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O uso excessivo do celular: As consequências negativas no processo de ensino e aprendizagem da matemática

RC: 51662
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

BUENO, Fabíola Gouveia Borges [1], CUZZUOL, Rosanete [2], NUNES, Marcus Antônius da Costa [3]

BUENO, Fabíola Gouveia Borges. CUZZUOL, Rosanete. NUNES, Marcus Antônius da Costa. O uso excessivo do celular: As consequências negativas no processo de ensino e aprendizagem da matemática. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 06, Vol. 03, pp. 71-85. Junho de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/consequencias-negativas

RESUMO

O presente artigo aborda o uso do aparelho celular como consequências do baixo rendimento escolar nas aulas de Matemática. Neste aspecto, foi abordado a criação de alguns meios de informação e comunicação entre os homens de uma época bem distante até a contemporaneidade com aparelhos celulares ultramodernos, o uso smartphones. Concernente aos aspectos metodológicos, a pesquisa se deu com alunos de 12 a 15 anos de idade que responderam sobre o uso do celular em sua vida escolar e cotidiana. O objeto de estudo em questão teve o intento de abordar os aspectos negativos resultantes do uso constante do celular, neste caso nas aulas de Matemática. Considerando-se a relevância desta disciplina e, também na inserção destes sujeitos na sociedade.

Palavras-chave: Matemática, consequências, celular, sujeito pós-moderno.

INTRODUÇÃO

Atualmente a sociedade se comunica de diversas formas, e uma forma de expressar-se no mundo se dá através do celular, não obstante é cógnito que este processo nem sempre intercorreu da mesma forma em todos os tempos. Testificando, Bauman (1999) traz à tona esta transmutação que vem ocorrendo na sociedade, o articulista fala da “modernidade líquida”, ou seja, conforme o autor destaca sobre uma sociedade na qual os pensamentos são fragmentados e, também do comportamento das pessoas, isto significa que as posturas não apresentam uma estabilidade, isso quer dizer que os seres humanos são enviesados por diversas informações a todo instante, isto é, os estímulos são abundantes, e esta incitação está correlacionada ao uso do celular e das mídias como um todo. Desta feita, o sujeito contemporâneo está permeado pelas redes sociais, e consequentemente vê uma necessidade de a todo instante estar conectado às mídias existentes na sociedade, que são profusas.

Nessa conjuntura, os meios de comunicação e informação sempre se fizeram presentes nos meios da civilização sejam por símbolos, gestos ou sinais, haja vista que o ser humano nasce com a necessidade de comunicar-se, não sendo possível sua subsistência sem o ato de se expressar no mundo. É sabido que ao longo da história da humanidade, a sociedade foi se redimensionando com o passar dos séculos, e falar desta é também tratar dos processos de comunicação.

Neste ínterim, os processos de comunicação foram se transfigurando no decorrer da transformação da humanidade, para tanto, novas descobertas que para determinadas épocas poderiam se pensar em um grande avanço tecnológico como na atualidade tornou-se comum, como é o caso do celular.

Voltando ao passado, pode-se evidenciar a escrita, que se trata de um meio de comunicação, que de acordo com a história irrompeu com o fito de atender as exiguidades políticas, econômicas e registros. É de conhecimento geral que, o homem foi amplificando seu intelecto, fazendo registros em ossos, cavernas, em pergaminho até chegar ao papel, dando seu ponto de partida inicial o processo de informação e comunicação entre os homens. De acordo com Ipanema (1967) as antigas civilizações utilizavam esses mecanismos de maneira acentuada.

Posteriormente, tem-se a criação dos jornais, permitindo a propagação de cultura e conhecimento em geral. Em seguida, aparece o telégrafo ganhando força e ultrapassando barreiras de informações. Como o homem tende a usar sua inteligência e melhorar o que já existe, juntando a ideia do telégrafo é criado o aparelho telefônico, chamado também de telégrafo falante. Nesta sucessão de criação, eclode o rádio que foi um canal de disseminação de informações. A posteriori, emergi a televisão que para além de ser ouvida também poderia ser visualizada.

Com a Revolução Industrial houve um avanço exponencial na tecnologia, com a criação de equipamentos e máquinas que dominavam as empresas teve seu marco tecnológico, não obstante os meios de comunicação cresciam a todo vapor. Com a necessidade de se comunicar em meio a Guerra Fria foram criados microcomputadores e internet para facilitar a comunicação entre os guerrilheiros. Com a utilização de um computador e uma internet se abre espaço para um novo momento, a era da informação.

Desta forma, com os avanços supracitados as informações alcançam uma proporção e ganham espaço na vida das pessoas. Corroborando, em meados da década de 80 surge o aparelho celular, que substitui várias ferramentas que são utilizadas no cotidiano. Mediante aos progressos tecnológicos, surge o celular, em 2007, um aparelho recheado de aplicativos com várias funcionalidades, ou seja, neste momento as pessoas passam a ter informações na palma da mão. Diante desses fatos tecnológicos os mais atraídos para esse mundo virtual são as crianças e os adolescentes que ficam fascinados por tal tecnologia e não querem apenas um aparelho celular, tem que está na moda, tem que ser última geração até mesmo esse aparelho dá a impressão de status.

Diante dos aspectos mencionados, é salutar problematizar todos os efeitos negativos que estão por trás deste aparelho celular no contexto educacional como, por exemplo, baixos rendimentos, e resultando consequentemente em recuperação ou uma futura reprovação, para tanto urge a problemática que se refere ao seguinte questionamento: De que maneira podemos aliar o uso do aparelho no processo de ensino-aprendizagem, e sensibilizar os discentes a terem um controle deste aparelho durante as aulas em sala de aula?

Para tanto, este estudo tem por objetivo investigar como os alunos estão imersos nas redes sociais e uso desta ferramenta de uma maneira indiscriminada. Ampliam como objetivos específicos: analisar como os alunos usam o celular, compreender como se dá este fenômeno das redes sociais, bem como os malefícios pelo uso descomedido.

PERCURSO METODOLÓGICO

O estudo em questão tratou-se de uma pesquisa de caráter qualitativo-quantitativo, e cunho bibliográfico, e sendo uma pesquisa-ação. No tocante à metodologia da pesquisa, optou-se por uma escola da rede estadual localizada no município de Aracruz-ES, com aproximadamente 28 alunos na respectiva escola, com o público do matutino, alunos do ensino fundamental, nas turmas do 6° ao 9° ano, no qual foram investigados os usos excessivos do celular, e as consequências negativas no processo de ensino e aprendizagem da matemática. As fontes de pesquisa se deram a partir da pesquisa bibliográfica.

OS PRIMEIROS MEIOS DE COMUNICAÇÃO ENTRES OS HOMENS

Desde os primórdios da humanidade os homens tentavam buscar meios para se comunicarem, quer seja por gestos, símbolos, sons ou por sinais. A história nos relata que as simbologias e registros eram feitas em pedras, cavernas, em madeira e em ossos; essas ações também eram meios de comunicação. Vale destacar, que a comunicação não se dá apenas verbalmente, ocorre também através dos sinais e símbolos. Corroborando, Ipanema (1967, p. 06) “desde os primeiros habitantes da terra, durante a pré-história, a comunicação era elemento essencial de vida”.

Não é possível sobreviver sem comunicação, esta é essencial não só para a vida do ser humano, vale ressaltar que até os animais têm seus meios de comunicação para sobrevivência de sua espécie. Os seres humanos não poderiam deixar de ter formas para se comunicarem. A cada tempo o homem foi inventando e usando as tecnologias acessíveis para seu contexto histórico e social.

Em contrapartida, foram surgindo outras descobertas como tintas, na qual o homem começou a se expressar por pinturas rupestres, desenhos feitos nas cavernas, sinalizando sentimentos como o medo, a raiva, o progresso ou a indicativos para as suas descendências. Não sabendo eles que aqueles riscos abririam leques a outros para entenderem hoje a origem e o surgimento de várias coisas que tenham acontecido no passado. A escrita não surge do nada, isso se dá devido a resultado de vários anos de conhecimentos acumulados como os citados acima.

A escrita ocorreu em três regiões distintas e em épocas diferentes. A primeira forma de escrita registrada surge no ano de 3000 a. C na Mesopotâmia dos quais os Sumérios desenvolveram a escrita silábica, isso devido ao crescimento do desenvolvimento da economia como fazer transações comerciais e a necessidade de registrar bens materiais. Os Acádios também têm grande participação com a criação dos alfabetos. A participação do Egito com a escrita Hieróglifos que era muito usada para marcar túmulos e tempo esse tipo de escrita contava com 6900 sinais de representações, os egípcios mantiveram o uso dessa escrita por aproximadamente durante três milênios e meios. O segundo lugar fica para os chineses no ano 1500 a.C., e posteriormente na Mesoamérica no ano 300 a. C.

O progresso do homem veio surgindo de modo que o mesmo foi desenvolvendo sua inteligência para registrar seus momentos em pedras, cavernas, folhas, ossos, tecidos, papiros, pergaminhos até chegar no  papel que  surgiu na China, inventada pelo funcionário da corte imperial chamado Cain Lun, que criou o papel da casca de amoreira e fibra de bambu no ano de 105. A partir deste ato, se abriu a oportunidade para o campo da comunicação se desenvolver universalmente como uso de cartas e, anos depois, a confecção de jornais manuscritos.

Registros históricos relatam que o primeiro registro de um jornal aconteceu no ano 59 a.C. em Roma, na qual teve o nome Acta Diurna, pois o imperador Júlio Cesar queria ter acesso a informações dos acontecimentos daquele momento, então eram fixadas placas em locais públicos na qual tinha informações sobre acontecimentos políticos e sociais. De acordo com Ipanema (1967), esses meios foram utilizados de forma intensa entre civilizações antigas como egípcios, gregos, romanos e também civilizações do oriente.

Entre os anos de 1939 a 1447 foi inaugurado um novo e moderno tipo de jornal criado pelo alemão Johan Gutemberg, conhecido pelo homem de grandes habilidades. Para fabricação deste jornal foram confeccionadas letras feitas de cobre e alocadas em uma base de chumbo onde recebiam tinta e eram prensadas contra o papel. Pelo meio deste jornal prensado permitiu a propagação de cultura e conhecimento em geral. Através dessa descoberta abrir-se-iam as portas para o crescimento de vários meios de comunicação, o mesmo fabricava também a bíblia. Para aquele momento esses surgimentos desses meios de comunicação era uma criação tecnológica que levaria a outros pilarem, pois o ser humano tende a melhorar o que já existe.

No ano de 1844 a imprensa ganhava espaço com a invenção do telégrafo. Com o uso desse nova ferramentas os meios de comunicação ultrapassavam grandes distâncias que antes não eram possíveis e as informações eram rapidamente divulgadas. Para Lemos e Josgrilberg (2009, p. 69):

Será no século XIX que diversas inovações mediáticas aparecerão, a começar em 1837 com o telégrafo elétrico, o telefone em 1875, o telégrafo por ondas hertzianas em 1900 e um ano antes, o cinema. Em 1964, o primeiro satélite de comunicação, o Telstar, revoluciona nossa visão de mundo e instaura um espaço de informação cobrindo todas as áreas do planeta. A grande novidade do século XX será as novas tecnologias digitais e as redes telemáticas.

Nesse percurso do aparelho telefônico surge a criação da rádio no qual foram reunidas todas as invenções existentes e tecnologias da época (telégrafo elétrico, radiação eletromagnética e telefone com fio). Dando uma grande abertura para o crescimento e expansão para comunicação chegar de forma mais rápida.

A rádio contava com a ajuda do telefone, imaginamos naquela época quem tinha um rádio para escutar as notícias, as músicas, os acontecimentos, as informações dadas pelo locutor do outro lado. No entanto, foi com a criação da televisão, criada no século XX, que as informações não eram apenas ouvidas, mas o público poderia assistir e ver. O uso desse aparelho foi um dos grandes marcos para a divulgação das informações, e se tornando um meio de comunicação dominante até nos dias atuais.

Diante desses acontecimentos históricos, o homem não deixa de inventar, criar e aperfeiçoar, visto que o homem sempre quer ir além, e cria outra tecnologia surgida na década de 70 que é o microcomputador e a internet, fazendo um adendo que estes mecanismos foram criados com o intuito de fornecer informações militar americano, por causa da Guerra Fria. Logo após esses anos essas duas tecnologias juntas alavancaram por volta da década de 90, dando início a era tecnológica onde as pessoas começaram a fazer uso destas ferramentas para fins pessoais e de trabalho. Nesse momento tantas as pessoas como as empresas passam a viver em um mundo globalizado.

As informações estão chegando em um curto espaço de tempo e em uma velocidade muito grande. Há momentos, que não estamos dando conta de tantas informações aglomeradas, pois o mundo vem sofrendo grandes transformações. Antes o que tínhamos acesso em casa, por meio da televisão, por rádio, jornais, revistas foram ficando para trás e hoje podemos ter as informações na palma de nossas mãos com um aparelho celular. É interessante citar que o primeiro aparelho celular foi criado cerca de 46 anos atrás e desde dessa época ou início da década de 80, esses aparelhos celulares vêm conquistando espaços e se fazendo necessário em nossos meios. O primeiro smartphone foi lançado no ano de 2007 este aparelho ganhou alguns recursos de novas funcionalidades. No ano seguinte é lançado pelo google um novo sistema operacional, o Android. Ele é gratuito, e com isso se torna o mais utilizado nos smarphones.

Atualmente o aparelho carrega seus benefícios dada as facilidades de se comunicar com pessoas do mundo inteiro, e obter-se informações de uma maneira rápida. Além dos aspectos mencionados, vale destacar todas as funcionalidades existentes no celular, por exemplo, o uso do relógio, da calculadora, de uma agenda, uma câmera fotográfica, internet doméstica e outras substituições que o aparelho celular foi tomando espaço nestas últimas décadas. Podemos até ser realistas de dizer que o uso do aparelho celular inserido a novas tecnologias dentre elas a fusão de um aparelho e a internet fizeram um excelente casamento na qual nos facilita muito as informações que precisamos de imediato em um pequeno espaço de tempo.

Barros (2011) define smartphone como sendo a tradução literal de “telefone inteligente”. Podemos observar que a junção do celular com o uso da internet nos trouxe grandes benefícios para a nossa vida e o nosso dia a dia.

A tecnologia vem a cada dia superando nossas expectativas e trazendo algo novo em todos os setores, campos e espaços desse mundo globalizado. Hoje estamos vivendo em um mundo cada vez mais propenso a uma tecnologia digital, na qual podemos obter informações com toques nesses aparelhos celulares tão modernos e atraentes fisicamente. Esses aparelhos celulares são tão atrativos que até mesmo os pequeninos até os idosos querem possuir um aparelho celular para entrar nesse mundo digital que oferece um leque de informações de todos os tipos e gostos. Mas vale ressaltar, que existem dois lados da moeda nesse processo de informação e o uso de um aparelho celular tão impressionante.

CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS DO EXCESSIVO USO DO CELULAR

Será que existe uma idade adequada para adquirir um celular? Qual o limite do uso do celular? Quais as consequências do uso excessivo do mesmo? São questionamentos que devem ser realizados devido ao fato que muitas crianças em tenra idade e adolescentes usam estes aparelhos de uma forma indiscriminada, ou seja, ainda não têm maturidade suficiente para manusear esta ferramenta. Convergindo com estas ideias, vale destacar, que o uso desenfreado destas ferramentas pode trazer alguns malefícios para a vida destes, como consequência em se tratando do contexto educacional, resultar em reprovações, baixos rendimentos, déficit de atenção, depressões infantis, ansiedade, menos pacientes, falta de confiança em si, impacientes e afastamento do meio social.

Segundo Sancho e Hernandes (2006, p. 19):

Muitas crianças e jovens crescem em ambientes altamente mediados pela tecnologia, sobretudo a audiovisual e a digital. Os cenários de socialização das crianças de hoje são muito diferentes das vividas por pais e professores. O computador, bem como o cinema, a televisão e os videogames atraem de forma especial a atenção de jovens que desenvolvem uma grande habilidade para captar mensagens.

Decorrentes dessa situação citada pelo autor acima podemos relatar que crianças e adolescentes conectadas a meios de comunicação vivem menos com os seus familiares e seus amigos criando um mundo virtual e acabam se distanciando da realidade na qual pertencem. Acabam vivendo no mundo delas, sendo muitas vezes inseguras principalmente quando almejam uma quantidade de curtidas e não conseguem alcançar a meta estabelecida causando frustrações. De acordo com o G1 (2017, s/p) destaca que “vale refletir bastante antes de entregar um celular a uma criança antes dos 12 anos de idade”.

Devido a esses fatores devemos ter em mente que uma criança com menos de 12 anos, ainda não tem maturidade intelectual e emocional para lidar com tantas informações, pois até mesmo a mente e o corpo passam por um processo de transformações biológicas e psicológicas e o momento da formação do ser humano.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

 A seguir serão apresentados os dados da pesquisa e os resultados coletados acerca do uso do celular pelos alunos da referida escola pesquisada. Ao todo foram pesquisados 28 alunos na instituição.

O gráfico abaixo mostra a idade em que esse grupo recebeu seu primeiro aparelho celular.

Figura 1- Primeiro Aparelho Celular

Fonte: Autores, 2019.

Observa-se na figura acima que o primeiro aparelho celular é recebido entre 7 e 15 anos de idade, vale destacar que estes sujeitos pesquisados são alunos que ficaram de recuperação em várias disciplinas. Os mesmos relataram que sabiam o motivo de estarem de recuperação se deve ao fato de usar o celular de uma maneira indiscriminada. Infere-se que os mesmos estão recebendo estes aparelhos de uma forma precoce, e consequentemente resultando em resultados insatisfatórios.

Considerando as palavras do G1 (2017, s/p):

Mas para ter o próprio aparelho eletrônico, com conexão à web e autonomia de uso, é necessário ter a suficiente maturidade intelectual e emocional. O problema não é a tecnologia – que, em si, não é boa nem má -, mas sim o risco de que a internet se torne o único ambiente a partir do qual se vê o mundo. Moderação, equilíbrio e monitoramento são fundamentais.

Detectou-se que o celular para esse grupo se tornou algo indispensável para o seu dia a dia, como também a maioria relatou que não viviam sem o aparelho celular e ele era uma prioridade na sua vida. O triste desta situação que esses adolescentes com idade de 12 a 15 anos se veem cada dia mais dependentes desse aparelho, haja vista que os mesmos acabam criando um mundo para fugir da atual realidade que vivem.

Figura 2- Aparelho celular é prioridade.

Fonte: Autores, 2019.

Observa-se na figura 2, que a grande maioria dos alunos consideram importante o uso do celular, o fato não está em abolir o uso do celular, mas sim sensibilizá-los sobre o manuseio do mesmo de uma maneira consciente, sabendo o momento adequado de utilizá-lo.

Convergindo com os dados acima, o jornal Sleep e pelo site Science Daily, fez uma pesquisa com 1.656 adolescentes com idades entre 13 a 17 anos, revelando que eles utilizam muito celular no horário noturno e isso gerando um cansaço físico nesses adolescentes após alguns tempos de utilização desse aparelho. “Depreende-se desta forma o fato de muitos alunos dormirem em sala de aula durante as explicações dos conteúdos”. Sendo assim, diversos discentes acabam tendo menor rendimento cognitivo, haja vista que os mesmos acabam não dormindo o suficiente durante a noite. (SANTOS, 2016).

Figura 3 – As consequências do uso do aparelho celular.

Fonte: Autores, 2019.

De acordo com a figura acima, existem danos que podem ser causados pelo uso do celular, e o que mais se destaca é a falta de concentração, é sabido que o celular é mais atraente para este público jovem. A preocupação com a chegada das mensagens faz com que os alunos percam a atenção e a concentração, tendo em vista que o seu foco e sua atenção nos conteúdos se direcionem às mensagens que vão chegando no aparelho celular. Infelizmente o uso do celular diariamente e dependendo de quantos grupos e pessoas que esses adolescentes tenham registrados nos seus aparelhos celulares, criam-se o hábito de frequentemente verificar a quantidade de mensagens, e consequentemente tirando o foco e a atenção a cada mensagem recebida, além dos jogos virtuais e também instalada no aparelho que não deixam os alunos terem interesse nos conteúdos ensinados na sala de aula. Resultando assim em hiperatividade, visto que os alunos começam a ficar ansiosos a depender da quantidade de mensagens recebidas, além dos jogos executados, sendo tentados a verificar a todo instante o celular.

Diante de tantas informações que chegam a uma velocidade incontrolável, esses adolescentes não têm ainda uma maturidade para lidar com situações que eles mesmos criam como decepções, frustrações, depressões e angustias, pelo fato de quererem até competir curtidas em seus perfis nas redes sociais, aquela foto que não poderia ter escapado e causa constrangimento, comparações de amigos que leva a um baixo estimam e de perder amizades devidas a comentários não agradáveis. O uso contínuo do aparelho celular também pode criar problemas com a compulsão do mundo virtual, que ultrapassa às vezes a resistência do corpórea causando alguns transtornos como a dependência do mundo virtual que pode estar agregando para os transtornos de ansiedade, obsessivo- compulsivos, condutas antissociais (MATSUURA, 2013).

Figura 4 – Ferramentas usada para estudar

Fonte: Autores, 2019.

Conforme a figura acima os alunos em sua grande maioria realizam pesquisa no “Google” ficando em seguida as “vídeos aulas” e o uso de aplicativos. A maioria dos entrevistados relatou que permanecem mais no aparelho celular usando para jogos, redes sociais, mensagem e nenhum usa o celular para pesquisar sobre noticiários.

A MATEMÁTICA X O APARELHO CELULAR

A Matemática vai além de uma sala de aula, ela ultrapassa fronteiras e limites indo além de contribuir com todas as outras disciplinas, pois a presença da matemática é necessária para podermos executar várias tarefas do nosso dia a dia. Os números fazem parte de nossas vidas. Para Ávila (2010, p. 06): “O ensino da matemática é justificado, em larga escala medida, pela riqueza dos diferentes processos de criatividade que exibe, proporcionando ao educando excelentes oportunidades de exercitar e desenvolver suas faculdades intelectuais”.

Na atualidade as informações chegam de uma forma rápida, na qual não conseguimos dar conta e administrar tantas informações, a presença do celular, um aparelho tão pequeno que cabe nas palmas de nossas mãos e transferidor de tantas informações, traz consigo tantas ferramentas que necessitamos além de uma internet agregada a ele na qual essa geração mergulha de cabeça em rede sociais, em grupos de amigos e o mais usado aplicativo utilizado no momento o “WhatsApp”. Apesar dessa gama de informações na maioria das vezes são informações sem qualidade ou proveito algum.

A Matemática está diretamente relacionada em muitas situações do nosso cotidiano por meio de números, de figuras ou de medidas, mas, muitas vezes, essa relação passa despercebida. Ela é empregada em diversas outras áreas do conhecimento e também em inúmeras atividades diárias das pessoas.

Segundo D’ Ambrósio (2010, p. 79)

É fundamental na preparação para cidadania o domínio de um conteúdo relacionado com o mundo atual. O significado disso nas indisciplinas das áreas sociais – geografia, história, literatura etc.

A Matemática é considerada por muitos alunos uma das matérias mais difíceis da grade curricular do Ensino Fundamental e Médio, sendo que os mesmos encontram inúmeros obstáculos e barreiras na aprendizagem da disciplina.  Para que o aluno possa ter uma melhor aprendizagem no conteúdo de matemática será necessário prestar atenção na explicação do professor, cumprir todas a tarefas, trabalhos dirigidos ou em grupal. No decorrer do ano letivo, cumprindo todas essas etapas, ele alcançará um bom resultado nos estudos. Não podemos esquecer que uso da tecnologia nas aulas de matemática enriquecerá as mesmas. O uso do aparelho celular deve ser usado de forma equilibrada. Para Rosa (2019, p. 36):

O celular pode ser utilizado como um instrumento para gerenciar a comunicação consistente e clara e aprendizagem colaborativa, através do aplicativo do WhatsApp.

Deste que seja usado de forma a se beneficiar com o uso do mesmo nas aulas de Matemática. Sendo assim, o principal papel do professor, para fazer uso dessa ferramenta, é o de adequar um planejamento no sentido da abordagem com as tecnologias que possui a sua disposição, visto que os efeitos de seu uso não são determinados exclusivamente pelas suas características próprias, mas sim pela maneira como eles serão utilizados o contrário, “[…] é possível que mesmo em um ambiente repleto de computadores de última geração possa existir e se cristalizar uma prática de sala de aula tão tradicional quanto a existente antes da criação da informática” VALENTINI e SOARES, 2010, p. 48).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso desenfreado de qualquer meio de comunicação pode ser um grande aliado na obtenção de informações e conhecimentos, a questão está no uso desses meios de uma maneira equilibrada, haja vista que o uso indiscriminado poderá trazer graves consequências para o indivíduo. Em se tratando do contexto educacional, é salutar aliar a tecnologia no processo ensino-aprendizagem, mas sem perder de vista os objetivos a serem alcançados.

Os tempos foram mudando com o passar dos anos, é sabido que é preciso pensar em alternativas para tornar as aulas mais atrativas, haja vista que os índices de reprovação e recuperação são altos. A pesquisa mostra que os alunos estão recebendo os aparelhos celulares precocemente, e muitos não sabem o momento de usá-los.

Diante do exposto, observou-se que o excesso pode trazer danos ao desenvolvimento do aluno, não apenas cognitivos, mas também comportamentais, podendo gerar doenças. O fato está em aliar o celular ao ensino de uma maneira mais interessante, pois não se pode desconsiderar que os sujeitos que estão imersos na era tecnologia já nascem manuseando o celular melhor do que os adultos, ou seja, é um processo natural para eles.

REFERÊNCIAS

ÁVILA, Geraldo Severo de Souza. Várias faces da matemática: tópicos para licenciatura e leitura Geral. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2010.

BARROS, T. O que é smartphone e para que serve? 2011. Disponível em <http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2011/12/o-que-e-smartphone-e-para-queserve.html>. Acesso em: 14 jan. 2019.

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Tradução: Plínio Dentzien. Zahar. 1999.

D’AMBROSIO, Beatriz Silva. Formação de professores de Matemática para o século XXI: o grande desafio. In: Pro-Posições, v. 4, n. 1, p. 35-41. São Paulo: Cortez, 2010.

G1, Globo, 2017. Celular para crianças: a partir de que idade? Disponível em: < http://g1.globo.com/educacao/blog/andrea-ramal/ >. Acesso em:  15 jan. 2019.

IPANEMA, Marcello. História da Comunicação. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1967.

LEMOS, André; JOSGRILBERG, Fabio (orgs). Comunicação e Mobilidade: aspectos socioculturais das tecnologias móveis de comunicação no Brasil. Salvador, EDUFBA, 2009.

MATSUURA, Sérgio. Cuidado: uso excessivo de internet e celular pode viciar. Danos ao cérebro seriam similares aos de drogas como a cocaína. 2013.

ROSA, Paulo Oberdan Gomes da. Redes Sociais e Matemática.1° ed.- São Paulo. Dialogo Freiriano, 2019.

SANCHO, Juana Maria; Hernandes, Fernando. Tecnologias para transformar a educação. Porto Alegre: Artmed. 2006

______________. Qual é a idade ideal para dar um celular ao filho?  Especialistas esclarece o assunto. Disponível em: <http://www.dicasdemulher.com.br/quando-dar-um-celular-para- seu -filho.> Acesso em: 14 jan. 2019.

SANTOS, Renata Santana dos. A importância do dormir nas funções executivas do cérebro no processo da aprendizagem escolar. 2016.

VALENTINI, Carla Beatriz; SOARES, Eliana Maria do Sacramento. Aprendizagem ambientes virtuais: compartilhando ideias e construindo cenários. Caxias do Sul, RS: Educs, 2010.

[1] Mestra em Ciência, Tecnologia e Educação pela Faculdade Vale do Cricaré- São Mateus – ES.

[2] Mestra em Ciência, Tecnologia e Educação pela Faculdade Vale do Cricaré- São Mateus – ES.

[3] Doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina- UFSC.

Enviado: Março, 2020.

Aprovado: Junho, 2020.

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Fabíola Gouveia Borges Bueno

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