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Vigorexia: Dismorfia corporal

RC: 69361
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

VELOZO, Dhara Luiza Francisconni Giolo [1], REIS, Maria Aparecida Inácio Dos [2], LANDIM, Leonardo Monteiro [3], SILVA, Tiago Dantas Reges Da [4]

VELOZO, Dhara Luiza Francisconni Giolo. Vigorexia: Dismorfia corporal. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 12, Vol. 10, pp. 72-82. Dezembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao-fisica/dismorfia-corporal

RESUMO

Para a construção desse trabalho será utilizada a Metodologia de Revisão Bibliográfica acerca do tema Vigorexia: Dismorfia Muscular, com conteúdos retirados de artigos disponibilizados, trazendo a discussão das possíveis causas, sintomas, e tratamentos, para melhor compreensão e prevenção desse transtorno. Vigorexia é caracterizada pela distorção da imagem corporal, e está associada a prática intensa e excessiva de atividades físicas. Apesar desse distúrbio ser similar a alguns transtornos alimentares como a anorexia, a Vigorexia trata-se de um Transtorno Obsessivo Compulsivo, onde o indivíduo enxerga-se fraco, pequeno e sem músculos, desencadeando uma obsessão em práticas que elevem sua massa corporal. A busca pelo corpo esbelto, musculoso e perfeito desperta a necessidade de sentir-se incluso em determinados grupos, levando o indivíduo a casos extremos como até mesmo o uso de esteroides ou outras drogas que atuam no crescimento muscular. Tendo isso em vista, o objetivo desse trabalho é reunir e revisar informações sobre Vigorexia, compilando-as e sintetizando-as para melhor disseminação desse tema tão importante e presente na atualidade.

Palavras-chave: Vigorexia, imagem corporal, transtorno obsessivo compulsivo, dismorfia corporal.

1. INTRODUÇÃO

A constante evolução das mídias sociais vem crescendo de forma exponencial e ganhando grande espaço na vida de milhares de pessoas em todo mundo. Apesar de proporcionar uma vasta rede de informações acessíveis a diversificados públicos, as redes sociais funcionam como uma vitrine de exposição de corpos perfeitos, que afeta diretamente a vida, saúde, e autoestima de vários indivíduos.

Os padrões de beleza estabelecidos pela mídia e seus consumidores pode desencadear uma série de transtornos físicos e mentais, como a Síndrome de Adonis, mais conhecida como Vigorexia ou Dismorfia Muscular.

A Vigorexia trata-se de um transtorno dismórfico corporal que se caracteriza pela insatisfação constante com o próprio corpo que promove a prática exacerbada de exercícios físicos e implicações clínicas nutricionais desfavoráveis ao portador.

Por tratar-se da imagem corporal, essa síndrome é bastante comparada com a Anorexia, porém são diferentes, pacientes anoréxicos sofrem de um distúrbio alimentar que leva a pessoa a ter uma visão distorcida de seu corpo, o que pode se tornar uma obsessão com o seu peso e tudo que se come, a anorexia é caracterizada por uma perca intensa de peso, dietas extremamente rígidas, e busca desenfreada pela magreza, fazendo com que estes pacientes até mesmo contabilizem qualquer tipo de calorias consumidas.

Já em pacientes vigoréxicos, a preocupação é com a quantidade de músculos e o seu aspecto físico nunca são suficientes, fazendo com que o indivíduo se enxergue fraco e franzino, desencadeando um comportamento obsessivo por exercícios de ganho muscular.

O indivíduo vigoréxico pratica exercícios de forma demasiada e repetitiva, mesmo lesionado continua com sua rotina de atividades físicas. O mesmo tem a sensação de necessidade da prática de exercícios, e os faz durante várias horas por dia, muitos acabam desenvolvendo sintomas de ansiedade, tais como; irritação, insônia e afastamento do convívio social.

Apesar das evidências científicas apontarem que a prática de atividade física reduz a insatisfação com a imagem corporal, alguns estudos, falharam em mostrar a associação entre as mudanças na composição corporal e a imagem corporal, e confirmam que indivíduos fisicamente ativos são menos satisfeitos do que os inativos. Por exemplo, a participação de indivíduos em atividades que requerem controle ou manutenção do peso, ou que deem ênfase numa massa muscular mais aparente, ou quando o exercício se torna compulsivo, as pessoas tendem a ser mais críticas em relação aos seus corpos (DAMASCENO et al, 2008).

A Vigorexia esta integralmente ligada a imagem corporal, que se trata da percepção de cada indivíduo acerca do seu próprio corpo, essa imagem é constituída a partir de pensamentos, experiências e suposições, sendo assim uma vivência subjetiva que ocorre de forma interna para cada pessoa.

A imagem corporal pode ser determinada como uma organização multidimensional que relata extensivamente as representações internas da estrutura corporal e da aparência física, em relação a nós mesmos e aos outros. O processo de formação da imagem corporal pode ser influenciado por diversos fatores tais como sexo, idade, meios de comunicação, bem como pela relação do corpo com os processos cognitivos como crenças, valores e atitudes inseridos em uma cultura. Sendo assim, a insatisfação com a imagem corporal aumenta à medida que a mídia expõe belos corpos, fato este que tem determinado, nas últimas décadas, uma compulsão a buscar a anatomia ideal (DAMASCENO et al., 2005).

Mesmo que de forma indireta, a mídia atua de forma ativa na formação da imagem corporal, sendo assim, é um fator determinante na ocorrência de transtornos dismórficos e alimentares. A exposição e padronização de corpos perfeitos afeta a vida e saúde de diversas pessoas que almejam estar por dentro de determinados grupos baseados em padrões estéticos. Infelizmente, isso acontece desde cedo, onde meninos e meninas começam a ter percepção de determinadas exigências em relação aos seus próprios corpos, e agem de forma indevida para obtê-los.

As mídias criam e reforçam os padrões de beleza, e este bombardeio de indicações promove, prevalentemente nas meninas, porém não exclusivamente, transtornos alimentares, tais como a anorexia e bulimia. Já nos meninos, normalmente, no fim da adolescência, esta busca pelo padrão se torna numa influência para a utilização de esteroides anabólicos, contribuindo para o desenvolvimento da vigorexia (CARNEIRO, 2007).

O grupo mais afetado constitui-se por indivíduos do gênero masculino com idades entre 18 a 25 anos (ARRIAGA et al., 2017). Sendo mais comuns em homens, de modo a apresentar uma marca de comportamento relativamente bem definida, a vigorexia estimula sobre o indivíduo, uma busca descontrolada pelo aumento da massa corporal. Entretanto, sabe-se que o ganho de massa corporal é influenciado por alguns fatores como,  a prescrição de treinamento, o repouso, as dietas adequadas e, ainda, ao fator genético. Assim, a demora pela conquista do seu objetivo, pode impulsionar o homem com o referido transtorno, a utilizar recursos capazes de acelerar o ganho de massa muscular, como, os ergonênicos e os esteroides e a pular etapas referentes tanto ao treinamento quanto a alimentação (PORTO e LINS, 2009).

Desse modo, tem-se como pergunta: “Até onde vai o nível de insatisfação em relação a imagem corporal referente a pacientes vigoréxicos, e quais as causas, sintomas e tratamentos?” Essa pergunta será respondida no decorrer do trabalho, embasadas por via de Revisões Bibliográficas a respeito do tema.

Contudo, o objetivo deste trabalho reunir e revisar informações sobre Vigorexia, compilando-as e sintetizando-as para melhor disseminação desse tema tão importante e presente na atualidade. Nesse contexto, é importante que profissionais de Educação Física saibam identificar a presença dessa psicopatologia para melhor orientar seus alunos contribuindo para prevenção desse devido transtorno.

2. METODOLOGIA

Para conduzir esse trabalho será utilizada a metodologia de Revisão Bibliográfica, que se trata da análise de literaturas já publicadas, para proporcionar melhor entendimento e disseminação do tema escolhido, sintetizando discursões trazidas por diversos autores para melhor disseminação do conteúdo tratado.

Foram utilizados como base de dados: Scielo e Google Acadêmico, as palavras chaves da pesquisa foram: Vigorexia, Dismorfia Muscular, Imagem Corporal, e Distorção da Imagem. Para essa revisão foram selecionados 19 artigos já publicados, do ano 2000 ao ano de 2017.

3. RESULTADOS E ANÁLISES

3.1 VIGOREXIA, CONCEITO, CAUSAS, SINTOMAS

As pessoas estão cada vez mais preocupadas com a estética, buscando a qualquer custo atingir o corpo perfeito, dando mais importância a vaidade do que a saúde, podendo isso gerar diversos problemas de saúde físicos e psicológicos como a Vigorexia também conhecida como Síndrome de Adônis, ou Dismorfia Muscular.

De acordo com Falcão (2008), a Vigorexia trata-se de uma percepção distorcida da imagem corporal, caracterizada pela depreciação do próprio corpo.  Apesar de poder afetar qualquer pessoa, a prevalência deste transtorno é acentuada no sexo masculino. Pessoas acometidas por essa condição, se enxergam fracos e franzinos, mesmo que na maioria dos casos sejam fortes e musculosos. Ou seja, pacientes vigoréxicos distorcem sua imagem corporal, mesmo que sejam viris e que todos digam isso, eles não se veem de tal forma.

Segundo Conti; Frutoso e Gambardella (2005), a Vigorexia é causada por uma série de fatores tais como: Cobranças sociais, exposições de padrões de beleza por parte da mídia, como revistas, cinema, redes sociais e entre outras, acrescentada uma alta insegurança pessoal e psicológica.

Nas palavras de Silva (2005), pessoas acometidas por este transtorno tendem a esconder o próprio corpo quando se apresentam em público, pois não se sentem à vontade com o mesmo. Grande parte das pessoas vigoréxicas também fazem o uso de anabolizantes para conseguir atingir o corpo almejado, podendo causar vários riscos à saúde física, como também psicológica causando euforia, pânico, isolamento social, e ansiedade.

Aguiar e Mota (2011) afirmam que a vigorexia está presente quando se há um desejo intenso de ter um corpo musculoso independentemente das consequências que isso pode gerar a própria saúde.

Assunção (2002) também afirma que a Dismorfia Muscular, traz como característica principal a distorção da autoimagem corporal, mas exibe outros sintomas como: Padrões rígidos de alimentação hiperproteica, suplementos alimentares excessivos, e substâncias que aumentam a musculatura e o rendimento físico. As atividades físicas são praticadas de forma obsessiva, causando inúmeros prejuízos na vida social do indivíduo. Vigorexicos chegam a treinar e se exercitar de 4 a 5 horas por dia, e atividades aeróbias como caminhadas estão fora de questão, pois evitam há qualquer custo perder massa magra muscular.

3.2 IMAGEM CORPORAL

A mídia é uma grande aliada na formação do processo da Imagem Corporal. Em revistas, redes sociais, televisão, cinema, e entre outras redes de informações, sempre são exibidos corpos perfeitos e padronizados que muitos almejam ter acompanhado de estilos de vidas saudáveis, geralmente ligados a práticas de exercícios físicos. Mas infelizmente nem sempre é assim, por trás das telinhas não vemos os processos de distorção de imagem que muitos podem sofrer devido a pressão e exigências internas e externas que as acometem.

De acordo com Barros (2005), a Imagem Corporal é fruto de um constructo psicológico desenvolvido acerca de pensamentos, sentimentos e percepção individual sobre a própria aparência do indivíduo e dos demais. Sendo assim, a imagem corporal pode ser modificada por fatores internos e externos, de forma positiva ou negativa. Sendo assim, falando-se de imagem corporal, estamos falando de auto percepção de si em relação ao seu corpo, de forma subjetiva.

Para Vasconcelos (2013), a construção da imagem corporal também vem de cobranças sociais e críticas, não sendo somente cognitiva, mas levando também em conta reflexão de desejos, atitudes emocionais, e interação com os outros. O constructo da imagem corporal vem de eventos diários.

3.3 INFLUÊNCIA DAS MÍDIAS NO PADRÃO ESTÉTICO

Como dito anteriormente, a mídia assume um papel fundamental na formação de padrões de beleza, e um dos maiores problemas é que os ideais proporcionados pela mesma, são na maioria dos casos inatingíveis, gerando em diversas pessoas em toda parte do mundo uma grave baixo autoestima e insatisfação com o próprio corpo, podendo causar inúmeros transtornos relacionados a distorção da imagem corporal.

Bucaretchi (2003) diz a respeito disso que a sociedade produz o que é considerado bonito esteticamente, e também o que deve ser desejado, a mídia por outro lado, fomenta e expõe padrões rígidos e inatingíveis enquanto ao corpo ideal, e a insatisfação corporal se torna um sintoma coletivo. Assuntos relacionados a dietas, cirurgias plásticas, prática de exercícios físicos e entre outros relacionados a melhoria da autoimagem corporal, são falados há todo momento independentemente do local.

3.4 PREVALÊNCIA DA VIGOREXIA

De acordo com Dr. Carlos A. Martell Alonso, a população alvo mais suscetível a ter Vigorexia são homens de 18 a 35 anos, mas também afeta mulheres. O nível socioeconômico desses pacientes é variado, mas geralmente é mais frequente na classe média baixa.

Dados conferidos recentemente mostraram um aumento significativo no número de academias no Brasil, desde o ano de 2006, visto que neste mesmo ano, verificou-se a presença de 7,5 academias, ao passo que em 2014 esse valor passou para 30.767 academias (LIZ et al., 2015).

De acordo com dados científicos, estima-se que cerca de 6 a 10% dos  frequentadores de academia são acometidos pela vigorexia (ARRIAGA et al., 2017). Assim, Serem Junior (2012) constatou a insatisfação demasiada com a imagem corporal através do seu estudo realizado com 548 homens praticantes de musculação, identificando 43% (235 homens) de insatisfação corporal entre estes.

Um estudo realizado com 200 homens frequentadores de academias, de diferentes países (França, Áustria e Estados Unidos), constatou que a satisfação corporal estaria associada ao alcance de mais 13kg de massa muscular (POPE, et. al., 2000).

Neste sentido, Floriano e D`Almeida (2016) também realizaram uma avaliação, no Rio Grande do Sul, com 56 indivíduos do sexo masculino praticantes de exercício físico, onde observaram que 17% apresentavam dismorfia muscular segundo o teste de avaliação da imagem corporal.

3.5 VIGOREXIA E O USO DE ANABOLIZANTES

O uso de anabolizantes está ligado a Vigorexia pois eles auxiliam no crescimento muscular de forma rápida e prática, porém, o uso sem indicação médica traz graves prejuízos para a saúde.

Segundo Brower (1993), esteroides anabolizantes são utilizados de forma ilícita por atletas ou não com o objetivo de aumentar a força muscular e melhorar a aparência. Os usuários dessa droga acreditam que elas proporcionam treinamentos mais intensos, e grande resistência, além de diminuir o tempo de recuperação entre as seções dos exercícios. Os esteroides anabolizantes estão também ligados ao crescimento muscular de forma mais rápida, porem obviamente nada segura, já que causa danos à saúde.

Sobre os riscos à saúde, Assunção (2000) alega que o uso de esteroides anabolizantes está associado a uma série de problemas físicos podendo desenvolver doenças coronárias, hipertensão arterial, tumores hepáticos, alteração na voz, também podendo modificar os níveis de hormônios sexuais. Já em relação a problemas psiquiátricos, o uso dessas drogas pode desenvolver sintomas psicóticos, depressivos e abstinência.

3.6 TRATAMENTOS

A Vigorexia está descrita no manual de diagnóstico DSM – 5 como transtorno compulsivo obsessivo, e não possui um tratamento sistemático próprio para o transtorno, sendo assim necessita-se de vários profissionais para auxiliar na recuperação.

As técnicas utilizadas para tratamento de Anorexia Nervosa podem ser utilizadas na Vigorexia, e tem obtido sucesso. Sendo assim, o tratamento da Vigorexia deve ser feito de forma multidisciplinar, precisando de uma equipe de psiquiatras para caso de medicações, psicoterapeutas para restaurar a auto imagem e auto confiança, nutricionistas para receitar uma boa alimentação rica em nutrientes, e Profissionais de Educação Física para que se mantenha uma rotina de práticas de exercícios físicos saudáveis para a vida, e o bem estar do paciente.

Como aponta Olivardia (2001), uma combinação de métodos geralmente utilizados no tratamento do transtorno dismórfico corporal e dos transtornos alimentares pode servir como diretriz para o tratamento da dismorfia muscular.

Assunção (2002) diz que a terapia cognitivo-comportamental parece ser útil no tratamento da dismorfia muscular, pois ela identifica padrões distorcidos da percepção da imagem corporal junto a aspectos positivos da aparência física, para confrontar padrões corporais atingíveis e inatingíveis encorajando gradualmente o indivíduo a enfrentar sua aversão com o próprio corpo. Já em relação aos comportamentos obsessivos e compulsivos por exercícios podem ser inibidos com o uso correto de inibidores seletivos da receptação de serotonina. As propostas para o tratamento muscular não devem ser entendidas como definitivas, e precisa-se de mais estudos para definir melhores formas de abordagens terapêuticas.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em virtude das discursões literárias mencionadas no decorrer desse trabalho, pode se compreender que, a Vigorexia e outros transtornos dismórficos corporais e alimentares, nascem duma intensa pressão fomentada pela grande mídia de que devemos ter um corpo ideal inatingível.

A ditadura da beleza imposta pela sociedade contemporânea é capaz de desenvolver transtornos físicos e psíquicos altamente perigosos, onde a preocupação com o corpo vira exagero, a ponto de colocar a saúde em risco. O transtorno de imagem causado pela Vigorexia coloca o indivíduo em uma verdadeira saga para atingir o corpo ideal. Essa obsessão traz riscos à saúde e a prática de atividade física torna-se exaustiva, deixando de ser algo saudável e se tornando um ciclo vicioso.

A Vigorexia afeta principalmente homens, mas podendo também afetar mulheres, e tem prevalência em praticantes de musculação e fisiculturismo. A pessoa com tal transtorno tem obsessão por práticas de exercícios que aumentam a massa magra muscular, passando horas na academia e não se importando com o convívio social, fazem dietas hiperproteicas, e até mesmo utilizam anabolizantes, trazendo graves riscos à saúde.

Esse transtorno é caracterizado pela distorção da autoimagem corporal associada a obsessão por atividade física e está catalogado no manual de diagnósticos DSM-5 como um transtorno obsessivo compulsivo.

Apesar de pouco se falar sobre o assunto, a Vigorexia pode ser encaixada em tratamentos de terapia cognitivo-comportamental, com o auxílio de equipes multidisciplinares envolvendo psicólogos, psiquiatras, nutricionistas e profissionais de Educação física.

A importância desse trabalho é de disseminar esse tema tão importante, principalmente para Profissionais Físicos, para que possamos estar atentos aos sintomas, e proporcionar aos nossos alunos confiança e entendimento para que um hábito saudável não se torne uma compulsão.

Muitas pessoas buscam aceitação nas redes sociais e estas cobram que as mesmas sejam aceitas. Os “likes” são alavancados para o ego influenciados principalmente pelas mídias sociais onde as pessoas assemelham felicidade e sucesso com a imagem corporal perfeita.

Vale ressaltar que não existe corpo perfeito, o importante mesmo é sentir-se bem, saudável, e feliz com a própria imagem corporal. Vivemos numa ditadura de corpos perfeitos, mas se obtivermos informação e soubermos repassá-las como bons profissionais, poderemos ajudar as pessoas a se amarem mais e mais.

5. REFERÊNCIAS

AGUIAR, E.F.; MOTA, C.G. Dismorfia muscular: uma nova síndrome em praticantes de treinamento resistido. Revista brasileira de ciência da saúde, ano 9, n. 27, 2011.

ALONSO C.A.M. Vigorexia: enfermedad o adaptación. Revista Digital Buenos Aires. V. 11, n. 99, 2006.

ARRIAGA, C.; NETO, S.; MOINHO, R.; MILHEIRO, G.; LUZ, A.; MOLEIRO, P. Vigorexia – um estudo de autodiagnostico. Adolescência & Saúde, v. 14, n. 1, p. 97-101, 2017.

ASSUNÇÃO, S.S.M. Dismorfia Muscular. Revista Brasileira Psiquiatria. São Paulo, v. 24, supl. III, p. 80-84, 2002.

BARROS, D.D. Imagem corporal: a descoberta de si mesmo. História Ciência Saúde, v. 12, n. 2, p. 574, 2005.

BROWER, K.J. Anabolic steroids. Psychiatrics Clin N Am, v. 16, n. 1, p. 97-103, 1993.

BUCARETCHI, H.A. Anorexia e Bulimia Nervosa uma visão multidisciplinar. São Paulo: Casa do psicólogo, 2003.

CARNEIRO, V.G. A influência da mídia na obesidade de crianças e adolescentes. Monografia (Graduação). Curso de Educação Física, Universidade de Ribeirão Preto- Campus Guarujá, 2007.

CONTI, M.A.; FRUTUOSO, M.F.P.; GAMBARDELLA, A.M.D. Excesso de peso e a insatisfação corporal em adolescentes. Revista de Nutrição, Campinas. v. 18, n. 4, p. 491- 497, 2005.

DAMASCENO, V.O. et al. Tipo físico ideal e satisfação com a imagem corporal de praticantes de treinamento resistido. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói. v. 11, n. 3, p. 181-186, 2005.

DAMASCENO, V.O. et al. Imagem corporal e corpo ideal. Revista brasileira de ciência e movimento, v. 14, n. 2, p. 81-94, 2008.

FALCÃO, R.S. Interfaces entre dismorfia muscular e psicológica esportivo. Revista brasileira de psicologia do esporte, v. 2, n. 1, São Paulo, 2008.

LIZ, C.M. et al. Aderência à prática de exercícios físicos em academias de ginástica. Motriz: Revista de Educação Física, p. 181-188, 2010.

OLIVARDIA, R. Mirror, mirror on the wall, who’s the largest of them all? The features and phenomenology of muscle dysmorphia. Harvard review of psychiatry, v. 9, n. 5, p. 254-259, 2001.

POPE, H.; PHILIPS, A. K.; OLIVARDIA, R. O complexo de Adônis: a obsessão masculina pelo corpo. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

VASCONCELOS, J.E.L. Vigorexia: quando a busca por um corpo musculoso se torna patológica. Revista Educação Física UNIFAFIBE, Ano II, n. 2, p. 91-97, 2013.

[1] Discente do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO.

[2] Discente do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO.

[3] Discente do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO.

[4] Discente do Curso de Educação Física da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO.

Enviado: Dezembro, 2020.

Aprovado: Dezembro, 2020.

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Dhara Luiza Francisconni Giolo Velozo

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