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A importância da afetividade no vínculo escolar e família na aprendizagem do aluno

RC: 69336
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

MIRANDA, Tânia Márcia Oliveira de [1]

MIRANDA, Tânia Márcia Oliveira de. A importância da afetividade no vínculo escolar e família na aprendizagem do aluno. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 12, Vol. 12, pp. 05-17. Dezembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/afetividade-no-vinculo

RESUMO

Este artigo foi desenvolvido com o objetivo de ratificar a importância do afeto nas relações professor/aluno nos processos de ensino aprendizagem, para obter informações acerca do tema abordado e alcançar os objetivos propostos, foi utilizado como recurso metodológico a pesquisa bibliográfica, tendo como quadro teórico as teorias de Wallon. A construção do vínculo afetivo aluno/professor é tema recorrentemente clamado nas escolas, demandando ações promotoras de reflexão acerca da referida relação, que acaba estabelecendo-se de forma confusa. Acredita-se que os vínculos bem como as interações entre professores e alunos devem aprofundar-se no campo da ação pedagógica, uma vez que o professor assume um papel muito importante neste processo de construção voltado ao ensino/aprendizagem. Pode-se assim concluir que educar é exercer influência sobre o desenvolvimento do indivíduo, preparando-o para a vida num determinado contexto social. Um educador deve promover uma sensibilidade, consciência, desenvolvimento através de sua ação/relação pedagógica, amadurecendo-a em si mesmo, não apenas intelectualmente, mas efetivamente, como emoção vivida, tornando-a parte de sua forma de ser e enfrentar a vida, criando assim vínculos de afeição, amizade, amor, cuidado, confiança com seus alunos, promovendo seu crescimento como ser integral.

Palavras-chave: Vínculos, afetividade, alunos, professores.

INTRODUÇÃO

A afetividade está no âmago da questão educacional esta afirmação é dimensionada nas obras de Henri Wallon, que baseia toda a sua obra pedagógica neste pressuposto, porém o termo afetividade é bastante amplo demandando uma distinção mais precisa e o próprio Wallon (1968) a faz quando distingue afetividade e emoção, para este autor as emoções são manifestações de estados subjetivos, com elementos orgânicos, nas quais se originam na função tônica. Enquanto à afetividade corresponde-se à disposição do indivíduo de ser afetado pelo mundo interno e externo, por sensações agradáveis ou desagradáveis. Por se tratar de um dos mais eminentes teóricos sobre o tema este artigo propõe apresentar e clarificar os principais conceitos wallonianos sobre o desenvolvimento infantil na escola sob a égide do afetivo.

O ambiente escolar deve ser um lugar atraente, assim como um espaço e um tempo que propicie a aprendizagem. Deste modo, a valorização da educação sobre o seu contexto é imprescindível para que a experiência escolar possa se tornar mais comprometida e benéfica, não apenas como o meio de preparação para o futuro, mas como experiência atual de vida, aumentado a satisfação e o gosto pelas atividades e trabalhos escolares, de modo a tornar uma vivência positiva e enriquecedora.

Acredita-se que o vínculo assim como a interação entre o docente e o aluno deve ser aprofundado no campo da ação pedagógica. O professor é responsável por um papel muito importante neste processo, visto que, é ele quem constrói e conduz o fazer pedagógico de modo a atender às necessidades do educando. Na atuação do professor, acreditamos que deve prevalecer a visão humanística, onde a relação professor-aluno é a base para o desenvolvimento cognitivo e psíquico na sala de aula. Neste sentido, torna-se necessário a conscientização sobre como está sendo cada vez mais difícil e problemático desenvolver os aspectos da afetividade na nossa sociedade, se refletindo, assim, nas escolas e afetando muitas crianças que nascem e crescem sem muito afeto, carinho e compreensão.

Muitos pais vão para o trabalho e deixam seus filhos nas creches ou nas escolas quando bem pequenos, sem lhes conferir o mínimo de cuidado e atenção. E este fato tem se agravado muito ao passar dos anos, tendo grande influência no ensino aprendizagem do educando, visto que uma criança é mais feliz e aprende melhor quando se tem uma formação e educação com afeto e amor.

O professor é o Elo que permite a formação do aluno de maneira integrada, e ele tem a responsabilidade de refletir e questionar sua prática pedagógica, a fim de gerar possibilidades para o desenvolvimento de uma relação de amizade, respeito, confiança, sinceridade, entre outras formas de interação com o aluno. Deste modo, a escola contribui efetivamente à formação integral do aluno, sob o âmbito sócio afetivo para o desenvolvimento e o processo ensino aprendizagem, contribuindo assim, para a formação de um verdadeiro cidadão.

METODOLOGIA

Este artigo opta como procedimento metodológico por uma revisão bibliográfica. Lakatos e Marconi (2005) aponta que:

Abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, etc., até meios de comunicações orais: rádios, e audiovisuais: filmes e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo que já foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, querem publicado querem gravado (LAKATOS e MARCONI, 2005, p.115).

Assim espera-se que ao final desta revisão seja possível estabelecer um conceito operacional de afetividade no âmbito pedagógico.

A RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

 O homem é um ser gregário, isso quer dizer que necessita para a complementação de sua condição de indivíduo do grupo, ao contrário de outras propostas de vida o homem precisa do grupo para se tornar um indivíduo.

Nas palavras de Bowlby,

Todo ser humano já nasce propenso a estabelecer vínculos afetivos. Essa capacidade, no entanto, pode ser diminuída devido a fatores externos que impedem o bebê desempenhar esse potencial com as pessoas que o cerca. A capacidade é inata, mas precisa ser estimulada adequadamente para se concretizar. (BOWLBY, 2004, p.15)

Bowlby (2004) aprofunda o tema quando afirma:

A maioria das crianças que tiveram experiência desse gênero (…) recupera-se e desenvolve-se normalmente, ou pelo menos parece desenvolver-se(…) em consequência não é raro duvidar-se da existência de uma possível relação mais íntima entre processos psicológicos descritos e as perturbações de personalidade que se apresentam em fases tardias da vida. (BOWLBY, 2004, p. 05)

Esta dinâmica entre o aprendente e o educador prenuncia o objeto de aprendizagem que precisa ser apresentado ao aprendente de forma afetiva estabelecendo assim a forma que esse objeto é internalizado.

Entende-se por objeto internalizado, quando o sujeito apropria – se do mesmo e dá sentido ou significação própria, através do processo de mediação feito pelo outro. Smolka e Góes (1995), quando se referem a ideia de mediação a apresentam em um esquema sujeito-sujeito-objeto “Isto significa dizer que é através de outros que o sujeito estabelece relações com objetos de conhecimento, ou seja, que a elaboração cognitiva se funda na relação com o outro” (SMOLKA e GÓES, 1995, p. 9).

Deste modo, o processo de aprendizagem demanda vínculo afetivo, uma vez que a relação entre o ato de ensinar e o ato de aprender entre mais de uma pessoa não acontecem sem a subjetividade, a comunicação dos mesmos e, ainda, sem a interferência de seu contexto histórico. Assim, a afetividade consistiria na maneira como cada sujeito é afetado pelos acontecimentos da vida em conjunto aos seus sentidos.

Como destaca Rodrigues (2007), a função do professor não se trata meramente de repassar conhecimentos aos seus alunos, e sim de um papel bem mais amplo, visto que ultrapassa uma simples transmissão de conhecimentos. Dentro da sala de aula verifica-se, geralmente, o estabelecimento de regras disciplinares no modo arbitrário. Ademais, é perceptível a não explicitação dessas regras que, muitas das vezes, para serem cumpridas, o aluno sofre pressões com base em ameaças e punições, situação na qual notamos que pode ocasionar e provocar reações negativas, de resistência ou indisciplina por parte dos alunos.

Rangel (2001) enfatiza as características do professor que envolve afetivamente seus alunos afirmando que

A prática educativa, em todos os níveis de ensino, é complexa, tecida por relações e di­ferentes modos de conceber a vida, o ser hu­mano e o conhecimento, revela motivações, ideais e concepções docentes e discentes. As relações na escola exercem influência no desenvolvimento do indivíduo como pessoa e como sujeito cognitivo, favorecendo um intercâmbio tanto no nível interpessoal como na relação indireta com o outro através da cultura (RANGEL, 2001, p.5).

Segundo Rangel (2001), nas séries iniciais, a prática unidocente facilita uma relação dialógica entre professor e alunos devido a flexibilidade metodológica estas impressões emocionais podem ecoar pela vida inteira, determinando, inclusive, futuras opções profissionais, isto se deve paradoxalmente à dificuldade ao decifrar por parte dos personagens o código emocional de cada um dos personagens, é importante lembrar que já nos anos 50, o pesquisador Albert Mehrabian foi um dos pioneiros nos estudos a respeito da linguagem não verbal. Segundo ele, a percentagem da recepção da comunicação interpessoal pelo ouvinte corresponde a 7% para a mensagem verbal e 38% para a vocal, enquanto, para a não verbal, essa porcentagem chegava a 55%.

A IMPORTÂNCIA DO DIÁLOGO COMO VÍNCULO DE INTERAÇÃO

Considerando que o ser humano distingue-se das outras espécies, enquanto um ser racional, pela capacidade de pensamento e pela capacidade de comunicar—se através da linguagem, elevando sua ação a níveis mais conscientes que lhe permite estruturar-se simbolicamente e atribuir significação às suas ações, pode-se dizer que o homem se constitui na linguagem e, de certa forma, a linguagem constitui-se então na morada do ser. O diálogo é fundamental para uma boa interação entre o professor e o aluno.

Segundo Paulo Freire “[…] o diálogo é uma relação horizontal. Nutre-se de amor, humildade, esperança, fé e confiança” (FREIRE, 1999, p. 66).

Contudo, nas palavras de Freire, é possível perceber o vínculo entre o diálogo e o fator afetivo que darão norte a virtude primordial do diálogo e o respeito para com os educandos como sujeitos receptores e indivíduos. É no ambiente escolar que as crianças e os adolescentes buscam o atendimento de algumas das suas necessidades afetivas. Por isso, é importante que os aspectos cognitivos e os aspectos afetivos sejam levados em consideração na relação entre o professor e o aluno. Deste modo, bem como o diálogo, a afetividade é um fator bastante relevante a interação professor-aluno, fato este enfatizado por Aquino.

Os laços efetivos que constituem a interação Professor-Aluno são necessários à aprendizagem e independem da definição social do papel escolar, ou mesmo um maior abrigo das teorias pedagógicas, tendo como base o coração da interação Professor-Aluno, isto é, os vínculos cotidianos. Com isto, estamos dizendo que a interação Professor-Aluno perpassa as aquisições cognitivas. O diálogo é de suma importância para a interação professor-aluno no fator psicológico, sendo vínculo entre o cognitivo e as ações concretas. A essa afirmação, encontra-se justificativa na literatura de Piaget sobre o estágio das operações concretas. (AQUINO, 1996, p. 50)

Segundo Aquino (1996) a criança usa a fala para “realizar as operações que descrevem as ações cognitivas intimamente organizadas em uma rede ou sistema”.

Contudo, favorecer a aprendizagem a partir do diálogo não é algo que ocorre espontaneamente, visto que o professor deve ter uma escrita e um conhecimento atento da turma, em razão do diálogo implicar das pessoas a abertura do seu pensamento a novas ideias e a novas maneiras de ver, não se fechando apenas no seu próprio ponto de vista.

Portanto como quer Gadotti (1991) “o diálogo é uma exigência existencial que possibilita a comunicação” e “para pôr em prática o diálogo, o educador deve colocar-se na posição humilde de quem não sabe tudo” (GADOTTI, 1991, p. 69).

Quando se pensa em educação, agir pedagógico ou processo ensino-aprendizagem percebe-se que todos estes conceitos remetem necessariamente a existência de relações entre seres humanos que, por meio das trocas, mediados pela linguagem, caminham em busca de novos conhecimentos e do aprimoramento daqueles já existentes. Deste modo, a interação é fundamental a concretização da prática educativa, na qual o diálogo representa um elemento essencial para o exercício da mesma. Assim, somente através dessas interações, o indivíduo é capaz de conceber um crescimento cognitivo, intelectual e humano.

O diálogo humano traz consigo o caráter problematizar, inerente a toda ação, e consequentemente possibilita a reflexão os mais altos níveis de inteligibilidade. Vista por este Norte a prática educativa refere-se a um processo interativo entre os seres humanos, mediados pelo diálogo.

Pode-se considerar que o diálogo é pedagógico, pois possibilita as relações entre os sujeitos da educação. Nesse sentido o diálogo permite a formação de estruturas mais democráticas dentro das realidades sociais contribuindo para que todos se estabeleçam em lugares paritários e possam caminhar rumo à sociedade mais liberadoras e menos injustas. Em contrapartida, quando há ausência de diálogo, revela-se o autoritarismo nas relações pedagógicas, que pressupõe relações verticais, onde alguns detêm o poder e os demais são relegados a condição de servir.

De acordo com Fávero

O diálogo é a relação de um “eu” frente a um “tu”. Pressupõe, portanto, a existência de saberes nos dois sujeitos que compõe os pólos da relação. O confronto de saberes, porém, requerem dos sujeitos a partilha da palavra e a concessão de que seus saberes não são absolutos. (FÁVERO, 2002, p.114)

Assim, numa relação dialógica a palavra é proferida em condições de igualdade, mesmo que os sujeitos tenham posições distintas na relação pedagógica.  Requer também humildade para que o sujeito se perceba inconcluso, ou seja, para admitir que seu conhecimento não é o último, nem o melhor

O diálogo requer ainda abertura para o outro, pois se faz necessário estar frente a frente com o outro, numa atitude subjetiva de despojamento de uma suposta superioridade. Implica assumir condições de igualdade, reconhecendo que o outro é capaz de possuir saberes outros, diferentes, mas mesmo assim, saberes seus. Neste sentido a subjetividade parece ser determinante na relação pedagógica professor-aluno, tanto podendo gerar o autoritarismo como o diálogo (FÁVERO, 2002, p.115).

Como condições mínimas e indispensáveis do processo ensino-aprendizagem, salientam-se a condição de escuta, pois sem ela não há diálogo que se efetiva. Por isso a abordagem da intersubjetividade se faz importante neste processo vivo que é o ato educativo, visto envolver a interação entre seres humanos. Interação esta que precisa provocar a capacidade para o diálogo e a capacidade de ir ao encontro do outro, de querer conversar com ele e, sobretudo se dispor a ouvi-lo. Assim evidencia-se nas relações o caráter de solidariedade ao invés do predomínio do egoísmo, tão marcante em sociedades modernas.

AS HABILIDADES DO PROFISSIONAL

As relações interpessoais do professor no mundo contemporâneo estão cada vez mais complexas. Para se entrar no círculo da educação, respeitando a compreensão de mundo de cada pessoa que muito diferentes. Experiência de vida, contexto sociocultural. Necessitamos saber como fazer arte e sabedoria. Considerando que é a porta de entrada para o seu bom desempenho. É fundamental que o aluno comece a entender, com ajuda constante do professor, para fazer anotações sobre o assunto tratado na sala de aula, organizando o seu caderno, utilizando as anotações das aulas anteriores, posteriormente, quando necessário consultar o dicionário ou outras escritas para resolver problemas que foram determinados. (P.C.Ns, p,107).

Goleman (1999) fala que é necessário perceber o que as outras pessoas sentem compreender suas necessidades, pois expectativas, dificilmente as pessoas dizem o que sentem, mas revelam pelo seu tom de voz, expressão facial ou outras formas de comunicação não-verbal. Essa habilidade interpessoal é resultado das capacidades de auto percepção e autocontrole. “O autor diz “sem a capacidade de captar nossos próprios sentimentos, ou impedir que ele se aposse de nós, ”ficaremos irremediavelmente desconectando dos estados de ânimos das outras pessoas”. Quando se observa um rosto feliz ou triste, isso invoca no outro uma reação emocional semelhante, automaticamente. Em qualquer interação social, a harmonia depende, em grande parte da comunicação na medida em que se acompanha o ritmo, a postura e expressão corporal da outra pessoa, começa naturalmente a criar uma sintonia emocional. Portanto, os professores são profissionais que necessitam possuir essa habilidade interpessoal, em especial no que se refere formação de professores. O profissional da educação que sabe ser empático em seu trabalho de orientar outra pessoa, pilota com maior competência, as dinâmicas internacionais de ensino-aprendizagem na sala de aula. A comunicação deve ser clara e objetiva com seus alunos, deles é que se desenvolve e compreende a vida.

Quando se busca algo, for comunicar aos outros o que se compreendeu. Assim se compreende que a ciência vem evoluindo no seu sentido mais amplo. Vale ressaltar que o aluno deve sentir-se livre para errar e aprender com seus erros. Ao sentir livre se traduz aqui por ausências que se deve trabalhar, mas o ambiente é bom. Uma matéria pode ser difícil e exige muita atenção e esforço, mas não significa que se deve estar tensa na classe, que se pense no horizonte de angústia. Aprender com seu próprio erro é importante para o crescimento pessoal, emocional, social ou cognitivo. Vale ressaltar que o bom comunicador, tem que ser expansivo e extrovertido, foi submetido à investigação científica e não resistiu. Isso quer dizer apenas, que a pessoa possui habilidade para a comunicação. Às vezes a interação eficaz significa atenuar a própria presença. Manter o controle das emoções e a serenidade numa situação difícil ou até de emergência, ajuda a pessoa que está no comando a equilibrar a situação e a encontrar, rapidamente, soluções inteligentes e hábeis. Isso é saber manter a compostura numa situação de conflito.

Essa disciplina guia ação educativa promove a reflexão crítica depois da Interação na aula seja, valorizadas pelos futuros professores como, a atividade mais relevante na sua formação, pois representa um contato real com a sua futura profissão (CARVALHO, 1992 p. 35)

Cabe a cada professor trabalhar a sua disciplina para que haja uma mudança didática do pensamento e comportamento espontâneo do docente. Deverá ter presente aos resultados das didáticas e da metodologia específica de cada disciplina. Desta forma, cada um pode demonstrar o que tem de bom, contribuindo, à sua maneira, para o sucesso de todos. O trabalho, além da socialização, visa essa troca, que é a verdadeira possibilidade de se avançar na construção do conhecimento.

Na relação professor-aluno cabe a sensibilidade de não desmerecer a visão de mundo do aluno e suas necessidades fundamentais, preocupando-se sempre em partir dessa realidade, como um recorte específico da vivência do aluno. Bons resultados podem ser alcançados, desta forma, o fracasso escolar pode ser desmistificado, deixando a criança mais confiante em suas possibilidades, ousando pensar e ser criativa. Paulo Freire (1999) pensa a respeito da docência sem discência, embora seja mais interesse central considerar neste saberes que me parecem indispensáveis à prática docente de educadora crítica e progressiva, algum dele seja igual, é preciso insistir este saber necessário ao professor que não ensinar não é transferir conhecimento, não apenas, como professor num curso de formação docente não pode esgotar minhas práticas, discursando sobre a teoria.

É importante, então compreender, que para a pessoa se desenvolver num sentido amplo, as habilidades comunicativas necessitam ser trabalhadas, potencializadas. O que impede, na maioria das vezes, um professor não entender bem a um aluno e vice-versa são as barreiras invisíveis, que são construídas dentro da mente, como um produto que pode se construir a linguagem e a representação interna. Saber ouvir o outro, é uma comunicação essencialmente básica para a interação eficiente. Saber ouvir é estar presente, atento, interessado pela outra pessoa, deixando-a plenamente à vontade para se manifestar, de acordo com sua espontaneidade. É buscar silenciar a si, quando se escuta alguém.

Essa capacidade, por sua importância está constantemente sendo referida, por fazer parte integrante de outros indicadores. A expressão corporal, os gestos, o tom de voz, o olhar, as expressões faciais, na maioria das vezes constituem o ponto de maior poder na interação professor-aluno. Transmite-se entusiasmo, a confiança. O preconceito muito mais fortemente, pelas expressões fisiológicas, é a linguagem não-verbal. O bom professor é representado, então como um bom comunicador  aquele que age de forma sistemática, que organiza o conhecimento, que sabe dosá-lo de acordo com o nível de aprendizagem dos alunos, por meio de uma sequência lógica e correta do conhecimento. As crianças e adolescentes, muitas vezes, experimentam a inversão da relação de poder do conhecimento.

Ser um bom professor é comunicar-se bem com seus estudantes, tentando passar-lhes a matéria que você conseguiu aprender, isto através de estudo, naquela área do conhecimento. É jogo de sedução cujas peças são conhecimentos da disciplina e o encantamento de compreender o melhor possível (SANTOS, 1995, p. 56)

Compreendendo que é difícil a imagem do bom professor, na formação, é importante que o professor tenha uma boa formação acadêmica, por uma base conceitual, e uma formação didática. Daí a necessidade de fazer um bom curso para dominar o conteúdo a ser ensinado e também se relacionar com seus alunos. Cabe o professor observar na sala de aula, é que se devem evitar os conflitos. Os alunos eles percebem a autoridade do professor imposição de limites à disciplina da sala de aula.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante todo o texto um dos conceitos que mais se destacaram foi o de afetividade como um postulado para a realização de uma aprendizagem, isto é inegável, porém é possível olhar a afirmativa de vários ângulos, um deles é partindo do pressuposto que “afetividade” é a substantivação do verbo afetar, verbo transitivo direto quem afeta, afeta a alguém ou a alguma coisa, porém no espaço pedagógico o verbo afetar é bi transitivo, quem afeta também é afetado, e as considerações de qualidade (juízos de valor) não veem ao caso. Nas dimensões atitudinais o que importa é o resultado, professores e alunos vivem em um mundo simbólico, onde atitudes afetam de maneira diferente em diferentes momentos, diferentes pessoas. Como por exemplo: Um elogio por parte do professor para o aluno “X” (que o senso comum julga como um sinal de afetividade positiva) pode constrangê-lo a ponto de que ele nunca mais repita tal procedimento ainda mais se for alvo de chacotas grupais; por outro lado uma reprimenda por parte do professor “Y” pode ser um elemento de superação para a aluna “A”, as exceções são tantas quantas são as situações de tal modo que não há possibilidade de se estabelecer um manual sobre afetividade, mas se não há um manual existem pressupostos gerais que não podem ser esquecidos por nenhuma das personagens envolvidas no processo da afetividade: O respeito mútuo é fundamental e o alicerce onde se constrói uma aprendizagem.

Uma frase de Veronica Shoffstall no poema “Você aprende” estabelece o parâmetro “Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel”, a arte tem o condão de resumir em poucas palavras o que o discurso científico, às vezes, necessita de vários parágrafos. Nesta equação sujeito-sujeito-objeto com a afetividade se tornando o sinal de igualdade é importante não esquecer que os dois personagens podem e são continuamente afetados e aí recorre-se a outra imagem desta vez vinda quem nos traz e Rubem Alves in “conversa com quem gosta de ensinar”: Sobre Jequitibás e eucaliptos, um texto que fala de ser professor mas também deixa implícito a ideia a afetividade, na medida em que compara os professores da atualidade com Eucaliptos, todos iguais, “plantados” de forma planificada e com o mesmo formato e cheio, já os jequitibás são frondosos, tortos, cheios de buracos e volteios, porém são estes que se destacam no cenário, são eles que de uma forma ou de outra servem de marco na paisagem, são eles afinal que são efetivos em suas posições e por que não dizer afetivos.

O texto termina com uma exortação aos novos professores para que deixem as passivas posições burocráticas e se arrisquem em tomadas de posições que muitas vezes podem ser conflitantes, muitas radicais, mas nunca reacionárias, servindo como um referencial para a construção do indivíduo futuro cidadão que foi afetado por um mestre.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, A. R. S. A Emoção e o Professor: Um Estudo à Luz de Henri Wallon. Dissertação de mestrado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC. São Paulo, 1994.

AQUINO, J. G. Confronto na sala de aula: uma leitura institucionalizada da relação professor-aluno. São Paulo: Summus, 1996. (Novas buscas em educação, v.42d).

BOWLBY, J. Teoria do apego e perda. Ed. Martins Fontes São Paulo 2004.

CARVALHO, M. A. V. Relação professor/aluno: Fatores intervenientes tendo em vista a aprendizagem. Semina. Ed. Especial, 1992.

FÁVERO, A. A. (Org). Filosofia e Racionalidade. Passo Fundo: UPF, 2002.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

GADOTTI, M. História das Ideias Pedagógicas. Ática. São Paulo, 2001.

GOLEMAM, D. Trabalhando com inteligência emocional. Rio de Janeiro; objetiva, tradução de M. H. C. Cortez, 1999.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos da metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2005.

RANGEL, M. (org.) Supervisão Pedagógica: princípios e práticas. Campinas, SP: Papirus, 2000.

RODRIGUES, S. A.; GARMS, G. M. Z. Relação professor-aluno e afetividade: reflexões wallonianas sobre o ambiente de aprendizagem e a prática docente. Série Estudos – Periódico do mestrado em Educação da UCDB. Campo Grande: jan/jun 2007, n.23, p.31-41.

SANTOS, J. J. Encantar o cliente dá lucro: Revolucione sua empresa e ame os seus clientes: fatores primordiais de diferenciação dos concorrentes. Rio de Janeiro: Campus, 1995.

SMOLKA, A. L. B.; GÓES, M. C. (orgs.) A linguagem e o outro no espaço escolar: Vygotsky e a construção do conhecimento. São Paulo: Editora Papirus, 1995.

WALLON, H. A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins fontes, 1968.

[1] Licenciatura Plena Em Pedagogia, Pós-Graduação (Especialista Em Psicologia Clínica E Institucional Com Inclusão Educacional/Social). (Educação De Jovens E Adultos).

Enviado: Outubro, 2020.

Aprovado: Novembro, 2020.

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Tânia Márcia Oliveira de Miranda

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