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O Brincar na Educação Infantil como um Ato de Aprendizagem [1]

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CONTEÚDO

GONÇALVES, Lady Jane [2], COSTA, Célia Regina Bernardes [3]

GONÇALVES, Lady Jane; COSTA, Célia Regina Bernardes. O Brincar na Educação Infantil como um Ato de Aprendizagem. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 02, Vol. 01, pp. 175-186, Fevereiro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

Conforme o Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (1998), a Brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o “não brincar”. É importante considerar que a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação, isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica.  Isto quer dizer que quando a criança brinca está aprendendo a elaborar suas reflexões, sua independência e criatividade possibilitando a evolução global do individuo nos pontos de vista cultural, social, afetivo, físico, cognitivo e emocional. Através da brincadeira o professor poderá observar e construir uma visão melhor dos métodos de desenvolvimento, registrando as capacidades de linguagens, as capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais com que cada criança dispõe. Desta forma, esta pesquisa inscreve-se como um trabalho que busca compreender a valorização do brincar na Educação infantil como um ato de aprendizagem, explorando a autonomia, a criatividade a reflexão, e imaginação das crianças nesta etapa de desenvolvimento.  A metodologia utilizada no presente estudo foi através de pesquisas em artigos científicos, Livros, e Sites da Internet. Após os estudos realizados, foi possível perceber que o brincar de qualidade pode ser um importante aliado no processo de aprendizagem, a criança ao brincar desenvolve sua capacidade criadora, a qual contempla a imaginação, a fantasia e a realidade na formação de novas possibilidades de interpretar, expressar e agir, além de permitir a construção de relações sociais com outros sujeitos, adultos ou crianças. Assim, se faz indispensável informar os educadores, pais e em geral à sociedade sobre a dimensão e seriedade do brincar na educação infantil, lembrando que o brincar não deve ser vista como uma prática agradável ou como lazer somente, mas também, uma ação de aprendizagem.

Palavras-Chave: Educação Infantil, Brincar, Aprendizagem.

INTRODUÇÃO

A brincadeira é uma prática que possibilita interação e comunicação com outras pessoas, o termo lúdico etimologicamente é derivado do Latim “ludus”, que significa jogo, divertir-se e que se refere à função de brincar de forma livre e individual de jogar, utilizando regras referindo-se a uma conduta social, da recreação, sendo ainda maior a sua abrangência. Assim, pode-se dizer que o lúdico é parte inerente do mundo infantil. Através da brincadeira a criança se apropria do mundo de forma simples, alegre e descontraída, possibilitando interação e comunicação com outras pessoas. Através do brincar pode-se perceber a personalidade, a criatividade, a afetividade e a psicomotricidade de cada indivíduo. A brincadeira é, para ela, um espaço de investigação e construção de conhecimento sobre si mesma e sobre o mundo.  Neste contexto, o brincar na educação infantil proporciona a criança estabelecer regras constituídas por si e em grupo, contribuindo para a integração do indivíduo na sociedade. Deste modo, a criança estará resolvendo conflitos e hipóteses de conhecimento e, ao mesmo tempo, desenvolvendo a capacidade de compreender pontos de vista diferentes, de fazer-se entender e de demonstrar sua opinião em relação aos outros, a si própria e ao mundo, e ainda é nesse ato que podemos diagnosticar e prevenir futuros problemas de aprendizagem infantil. Além dessa atividade ser um passatempo para a criança, ela é motivada a brincar por meio de processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades e não só para “passar o tempo”, na realidade, os momentos do brincar são oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento.

Problemática

Qual a importância do brincar no processo de ensino aprendizagem da educação infantil e qual a atuação do professor de educação física neste processo e como os pais e educadores podem participar em incentivar a criança brincando.

 Objetivo Geral

Compreender a importância do brincar no processo de ensino e aprendizagem da educação infantil.

Objetivos específicos

  • O brincar como direito da criança.
  • A importância do brincar no processo de ensino e aprendizagem.
  • A atuação do educador no brincar.
  • A atuação dos pais, e da sociedade no brincar.

Justificativa

A importância deste trabalho inscreve-se como se deve tratar o brincar com o cuidado e a atenção que merece dentro do processo de ensino e aprendizagem.

Metodologia

A metodologia utilizada para a realização deste estudo foi revisão da literatura com base em livros, artigos, teses, monografias, dissertações por meio de consultas em base de dados da internet. As obras são publicadas em idioma português do ano de 2000 a 2017.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O brincar como direito da criança.

Para compreender o brincar como um direito é necessário anteceder ao tempo. A concepção de criança vem ao longo de décadas sofrendo alterações e sendo influenciada por diversas culturas. Por muito tempo, a criança foi considerada um ser a ser treinado para aprender apenas a função que deveria executar, ou seja, era vista como um adulto em miniatura. Podemos considerar a infância como algo histórico e não natural.

Em decorrência do aspecto sócio histórico e cultural da concepção de criança, o brincar também foi visto como um tempo perdido, a brincadeira era vista como uma atividade oposta ao trabalho e ao mundo produtivo. Com o passar dos tempos a concepção de infância foi sendo construída, a escola passou a ser fator importante para as mudanças do mundo infantil. A sociedade também começou a entender que os pequenos seres tinham um jeito de pensar, de sentir e ver o mundo.

Em 1986 iniciaram-se no Brasil grandes mobilizações a favor de melhorias de condições de vida das crianças, podendo contar com o apoio da Constituição Federal que assegurava o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à cultura, com ênfase na dignidade e liberdade humana.

No ano de 1996 a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n 9394/96 foi aprovada, indicando: as propostas pedagógicas da Educação Infantil deverão considerar que a criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que, nas interações, nas relações e práticas cotidianas, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, questiona, e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo Cultura. (BRASIL, 2013, p.97)

Assim, a legislação brasileira reconhece explicitamente o direito de brincar, tanto na Constituição Federal (1988), artigo 227, quanto no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (1990), artigos 4º e 16, mas ainda não oferece as condições para que esse direito seja exercido plenamente por todas as crianças. Outros direitos e princípios do ECA guardam direta relação com o brincar, dentre os quais destacamos, direito ao lazer (art. 4º), direito à liberdade e à participação (art. 16), peculiar condição de pessoa em desenvolvimento (art. 71). (FLORES, Marilena, do IPA Brasil, 2015).

Foi possível perceber através dessa trajetória histórica, que o Brasil evoluiu no que diz respeito a garantia de direito das crianças brasileiras, possibilitando a elas uma melhor qualidade de vida, porém, de acordo com (CINTRA, JESUINO, 2010,P.234) a criança era considerada “ um adulto” em miniatura no período medieval. A infância nesse período também estava intimamente ligada à condição social da família. Hoje não é diferente, vivem um “faz de conta” que não oferece fatores positivos ao seu desenvolvimento, reproduzem o adulto de hoje, influenciado pela sociedade capitalista.

As crianças de hoje não têm tempo de usufruir de brincadeiras próprias da sua infância, a falta de tempo dos pais, a insegurança nas ruas, a redução dos espaços de lazer, os brinquedos industrializados, entre outros fatores, tem colaborando para tornar as crianças adultas cada vez mais precoces e com sérios problemas de saúde, criando uma geração acostumada com as facilidades do mínimo esforço. Conforme Levin (1997) esses fatores podem provocar profundas mudanças no desempenho motor das crianças, segundo o mesmo autor, o meio o qual a criança está inserida, os fatores históricos e culturais, irão interferir na condição da infância e como consequência no seu brincar. A revisão de literatura visa a expor as principais ideias. É a essência, a fundamentação lógica do trabalho.

Neste item o autor deve relacionar todos os estudos sobre o tema de forma concisa e coerente, fazendo as ligações dos autores estudados com o assunto.

A importância do brincar no processo de ensino e aprendizagem.

Segundo os PCNs da Educação infantil, é comum acontecer dentro das instituições de ensino, uma atmosfera de ordem e de harmonia, algumas práticas educativas simplesmente procuram suprimir o movimento, impondo às crianças de diferentes idades rígidas restrições posturais. Podendo citar longos momentos de espera em fila ou sentados, as crianças precisam ficar quietas realizando atividades mais sistematizadas, escrevendo ou lendo, qualquer deslocamento ou mudança de posição pode ser visto pelo professor como uma desordem ou indisciplina. Isso é comum também nas creches onde os bebês têm que permanecer no berço ou em espaços cujas limitações os impedem de expressar ou explorar seus recursos motores.

Muitas vezes a contenção de movimentos imposta pela escola, pode estar diretamente relacionada com a aprendizagem, com base na ideia de que o movimento impede a concentração e a atenção da criança. No entanto, as pesquisas mostram o contrário, é a impossibilidade de mover-se ou de gesticular que pode dificultar o pensamento e a manutenção da atenção.

Para Kischimoto (2002), uma característica marcante na infância é a grande intensidade da atividade motora e da fantasia que acontece nesta etapa, permitindo à criança reconhecer e controlar progressivamente o próprio corpo, ampliando suas possibilidades de interação com o meio que a cerca.

Neste sentido, para a autora, o brincar pode ser considerado a maior especialidade da criança, constituindo um vasto mundo de cultura infantil repleto de imaginação, jogos e consequentemente, movimentos, que precisam ser valorizados pelas instituições de ensino. Quanto menor a criança, maior a responsabilidade do educador em organizar atividades que favoreçam a construção da sua corporeidade, respeitando as peculiaridades do seu período de vida.

Segundo Wajskop (1995), quando a criança brinca, sempre apresenta um comportamento além do habitual, do diário, assim ela se sente maior do que realmente é também mais importante perante outras crianças, quando ela brinca com mais crianças desenvolve a socialização, companheirismo e até o respeito. Pelo brincar diz Vygotsky (1998), a criança equilibra as tensões provenientes de seu mundo cultural, construindo sua individualidade, sua marca pessoal, sua personalidade.

Vygotsky (1998), destaca também o papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil, pois é brincando, jogando, que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos. Deixar com que a criança brinque nunca será perda de tempo porque quando ela está brincando desenvolve também o aspecto emocional, social, cognitivo e motores, em que a criança mostrará sua criatividade e imaginação. Assim vai melhorando cada dia mais sua autoestima.

Nicolau (1986), em seus estudos, afirma que quando a criança está brincando ou jogando, libera e canaliza suas energias, podendo transformar, portanto, uma realidade difícil em algo mais leve, dando abertura à fantasia, enfrentando os desafios, imitando e representando as interações presentes na sociedade no qual se vive, atribuindo aos objetos significados diferente, definindo e respeitando as regras, que são estipuladas pelo contexto social. A criança decide desta forma, sobre o que, com quem, onde, com o que, como brincar e o tempo em que brinca, constrói a brincadeira no momento de brincar, brinca sem finalidades ou objetivos explícitos aprendem a lidar com suas angustias, criando e deixando fluir sua capacidade e liberdade da criação.

Segundo Kishimoto (2006), existem várias formas de brincar, a criança pode brincar de amarelinha, pião, carrinho, boneca, pega-pega, corda, bambolê, com bola arremessando ou em um jogo disputando com outras crianças, jogo de tabuleiros, jogos pedagógicos ou simplesmente brincadeira de imitação. Como exemplo, pode-se citar quando a criança pega uma boneca e brinca de “filhinha” ou de fazer comidinha em um fogãozinho de brinquedo, em todas estas brincadeiras a criança ira aprender e desenvolver habilidade. Quando brinca, a criança entra no mundo da imaginação e sai da sua vida cotidiana. Existem também os jogos tradicionais infantis, que dão ênfase ao folclore e a cultura brasileira, atividades passadas de geração em geração. Os jogos de construção também é outra opção de trabalho, é uma prática que possibilita as crianças transformarem e destruírem por meio do manuseio de peças, expressando suas alegrias, tristezas e problemas, possibilitando que o professor identifique as dificuldade e necessidades de cada criança.

De acordo com Kishimoto (apud ARTONI, 2003), existem também os brinquedos de alta tecnologia, produzidos em séries nas grandes indústrias, como bonecas mecânicas e animais eletrônicos, os educadores são unânimes em afirmar que o interesse por esse tipo de aparelho, que praticamente brinca sozinho dura pouquíssimo. Estes brinquedos são muito programados. A própria criança os rejeita, porque não pode criar nada com eles, ou então quebra para entender como funcionam. Apesar de esses brinquedos despertarem a atenção das crianças de imediato, logo perdem o interesse por eles serem muito programado, não despertando, assim, a criatividade.

Às vezes, uma simples brincadeira em uma caixa de areia em um parque da cidade traz mais alegria e conhecimento para a criança, porque ali ela pode formar castelos, sentir como ela escorrega de seus dedos, escrever com um graveto sobre a areia e infinitas atividades que vai lhe trazer aprendizado tanto individual como social, deve-se atrair o olhar de todos para as brincadeiras infantis, porque a brincadeira leva a criança a decidir, pensar, sentir emoções distintas, competir, cooperar, construir, experimentar, descobrir, aceitar limites, e surpreender-se.

A atuação do educador no brincar.

Educar é muito mais que repassar informações ou mostrar apenas um caminho, mas mostras para a criança quem ela é e de que é capaz. É oferecer várias formas para que o indivíduo possa ter possibilidades de escolha e encontrar novos caminhos, de preferência aquele que concilia com seus princípios, seu olhar para o mundo e com as possibilidades adversas que poderá encontrar. Neste ponto de vista, de acordo com Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30): o professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano.

Segundo Vygotsky (1998), o educador poderá fazer o uso de jogos, brincadeiras, histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas pelo adulto. O lúdico pode ser usado como uma estratégia de ensino e aprendizagem, assim o ato de brincar na escola sob a perspectiva de Santos (2002) está relacionada ao professor que deve apropriar-se de subsídios teóricos que consigam convencê-lo e sensibilizá-lo sobre a importância dessa atividade para aprendizagem e para a evolução da criança. É necessário, também, que se estimule a sua autonomia em relação ao autocuidado e que se favoreça a expressão corporal dos sentimentos, sensações, formas de perceber os seres, objetos e fenômenos que as rodeiam.

É importante que as ações pedagógicas, na Educação Infantil, possibilitem o desenvolvimento de gestos e ritmos criativos e estéticos, favorecendo o acesso ao repertório cultural que envolve as manifestações corporais, atentando para a construção da autoestima pelas crianças e ao desenvolvimento no grupo de atitudes de respeito, confiança, cooperação e tolerância. Assim, a brincadeira não deve ser utilizada apenas para divertir as crianças, mas o educador deve inclui-a em seu plano de aula. Logo, cabe ao professor gerar atividades que facilitam ideias, para prepara-las também para as aulas que trabalham com a leitura, números, que envolve classificação, ordenação e lógicas, dentre outros.

Estimular as crianças a trabalharem em equipe na solução de problemas, aprendendo a expressar seus próprios pontos de vista em relação ao outros e a si próprios. Portanto, estar ao lado do aluno, acompanhando sua evolução, para levantar problemas que os levem a desenvolver possibilidades, como também brinquedos apropriados para idade, com objetivo de promover o desenvolvimento infantil e a conquista de conhecimentos em todos os aspectos. O contexto contemporâneo da Educação Infantil exige do educador conhecimento teórico e prático sobre a influência da dimensão lúdica no processo de aprendizagem da criança. Além disso, o professor precisa ter disponibilidade corporal para se envolver nas atividades lúdicas com as crianças, permitindo que elas expressem suas dificuldades, suas fantasias, seus desejos e suas necessidades.

A atuação dos pais, e da sociedade no brincar.

É de fundamental importância levar em consideração que as brincadeiras infantis são coisas sérias que podem transformar a vida de uma criança, os governantes, as instituições de ensino, os pais ou responsáveis devem-se preocupar em oferecer melhores condições para que o brincar aconteça de forma efetiva. Outro fator importante é a criação de espaços públicos para todos, propiciando a convivência entre diferentes grupos e idades e um relacionamento social com as demais pessoas, para isso faz se necessário que a população ajude a preservar os espaços públicos; como praças, parques, clubes, dentre outros, e lutem para consegui-los, além dos espaços é importante que as brincadeiras e os brinquedos estejam presentes, disponíveis nesses espaços, seja eles antigos ou modernos desde que lhe traga diversão e aprendizado.

Na atualidade, ocorrem grandes transformações, onde as mudanças de hábitos, a falta de tempo dos pais em programar atividades lúdicas e de lazer com os filhos, os brinquedos industrializados e as novas tecnologias como; tabletes, videogame, internet, etc., todos esses comportamentos acabam interferindo na saúde e qualidade de vida dos seres humanos, principalmente de crianças e adolescentes.  Portanto, a responsabilidade dos pais no incentivo de práticas que envolvem o corpo em movimento, incluindo brinquedos, brincadeiras e jogos são de fundamental importância, pesquisas garantem que, a criança que prática atividade física, que brinca, corre, anda de bicicleta, apresenta mais chances de tornar-se um adulto mais ativo e saudável.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após os estudos realizados, foi possível perceber que o Brincar na Educação infantil como um ato de aprendizagem é importantíssimo para o progresso integral das crianças, pois favorece a elas maior conhecimento de seus corpos, ampliando as possibilidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais, além de introduzir e integrar o aluno no mundo da imaginação e do conhecimento, estimulando novas formas de aprendizagens.

Segundo Kischimoto, uma especialista no assunto do brincar, as crianças nesse período apresentam grande intensidade motora, e a fantasia é algo marcante nesta etapa. Quando o professor trabalha com jogos, brincadeiras e brinquedos no espaço de sala de aula dentro do contexto pedagógico significa ampliar o conhecimento infantil de forma prazerosa, explorando pensamentos, ideias, anseios e desejos. Enquanto elas brincam vão se apropriando do mundo de forma simples alegre e descontraída.

Foi possível perceber, um pouco da trajetória histórica do brincar, para compreendê-lo como um direito garantido por lei conforme o Estatuto da criança e do adolescente – ECA e da Constituição Federal que passou a assegurar o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à cultura, com ênfase na dignidade e liberdade humana.

Fica evidente também que o professor assume papel de grande relevância no espaço de sala de aula, ele é principal responsável pela organização das situações de aprendizagem, atuando como mediador, possibilitando aos alunos atuarem nas aulas de forma crítica, reflexiva e sensível, utilizando de jogos, brincadeiras e atividades lúdicas, como um ato de aprendizagem.

É destaque também no trabalho, o papel da sociedade, dos pais na educação lúdica. Os pais podem atuar sendo um guia, um animador, um incentivador das brincadeiras, possibilitando momentos de grande interação familiar, assim como no incentivo á prática de atividade física, pensando na saúde e qualidade de vida dos pequenos através do brincar. A sociedade e o poder público também podem colaborar, criando espaços, proferindo palestras educativas, favorecendo atividades a toda população, envolvendo a participação da família em momentos de recreação e lazer.

Por fim, após os estudos realizados, ficou evidente que o Brincar na Educação Infantil pode ser aplicado como um ato de aprendizagem, desde que utilizado de forma efetiva pelo professor, ao planejar as ações é imprescindível produzir um ambiente rico, com atividades desafiadoras e motivadoras de aprendizagem iguais para todas as crianças através da dimensão lúdica. Orientar e aprender brincando pode ser mais eficiente e produtivo do que os métodos tradicionais utilizados até então.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Ensino Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. V. 3.Brasília: MEC/SEF,1998. Disponível em: portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3pdf. Acesso em 19 set.2017

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Volume 3. Brasília: MEC/SEF, 1998.

______ Estatuto da criança e do Adolescente. Lei n. 8.069/90, de13de julho de 1990, São Paulo: CBIA – SP, 1991.

______ Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394/96, de 20 de dezembro de 1996.

BRASILEIRO, Tânia Suely Azevedo et al. Reflexões e sugestões práticas para atuação na educação infantil. Campinas: Alínea, 2008.

FLORES, Marilena, Direito de Brincar, do IPA Brasil, 2015.

FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. São Paulo: Scipione, 2009.

KISHIMOTO, Tizuca Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2006.

______ KISHIMOTO, Tizuca Morchida. O Jogo e a Educação infantil. São Paulo: Thompson Pioneira, 2002.

LEVIN, Esteban. A infância em cena: Constituição do sujeito e desenvolvimento psicomotor. Petrópolis, RJ, 1997.

NICOLAU, Marieta Lúcia M.A Educação Pré Escolar: Fundamentos e Didática. São Paulo: Atica, 1995.

SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: sucata vira brinquedo. Porto Alegre: Artmed, 2007.

VYGOTSKY, Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1998.

WAISKOP, Gisela. O Brincar na Educação Infantil. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n.92, fev.1995.

[1] Artigo apresentado à Faculdade Patos de Minas como requisito parcial para a conclusão do Curso de Educação Física Licenciatura.

[2] Aluno do Curso de Educação Física Licenciatura da Faculdade Patos de Minas (FPM) formando no ano de 2017

[3] Professora de Educação Física Adaptada no curso de Educação Física da Faculdade Patos de Minas. Especialista/Mestre em Promoção de Saúde pela faculdade Unifran São Paulo

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Lady Jane Gonçalves

Uma resposta

  1. Olá, tudo bem?
    Eu sou estudante de Educação Física na cidade de Praia Grande/ Litoral de São Paulo. E estou tentando articular um trabalho de conclusão de curto que fala sobre a ludicidade, e fazendo algumas pesquisas acabei me deparando com esse trabalho e achei ele extremamente fundamento com o que penso.

    Só que estou meio confuso com a minha linha de pesquisa e elaboração do meu trabalho, e gostaria de saber se você não pode me dar umas dicas ou até mesmo me indicar alguma estrategia.

    Fico grato!

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