REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

A prática do profissional de educação física com ênfase nas pessoas idosas: ações emergentes nas políticas públicas

RC: 93534
185
5/5 - (102 votes)
DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao-fisica/profissional-de-educacao

CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

BATISTA, Maique dos Santos Bezerra [1], RAMOS, Tiago de Melo [2], NASCIMENTO, Mauricio Santana do [3]

BATISTA, Maique dos Santos Bezerra. RAMOS, Tiago de Melo. NASCIMENTO, Mauricio Santana do. A prática do profissional de educação física com ênfase nas pessoas idosas: ações emergentes nas políticas públicas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano: 06, Ed. 08, Vol. 02, pp. 119-130. Agosto 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao-fisica/profissional-de-educacao, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao-fisica/profissional-de-educacao

RESUMO

Esse artigo aborda reflexões sobre políticas públicas de atenção às pessoas idosas em sociedade correlacionando o aporte da promoção e prevenção da saúde. O entrelaçamento saúde-idoso acompanha o percurso histórico formalizando-se na Constituição Federal Brasileira e Estatuto do Idoso ampliando-se pelo Sistema Único de Saúde. Emerge, desse contexto, a seguinte pergunta disparadora: Que tipo de ações os profissionais de Educação Física estão desempenhando com as pessoas idosas na perspectiva da promoção e prevenção da saúde? O objetivo é analisar que tipos de ações os profissionais de Educação Física estão desempenhando com as pessoas idosas na perspectiva da promoção e prevenção da saúde. Esse artigo é de cunho bibliográfico analítico-exploratório com aprofundamento do assunto em questão. Quanto à abordagem, tem caráter qualitativo por se ater às interpretações dos dados analisados com descrição detalhada sem apresentação de fenômenos estatísticos. A busca de dados ocorreu a partir de plataformas digitais sendo: PubMed, Scielo, Google acadêmico considerando as seguintes palavras-chaves: envelhecimento ativo, políticas públicas, saúde, profissional da Educação Física, programas de atenção às pessoas idosas, promoção e prevenção da saúde. Consideraram-se artigos e livros publicados entre o ano de 2010 a 2020. Dos 65 (sessenta e cinco) materiais analisados na busca seletiva 5 (cinco) atenderam plenamente aos ideais de análise da pesquisa. Os dados foram analisados a partir de 5 (cinco) categorias correspondentes aos programas direcionados à saúde das pessoas idosas. As categorias foram agrupadas com base nesses programas selecionados a partir de relatos de experiências de profissionais atuantes que materializaram e discutiram os resultados em artigos científicos.  A pesquisa mostrou a importância do trabalho coletivo na perspectiva da saúde ampliada bem como a necessidade de fomentar políticas de atenção à saúde que considerem a realidade local.

Palavras-Chave: Pessoas Idosas, Políticas de Saúde, Projetos/Programas, Promoção e Prevenção.

1. INTRODUÇÃO

O crescimento populacional vem aumentando significativamente nos últimos anos devido à redução das taxas de natalidade e o aumento da expectativa de vida. Destacam-se, nesse cenário, a população idosa ao observar nas projeções etária os dados estatísticos em diferentes variações temporais. Dentro desta perspectiva, é possível prever que o número de habitantes no planeta terra deve chegar a 9,7 bilhões em 2050. O índice da população em 30/10/2020 é de 212.243.470 habitantes, desse quantitativo 14.18% da população é representada por pessoas idosas com sessenta e cinco anos ou mais. Na estimativa para o ano de 2060, a população brasileira terá um aumento de 42,62%. No Estado da Bahia, o índice populacional é de 14.947.490 habitantes, desse número 13,28% da população está representada por pessoas idosas que, na escala de projeção para o ano de 2060, esse número, aumentará para 33% da população (IBGE, 2020)

Essas estatísticas refletem a necessidade de projetar a curto, médio e longo prazo, estratégias econômicas, políticas e governamentais para lidar com essa crescente demanda social objetivando garantir a essa população condições dignas para conviver em cidadania com acesso as questões básicas: moradia, segurança, educação, saúde, saneamento básico entre outras. Nessa reflexão, é importante salientar os aspectos que ocasionariam a reforma sanitária. Na década de 1970, deram início à mobilização de diferentes atores sociais responsáveis com a saúde e qualidade de vida da população brasileira para construção de uma proposta que possibilitasse o acesso aos serviços de saúde em diferentes regiões do território nacional sem qualquer tipo de discriminação social (CAMARANO; KANSO; FERNANDES, 2016).

O Sistema Único de Saúde (SUS) emerge de um grande acordo entre conservadores de progressistas implementando a saúde na Constituição Federal Brasileira de 1988, como “um direito de todos e dever do estado” (BRASIL, 1988). No contexto social, a partir da constituição e do SUS, as práticas de saúde ganham visibilidade a partir de políticas de promoção da saúde que refletem nos hábitos saudáveis do sujeito, na alimentação, atividade física, bem-estar físico e mental.

O envelhecimento ativo é um marco político da Organização Mundial da Saúde (OMS) conceituado em 2002 como um “processo de otimização das oportunidades de saúde, educação continuada, participação e segurança, de forma a promover qualidade de vida à medida que se envelhece”. No tocante, a OMS criou o projeto Cidade Amiga do Idoso (CAI) para orientar as cidades na adaptação dos seus ambientes físico, social e político, com a finalidade de favorecer o envelhecimento ativo de qualidade para cada localidade (CAMARANO; KANSO; FERNANDES, 2016).

Após esses fatos supracitados, surge o paradigma do envelhecimento ativo e, em 2013, torna-se uma proposta de política pública nacional participativa. Os profissionais que atuam com pessoas idosas nas políticas de saúde devem desenvolver um trabalho interdisciplinar na perspectiva da saúde ampliada. Entretanto, notam-se que os currículos adotados pelas instituições de formação profissional nessa área são muito fragmentados, o que os levam a enxergar o sujeito apenas como parte, dando ênfase ao agravo à saúde sem inter-relacionar os fatores associados (BATISTA e BATISTA, 2021).

Suscita, nesse cenário, promover ações que reverberem na integralidade que compõem as dimensões do ser humano nos aspectos biopsicossociais. Emerge desse contexto a seguinte pergunta de investigação: Que tipo de ações os profissionais de Educação Física estão desempenhando com as pessoas idosas na perspectiva da promoção e prevenção da saúde? O objetivo desse artigo analisar que tipos de ações os profissionais de Educação Física estão desempenhando com as pessoas idosas na perspectiva da promoção e prevenção da saúde.

O embasamento dessa pesquisa perpassa pelos preceitos enveredados na Política Nacional do Idoso na Lei nº. 8.842 e no Decreto nº 1.948/96, que garante promover o envelhecimento saudável, manter e melhorar ao máximo a capacidade funcional dos idosos, prevenir e tratar doenças, assegurando que esta população permaneça em seu meio social. Apoia-se, também, no Estatuto do Idoso, criado em 2003, que propõe assegurar os direitos e deveres das pessoas idosas para melhor convivência em cidadania (CAMARANO; KANSO; FERNANDES, 2016).

Não obstante, observam-se que três conceituações se associam ao envelhecimento: a idade cronológica, os aspectos biológicos e a dimensão social. Na idade cronológica destacam-se as relações do tempo com a idade. A Organização das Nações Unidas (ONU) traz como pessoa idosa a partir de 60 anos, em países que estão em desenvolvimento; e, 65 anos ou mais, para países desenvolvidos, pois, a idade, para além de uma questão cronológica, está relacionada às condições sociais do sujeito (VERA; OLIVEIRA, 2018).

Já nos aspectos biológicos, entende-se que envelhecer é um processo de mudança psíquica e física, pois, à medida que vai se prolongando a vida, vamos envelhecendo. Os ciclos de vida sofrem mudanças conforme o estilo de vida adotado pelo sujeito. Pessoas que fumam, consomem bebidas alcoólicas com frequência, usam substâncias que prejudica todo os sistemas do corpo humano ocasionam a longo prazo malefícios a saúde, pois, o corpo vai perdendo sua capacidade funcional (ALCÂNTARA; CAMARANO; GIACOMIN, 2016).

Na dimensão social, a velhice é um fenômeno complexo com variações no tempo e espaço, entendida como uma fase no ciclo da vida. As conotações atreladas às pessoas idosas caminham para generalização figurativa que apresentam: rugas, cabelos brancos, frágil e sem conteúdo. Esses estereótipos ao mesmo tempo padronizam um perfil e os/as excluem de determinados espaços sociais e tomada de decisões (BOEAUVOIR, 2018). Percebe-se, a partir das categorias supracitadas, que as variantes analisadas nas três dimensões buscam esclarecer pontos de intersecção entre o cronológico-biológico-social da velhice, que corresponde a um único elemento comum: o humano. Nessa compreensão, entende-se que a abordagem multidisciplinar transita pelas interfaces que permeiam as relações de sujeito-ambiente.

As equipes multidisciplinares têm um papel fundamental de promover ações de educação em saúde nos setores públicos e privados. As atividades com tais grupos precisam despertar interesses, curiosidades, mobilização dinâmica, verbalização, entre outros artefatos que considere o grupo como partícipes da aprendizagem a partir desses três pontos: exploratórias, investigativas e reflexivas (OLIVEIRA et al., 2020). Por essa razão, ações precisam estar situadas na realidade atravessada de sentidos e significados pautada na dimensão do trabalho que considera a aprendizagem com elo centrado no protagonismo do(a) sujeito(a).

Esse artigo é de natureza bibliográfica, analítico-exploratória com aprofundamento do assunto em questão. Para realização da pesquisa, estruturou-se os uma leitura seletiva, analítica e interpretativa de livros e artigos científicos que versam sobre a temática abordada na tentativa de entender com profundidade o assunto e levantar outros pontos que possam contribuir assim como ser submetidos a uma nova investigação cientifica (GIL, 2008). Quanto à abordagem, tem caráter qualitativo por se ater às interpretações dos dados analisados com descrição detalhada sem apresentação de fenômenos estatísticos.

Os dados foram levantados a partir de plataformas digitais intituladas de: PubMed, Scielo, Google acadêmico. Na investigação, foram consideradas as seguintes palavras-chave: envelhecimento ativo, políticas públicas, saúde, profissional da Educação Física, programas de assistência a pessoas idosas, promoção e prevenção da saúde. Consideraram-se os artigos e livros publicados entre o ano de 2010 a 2020 que estivessem em total consonância com o estudo em questão. Dos 65 (sessenta e cinco) materiais analisados na busca seletiva 5(cinco) atenderam plenamente aos ideais de análise da pesquisa.

Os dados foram analisados a partir de 5(cinco) categorias correspondentes aos programas direcionados à saúde das pessoas idosas.  As categorias foram agrupadas com base nesses programas selecionados a partir de relatos de experiências de profissionais atuantes que materializaram e discutiram os resultados em artigos científicos. Os critérios limitadores dessa seleção foram: Conter pessoas idosas no programa; ter no mínimo um profissional de Educação Física; direcionar propostas de prevenção e/ou promoção da saúde. Foi passível de exclusão artigos que não se enquadravam nessa delimitação criteriosa.  Para ilustração e discussão dos resultados, foi sistematizado um quadro síntese contendo os seguintes pontos: a referência bibliográfica; o nome e objetivo do programa analisado; as ações desenvolvidas; e profissionais atuantes para situar o leitor sobre as considerações realizadas nesse material.

2. A PRÁTICA DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE COLETIVA BALIZADAS NAS POLÍTICAS PÚBLICAS

Os profissionais da saúde coletiva têm um papel fundamental na política de planejar e operacionalizar propostas de educação em saúde promovendo ações de caráter preventivos, de bem-estar e socialização, que considerem a realidade local na reflexão sobre o contexto, o global, o multidimensional e complexo, entrelaçados na vida do sujeito em sociedade (BATISTA e BATISTA, 2021). Na emersão dessa reflexão, foi realizado um mapeamento sistematizado de programas com atenção a saúde das pessoas idosas estruturado no quaro síntese abaixo.

Quadro 1: Mapeamento de Programas Direcionados a Saúde das Pessoas Idosas

REFERÊNCIAS PROGRAMA/ OBJETIVO AÇÕES PROFISSIONAIS ATUANTES
BRASIL, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) Departamento de Proteção Social Básica (DPSB). Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. Brasília, 2017. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos-SCFV

 

-Geralmente esse programa está associado ao Centro de Referência de Assistência Social – CRAS

 

 

-Favorecer o desenvolvimento de atividades intergeracionais, propiciando trocas de experiências e vivências, fortalecendo o respeito, a solidariedade e

os vínculos familiares e comunitários

 

-Para crianças até anos 5 anos

Sugere-se: brincadeiras tradicionais, como cirandas; teatro com fantoches; oficinas de arte com materiais recicláveis; oficinas de massagem; passeios e visitas a equipamentos de cultura; lazer e cívicos, oficinas de pintura e escultura.

 

-Crianças e adolescentes 6 a 15 anos

Sugere-se: sessões de cinema como mote para a reflexão e debate dos temas abordados nos encontros do serviço; montagem de peças teatrais e musicais; gincanas desportivas e culturais.

 

– Para adolescentes de 15 a 17 anos

Oficinas de produção de texto; oficinas

musicais e de confecção artesanal de instrumentos; passeios e visitas a equipamentos de cultura, lazer e cívicos; oficinas de danças populares.

 

– Para jovens de 18 a 29 anos

Oficinas de produção de texto; oficinas

musicais e de confecção artesanal de instrumentos; oficinas de danças populares.

 

-Para adultos de 30 a 59 anos

Oficinas de cidadania, por meio das quais serão obtidas informações sobre acesso e violação a direitos, riscos sociais.

 

– Para pessoas idosas

oficinas de cidadania, por meio das quais serão obtidas informações sobre acesso a direitos, riscos sociais, violência contra a pessoa idosa.

 

-Técnico de referência

Profissional de nível superior que integra a equipe do CRAS para ser referência aos grupos do SCFV.

 

-Orientador social ou educador social

Função exercida por profissional com,

no mínimo, nível médio de escolaridade.

VAGETTI, Gislaine Cristina et al. Associação do índice de massa corporal com a aptidão funcional de idosas participantes de um programa de atividade física. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2017. -Programa Idoso em movimento

 

-Pode ser promovido pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer.

 

-Promover práticas de atividades físicas e recreativas que proporcionem mudanças de hábitos para prevenção, manutenção e promoção da saúde.

 

-Competições esportivas; atividades de lazer;

atividades físicas e recreativas; aulas de ginástica; dança; danças sentadas; pilates; caminhadas; festivais de danças; jogos dos grupos de idosos; festival cultural; atividades alusivas a datas comemorativas; intercâmbios culturais.

 

-Profissionais de Educação Física em parceria com nutricionistas e acadêmicos de fisioterapia.

RIBEIRO, Sheylazarth. FERRAZ, Eduardo Martins. Programa esporte e lazer da cidade: autogestão em foco. Corpoconsciência, Cuiabá-MT. 2016. Programa esporte e lazer da cidade (PELC)

 

-Acontecem em núcleos, que são o encontro de agentes sociais e

participantes em um espaço da comunidade.

 

-Construir mecanismos de ampliar o acesso da população brasileira a atividades de esporte e lazer.

 

 

 

 

O programa organiza três ações:

A entidade de controle social;

O conselho gestor;

Encontros com a comunidade no formato de oficina atendo a todos os públicos.

1(um) coordenador técnico do PELC;

1(um) representante da prefeitura;

1(um) representante das

entidades parceiras;

1(um) representante da entidade de controle social;

1(um) representante dos

coordenadores de núcleo;

1(um) representante dos

agentes sociais;

1(um) representante da comunidade.

FERREIRA, Marielle Cristina Gonçalves et al. Programa Academia Carioca da Saúde: Cotidiano, lazer e saúde de idosos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 23, n. 6, 2020.  

-Academia da saúde

 

-Associada a Clínica de Estratégia de Saúde da Família-ESF

 

-Promover a saúde e prevenir doenças, pela adoção de um estilo de vida saudável.

Exercícios físicos com e sem aparelhos; palestras; grupos de artesanato; caminhada; dança de salão; visitas domiciliares; passeios culturais e confraternização para os aniversariantes do mês. Profissionais da saúde (nutricionista, Psicólogos, fisioterapeuta, Profissionais de educação física.
FERRARINE, Rosane de Fátima. Terceira idade e movimento, Campina Grande do Sul, 2011. -Terceira Idade e Movimento

 

-Secretarias de Saúde

 

-Garantir o atendimento socioeducativo a grupos da terceira idade, assegurando

acesso às políticas públicas e cidadania.

Ações diretas comunitários com trabalho

Socioeducativo por meio de atividades programadas em conjunto com parcerias. São realizadas através das seguintes etapas:

 

-Visitas domiciliares para fazer o cadastro

-Início das Atividades

-Reunião com os colaboradores mensalmente para debater pontos positivos e negativos.

-Oficinas com trabalhos manuais e atividades culturais, artísticas e esportivas

 

Médicos, Nutricionistas, Fisioterapeutas

Assistentes Sociais, Psicólogos, Profissionais de educação física.

Fonte: elaboração dos autores produzida em 2021.

O mapeamento investigativo possibilitou levantar dados de programas com ênfase na atenção a saúde das pessoas idosas. Ao analisar as categorias elencadas no quadro, percebe-se que na primeira, o Programa Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), trata-se de um serviço da Proteção Social Básica do SUAS, regulamentado pela Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (Resolução CNAS no 109/2009). Foi reordenado em 2013 por meio da Resolução CNAS no 01/2013. O programa acontece por meio de grupos de faixa etária já citadas no quadro para atender objetivos específicos (BRASIL, 2017).

O programa atinge 30 pessoas por grupo podendo ocorrer todos os dias uma vez na semana ou a cada quinze dias a depender da organização do programa e acontecem em espaços de centro de convivência ou instituição que tenha parceria com assistência social ou vinculada à prefeitura que, também, é uma chave importante para impulsionar o programa. As atividades desempenhadas no programa visam fortalecer os vínculos familiares e comunitários abarcando uma proposta intergeracional que proporciona a troca de experiência com engajamento integrado entre as gerações obtendo novos conhecimentos e respeitando as diferenças do próximo (BRASIL, 2017).

Na segunda, o Programa Idoso em Movimento, pode acontecer no campo, na cidade, nas praças, parques, centros de convivência, ginásios esportivos e associações de moradores. As ações desempenhadas trazem benefícios à população contribuindo para uma vida mais ativa e autônoma possibilitando reduzir o índice de doenças crônicas não transmissíveis, uso de medicamentos e depressão.

Além disso, por serem desenvolvidas em diversos pontos, as atividades promovem parcerias e construção de vínculos entre os servidores e a população idosa. Assim, percebe-se que promover uma vida mais ativa possibilita aos sujeitos opções de escolhas em aderir ou não a prática de atividades físicas. Entende-se que, ao adotar um estilo de vida mais ativo, consequentemente, haverá uma melhoria da aptidão física e fortalecimento da condição imunológica que reverbera na redução dos agravos a saúde a exemplo das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DNTs) (BATISTA & BATISTA, 2021).

Na terceira, o Programa esporte e lazer da cidade (PELC), tem convênio com diferentes esferas: prefeitura, instituições federais, governo do estado. Essas entidades são responsáveis por investir em equipamentos e matérias para ser utilizado na efetivação do programa na cidade atendendo até 400 pessoas por núcleo desempenhando atividades já mencionadas no quadro.

Objetiva-se reconstituir conhecimentos e recursos para intervir no processo social desempenhando novas estratégias para promover cultura de esporte e lazer na concepção de novas possibilidades de ensinar e indagar estabelecendo interação com a comunidade na adequação de atividades específicas para o atendimento de populações idosa e pessoas desfavorecidas, na formação de uma sociedade inclusiva. Assim, precisa-se melhorar a comunicação entre os profissionais e unir pessoas em busca de um mesmo propósito (RIBEIRO; FERRAZ, 2016).

Já na quarta, a Academia da Saúde, oferta ações junto com a secretaria e unidades básicas de saúde em diferentes locais como condomínios, espaços voltados às práticas de atividades físicas direcionadas para os aspectos físico e mental do idoso proporcionando melhor qualidade de vida. O projeto tem mais de 142 mil usuários e está presente em 202 unidades de Atenção Primária (clínicas da família e centros municipais de saúde) que desempenham um conjunto de atividades já citada.

O trabalho coletivo desempenhado pela equipe multidisciplinar nas unidades de saúde contribui para um atendimento mais integrado com os usuários do programa. Essa parceria dos profissionais facilita a comunicação entre as áreas do saber que articulam um plano de trabalho para atingir o mesmo propósito. A correlação entre o trabalho educativo, o lócus territorial e os usuários do serviço, com a mediação dos profissionais de saúde, podem potencializar a aprendizagem dos envolvidos independente da faixa etária, quando a perspectiva da proposta caminha para campo reflexivo de caráter dialógico entre o mundo interno e externo (SILVA; SCHRAIBER; MOTA, 2019).

Na quinta, a Terceira e Idade e Movimento, ocorre por meio de ações indiretas socioeducativas e atividade lúdicas para convivência em grupo propiciando o desenvolvimento pleno do público-alvo.  Pode ter parcerias com o Ministério de Desenvolvimento Social e Secretarias Municipais de saúde, Educação e Cultura e Assistência Social, para proporcionar melhor atenção a qualidade de vida das pessoas idosas.

As ações comunitárias para auto-organização de pessoas idosas ajudam a legitimar a identidade de um grupo que, através das atividades socializadoras, informativas, recreativas e de acompanhamento sistemático à saúde, possibilitam a troca de saberes mediadas pelo  processo contínuo de aprendizagem e interação colaborativa. Essas ações refletem na forma como o sujeito interpreta a realidade por refletir os diferentes aspectos relacionados as dimensões biopsicossociais. Logo, os programas/projetos supracitados apresentam propostas direcionadas às pessoas idosas que perpassam pelos aspectos socioeducativos, cognitivos, de lazer e saúde, associados a entidades públicas, federais e governamentais (GIL, 2006).

Os profissionais da saúde que desempenham as atividades aparecem atrelados com abordagem multidisciplinar em todos os programas/projetos analisados com o propósito de promoção, prevenção, socialização, fortalecimento de vínculos e integração intergeracional, para os usuários dos serviços. Assim, percebe-se que o mapeamento estruturado traz algumas possibilidades enveredadas nos referidos programas/projetos, que podem ser implantadas na cidade a partir da iniciativa de profissionais da saúde associados a entidades parceiras ampliando o leque de possibilidades para um envelhecimento ativo.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Essa pesquisa mostrou a importância da comunicação e das ações desenvolvidas pelos profissionais da saúde no trabalho coletivo associadas às pessoas idosas na perspectivada saúde ampliada. Essa evidencia nos leva a refletir a necessidade de fomentar políticas de atenção à saúde, bem como, aderir projetos/programas já existentes para atender uma demanda crescente da população.

O objetivo em questão foi alcançado pela sistematização do quadro síntese que propiciou discussões acerca dos profissionais de educação física que atuam com pessoas idosas. A partir dos programas analisados, foi possível compreender que os profissionais atuantes em programas direcionados a pessoas idosas desempenham um conjunto de atividades na perspectiva da promoção e prevenção da saúde que já são pré-definidas em projetos estruturantes associados a entidades públicas como prefeituras, órgão federais e governamentais. Correlacionando a reflexão analítica do estudo, nos atentamos aos cuidados que precisam ser considerados na implantação/criação dessas políticas com a realidade local.

Ao implantar um projeto/programa de pessoas idosas por entidades já mencionadas, precisa-se ater às diretrizes que regem a proposta para manter a essência idealizada, mas adaptar ao cenário local para que haja impacto, abrangência e aderência, pois, existem particularidades que são locais e regionais. Isso exige atenção da gestão que gerencia e acompanha os programas/projetos e os profissionais que as executam. Se esses fatores forem desconsiderados, podem comprometer as políticas no campo do planejamento, descentralização e implantação das propostas pelo distanciamento com o cenário real.  Independentemente da idade cronológica e/ou biológica, é necessário contribuir para uma melhor qualidade de vida balizadas no compromisso e responsabilidade para que haja transformação social em todos os níveis.

REFERÊNCIAS

ALCÂNTARA, A. O, CAMARANO, A.M, GIACOMIN, K. C. Política nacional do idoso: velhas e novas questões. Rio de Janeiro: Ipea, 2016. ISBN 978-85-7811-290-5.

BATISTA, Maique dos Santos Bezerra.; BATISTA, Rosana de Oliveira Santos. Práticas Corporais com Metodologias Ativas: o processo de fortalecimento e vínculos das pessoas idosas no município de Simão Dias/SE. In: Cenários e perspectivas da educação física: educação, saúde e lazer. – Paripiranga-BA: Faculdade AGES, 2021.  E-book. P. 70-8. ISBN: 978-65-994411-0-3.

BEAUVIR, S. 1908 -1986. A velhice. tradução maria helena franco martins. 3 ed. Rio de Janeiro: nova fronteira. 2018. [recurso eletrônico – e-book] isbn 9788520943618.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Serviço de Convivência E Fortalecimento de Vínculos (SCFV). Secretaria Nacional De Assistência Social (SNAS), Departamento de Proteção Social Básica (DPSB). Brasília, 10 de julho de 2017.

CAMARANO, Ana Amélia.; KANSO, Solange.; FERNANDES, Daniele. BRASIL ENVELHECE ANTES E PÓS-PNI. In: ALCÂNTARA, Alexandre de Oliveira.; CAMARANO, Ana Amélia.; GIACOMIN, Karla Cristina. Política nacional do idoso: velhas e novas questões. Rio de Janeiro: Ipea, 2016. ISBN 978-85-7811-290-5.

FERRARINE, Rosane de Fátima. Terceira idade e movimento, Campina Grande do Sul, 2011.

GIL, C.R.R. Atenção primaria, atenção básica e saúde da família. Sinergias e Singularidade do Contexto Brasileiro. Londrina (PR); 2006.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. – São Paulo: Atlas, 2008.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Disponível em https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html. Acessado em12/03.2020.

OLIVEIRA, Talita Soares de.; SANTIAGO, Maria Luci Esteves.; FILHO, Luiz Antonio Silva Figueiredo. LEITINHO, Meirecele Calíope. O profissional de educação física atuando no sistema único de saúde: dificuldades e suas estratégias de superação. Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 6, p.37687-37699, jun. 2020.

RIBEIRO, S. FERRAZ, E. M. Programa Esporte e Lazer da Cidade: autogestão em foco. Corpoconsciência, Cuiabá-MT, vol. 20, n. 02, p. 10-22, mai./ago., 2016.

SILVA, Marcelo José de Souza.; SCHRAIBER, Lilia Blima.; MOTA, André. O conceito de saúde na Saúde Coletiva: contribuições a partir da crítica social e histórica da produção científica. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro. 2019.

VERAS, R. P, OLIVEIRA, M. O. Envelhecer no Brasil: a construção de um modelo de cuidado. Ciênc Saúde Coletiva. 2018; 23(6):1929-3.

[1] Mestre em Ensino das Ciências Ambientais (UFS); Especialista em Psicomotricidade (UCAM); Licenciado em Educação Física (UniAGES); Bacharel em Educação Física (UniAGES).

[2] Doutorando em Ciências da propriedade intelectual (UFS); Mestre em ciências da propriedade intelectual (UFS); Especialista em ciências da educação (Luzofona); Especialista em treinamento e rendimento esportivo (SERYGI); Graduado em Educação Física (AGES).

[3] Discente de graduação em Educação Física.

Enviado: Abril, 2021.

Aprovado: Agosto, 2021.

5/5 - (102 votes)
Maique dos Santos Bezerra Batista

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita