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A prática do exercício físico no tratamento da osteoporose, em mulheres acima de 50 anos

RC: 56366
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

MIGUELINO, Adriano Aparecido [1], MUNIZ, Alexsandro Silva [2]

MIGUELINO, Adriano Aparecido. MUNIZ, Alexsandro Silva. A prática do exercício físico no tratamento da osteoporose, em mulheres acima de 50 anos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 07, Vol. 05, pp. 72-80. Julho de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao-fisica/tratamento-da-osteoporose

RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo refletir acerca dos benefícios obtidos pela prática de exercícios físicos no auxílio ao tratamento da osteoporose em mulheres acima de 50 anos. Durante o estudo, observou-se que a prevenção é ainda a melhor opção e que quanto mais cedo a introdução de hábitos de exercício físico, seja na infância, adolescência, juventude ou idade adulta, o corpo responderá mais favoravelmente. O objetivo geral deste trabalho é mostrar que a prática de exercícios físicos para mulheres acima de 50 anos diagnosticadas com osteoporose influencia positivamente na recuperação. Discutiremos quais exercícios e modalidades terão os melhores resultados para ajudar no tratamento da osteoporose. O problema desta pesquisa está relacionado à precisão do diagnóstico e como o sedentarismo contribui para a piora da doença em mulheres nessa faixa etária. A metodologia utilizada para esta pesquisa foi a bibliográfica.

Palavras-chave: Mulher, osteoporose, exercício físicos.

1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa procura esclarecer o prejuízo da osteoporose e suas complicações, assim como dispõe acerca da importância de um programa de exercícios físicos no combate e na prevenção desta doença que atinge, em sua maioria, o público feminino acima dos 50 anos. Considera-se, ainda, que a temática é bem atual e de grande relevância devido ao aumento na expectativa de vida da população economicamente ativa, sendo este fato uma justificativa para a busca da qualidade de vida tanto no aspecto físico quanto no aspecto psicológico.  Segundo Gali (2001), devido ao aumento do número de pessoas da terceira idade, tem aumentado a preocupação com a saúde, ou seja, envelhecer com qualidade de vida e minimizar os problemas acarretados pela idade. A osteoporose é um desses problemas enfrentados por homens e mulheres, porém o índice é mais alto em mulheres dos 30 aos 60 anos de idade (GALI, 2001).

O objetivo geral deste trabalho é comprovar que a prática de exercícios físicos melhora a qualidade de vida de mulheres portadoras de osteoporose. O objetivo específico é estimular a prática esportiva como meio de socialização, além de demonstrar que por meio de um treinamento de isometria específico, a densidade óssea e a força tendem a aumentar. Quando se trata de osteoporose em mulheres acima dos 50 anos de idade, devemos levar em conta outras questões como hormônios sistêmicos, baixa densidade óssea, deterioração da microarquitetura do tecido ósseo e consequências decorrentes deste problema.  Vários estudos têm comprovado que a prática de exercício físico tem se mostrado benéfica para o combate da osteoporose. E, ainda, frisam que os exercícios melhoram não só a osteoporose, mas a autoestima e a autoconfiança, além de minimizar a depressão (SILVA et al, 2015).

O primeiro capítulo trata sobre o breve histórico da osteoporose; o segundo capítulo analisa a densidade mineral óssea e sua importância no diagnóstico; e o terceiro capítulo, por fim, enfatiza os principais exercícios tangentes à eficácia do tratamento dessa patologia.

2. HISTÓRICO

Em 1830, o patologista francês Jean Georges Chretien Frédéric Martin Lobstein observou que os ossos de alguns pacientes estavam cheios de furos maiores e anormais, e, a partir desses resultados, divulgou o termo para descrever esta deterioração do osso humano com osteoporose, sendo, portanto, uma referência bastante expressiva nesse campo de estudo. Já em 1930, Fuller Albright, do Massachusetts General Hospital, refletiu sobre o que poderia ser feito durante a menopausa, período no qual as mulheres estão particularmente propensas à terem ossos quebradiços. Para a sustentação do corpo e de toda sua estrutura, necessitamos do esqueleto e seu principal constituinte é o osso, que, além de servir como suporte, serve de depósito para minerais como cálcio, fósforo e outros íons. Com a chegada da terceira década de vida em homens e mulheres, o osso começa a sofrer perda da massa óssea numa porcentagem de 0,3% ao ano.

Nos dez primeiros anos de pós-menopausa, essa perda é bem mais significante, podendo chegar a um percentual de 3% ao ano, piorando esse quadro se a mulher for sedentária (GALI, 2001). De acordo com a literatura, a osteoporose é uma condição sistêmica e progressiva, com características degenerativas e multifatoriais. Essa condição leva à diminuição de massa óssea e deterioração da microarquitetura, resultando na fragilidade do osso e aumentando o risco de fratura. Isto está relacionado, também, com a genética e com o estilo de vida, especialmente com os hábitos alimentares e com o nível de atividade física. Atualmente, é considerado um dos grandes problemas de saúde pública e, segundo critérios da Organização Mundial da Saúde, 1/3 das mulheres brancas acima dos 65 anos são portadoras de osteoporose e ainda há uma estimativa que futuramente 50% das mulheres acima dos 75 anos virão a sofrer de alguma fratura osteoporótica (GALI, 2001).

2.1 CLASSIFICAÇÕES DA OSTEOPOROSE

Segundo estudos, pode-se afirmar que a osteoporose vem a se desenvolver devido a uma desordem na remodelação óssea, sendo essa a sua principal causa (GALI, 2001; REBELLO; OLIVEIRA, 2011; SILVA et al, 2015). É sabido, ainda, que o esqueleto adulto se compõe de osso cortical (compacto), no qual representa 85% predominante no esqueleto apendicular, bem como sabe-se, também, que é formado por vasos sanguíneos, linfáticos, nervos e tecido conjuntivo e trabecular (esponjoso), representando, portanto, 15% do esqueleto adulto, sendo encontrado na extremidade distal dos ossos longos e nos ossos chatos na parte interna. Ambos passam por um processo de remodelação óssea, processo esse de grande importância para a manutenção da integridade óssea (Radominski et al, 2004). Segundo a literatura, a osteoporose pode ser classificada em dois tipos, primária (tipo I) ou secundária (tipo II).

A do tipo I é caracterizada por uma perda óssea rápida em mulheres que entraram recentemente na menopausa e o osso mais atingido é o trabecular, sendo associada à fraturas de vértebras e do rádio distal. A do tipo II está relacionada ao envelhecimento e caracteriza-se por uma deficiência crônica de cálcio, bem como pelo aumento da atividade dos hormônios da paratireoide (ou paratormônio) e da redução da formação óssea. A osteoporose secundária também está relacionada a processos inflamatórios como artrite reumatoide, alterações endócrinas, hipertireoidismo, desordens adrenais, mieloma múltiplo por desuso e uso de drogas, como heparina, álcool e corticoides. O uso de corticoide inibe a absorção do cálcio pelo intestino, aumentando a eliminação do cálcio pela urina, acarretando a diminuição da formação osteoblástica e o aumento da reabsorção osteoclástica (GALI, 2001).

3. EXERCÍCIO FÍSICO E A OSTEOPOROSE

O sedentarismo é a causa de vários problemas de saúde e como consequência desta situação o indivíduo pode chegar a ser portador de doença arterial coronariana, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, diabetes tipo II, atrofia de membros superiores ou inferiores, câncer de cólon, câncer de mama, osteoporose e, em alguns casos, chegar ao óbito. A prática do exercício físico para o bem estar geral do corpo (sistêmico, psicológico e estrutural) vem sendo discutida há séculos. Um exemplo disso são as palavras ditas pelo poeta romano Juvenal, ainda no século X, “Mens sana in corpore sano” (“uma mente sã num corpo são”), e, ainda hoje, estudos comprovam a necessidade da prática de exercícios físicos para a promoção de saúde (GUALANO; TINUCCI, 2011).  É a partir do exercício físico que corpo e mente chegam ao equilíbrio que garante a qualidade de vida.

A prática de exercícios físicos deve ser introduzida desde a infância, pois a promoção da saúde se dá por meio da prevenção, sendo a infância e a adolescência a melhor época. No entanto, é bom lembrar que nunca é tarde para começar a prática de atividade física. Estudos realizados têm demonstrado que um dos principais benefícios da prática de exercícios físicos por mulheres portadoras de osteoporose é a melhora do equilíbrio, pois assim evitam-se possíveis quedas que podem resultar em fraturas. Podemos citar que o exercício físico que tem mostrado resultados positivos para o tratamento desta patologia é o exercício físico resistido de intensidade moderada e de prática contínua com intervalos de forma eficiente, no entanto, deve-se evitar exercício de alto impacto, pois este pode resultar em acidentes como fraturas (REBELLO; OLIVEIRA, 2011).

4. DENSIDADE MINERAL ÓSSEA

O diagnóstico da osteoporose é feito através da medida da densidade mineral óssea (DMO), em que os desvios padrões ou um DMO médio abaixo de 2,5 em adultos jovens saudáveis é um indicativo de osteoporose (SILVA, 2015). Com o avanço da tecnologia, o diagnóstico da osteoporose e outras doenças  vêm sendo detectado com mais facilidade antes de se apresentarem os primeiros sintomas para o paciente, tornando o início de tratamento mais eficaz e antecipado para prevenir danos maiores. Alguns dos métodos usados para chegar ao diagnóstico ou prognóstico da osteoporose são: densitometria óssea e risco de fratura, métodos densitométricos baseados em raios X e, dentre esses métodos de Raios X, pode-se, ainda, chegar-se à métodos densitométricos mais relevantes, como Absorciometria de Energia Dupla de Raios X (DEXA), Tomografia Computadorizada Quantitativa (TCQ) e Avaliação óssea com ultrassom.

A densitometria óssea e risco de fratura podem medir a quantidade de massa óssea (g/cm2, g/cm3) precisa a partir do coeficiente de variação (CV). Esse exame determina o peso da cinza óssea entre o peso do conteúdo mineral ósseo (osso intacto), permitindo não só o diagnóstico preciso, mas também um prognóstico preciso. A Absorciometria de Energia Dupla de Raios X (DEXA) é uma técnica que vem sendo muito utilizada ultimamente em todo mundo, pois tem a capacidade de medir partes centrais do esqueleto (coluna e fêmur) com alta precisão diagnóstica e uma baixa quantidade de Raios X (SILVA, 2011). A Tomografia Computadorizada Quantitativa (TCQ) é utilizada para aferir a densidade dos ossos axiais, porém é mais comumente utilizada para medir a densidade da coluna e não é uma técnica muito precisa. A avaliação óssea com ultrassom é uma técnica mais acessível, porém é menos sensível em comparação ao DEXA para coluna e fêmur.

Todos esses exames são de grande relevância, pois, antes de se pensar em tratamentos, tem-se que chegar ao diagnóstico mais específico (SILVA, 2011).

4.1 A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO NO TRATAMENTO DA OSTEOPOROSE

Em grande parte das pesquisas, observou-se que a prática regular da atividade física na prevenção e tratamento da osteoporose em mulheres acima dos cinquenta anos tem acarretado modificações no tecido ósseo e ganho de força e massa muscular, propiciando o equilíbrio, a flexibilidade e a velocidade na marcha e, ainda, um ganho na qualidade de vida. Os exercícios físicos mais indicados para o tratamento dessa patologia são treinamento de forças para os músculos específicos (quadríceps; eretores da coluna vertebral; manguito rotador; caminhadas; alongamento; atividades aeróbicas e exercício físico resistido).

A prática do  exercício resistido deve ser regular, de impacto moderado e execução correta, sob a supervisão de um profissional especializado nessa área. Esses exercícios são de grande valia para auxiliar o tratamento da osteoporose, além dos medicamentos, como a reposição hormonal e reposição de cálcio entre outros fármacos. Enfim, a partir dos exercícios físicos possibilita-se o aumento da flexibilidade e a melhoria na execução de exercícios aplicados no programa prescrito para o paciente diagnosticado com a osteoporose (CAPUTO; COSTA, 2014).

4.2 TREINAMENTOS RESISTIDOS

Após a realização dos exames que detectam ou definem o diagnóstico da osteoporose, o profissional responsável pela prescrição clínica de exercícios irá fazer a anamnese da saúde pregressa do paciente para então prescrever o exercício específico para a patologia em questão, e, de acordo com a evolução do paciente em relação ao treino, essa prescrição poderá ser modificada. Segundo Cunha et al (2007), a atividade física que tem demonstrado uma eficácia notável no auxílio do tratamento da osteoporose é o exercício físico resistido, pois há evidências na possibilidade do aumento na densidade de massa óssea. A compressão óssea exercida com o treinamento resistido não causa lesão articular ou óssea por não haver impacto, pois as sobrecargas são ideais às condições físicas dos que praticam esse tipo de exercício.

Essas sobrecargas são menores do que os pesos dos segmentos corporais, o que possibilita a realização individual dos exercícios com suaves progressões, tanto em relação à força quanto à flexibilidade muscular e à amplitude articular. Todos esses quesitos têm sido analisados e propostos em tratamentos terapêuticos e profiláticos frente à um diagnóstico de osteoporose primária e secundária. O Treinamento Resistido com adaptações possibilita a geração de força e aumenta também a função neural e na arquitetura muscular ocorrem mudanças além dos metabólitos, exercendo um possível incremento da força. O aumento de força muscular, agilidade, equilíbrio e flexibilidade tem sido benefícios obtidos por pessoas que não são atletas, mas praticam o treino resistido regularmente, e, com esses ganhos, diminuem as incidências de quedas na população de idosos ou de mulheres diagnosticadas com osteoporose (PEREIRA; DIAS, 2012)

5. METODOLOGIA

Este artigo utilizou-se de uma pesquisa bibliográfica, tendo em vista a importância do assunto pesquisado e sua grande relevância atualmente. De acordo com Gil (2012), esse tipo de pesquisa tem sua elaboração baseada em outros materiais que já foram publicados, possibilitando que o pesquisador explore uma gama de fatos bem mais extensa que em outros tipos de pesquisas (GIL, 2012). Foram pesquisadas informações relevantes sobre o exercício físico no tratamento da osteoporose em mulheres acima dos 50 anos, com vistas a identificar qual o exercício demonstra ser mais eficaz para esse tipo de patologia. O referencial teórico desta pesquisa foi fundamentado na legislação vigente e em importantes autores e pesquisadores da Educação Física.

Após a pesquisa bibliográfica, o artigo foi estruturado de forma a apresentar os tópicos considerados mais relevantes para demonstrar a importância do exercício físico resistido que apresenta resultados positivos em relação à manutenção da densidade óssea, resistência muscular e flexibilidade, além de uma melhora na autoestima do indivíduo e diminuição da incidência de fraturas.

6. DISCUSSÃO

Todos os trabalhos pesquisados apontaram para a importância da prevenção em relação à osteoporose, o que faz com que o tema seja pertinente e relevante tanto ao âmbito acadêmico quanto à sociedade em geral, uma vez que segundo a Organização Mundial de Saúde já é considerado um problema que irá atingir 50% das mulheres com mais de 75 anos de idade. Assim sendo, é de suma importância que a prática de exercícios seja incentivada desde cedo. Os tratamentos da osteoporose vão desde medicamentos como reposição de hormônios, cálcio até exercícios físicos. De acordo com que foi estudado, o exercício físico resistido tem se mostrado eficaz no fortalecimento dos músculos de sustentação e na manutenção da densidade mineral óssea, como, também, na melhora da autoestima e depressão sofrida pelos portadores da osteoporose ocasionada pelo receio de sofrer quedas e consequentemente fraturas, privando-o do convívio social.

Este trabalho contrapõe com o estudo de Lourenço e Battistella (1994), cujos autores afirmam a importância da atividade física no tratamento de pacientes com osteoporose e sedentários, mas que, a seu ver, a prática coopera acentuando uma aceleração da rarefação óssea. Ainda segundo o autor, na posição ereta, apoiado em ambos os pés, as vértebras lombares superiores e torácicas inferiores suportam 60% do peso corporal, somando-se a isso a força da contração dos músculos da cintura escapular, a carga suportada será quase igual à do peso corporal. Como as vértebras do paciente transformaram-se em osteoporóticas, não seria bom indicar o aumento de outras forças como levantar pesos, realizar movimentos de torção entre outros, pois isso causaria fraturas, micro faturas trabeculares com colapso, ou, ainda, o acunhamento anterior da vertebra no qual a situação do paciente viria a agravar-se tornando a osteoporose sintomática e incapacitante.

No convívio com pacientes da rede pública, pôde-se observar que 60% dos pacientes portadores de osteoporose foram tratados apenas com medicamentos; contudo, analisando a mesma amostra, constatou-se que 15% buscaram alternativas como exercícios físicos e mudanças de hábitos alimentares, porém, sem a indicação do médico; 15% perguntaram ao médico quais outras alternativas, além da medicação, poderiam ser incluídas no tratamento, ou seja, tiveram que provocar o médico a propor outras alternativas para o tratamento; e. os outros 10%, não seguiram o tratamento médico devido a dificuldades econômicas. Desta análise, é proposta a inclusão do exercício físico resistido como indispensável no auxílio ao tratamento da osteoporose também na rede pública, possibilitando o acesso por parte desta população.

As perspectivas futuras para este estudo são, diante das conclusões obtidas por meio da revisão de literatura, que a prática não seja limitada apenas à um tipo de público, nos quais as condições são favoráveis para a prática de exercício físico, mas que seja expandida para pacientes atendidos na rede pública. Pelo exposto, conclui-se que essa pesquisa irá contribuir para a conscientização não só dos profissionais de saúde, mas também trará benefícios aos pacientes que, indiretamente, terão acesso à um tratamento mais integral.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi concluído que o exercício físico resistido tem mostrado benéficos para os indivíduos portadores de osteoporose, não só nos aspectos físicos, como nos aspectos psicológicos. O sedentarismo, além da alimentação, é um dos fatores que tem contribuído para a progressão desta patologia. Não podemos esquecer que, com aumento da perspectiva de vida, o número de portadores, principalmente mulheres brancas acima 50 anos na pós- menopausa, tem aumentado de forma expressiva, e, segundo a Organização Mundial de Saúde,  esse número deverá aumentar em 50%, tornando-se um problema de saúde pública. A conscientização para prevenção deve ser amplamente divulgada para a população, pois a prática de exercício físico na infância e adolescência faz com que essa incidência venha diminuir.

O exercício físico que tem mostrado eficácia no auxílio para o tratamento da osteoporose é o exercício físico resistido de impacto moderado com práticas regulares de execução correta, sob a supervisão de um profissional especializado da área de educação física, devendo-se buscar meios para que esta prática seja disponibilizada nas redes públicas por meio da interdisciplinaridade, o que já acontece em outras áreas da saúde. Por tudo que foi exposto, fica enfatizada a importância de um profissional  especializado de educação física na prevenção, tratamento e reabilitação de indivíduos com diagnóstico de osteoporose, pois esse profissional pode contribuir para o sucesso do tratamento e melhora na qualidade de vida do paciente.

REFERÊNCIAS

CAPUTO, E. L.; COSTA, M. Z. Influência do exercício físico na qualidade de vida de mulheres pós‐menopáusicas com osteoporose. Revista brasileira de reumatologia, v. 54, n. 6, p. 467-473, 2014.

COSTA, A. L. D. et al. Osteoporose na atenção primária: uma oportunidade para abordar os fatores de risco. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 56, n. 2, p. 111-116, 2016.

CUNHA, C. E. W. et al. Os exercícios resistidos e a osteoporose em idosos. RBPFEX-Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, v. 1, n. 1, p. 18-28, 2007.

FONTES, T. M. P.; ARAÚJO, L. F. B. de; SOARES, P. R. G. Osteoporose no climatério II: prevenção e tratamento. Femina, v. 40, n. 4, p. 218-233, 2012.

GALI, J. C. Osteoporose. Acta Ortopédica Brasileira, v. 9, n. 2, p. 53-62, 2001.

GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2012.

GUALANO, B.; TINUCCI, T. Sedentarismo, exercício físico e doenças crônicas. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v. 25, p. 37-43, 2011.

JOVINE, M. S. et al. Efeito do treinamento resistido sobre a osteoporose após a menopausa: estudo de atualização. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 9, n. 4, p. 493-505, 2006.

LOURENÇO, C.; BATTISTELLA, L. R. Reabilitação na osteoporose. Acta Fisiátrica, v. 1, n. 1, p. 7-12, 1994.

PEREIRA, A. R. C.; DIAS, M. R. C. A influência do treinamento resistido na manutenção da massa óssea e prevenção da osteoporose durante o envelhecimento. Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery, n. 12, p. 16-17, 2012.

RADOMINSKI, S. C. et al. Osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 44, n. 6, p. 426-434, 2004.

REBELLO, E. S. O; OLIVEIRA, L. M. P. A eficácia de exercícios físicos no tratamento da osteoporose em mulheres. RBNE-Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, v. 5, n. 30, p. 464-473, 2011.

SILVA, A. C. V. et al. Fatores associados à osteopenia e osteoporose em mulheres submetidas à densitometria óssea. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 55, n. 3, p. 223-228, 2015.

[1] Pós-graduação em Fisiologia do Exercício, Pós-graduação em Prescrição do Exercício Clínico, Graduação em Educação Física.

[2] Especialização em Orientação Educacional. Especialização em Educação Física Escolar, Recreação e Lazer. Graduação em Ciências. Graduação em Pedagogia. Graduação em Licenciatura Plena em Educação Física.

Enviado: Julho, 2020.

Aprovado: Julho, 2020.

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Adriano Aparecido Miguelino

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