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Memória Individual e Memória Coletiva

RC: 6469
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/ciencias-sociais/memoria-individual-e-coletiva

CONTEÚDO

OLIVEIRA, Rita Barreto de Sales [1]

OLIVEIRA, Rita Barreto de Sales. Memória Individual e Memória Coletiva. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 02, Ed. 01, Vol. 13, pp. 339-348 Janeiro de 2017. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencias-sociais/memoria-individual-e-coletiva, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/ciencias-sociais/memoria-individual-e-coletiva

RESUMO

Este artigo tem como propósito verificar algumas diferenças que podem ser estabelecidas entre a memória individual, aqui compreendida como um processo psicológico básico, e a memória coletiva, aqui compreendida como a memória social, ou, em outras palavras, como um processo de construção grupal. Por meio de pesquisa bibliográfica, foram trabalhados os conceitos de memória individual, memória coletiva e memória social. Dessa forma, verificou-se que a memória individual é muito importante para a construção da memória coletiva, uma vez que as lembranças são constituídas no interior de um grupo e têm a linguagem como seu meio de socialização.

Palavras-chave: Ciências sociais, Memória individual, Memória social, Memória coletiva.

INTRODUÇÃO

Neste artigo, a memória individual é compreendida através do modelo espacial. Davidoff (2001) ao conceder destaque ao modelo espacial asseverou que sistemas de memória envolvem os seguintes procedimentos: retenção e codificação; armazenamento e recuperação.  A retenção sugere que todo conteúdo percebido, antes de ser armazenado, deve primeiro passar pelo processo de codificação, no qual as informações são preparadas para a estocagem. Durante tal processo pode existir a tradução dos conteúdos de uma forma para outra, isto é, para imagens, sons ou ideias que possuem significado. Após a codificação da experiência, a mesma pode ser armazenada. Contudo, a autora lembra que a memória não é equivalente a um chip de computador, no qual os itens de informação são empilhados automaticamente, à espera do momento em que são requisitados. Ao contrário, o depósito parece revelar um sistema complexo e dinâmico que muda de acordo com a experiência. Por fim, a recuperação compreende a busca e o resgate de informações.

A autora supracitada afirma que existem três tipos de estruturas que possibilitam a função de armazenamento: a memória sensorial, a memória de curto prazo e a memória de longo prazo. Assim, quando uma informação chega aos órgãos dos sentidos, esta é guardada no mesmo instante. Os conteúdos retidos pela memória sensorial são como imagens persistentes e, em geral, desaparecem em menos de um segundo, a menos que sejam transferidos imediatamente para um segundo sistema de memória, a memória de curto prazo, assinalada como o centro da consciência, capaz de conter tudo aquilo que sabemos: pensamentos, informações, experiências, entre outros fatores. O depósito da memória de curto prazo cobre uma quantidade de dados por tempo limitado (mais ou menos quinze minutos), que pode ser ampliado pela repetição. Além da função de armazenamento, a memória de curto prazo desempenha funções como as de um executivo central, introduzindo e recuperando conteúdos de um terceiro sistema mais ou menos permanente, a memória de longo prazo. Para uma informação passar da memória de curto prazo para a memória de longo prazo não bastam repetições, pois é necessário um tratamento mais profundo, que envolva maior atenção e reflexão quanto aos significados e aproveitamento dos itens que já estão na memória de longo prazo, por parte da pessoa que memorize. Embora o processamento profundo seja uma forma de recuperar algo da memória, a repetição simples e desatenta pode ser suficiente para transferir informações para o depósito de longo prazo.

Este texto pretende verificar algumas diferenças que podem ser estabelecidas entre a memória individual, aqui compreendida como um processo psicológico básico, e a memória coletiva, aqui compreendida como a memória social, ou, em outras palavras, como um processo de construção grupal. Por se tratar de um tema extenso e complexo, é necessário ressaltar que esta verificação não tem a pretensão de trazer informações exaustivas. Assim, escolheu-se apresentar interpretações acerca do assunto, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento de futuras investigações

MEMÓRIA INDIVIDUAL E MEMÓRIA COLETIVA

Epelboin (2004) afirma que a distinção entre memória individual e social/ coletiva recebeu maior destaque a partir da configuração das orientações psicológica e sociológica, delineamento comentado por Farr (1998), Krüger (1986) e Sá (1996).

Krüger (1986) apud Epelboin (2004) concedeu ênfase a alguns aspectos. Assim, mencionou o individualismo, definindo-o como a orientação preferencialmente tomada pelos psicólogos sociais na seleção de seus objetos de pesquisa, ou seja, na eleição do estudo do comportamento social e dos processos cognitivos e afetivos enquanto influenciam e/ou são influenciados pela presença real, inventada ou memorizada de outras pessoas. O experimentalismo também incidiu em um aspecto destacado, uma vez que experimentos teriam sido desenvolvidos de forma reiterada, o que não afetaria a realização de estudos de campo ou outras maneiras de se realizar pesquisas. Outro fator pôde ser concebido através da micro teorização, uma vez que este contexto não envolveria teorias abrangentes.

O autor acima citado esclareceu tal aspecto como sendo consequência da falta de consenso entre os pesquisadores no que diz respeito à concepção de homem adotada; da significativa dispersão dos temas focalizados; da não continuidade dos programas de pesquisa e, até, do antecipado abandono de programas promissores. A noção de etnocentrismo cooperou para a caracterização deste campo de investigação, compreendendo-se este termo como voltado para a orientação principalmente norte-americana registrada neste campo. Tal contexto foi apresentado ainda como uma disciplina científica pragmática, ou que conservava compromisso com o utilitarismo, uma vez que era direcionada ao atendimento de expectativas sociais. O cognitivismo foi também destacado como um fator capaz de facilitar a compreensão do campo em questão, já que a influência deste movimento ganhara considerável relevo neste âmbito de investigação.

Finalmente, Krüger (1986) destacou o a-historicismo, definindo este aspecto como sendo a negligência da perspectiva histórica, citando a importância de se enfatizar a inclusão de tal dimensão social, histórica e cultural.

Já Sá (1996) apud Epelboin (2004), ao caracterizar a Psicologia Social em sua vertente sociológica, destacou aspectos contrários àqueles acima mencionados. Assim, o individualismo seria combatido através do compromisso ainda mais social desta vertente, o que pode ser mais bem entendido por meio da introdução de dois novos níveis de explicação, isto é, além dos já considerados níveis intra e interpessoal, a adoção dos níveis posicional e ideológico. Este pôde ser entendido como o conjunto de crenças e representações existentes que conviria para a organização da sociedade, enquanto aquele foi demarcado como capaz de revelar as diferentes posições sociais ocupadas pelos sujeitos que constituíam relações. No que diz respeito à contraposição ao experimentalismo, destacou-se a utilização de metodologias mais diversificadas, competindo fazer a ressalva de que não se exclui neste contexto o uso do próprio método experimental. Quanto à amplitude das teorias elaboradas, há uma tendência à macro teorização. O etnocentrismo, tanto quanto o a-historicismo, foram trocados pela importância conferida a fatores históricos e culturais no desenvolvimento de fenômenos psicossociais. No que diz respeito ao utilitarismo, nota-se a exacerbação deste aspecto quando a orientação sociológica constituiu o compromisso de tornar a Psicologia Social ainda mais social. Afinal, quanto ao cognitivismo, eliminou-se a noção de cognição social, dando-se prioridade ao conceito de representação social.

No que diz respeito ao destaque dado ao aspecto social, Bosi (1979) explicou que Bartlett estabeleceu a articulação entre o processo de memória e o contexto social, principalmente, ao usar o conceito de convencionalização [2]. O processo de convencionalização envolveria assimilação (simples inclusão de materiais culturais recebidos), simplificação (não consideração de fatores estranhos aos presentes na prática social), retenção parcial com ênfase no detalhe (manter um ponto não relevante no contexto de origem, dando ao mesmo importância) ou, finalmente, a criação de novas formas simbólicas (resultantes das interações sucedidas no conjunto receptor). Esses procedimentos mostravam o trabalho de construção social da memória, posto que esquemas de narração e interpretação existentes nos grupos sugeririam a elaboração de versões históricas próprias diante do conteúdo recebido.

Jedlowski (1997) remete a Maurice Halbwachs ao tratar o tema da memória coletiva, resumindo suas ideias em três assuntos, sendo eles: a concepção da memória individual enquanto inscrita em quadros de referência social, enfatizando-se aí o papel da linguagem;  a noção de construção e seleção do passado, tanto em processos individuais, quanto coletivos de memória;  a compreensão da memória coletiva enquanto função da identidade dos grupos sociais, posto que a primeira serviria para a integração e a continuidade destes grupos, para o  nascimento de sentimentos de pertencimento nos componentes dos mesmos, assim como para a reconstrução do passado de acordo com interesses particulares destes conjuntos.

Carvalhal (2006) também remete a Maurice Halbwachs. Para este último, a memória individual existe sempre a partir de uma memória coletiva, uma vez que as lembranças são constituídas no interior de um grupo. A origem de várias ideias, reflexões, sentimentos, paixões que atribuímos a nós são, na verdade, sugeridas pelo grupo. A memória individual é vinculada a uma intuição sensível, pois existe na base de toda lembrança o chamado a um estado de consciência puramente individual, distinguindo-se das percepções nas quais entram elementos do pensamento social. Esse sentimento de persuasão é o que assegura, de certa forma, a coesão do grupo, esta unidade coletiva, idealizada pelo pensador como o espaço de conflitos e influências entre uns e outros. Dessa forma, a memória individual, construída a partir das referências e lembranças próprias do grupo, alude a um ponto de vista acerca da memória coletiva. Tal olhar deve ser sempre analisado levando-se em consideração o lugar ocupado pelo sujeito no interior do grupo e as relações mantidas com outros meios.

Para Halbwachs (2004), as lembranças podem ser reconstruídas ou simuladas, partindo-se da vivência em grupo. Nós podemos criar representações do passado baseadas na percepção de outras pessoas, naquilo que imaginamos que aconteceu ou internalizando representações de uma memória histórica. A lembrança é uma imagem que ininterruptamente está junto com outras imagens e é, em larga medida, uma reconstrução do passado que é feita com a ajuda de dados emprestados do presente. Além disso, a lembrança também é preparada por outras reconstruções praticadas em épocas anteriores, uma vez que a imagem de outrora já surgiu bem alterada. Quando nos lembramos de coisas que aconteceram conosco e com mais alguém, ou seja, quando temos pontos comuns, podemos até mesmo fingir as lembranças, pois acabamos por expandir nossa percepção do passado, contando com outras informações dadas por outros integrantes do grupo. Entretanto, esse autor chama a atenção para o fato de que não há memória que seja simplesmente imaginação pura e simples; todo este processo de construção da memória passa por um referencial que é o sujeito, pois:

Nossas lembranças permanecem coletivas, e elas nos são lembradas pelos outros, mesmo que se tratando de acontecimentos nos quais só estivemos envolvidos, e com objetos que só nós vimos. É porque, em realidade, nunca estamos sós (p. 26).

Blondel (1966) assevera que o passado oferece continuidade, consistência e objetividade não por causa da memória individual, mas devido à intervenção de fatores sociais. Tais fatores permitem ao sujeito registrar sua experiência em quadros coletivos de memória, nos quais compartilha com membros de seu grupo os eventos vividos.

Concordando com a visão do autor acima, Pollak (1992) afirma que, a priori, a memória assemelha-se a um fenômeno individual, algo relativamente íntimo, próprio da pessoa, mas que Maurice Halbwachs já havia ressaltado que a memória deve ser percebida como um fenômeno coletivo e social ou, em outras palavras, como um fenômeno construído coletivamente e submetido a flutuações, transformações, mudanças constantes. E se destacamos esse atributo flutuante e mutável da memória, tanto individual como coletiva, devemos lembrar que na maioria das memórias há marcos ou pontos relativamente invariantes, imutáveis.

O autor supracitado afirma que os que já realizaram entrevistas de história de vida percebem que no decorrer de uma entrevista muito longa, a ordem cronológica não é necessariamente obedecida, os entrevistados voltam várias vezes aos mesmos acontecimentos e que há nessas voltas algo de invariante. É como se, numa história de vida individual, mas também em memórias construídas coletivamente, houvesse elementos irredutíveis, em que o trabalho de solidificação da memória foi tão importante que impossibilitou a ocorrência de mudanças. Em certo sentido, alguns elementos passam a fazer parte da própria essência da pessoa, muito embora outros acontecimentos e fatos possam se modificar em função dos interlocutores, ou em função do movimento da fala.

Kessel (200_) afirma que a memória coletiva tem uma importante função de contribuir para o sentimento de pertinência a um grupo de passado comum, que compartilha memórias. Esta autora garante que existe um sentimento de identidade no indivíduo calcado numa memória compartilhada não só no campo histórico, do real, mas, sobretudo, no campo simbólico. A memória modifica-se e se rearticula conforme a posição que ocupamos e as relações que estabelecemos em diferentes grupos dos quais participamos. Também está submetida a questões inconscientes, como o afeto, a censura, entre outras. As memórias individuais alimentam-se da memória coletiva e histórica e incluem elementos mais amplos do que a memória construída pelo indivíduo e seu grupo. Um dos elementos mais importantes, que afirmam o caráter social da memória, é a linguagem. As trocas entre os membros de um grupo se fazem por meio da mesma.

Pollak (1992) questiona os elementos constitutivos da memória individual ou coletiva. Tais elementos seriam, em primeiro lugar, os acontecimentos vividos pessoalmente. Em segundo lugar, seriam aqueles “vividos por tabela”, ou seja, acontecimentos vividos pelo grupo ou pela coletividade à qual a pessoa sente pertencer. São acontecimentos dos quais a pessoa nem sempre participou, mas que, no imaginário, tomaram tamanho relevo que, no fim das contas, é quase impossível que ela consiga saber se participou ou não. Se formos mais longe, a esses acontecimentos vividos por tabela vêm se juntar todos os eventos que não se situam dentro do espaço-tempo de uma pessoa ou grupo.

Para esse autor, além desses acontecimentos, a memória é constituída por pessoas, personagens, aos quais se pode aplicar o mesmo esquema: falar de personagens realmente encontradas no decorrer da vida, de personagens frequentadas, por tabela, indiretamente, mas que por assim dizer se tornaram quase conhecidas e, ainda, personagens que não pertenceram necessariamente ao espaço-tempo da pessoa. Por exemplo, na França, não é preciso ter vivido na época do general De Gaulle, para senti-lo como contemporâneo.

Além desses acontecimentos e das personagens, Pollak faz alusão aos lugares. Existem lugares da memória, lugares particularmente ligados a uma lembrança, que podem ser uma lembrança pessoal, mas que pode não ter apoio cronológico. Por exemplo, um lugar de férias na infância, que permaneceu muito forte na memória da pessoa, muito marcante, independentemente da data real em que a vivência se deu.

Na memória mais pública, nos aspectos mais públicos da pessoa, pode haver lugares de apoio da memória, que são os lugares de comemoração. Os monumentos aos mortos, por exemplo, podem servir de base a uma relembrança de um período que a pessoa viveu por ela mesma, ou de um período vivido por tabela. Locais muito longínquos, fora do espaço-tempo da vida de uma pessoa, podem constituir lugar importante para a memória do grupo e, por conseguinte da própria pessoa, seja por tabela, seja por pertencimento a esse grupo (POLLAK, 1992).

O autor supracitado assevera que a memória da África, seja dos Camarões ou do Congo, pode fazer parte da herança da família com tanta força que se transforma praticamente em sentimento de pertencimento. Esses três critérios, acontecimentos, personagens e lugares, conhecidos direta ou indiretamente, podem obviamente dizer respeito a acontecimentos, personagens e lugares reais, empiricamente fundados em fatos concretos. Mas pode-se tratar também da projeção de outros eventos. É o caso, na França, da confusão entre fatos ligados a uma ou outra guerra. A Primeira Guerra Mundial deixou marcas muito fortes em certas regiões, por causa do grande número de mortos. Ficou gravada a guerra que foi mais devastadora, e frequentemente os mortos da Segunda Guerra foram assimilados aos da Primeira. Em certas regiões, as duas viraram uma só, quase que uma grande guerra. O que ocorre nesses casos são, portanto, transferências, projeções.

Além dessas diversas projeções, que podem ocorrer em relação a eventos, lugares e personagens, há também o problema dos vestígios datados da memória, ou seja, aquilo que fica gravado como data precisa de um acontecimento. Em função da experiência de uma pessoa, de sua inscrição na vida pública, as datas da vida privada e da vida pública serão ora assimiladas, ora estritamente separadas, ora vão faltar no relato ou na biografia. Se fizermos entrevistas com personagens públicas, a vida familiar, a vida privada, vai quase que desaparecer do relato. Iremos nos deparar com a reconstrução política da biografia, e as datas públicas quase que se tornam datas privadas. É claro que não podemos interpretar isso exclusivamente como uma espécie de sobre construção política da personagem. Pode ocorrer de fato que as coações da vida pública, como, por exemplo, o tempo disponível, levem uma pessoa, a partir de certo momento de sua vida, a reduzir-se praticamente à personagem pública, à representação dessa personagem. Não se deve, portanto, considerar esses aspectos como indicadores de dissimulação ou falsificação do relato. O que importa é saber qual é a ligação real disso com a construção da personagem (POLLAK, 1992).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As explicações acima indicam que a memória individual é muito importante para a construção da memória coletiva/social, uma vez que as lembranças são constituídas no interior de um grupo e têm a linguagem como seu meio de socialização. Nossas memórias são muito importantes para nossa saúde mental, posto que, em sua maioria, nos fazem felizes. Prova disso, é a alegria que podemos sentir com os mais velhos, quando vamos visitá-los e lhes damos oportunidades para que contem suas histórias/memórias. O brilho nos seus olhos, o tom de suas vozes, a repetição dos fatos em seus mínimos detalhes nos revelam que eles gostam de compartilhar suas memórias e gostariam que ficássemos sabendo de fatos para recontá-los aos mais novos.

REFERÊNCIAS

BLONDEL, C. Introducción a la Psicologia Coletiva. Buenos Aires: Troquel, 1966.

BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembrança de velhos. São Paulo: Queiroz, 1979.

CARVALHAL, Juliana Pinto. Maurice Halbwachs e a questão da memória. In: Revista Espaço Acadêmico, nº 56, jan. 2006. Disponível em: <http//www.espacoacadêmico.com. br/056/56 carvalhal.htm>. Acesso em: 28/11/2016.

DAVIDOFF, L. Introdução à psicologia. Tradução de L. Perez.  São Paulo: Makron, 2001 (Original publicado em 1976).

EPELBOIN, S. Memória individual e memória social/coletiva: considerações à luz da psicologia social. In: Memorandum, nº 7, 2004. Disponível em: <. http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/artigos07/epelboim01.htm>. Acesso em: 28/11/2016.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Ed. Centauro, 2004.

JEDLOWSKI, P. Collective memories:  theoretical, methodological and practical issues, 1997. In: Small-Group Meeting on Collective Memory. Bari: European Association of Experimental Social Psychology, Università di Bari e Università di Roma “La Sapienza”.

KESSEL, Zilda. Memória e memória coletiva. Brasil, 200_. Disponível em: <http://www.museudapessoa.net/escol>. Acesso em 28/11/2016.

POLLAK, Michael. Memória e identidade social. In: Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 5, nº 10, 1992.

APÊNDICE – NOTA DE RODAPÉ

2. Esse conceito garantia que materiais (imagens e ideias) recebidos por certo grupo ganhariam formas de expressão condizentes com as convenções verbais já existentes no mencionado conjunto (BOSI, 1979).

[1] Universidad Iberoamericana. Licenciatura em Letras Plena – CEUB -. Mestrado em Ciência da Informação – UnB. Doutorado em Ciências da Educação – Universidad Americana. Pós-Doutorado em andamento – Universidad Iberoamericana. Professora da Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal. ORCID: 0000-0002-3640-2322.

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Rita Barreto de Sales Oliveira

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