8 “A Roda da Leitura contribuiu para o seu aprendizado em sala de aula, na aquisição de conhecimento”
Fonte: Autoria própria.

A próxima pergunta foi: “Você realiza leitura diária?”, e conforme é visto no Gráfico 9, 106 alunos (88,33%) responderam que sim e 14 alunos (11,67%) responderam que não.

Gráfico 9 – Resposta à pergunta 9: “Você realiza leitura diária?”

Resposta à pergunta 9 “Você realiza leitura diária”.
Fonte: Autoria própria.

A décima pergunta destaca, primeiramente: “Você gosta de ler?”, e 114 alunos (95,00%) responderam que gostavam de praticar a leitura, ao passo que 6 alunos (5,00%) responderam que não gostaram do ato de ler, como é verificado no Gráfico 10.

Gráfico 10 – Resposta à pergunta 10a: “Você gosta de ler?”

Resposta à pergunta 10a “Você gosta de ler”
Fonte: Autoria própria.

E em seguida, ainda na décima, questionou-se “Que tipo de leitura você gosta mais?”, e pelo fato de esta questão ter diversas respostas, onde cada aluno pode marcar várias delas, os resultados serão expostos em percentual. Desta forma, 33,33% dos alunos responderam que sua leitura preferida era o jornal, 19,17% responderam revista, 61,67% responderam quadrinhos, 26,67% responderam divulgação científica, 16,67% responderam áreas específicas, 40,83% responderam romances, 29,17% responderam poesias, 14,17% responderam fábulas, 33,33% responderam reflexão, 27,50% responderam histórias infantis, 10,00% responderam parábolas, 15,83% responderam fotonovelas, 33,33% responderam contos, 22,50% responderam crônicas, 20,00% responderam cartum, 5,00% responderam todas citadas e 33,33% responderam outros tipos de leituras.

Portanto, como há os mais diversos textos, as respostas fornecidas foram as mais variadas, como se pode observar Gráfico 11.

Gráfico 11 – Resposta à pergunta 10b: “Que tipo de leitura você gosta mais?”

Resposta à pergunta 10b “Que tipo de leitura você gosta mais”.
Fonte: Autoria própria.

Após estes questionamentos, perguntou-se: “Você lê fora da escola?”, e 100 alunos (83,33%) responderam sim, ao passo que 20 alunos (16,67%) responderam que não, como é observado no Gráfico 12.

Gráfico 12 – Resposta à pergunta 11: “Você lê fora da escola?”

Resposta à pergunta 11 “Você lê fora da escola”.
Fonte: Autoria própria.

Ao ser perguntado, o que os alunos leem fora da escola, eles citaram: livros de comportamento e mente humana (1,67%), livros de motivação (3,33%), leituras de política (3,33%), história em quadrinhos (29,17%), livros religiosos (6,67%), investigação criminal (1,67%), leituras de ficção científica (16,67%), jornal (41,67%) e revistas (11,67%), como é visto no Gráfico 13.

Gráfico 13 – Resposta à pergunta 11: “O que você lê fora da escola?”

Resposta à pergunta 11 “O que você lê fora da escola”.
Fonte: Autoria própria.

Na sequência, perguntou-se “Quantos livros em média você lê anualmente, após participar do Projeto Roda de Leitura?”, e como é verificado no Gráfico 14, 35 alunos (29,17%) responderam que liam anualmente, após o projeto, 1 a 3 livros, 65 alunos (54,17%) liam 4 a 6 livros e 20 alunos (16,67%) liam acima de 6 livros.

Gráfico 14 – Resposta à pergunta 12: “Quantos livros em média você lê anualmente, após participar do Projeto Roda de Leitura?”

Resposta à pergunta 12 “Quantos livros em média você lê anualmente, após participar do Projeto Roda de Leitura”.
Fonte: Autoria própria.

O último questionamento foi: “Na sua opinião, como se pode criar o hábito da leitura, fazendo com que os alunos sintam prazer em ler?”, e as respostas mais frequentes está relacionada as seguintes frases-chaves:

– Ler livros que se identificam (25 alunos, 20,83%);

– Começar a ler (12 alunos, 10,00%);

– Ler uma página por dia (2 alunos, 1,67%);

– Apresentando o livro ao colega (39 alunos, 32,50%);

– Projeto Roda de Leitura (80 alunos, 66,67%);

– Usar mais tecnologias (1 aluno, 0,83%).

Desta forma, é neste contexto que foi abordado as concepções de leitura e escrita, permitindo ao leitor a compreensão que há entre a fala e a escrita, motivando o prazer de ler outras leituras com autonomia e coerência.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Na busca de investigar como o letramento social contribui para a capacidade de leitura e escrita dos alunos leitores do 1º ano do Ensino Médio, da Escola Estadual Dom Milton, da cidade de Manaus-AM, esta seção discutirá os dados coletados através obtidos por meio das respostas dos entrevistados.

Percebe-se, na Pergunta 1, que a maioria afirma que não tinha o prazer pela leitura. Neste contexto, destaca-se que os livros podem ser desinteressantes e difíceis de entender para alguns, que por não possuírem o costume de ler, acabam tendo grande dificuldade para escrever a respeito e por conseguinte, compreender algum tema específico. Contudo, um sujeito que tem o hábito da leitura desde muito jovem, tem uma criatividade maior, uma melhor pronúncia dos vocábulos e um amplo conhecimento linguístico, uma vez que quanto mais se lê, mais se sabe. Pois o ato de ler não é apenas para entretenimento ou uso escolar, é também, uma ótima ferramenta que proporciona ao leitor uma visão vasta do mundo, onde o sujeito pode contextualizar suas próprias experiências com o texto lido (PRADO, 1996).

Ao partir para a Pergunta 2, nota-se que o quantitativo de alunos que leu livro nenhum é maior que o de alunos que leram de 1 a 3 livros, o que nos leva a constatar que muitos dos alunos não consideram a leitura importante para seu cotidiano, pois se possuíssem este hábito, apreciariam uma boa obra literária. Isto é um grande problema, pois se sabe o quanto a leitura é importante para o aprendizado do ser humano, pois com essa prática pode-se obter conhecimentos e aumentar a capacidade de raciocínio, pois durante a leitura, descobre-se um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas.

Acredita-se que estes alunos que não tiveram contato com livros no seu 8º ano, não foram estimulados a leitura, de forma que compreendessem que ler é algo importante e prazeroso, que assim se tornariam adultos cultos, dinâmicos, capazes de interagir com o mundo em que estão inseridos mas com mais facilidade. Pois, o hábito de ler não é hereditário, portanto, cabe à escola, aos professores e a família motivar e incitar os alunos a descobrir e a identificar-se com o universo da leitura.

Verifica-se que após a participação do projeto, todos os alunos tornaram-se leitores, ressaltando-se o percentual de 40,83% dos alunos que não haviam lido livro algum em seu 8º ano (Gráfico 2), foi reduzido a zero, após esta intervenção, notando-se assim, um aproveitamento muito positivo da referida estratégia pedagógica.

Percebe-se que o resultado positivo do projeto foi progressivo, em que no primeiro ano de intervenção, zerou-se a quantidade de alunos que liam nenhum livro, porém viu-se que os alunos ainda liam poucos livros, no decorrer do seu 8º ano escolar, de acordo com as respostas da Pergunta 3. Porém, ao continuar no projeto, e participar no segundo ano seguido deste, percebeu-se, na Pergunta 4, que os resultados foram ainda mais satisfatórios, pois foi visto o quanto os alunos tornaram-se leitores de vários livros, isso faz com que se pense que quanto mais se motiva a ler, mais se alcança o prazer pela leitura, por meio de uma boa estratégia pedagógica. Desta forma, percebe-se o quanto o Projeto Roda de Leitura foi eficiente, já que alcançou seu desígnio de formar leitores com prazer pela leitura, e consequentemente, pela escrita, para assim, alcançar o esperado letramento social.

Portanto, foi necessário que o professor tivesse a sensibilidade de perceber as dificuldades dos alunos e para intervir de forma proveitosa, levando-os a tornarem-se leitores. Pois, como Cavalcanti (2009) comenta, é necessário que o professor entenda que trabalhar com leitura é constituir sensibilidades, gerar olhares, desconstruir contextos, permitir caminhos que se acendem para o múltiplo universo humano. Destaca-se que um leitor competente só pode instituir-se após uma prática frequente de leituras, por meio de um trabalho que deve se fundar em torno da variedade de obras que o rodeiam socialmente.

Na Pergunta 5, nota-se que o interesse pela leitura mudou de forma positiva em quase 100% dos alunos, isso acontece porque após a participação do projeto de Roda de Leitura, eles tiveram acesso a uma boa leitura, e isso fez com que eles tivessem contato com uma informação cultural que alimentou a imaginação e despertou o prazer pela leitura. Isso permitiu que muitos alunos criassem na leitura um hábito do cotidiano, para sempre estarem atualizados.

Diante da Pergunta 6, percebe-se que a totalidade dos alunos entrevistados destacou que a leitura é muito importante para as pessoas de um modo geral. Sendo as principais justificativas: Melhora o vocabulário, para fala e escrita; adquire mais conhecimentos; muda a forma de pensar das pessoas; e necessário para alcançar um futuro melhor.

Nessas palavras, fica nítida a importância que tem a leitura frente às práticas sociais dos alunos, pois eles possuem a consciência da função intelectual e social da leitura, já que sabem que ela contribui para conhecimentos em geral para a vida, segundo a literatura, para suas visões de mundo.

Ao analisar a Pergunta 7, verifica-se que a maioria respondeu que o projeto de leitura, feito pelo professor, é uma estratégia eficiente para despertar o prazer pela leitura do aluno. Portanto, constata-se que as ações que estimulam o pensamento, a criticidade, a criação, apresentação de materiais de leitura diversos, ajudam a despertar e estimular o gosto pelo ato de ler dos alunos entrevistados.

A partir da Pergunta 8, é possível verificar que a maioria dos alunos admite a vital importância da leitura como estratégia para a aquisição de conhecimentos, melhoria no processo de ensino e aprendizagem, o que colabora expressivamente para o desenvolvimento deles, sobretudo, de sua capacidade de pensamento, análise crítica e de síntese. Portanto, é indispensável resgatar a leitura como tarefa da escola, em todas as áreas, já que é habilidade essencial para a formação dos alunos e responsabilidade da escola no todo. Assim, deve-se proporcionar aos alunos, condições para que eles se apropriem do conhecimento historicamente adquirido e participar nessa construção como produtor de conhecimento. Desta forma, estimular o aluno a ler é deixá-lo capaz de apropriar-se do conhecimento adquirido que está escrito em livros, revistas, jornais etc., desenvolvendo a autonomia e competência nele, nesse processo.

Na Pergunta 9, verifica-se que a maioria dos entrevistados realizam leitura diária, possuem este hábito, e conforme as respostas anteriores, percebe-se que este hábito foi construído a partir do Projeto de Roda de Leitura. Isso nos atenta para um grande problema: em nossa sociedade, as práticas leitoras são muito essenciais, contudo, pouco repensadas, estimuladas e cumpridas. Desta forma, ainda que sem exclusividades, é da escola a missão de praticar a leitura e formar leitores, pois essas competências devem ser efetivadas ao longo da vida escolar dos alunos.

Percebe-se, com as respostas da Pergunta 10a, que a maioria dos alunos afirmaram gostar de ler, e isso é comprovado pela pergunta anterior ao afirmarem realizar leitura diária. Entende-se, pois, a leitura traz surpresas para os sujeitos que a praticam como: emoções, descobertas, vocábulos, cultura e conhecimentos.  Assim, o aluno que sabe ler, criticamente, tem a oportunidade de descobrir o mundo e entendê-lo, e isso instiga o imaginário do indivíduo, fazendo com que quanto mais se leia, mas se queira ler.

Ainda nesta questão, dentre as diferentes respostas a respeito da variedade do que gostam de ler foram ressaltados os quadrinhos, romances e jornais. Sem dúvida, o envolvimento dos alunos nas atividades é essencial e quando existe o gosto pela leitura e diversidade de textos, facilita o aprendizado. Já que cada educando tem preferência por um tipo de texto, e, assim, mais facilidade para compreender a história ali exposta, os educadores devem ter disponíveis diversos tipos de textos, para trabalhar com seus alunos, a fim de resgatar o gosto pelo ato de ler. Assim, o gosto pela leitura deve ser motivado na escola e em casa, e ainda com o auxílio de vários tipos de textos que podem ajudar a desenvolver o prazer pela leitura.

Na Pergunta 11, percebe-se que ainda que seja minoria, mas muitos alunos ainda não leem fora do ambiente escolar, contudo, no meio social há uma abundância de conhecimentos que podem ser empregados como leitura. Assim, fica evidente que, fora da escola, é uma tarefa que deve ser conjunta, sendo cabível aos pais fornecerem e estimularem também o contato de seus filhos com o objeto livro. Os pais têm função de suma importância nessa transmissão, desde a infância de seus filhos (LAJOLO, 2007).

Verificou-se, ainda na Pergunta 11, que a leitura mais frequente dos alunos, fora da escola, é de jornais. De acordo com Cerutti-Rizzatti (2012), a leitura do jornal é muito interessante por conta da circulação de notícias, pois os educandos estarão lendo e tendo informações igual aos demais leitores e ao mesmo tempo, também é notícia de televisão e rádio, e isso possibilita a interação entre leitores. Diferentemente de ler um livro, em que o educando, dificilmente, terá com quem debater situações da obra, a não ser o grupo limitado de colegas, e como leitor de jornais, ele poderá conversar sobre as notícias com outros sujeitos.

A partir da Pergunta 12, nota-se que após a participação no referido Projeto, os alunos tornaram-se leitores, fazendo desta prática, hábito, pois antes da Roda de Leitura, muitos nem ao menos liam obras, e após esta experiência, pode-se dizer que gerou resultados positivos, já que se tornaram leitores ativos. Isso pode ser verificado no pensamento de Cavalcanti (2009), ao afirmar que as rodas de leitura têm se tornado uma demonstração de cultura escolar em nossa realidade, quase um ritual de conservação de memória, um momento em que a palavra é lida, ouvida, reelaborada e transformada.

Por fim, com a Pergunta 13, percebe-se que mais da metade dos alunos acreditam que o Projeto Roda de Leitura é uma boa ferramenta para estimular o prazer pela leitura nos alunos. Assim, verifica-se que é importante a escola proporcionar circunstâncias em que “se trabalha” a leitura e outras em que meramente “se lê”, pois, as duas ações relevantes.

Durante e após as atividades propostas, descritas no marco metodológico, a respeito do letramento social por meio do Projeto Roda de Leitura, na formação de leitores, pode-se observar uma melhora muito significativa no prazer pela leitura e ainda na decifração dos textos. Esses resultados foram mais notórios, sobretudo em dois alunos que, antes do projeto, ainda apresentavam muitas dificuldades para ler, inclusive fizeram parte dos 57,50% que não possuíam gosto pela leitura e dos 40,83% dos alunos que não leram livro algum no 8º ano. Nos demais alunos, que já possuíam o dominavam do código escrito, foi possível verificar um interesse ainda maior por novas leituras e percebeu-se ainda que, aos poucos, eles foram perdendo o medo de ler livros maiores e desenvolvendo o gosto por leituras mais extensas.

Sabendo-se que o propósito desta investigação é somar-se à vontade de educadores que entendem o valor que têm como transformadores na vida de seus alunos, que respeitam as diferenças e procuram proporcionar uma ação pedagógica de qualidade a todos os alunos, buscam consolidar propostas de práticas pedagógicas de leitura que promovam caminhos para a formação e aperfeiçoamento de leitores, a partir dos dados coletados, pode-se perceber que a intervenção acontecida por meio do Projeto Roda de leitura, foi positiva, já que formou leitores ativos capazes de ampliar seus conhecimentos de leitura e escrita de forma prazerosa, alcançando o Letramento.

Diante desta pesquisa-ação, destaca-se que esta estratégia mudou o olhar da professora-pesquisadora, abrindo novos horizontes e colaborando ainda mais para sua prática enquanto educadora e pesquisadora.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo central desta dissertação Analisar de que forma o letramento social pode contribuir para a capacidade de leitura e escrita dos alunos leitores do 1ºano do Ensino Médio, da Escola Estadual Dom Milton, da cidade de Manaus-AM, no ano de 2019, e diante do exposto, afirma-se que sua finalidade foi alcançada pois, foi possível realizar a intervenção com os alunos da referida escola e alcançar resultados positivos, com esta estratégia metodológica, que vem sendo aplicada há 4 anos, pela investigadora, sendo um divisor de águas na vida escolar dos alunos envolvidos.

No primeiro objetivo, buscou estabelecer os efeitos sociais do letramento para os grupos sociais dentro e fora da escola, e ao longo deste artigo, foi possível entender, a partir do marco teórico que subsidia esta investigação, a importância das práticas de leitura e escrita no ambiente escolar para a inclusão dos sujeitos na sociedade. Pois demonstrou-se que o ato de ler não consiste apenas em codificar e decodificar palavras, consiste, acima de tudo, em interagir com a sociedade, praticá-la no sentido vasto da palavra, transformá-la em essência e vida no dia a dia. Da mesma forma, pôde-se constatar que a prática da escrita surge de suporte de absorção do que se lê, com base conjuntamente com a leitura, para o desenvolvimento pessoal, estudantil e profissional, de modo que se alcance o letramento.  Entendeu-se que se trata da capacidade de contribuir para com a sociedade de forma crítico-analítico-reflexiva. No entanto, até os dias atuais, ler é um desafio para muitas pessoas. Neste caso, cabe à escola, motivar esta prática, aperfeiçoar as estratégias, sobretudo de compreensão e proporcionar diversos textos.

No segundo objetivo, buscou-se determinar de que forma o letramento social atua como agente facilitador de práticas sociais e com base nas discussões expostas sobre a importância da leitura, ao longo de toda uma vida, dependendo das condições disponíveis por cada sujeito, há necessidade de se ter o prazer pela leitura, por trazer relevantes benefícios, tornando o sujeito agente ativo no processo de interação, socialização, criatividade e etc., através da variedade de atividades realizadas no processo de ensino e aprendizagem. Assim, verificou-se que a leitura e a escrita são ferramentas essenciais para a inserção dos indivíduos no contexto social, uma vez que desenvolvem as habilidades necessárias para ter acesso à informação, a abrangência do vocabulário, a criticidade e a busca de novos conhecimentos. Contudo, sabe-se que, no cenário escolar, privilegia-se a escrita em detrimento da leitura. É importante que a leitura e a escrita sejam delineadas, para que não haja secundarização de uma ou ambas as partes pelo educador.

No terceiro objetivo, pretendeu-se identificar o cenário de antes e depois do uso da Roda de Leitura como estratégia pedagógica e a partir da estratégia pedagógica realizada, foi possível analisar as práticas de leitura na sala de aula de alunos do 1º ano do Ensino Médio, da Escola Estadual Dom Milton, podendo-se constatar o que poderia ser recomendado e o que estava colaborando ou não para a formação desse leitor. Assim, pode-se afirmar que os objetivos determinados para a presente dissertação foram alcançados, tendo em vista a sua relevância para formação do leitor à luz do letramento, já que formou leitores ativos, capazes de ampliar seus conhecimentos de leitura e escrita de forma prazerosa com coerência.

Quando foi encarregado aos alunos o referido projeto Roda de leitura, partiram da palavra escrita, enunciados e diversos textos, estiveram presentes diálogos, interações e relações intersubjetivas. Desta forma, os alunos puderam empregar a bagagem sociocultural que tinham para construírem significado ao processo de letramento, através dos eventos e das práticas dos quais participaram.

Verificou-se que havia alunos que ainda apresentavam dificuldades na leitura, e após a estratégia pedagógica, eles alcançaram progresso, e viram na capacidade leitora um prazer que ainda não tinham conhecimento. Enquanto os demais alunos que possuíam o domínio do código escrito, notou-se um interesse ainda maior por novas leituras e percebeu-se ainda que, aos poucos, foram perdendo o medo de ler livros maiores e desenvolvendo o gosto por leituras mais extensas. Pode-se perceber que os alunos, após o projeto, mostraram-se mais interessados, participativos e já foi possível ver o brilho nos seus olhares, ao falarem dos livros e ao darem ideias para as atividades de leitura.

Deste modo, pode-se pontuar a importância do papel do educador como leitor, o qual serve de modelo para seus alunos e a função de intercessor que tem nesse processo. Pois, o aluno precisa de suporte, informação, estímulo e dos desafios oferecidos pelo professor. Assim, os alunos foram dominando, aos poucos, aspectos da tarefa de leitura que, no começo, eram distantes deles. Uma vez que o prazer pela leitura não é algo que se desenvolve em um tempo específico, mas é uma prática que deve ser firmemente exercida e motivada por meio das mais variadas atividades, desde empréstimos de livros na biblioteca, leituras individualizadas, rodas de leituras, leitura efetivada pela professora, por fim, práticas que, progressivamente, vão despertando nos alunos o hábito de ler.

Espera-se ter provocado um olhar e um refletir sobre a ação da escola, diante do letramento social, para que se possa ter interações sobre a atividade de ensinar e ações efetivas de sucesso na escola, oportunizando aos alunos, construir sentido e produzir conhecimento por meio das habilidades de leitura e escrita. Espera-se ainda, com esta investigação, que o Projeto Roda de Leitura possa servir como estratégia pedagógica para outros educadores, que buscam mudar de alguma forma seu método de trabalhar a formação de leitores. Pois, o ponto forte deste estudo é o desejo por mudanças. É necessário que nós, educadores, tenhamos a coragem de mudar nossas práticas e ter a segurança que é possível promover o prazer pela leitura, e formar alunos letrados.

Conclui-se, portanto, que é necessário, inovar e a cada dia, buscar novas possibilidades, até que se alcance uma resposta positiva para nossas inquietudes pedagógicas, como foi constatado com o Projeto Roda de Leitura, aqui exposto. Pois, a sociedade e a educação precisam de novas metodologias, que sigam a evolução dos tempos, já que, na maioria das vezes, o que se vê é a escola ancorada a modelos ultrapassados que não mais geram resultados satisfatórios.

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[1] Doutoranda em Ciências da Educação pela Universidad del Sol. Mestrado em Ciências da Educação pela Universidad del Sol. Especialista em Gestão Educacional – Faculdade Táhirih – ADCAM. Especialista em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e suas Literaturas  – Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Ensino Superior: Licenciatura Plena em Letras com Habilitação em Língua e Literatura Portuguesa – Universidade Federal do Amazonas – UFAM. Ensino Médio: Magistério-Instituto de Educação do Amazonas – I.E. A. ORCID: 0000-0002-7006-1146.

[2] Orientador. Doutorado em Ciência da Educação pela Universidade San Lorenzo (UNISAL), Mestre em Matemática pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Graduação em licenciatura Matemática pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). ORCID: 0000-0003-0587-7277.

Enviado: Agosto, 2022.

Aprovado: Dezembro, 2022.

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Ivane Câmara Brandão Ramos

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