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Mangá e animê: um recurso para aprendizagem do ensino de ciências

RC: 19561
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CONTEÚDO

RODRIGUES, José Leonardo Martins [1], ROCHA, Clarisse Beltrão Rosas [2]

RODRIGUES, José Leonardo Martins, ROCHA, Clarisse Beltrão Rosas. Mangá e animê: um recurso para aprendizagem do ensino de ciências. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 14, pp. 65-85, Agosto de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

O presente trabalho Mangá e animê: um recurso para aprendizagem do ensino de ciências consiste em identificar as dificuldades dos professores na utilização de materiais paradidáticos. Os animês relacionam-se com os alunos de modo que se constitui em um espaço para o desenvolvimento do lúdico, servindo para as interações, as descobertas, investigações acerca das informações veiculadas e no processo de ensino – aprendizagem na disciplina de ciências. Nesse contexto, foram analisados alguns autores que se debruçam sobre a temática em questão. A metodologia utilizada foi a abordagem quanti-qualitativa descritiva. E para coleta de dados foi realizada uma pesquisa de campo em três escolas estaduais no ensino fundamental maior no município de Conceição do Araguaia, com aplicação de questionários direcionados aos professores e alunos da disciplina de Ciências. Os dados analisados serão apresentados em gráficos. A reflexão sobre o tema contribuirá no desempenho do professor nas atividades em sala de aula e no crescimento do aluno na disciplina, sendo protagonista do seu processo de conhecimento e coautor de novas descobertas, porém com a participação da família e dos profissionais de educação para o avanço no seu desenvolvimento.

PALAVRAS–CHAVE: Ensino, aprendizagem em ciência, Recursos Paradidático, Mangá e animê.

INTRODUÇÃO

A educação fundamental, por ser um processo contínuo de formação de valores, necessita de ferramentas que contribuam de forma significativa ao seu desenvolvimento. Materiais paradidáticos auxiliam professores a discutir e pôr em prática temas transversais propostos no PCN (BRASIL, 1998), especificamente a ética, buscando desenvolver a cidadania por meio da reflexão crítica e conhecimento da realidade.

No entanto, a dificuldade do professor ensinar e do aluno aprender ciências no ensino fundamental vem sendo um problema bastante debatido e preocupante, de fato, no ensino de Ciências há necessidade, segundo Wilsek e Tosin (2010) de “um pluralismo metodológico que considere a diversidade de recursos pedagógico-tecnológicos disponíveis e a amplitude de conhecimentos científicos a serem abordados na escola”.

É fundamental buscar a motivação dos alunos, nas diversidades culturais do meio, diminuindo o fracasso escolar e estabelecer a relação entre a construção do conhecimento científico e o processo ensino-aprendizagem das ciências no ensino fundamental. A motivação é um fator determinante na busca do conhecimento, visto que aprender envolve muitas vezes o querer, o gosto e a necessidade pelas informações (VASCONCELOS, 1992).

Para Santos (2008), a “aprendizagem somente ocorre se quatro condições básicas forem atendidas: a motivação, o interesse, a habilidade de compartilhar experiências e a habilidade de interagir com os diferentes contextos”. Essas condições contribuem para a uniformização de algumas características, as quais acabam se tornando padrões comportamentais. Segundo Torres (2008) “vão direcionando a visão dos jovens sobre determinadas concepções de mundo, provocando um forte impacto também na vida dos professores”.

Nesta perspectiva, a educação para as mídias visa à autonomia crítica do educando, a valorização do diálogo e da reflexão e possui como objetivo geral a educação para a cidadania (FANTIN, 2007). A mídia para educação, que origina diversos usos e formas de adaptação de todos os recursos na educação, dos tradicionais aos contemporâneos, pois nas tecnologias de comunicação há novos ambientes de aprendizagens, novos ambientes de interação, essas são as formas de difundir informação. Segundo Fantin (2012), “a comunicação deve encontrar-se vigente na formação, citando um trabalho de mídia-educação, conhecida como a possibilidade de educar para/sobre as mídias, com as mídias e através das mídias”.

Por meio da difusão de informação e através das mídias, é trazida uma nova forma de adequação para todos os meios na educação em prol do aluno, cabendo o uso de recursos paradidáticos como, por exemplo, o mangá e o animê.

Para Mancuso (2010) o principal ingrediente do mangá “é a capacidade de fazer as pessoas mergulharem nas histórias, transparecendo suas emoções e sentimentos e encantando os leitores”. “Os animês assim como os mangás podem ser utilizados em sala de aula como uma ferramenta pedagógica”.

Conforme Secco e Teixeira (2008), os desenhos animados podem funcionar como uma ferramenta didática, “podendo proporcionar um elo entre o cotidiano dos alunos e o conteúdo a ser desenvolvido, fazendo com que a aula se torne mais atrativa e aumentando as possibilidades de interação entre professores e alunos”.

Segundo Fontanella (2004) o “desenho animado é um instrumento social com dimensões culturais e estéticas”. E quando se fala em desenhos animados nipônicos, logo se lembra dos olhos grandes, cabelos coloridos e espetados e, muitas vezes, de longas e sangrentas batalhas entre personagens. O animê, nome dado ao desenho japonês, muitas vezes possuem essas características, porém nem sempre e nem todas, já que muito amplo é o universo das animações japonesas (FARIA 2007). É importante ressaltar que tanto quanto às outras formas de ensino-aprendizagem (filmes, documentários, etc.), os desenhos animados têm um grande potencial pedagógico.

O que constatamos hoje nas escolas, de forma geral, é que as metodologias de ensino encontram-se obsoletas e não atentam aos interesses dos alunos. De acordo com Barros (2015), a maior parte dos professores utilizam metodologias de ensino tradicional fundamentada em conteúdos disciplinares que não apresentam dar conta de ensinar para a complexidade. Contudo, “é necessário questionar se a relevante questão a ser examinada recai na tendência dos professores em obter os aperfeiçoamentos metodológicas que o trabalho interdisciplinar pede.” (BARROS, 2015, p 2.)

Os animês relacionam-se com os alunos de modo que se constitui em um espaço para o desenvolvimento do lúdico, servindo para as interações, as descobertas, investigações acerca das informações veiculadas. “Muito além de confundir ficção e realidade, auxilia a criança no desenvolvimento intelectual e emocional” (BOYNARD, 2004).

METODOLOGIA

O presente projeto foi desenvolvido através do conjunto de métodos científicos, composto pela: pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo com aplicação de questionário tendo a abordagem quanti-qualitativa e análise de observação descritiva direta.

Optou-se pela pesquisa de campo pela razão do atual projeto ser um conjunto de investigação e de proporção. A pesquisa de campo foi aplicada com a finalidade de obter noções e entendimentos a respeito de um problema, em que se procurou identificar.

A pesquisa de campo por meio de questionário teve como objetivo a coleta de dados sobre a rotina dos professores e alunos no ambiente escolar, visando à importância da utilização dos recursos paradidáticos como o mangá e animê nas aulas de ciências. O questionário foi encaminhado às escolas antes da execução e constam no anexo I as propostas do trabalho e diversas informações consideráveis para a realização do mesmo.

As finalidades estavam vigentes no respectivo questionário de informação ao sujeito de pesquisa do anexo II, estes foram apresentados aos alunos e professores. Os professores cederam as aulas para a aplicação do questionário, entretanto, foram aplicados também ao longo dos intervalos das aulas de ciências em ocasião do tempo, no sentido que os alunos respondessem o questionário. É significativo enfatizar que o questionário foi voluntário e anônimo.

A investigação para os alunos encontrou-se classificada da imediata maneira: no início há duas identificações que são para caracterizar o aluno, a primeira teve a parte de averiguar em qual faixa etária se encontra. Já na segunda teve objetivo de delimitar a série dos alunos analisados de forma que apenas estudantes do 9º ano do ensino fundamental respondessem o questionário, essa escolha foi desta maneira efetuada, porém subentende-se que os alunos do 9º ano já aprenderam determinado tema de ciências, pois já estão concluindo o ensino fundamental.

Nas questões de 01 a 10 tiveram função de verificar se realmente o aluno tem dificuldade na disciplina de ciências; o porquê de sua importância; quais os conteúdos mais interessantes; quais os métodos do professor; qual recurso; o aluno gosta de desenhos animados como o mangá e animê; o aluno gostaria que o professor utilizasse os animês e os mangás durante as aulas; e por fim a forma de melhor compreender o conteúdo de ciências.

A investigação para o professor encontrou-se organizado da seguinte maneira: no início há três identificações que são para caracterizar o professor, a primeira teve a parte de averiguar o sexo, a segunda teve a meta de delimitar a formação profissional e a terceira apresenta a finalidade de mostrar o vínculo do professor com a escola.

Nas questões de 01 a 08 tiveram função de averiguar o professor na posição de gostar de sua profissão; se desempenha com amor o que faz; tem afetividade com os educandos; para que ensinar; os desafios enfrentados; a metodologia utilizada; as dificuldades encontradas; por fim a importância dos materiais paradidáticos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A coleta de dados a respeito dos Alunos

Quando se fala de recurso paradidático no ensino fundamental, é necessário mostrar a sua importância, pois essa prática pedagógica possibilita o avanço no contexto escolar, ou seja, no processo de ensino – aprendizagem na disciplina de ciências.

Por outro lado, a utilização do recurso paradidático mangá e animê como uma perspectiva na educação, traz na sua prática a construção de uma educação mais aberta e compreensiva a respeito da prática docente no contexto, porém deve-se trabalhar com os materiais paradidáticos associados ao dia a dia de cada educando, valorizando a sua cultura, o seu conhecimento tecnológico e de mundo para serem usados como ferramentas a favor de sua própria educação.

Segundo a autora Luyten (2014), “A expansão da informação tecnológica deu aos jovens um conhecimento multimídia mais amplo particularmente com uso dos computadores e a capacidade para comunicação visual via gráficos e animação […]”. Em contra partida, essa expansão invadiu as escolas de forma que a tecnologia é utilizada como uma das principais fontes de informação. “[…] Isto coincidiu com a popularização dos mangás e animês no Ocidente facilitando o entendimento das histórias”. (LUYTEN, 2014, p. 06)

No entanto, os mangás e animês contribuem de forma significativa no processo de ensino – aprendizagem dos alunos, como ferramenta paradidática que utiliza o recurso da animação como uma forma de conhecimento, através da interdisciplinaridade que facilita o entendimento da disciplina de ciências para os alunos. Conforme Arcanjo et al. (2010) afirma que:

Nesta perspectiva o processo de ensino-aprendizagem em sala de aula exige cada vez mais do professor dedicação para que o conteúdo ministrado seja repassado de uma forma dinâmica, eficiente e prazerosa.

Diante disso, na pesquisa realizada podemos perceber que há uma resistência ou certa dificuldade a respeito da forma de passar o conteúdo nas disciplinas, especificamente na disciplina de ciências. Segundo os resultados obtidos a partir do questionário para os alunos e para os professores, teve um índice acima da metade por parte dos alunos que o ensino de ciências é difícil, mas constataram um amplo entendimento da importância do ensino de ciências para nossa vida.

Na questão 01 verificou-se: Os alunos acham os conteúdos de ciências difíceis? Dos 101 alunos, 44% responderam não e 56% disseram sim. Porém, na questão 02 o resultado obtido pelos alunos foi sobre a importância de estudar ciências. E os próprios estudantes sabem que a ciência é fundamental, já que explica quase tudo que nos cerca, desde os procedimentos mais básicos até os mais complexos de todos e, por este motivo, estudá-la é fundamental para formação. De acordo com Filho et al (2011):

O ensino de ciências com seus métodos, linguagem e conteúdos próprios, tem o objetivo de promover a formação integral do cidadão, como ser pensante e atuante, e como corresponsável pelos destinos da sociedade.

É importante ressaltar que o ensino de ciências está diretamente associado ao dia a dia e por isso é uma disciplina indispensável na vida do ser humano. Podemos observar na seguinte figura:

Figura 1 – Frequência (em porcentagem) da importância do ensino de ciências para nossa vida.

Fonte: autor

Conforme os resultados alcançados na questão 03, podemos notar um enorme interesse dos estudantes em aprender os conteúdos de ciências citados na questão. Relevante a isso as questões 04 e 05 obtiveram resultados sobre métodos e recursos utilizados pelos professores, na qual os métodos são os trabalhos em grupos e os recursos são: o quadro e o giz. O método é o mais utilizado pelo professor e o recurso é o que tem mais aceitação entre os alunos.

Na questão O3: Conseguiu-se observar na figura o que surte maior interesse dos alunos são os conteúdos citados no questionário.

Figura 2 – Frequência (em porcentagem) dos conteúdos em ciências que surtem maior interesse.

Fonte: autor

A questão 04 apresenta a figura das frequências de métodos utilizados pelos professores na perspectiva dos alunos.

Figura 3 – Frequência (em porcentagem) dos métodos mais utilizados pelos professores.

Fonte: autor

Na questão 05, podemos analisar que o livro teve o maior número de aceitação por parte dos alunos, pois é um recurso acessível a todos, como mostra a figura.

Figura 4 – Frequência (em porcentagem) dos recursos utilizados pelo professor com maior aceitação para o aluno.

Fonte: autor

De acordo com os resultados atingidos na questão 06, pode-se averiguar que grande parte dos alunos tem interesse em facilitar o aprendizado em ciências através dos recursos: vídeos e livros paradidáticos no formato de animês e mangás. Pertinente a isto, nas questões 07, 08 e 09 obteve conhecimento sobre desenhos animados animês e o mangá como nova ferramenta que auxilia o educador nos conteúdos ministrados nas aulas de ciências, ou seja, “essa construção se torna ainda mais significativa porque as informações se tornam mais facilmente assimiladas pelo leitor.” (LINSINGEN, 2007, p. 05)

Na questão 06 mostra a opinião dos alunos sobre os materiais paradidáticos em forma de animês e mangás como ferramenta que facilitaria o aprendizado em ciências, como a figura apresenta.

Figura 5 – Frequência (em porcentagem) dos recursos como vídeos e livros paradidáticos em forma de animês e mangás facilitariam o aprendizado em ciências.

Fonte: autor

A questão 07 apresentada no gráfico a seguir demonstra maior interesse por parte dos alunos quando se trata de um novo recurso para facilitar o ensino – aprendizagem dos conteúdos de ciências. Observa-se que:

Figura 6 – Frequência (em porcentagem) o gosto pelos desenhos animados.

Fonte: autor

A questão 08 expõe o mangá para os alunos como material paradidático, porém a frequência mostra que 44% dos alunos não conhecem, assim como mostra a figura.

Figura 7 – Frequência (em porcentagem) do conhecimento do mangá pelos alunos.

Fonte: autor

A questão 09 retrata sobre o gostar do desenho animê como é apresentado na figura abaixo que mostra a frequência por parte dos alunos.

Figura 8 – Frequência (em porcentagem) do animê no sentido de gostar por parte dos alunos.

Fonte: autor

Com os resultados alcançados através dos fundamentos da questão 10, observou-se uma imensa vontade dos alunos na utilização dos animês e mangás por parte do professor durante as aulas. Pois,

Não acredito que haja reais limitações para utilizar os mangás pedagogicamente, acredito que haja desconhecimento por parte dos professores a respeito até mesmo de sua existência. (LINSINGEN, 2007, p. 08-09.)

Todavia, na questão 10 os alunos manifestaram um grande interesse na utilização desse recurso paradidático nas aulas, ou seja, a aula seria mais atrativa, dinâmica e chamaria mais a atenção dos estudantes para os assuntos que eles julgam como difíceis, como esclarece na figura a seguir:

Figura 9 – Frequência (em porcentagem) da utilização dos animês e dos mangás pelo professor durante as aulas.

Fonte: autor

A COLETA DE DADOS A RESPEITO DOS PROFESSORES

Não existe um manual ou uma fórmula de como ensinar os alunos, porém existe um profundo desejo de contribuir com a educação através da investigação de novos métodos, recursos didáticos e paradidáticos que possam facilitar a aprendizagem dos alunos e ajudar na metodologia do ensino em sala de aula.

Segundo os resultados obtidos na questão 01, um dos professores que respondeu ao questionário direcionado a eles, estima a profissão em que atua, como o autor Carvalho (2006) diz: “cada indivíduo é único, portanto cada um tem interesses diferentes”. Observa-se que na questão 01 do questionário dos professores que alguns gostam de ser professor, mas pretende mudar de profissão, isso mostra que ser facilitador do conhecimento científico não é tarefa fácil e, tampouco, uma profissão que agrada a todos, como mostra a figura 10.

Figura 10 – Frequência (em porcentagem) dos professores ao gostar de sua profissão.

Fonte: autor

Entretanto, conforme os resultados da questão 02, na qual todos os professores sabem que desempenhar seu papel por vocação e com amor inspira o seu aluno a desenvolver-se integralmente já que o verdadeiro objetivo da educação não é meramente prover informação, mas o estímulo de uma consciência interna, ou seja, que realizam esse desempenho, como apresenta a frequência a baixo:

Figura 11 – Frequência (em porcentagem) do desempenho do trabalho do professor.

Fonte: autor

A questão 03 (anexo 02) foi respondida por quatro professores que lecionam a disciplina de ciências nas escolas que foram palco da pesquisa, como mostra a figura 12.

Figura 12 – Frequência (em porcentagem) da afetividade do educando ao êxito na escola.

Fonte: autor

Conforme os resultados alcançados nas questões 04 e 05, ficou bem evidente que o desinteresse dos alunos é um grande desafio para os professores para a busca na prática de ensino de ciências, apesar disso os docentes se esforçam em ter uma boa metodologia nas aulas expositivas, no laboratório e nas aulas com recursos de multimídias. Como afirmam os autores Lima e Vasconcelos (2006) que: “O professor de Ciências enfrenta uma série de desafios para superar limitações metodológicas e conceituais de formação em seu cotidiano escolar […]”. Com base nessa afirmativa, podemos constatar na figura a seguir que:

Figura 13 – Frequência (em porcentagem) dos desafios enfrentados na prática de ensino de ciências.

Fonte: autor

É importante ressaltar que na questão 05 faz uma análise a respeito da metodologia que é um dos desafios para o educador no dia a dia da sala de aula, principalmente quando se trata da utilização de novos recursos nas aulas de ciências. Metade dos professores na frequência de 50% mencionaram as práticas no laboratório, 25% aulas expositivas e 25% aulas multimídias. A figura 14 mostra essas frequências:

Figura 14 – Frequência (em porcentagem) da metodologia mais utilizadas nas aulas de ciências.

Fonte: autor

De acordo com a questão 06, ensinar ciências no ensino fundamental, é uma missão difícil que requer muita dedicação, porém os profissionais responderam que “a necessidade de ensinar ciências é fundamental em todos os ciclos, a ciência gera dúvidas, questionamentos e com isso mais conhecimento”. Para Trujillo (1974) isto é: “forma de existência que se manifesta de algum modo”.

Por outro lado, os resultados da questão 07, pode-se observar na resposta de um dos professores que: “a maior dificuldade dos alunos é não querer estudar, a grande maioria vem para a escola, porque os pais obrigam”. Diante, dessa tal realidade, o ensina – aprendizagem é visto como uma obrigação e não como uma necessidade do ser humano em obter conhecimento científico e muito menos como uma atividade prazerosa.

Com base nos resultados obtidos das questões 08 e 09, os professores responderam que o uso dos materiais didáticos é importante, assim como o uso de vídeos e os livros paradidáticos como animês e mangás que auxiliam no ensino-aprendizagem. No entanto, é evidente que para os professores o uso dos materiais paradidáticos, “ajudam a construir o conhecimento” e que “todos os recursos paradidáticos são de grande valia, desde que o professor saiba usar de acordo com o contexto de cada aula”.

Contudo, vale destacar que os resultados da pesquisa há uma necessidade da utilização de recursos como os materiais paradidáticos para auxiliar o professor no processo de como o ensino-aprendizagem de cada aluno do ensino fundamental. Dessa forma, o professor poderá estimular os alunos em aprender, facilitando o ensino de ciências e, possivelmente, evitar o fracasso escolar.

A educação é um processo de transformação que exige mudanças como as autoras Rosa e Carvalho (2006) ressaltam que, “para toda mudança há resistências e no caso das escolas este o processo é ainda mais difícil porque se trata de uma mudança do interior para o exterior”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os resultados dos questionários aplicados aos alunos e aos professores podemos constatar que ambos gostariam de melhorar o ensino – aprendizagem através de novos recursos didáticos e paradidáticos nos assuntos de ciências. Por conseguinte, o recurso paradidático como os mangás e animês auxilia no processo de aprendizagem no ensino dos conteúdos como ferramenta pedagógica.

Consequentemente, podemos analisar que os problemas e as dificuldades de aprendizagem estão referidos as causas internas, como os métodos de ensino e a falta da utilização de materiais didáticos apropriados. Com isso, a escola precisa associar os novos recursos para tornar as aulas mais atrativas, dinâmicas e divertidas, desenvolvendo a criatividade e o desempenho dos alunos, assegurando que todos eles sejam capazes de evoluir na aprendizagem e na obtenção de novos conhecimentos.

É indispensável, uma metodologia que instiga o aluno a desenvolver o seu conhecimento como coautor da sua própria formação dentro e fora do ambiente escolar. Por isso, faz-se necessário a proximidade entre família e escola para elaboração de novos métodos de ensino.

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[1] Graduando em Licenciatura Plena em Ciências Naturais – Biologia, Universidade do Estado do Pará – UEPA

[2] Doutora em Ciências na Universidade Federal do Pará- UFPA

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José Leonardo Martins Rodrigues

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