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Maldição hereditária: descoberta metafísica a equivalência baseada em evidências entre iniquidade bíblica e epigenética científica

RC: 21794
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/ciencia-da-religiao/maldicao-hereditaria

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

RODRIGUES, Guilherme Mello Marques [1], MENEZES, Maria Aparecida do Nascimento [2]

RODRIGUES, Guilherme Mello Marques. Maldição hereditária: descoberta metafísica a equivalência baseada em evidências entre iniquidade bíblica e epigenética científica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 10, Vol. 06, pp. 137- 154 Outubro de 2018. ISSN:2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/ciencia-da-religiao/maldicao-hereditaria, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/ciencia-da-religiao/maldicao-hereditaria

RESUMO

Em 1942 os geneticistas descobrem alterações citológicas até então desconhecidas, deste ponto, passamos a reconhecer que nossas emoções e sentimentos não se limitam a uma momentânea alteração no sistema SNC, agora, nossas contínuas descargas adrenérgicas decorrentes de nossos conflitos internos, constroem uma programação neurofisiológica que se instala ao longo de toda a vida, induzindo ou controlando de forma involuntária o sistema cognitivo e fisiológico, independente do estímulo ambiental. Outro fator desta descoberta é o contexto geracional, onde deixam de ser unicamente pessoais, e passam a construir as estruturas emocionais e cognitivas das novas gerações. A descoberta da epigenética revela uma grande equivalência com a iniquidade descrita biblicamente, não apenas estrutural, mas principalmente, por serem temáticas com grande carência científica conclusiva. Na visão teocentrica, a iniquidade é limitada às suas características hereditárias e de pecado no âmbito espiritual, tendo seu caráter científico ignorado pela igreja, já a epigenética, na visão antropocêntrica, ignora o caráter divino de criação, tendo suas características hereditárias estabelecidas numa linha unicamente neurofisiológica, estando separados não apenas pela cadeira acadêmica, mas principalmente, pela divergência desenvolvida entre teólogos e cientistas, onde ambos apresentam uma superficialidade técnica sobre o assunto oposto, limitando a relação associativa científica entre ambas as estruturas e corpo acadêmico.

Reconhecendo por meio de evidências a espantosa equivalência entre as particularidades do epigenoma e as características relatadas sobre a iniquidade bíblica, e obedecendo aos critérios científicos de eliminação de subjetividades, buscamos a comprovação da equipolência entre iniquidade e epigenética, abrindo um vasto campo de pesquisa metafísico associativo.

Palavras-chave: iniquidade, epigenética, equivalência, descoberta, hereditariedade, metafísica.

INTRODUÇÃO

A descoberta da epigenética vem demonstrar mais uma vez que a bíblia não é apenas o livro histórico mais verossímil, como é um manual físicoclínico humano. A bíblia cita a epigenética desde o século 537 A.C., são 2.479 anos até a descoberta científica do epigenoma, o que prova que este distanciamento entre ciência e teologia é prejudicial a evolução antropológica. Sendo assim, através deste estudo, buscamos a comprovação da descoberta científica da iniquidade bíblica na epigenética, abrindo um vasto campo de estudo metafísico associativo e comprobatório.

A iniquidade bíblica e a epigenética científica apresentam uma espantosa equivalência segundo as evidências de ambas as estruturas, inclusive na relativa proporção de abordagem científica, temas recém- pesquisados, e ainda em processo de descoberta. Separadas por infinitas questões administrativas e acadêmicas, essa relação é atrelada em diversos pontos contextuais, não apenas hereditário, mas suas relações de origem e desenvolvimento, além da metamorfose geracional adquirida, aprimorando a essência infundida no genoma e o desenvolvimento de uma nova semente distinta específica vinda da mesma origem, porém em gerações diferentes, o que se forma o elo geracional entre epigenética e iniquidade atingindo até a terceira e quarta geração.

Para a hipótese comprobatória, abordaremos dez características equivalentes entre a iniquidade e a epigenética:

a) Transmutação: é a transformação metafísica de consequências ou características pessoais no âmbito espiritual, comportamental e cognitivo em algo bioquímico.

b) hereditariedade: é a transferência entre gerações de características transmutadas.

c) ação sistêmica: são os efeitos sistêmicos fisiológicos, comportamentais e cognitivos resultante da influência exercida a partir da transmutação.

d) processo evolutivo: é o processo evolutivo ocorrido nas sementes transmutadas.

e) ação permanente: são os efeitos consequentes permanentes trazidos pela transmutação, é a permanência vitalícia das sementes transmutadas.

f) ação acumulativa: é a característica de somar marcadores pessoais às sementes geracionais herdadas.

g) formação de realidades: é o poder de distorcer a perspectiva pessoal da vida.

h) Limpeza Geracional: é a destruição do corpo de pecado ou das sementes transmutadas.

i) Corpo de pecado: É a iniquidade herdada somada a iniquidade adquirida, formando um padrão de iniquidade pessoal a ser passado para próxima geração, o corpo de pecado.

j) Comportamento programado do corpo de pecado: É a reação fisiológica, cognitiva e comportamental das sementes transmutadas.

ABORDAGEM CIENTÍFICA

Nos últimos anos houve um aumento da expectativa de vida da população, o que demonstra estar diante de uma sociedade mais comprometida com sua saúde, qualidade de vida e alimentação saudável, que resulta em uma diversidade de dietas com o propósito de prevenção, manutenção da saúde e melhor performance. Neste contexto, é fundamental entender a importância da interação gene-nutriente e de que forma eles podem interferir em nossa saúde, e que a nutrição exerce seus efeitos na saúde física e mental.

Com o avanço da ciência, vários estudos demonstram o envolvimento dos compostos alimentares e estilo de vida com a epigenética, trazendo alternativas através das bases genéticas individuais (mapa genético individual), um plano alimentar personalizado objetivando de forma profilática uma melhor interação nutricional com soluções alimentares baseadas em características herdadas pelo epigenoma.

A expressão “epigenética” foi criada para substituir “epigênese”, no intuito de descrever tanto o processo da embriogênese (ou ontogênese) quanto à disciplina que estuda o desenvolvimento embrionário dos seres vivos, a embriologia. Quanto à definição da interação gene versus dieta relata o efeito de um composto do alimento sobre um determinado fenótipo, que pode diversificar devido ao polimorfismo genético. Isto é, a variação genética faz com que os nutrientes e outros compostos dos alimentos tenham interações distintas segundo o grupo de marcadores adquiridos, com isso, gera um fenótipo distinto (ORDOVAS; CORELLA, 2004).

Os mecanismos epigenéticos possibilitam modular a expressão gênica através de mudanças na estrutura dos cromossomos (DELAVAL; FEIL, 2004), que são formados a partir da condensação da cromatina, a mesma é formada por um complexo de DNA e proteínas especiais, conhecidas como histonas (PIERCE, 2005).

A metilação do DNA e a acetilação das histonas, podem ser citadas como um dos exemplos de mecanismos epigenéticos (KAPUT ET al., 2007). Neste contexto, entende-se que a metilação do DNA, bem como o balanço energético celular estão intimamente relacionados com o remodelamento da cromatina (PICARD et al., 2004), que pode ser induzida pelas substâncias nutricionais, por meio da enzima DNA metiltransferase (DNMT) a qual catalisa a transferência de um grupo metil da S-adenosilmetionina para os locais específicos do DNA (SNEIDER; TEAGUE; ROGACHEVSKY, 1975).

O conceito dos “4 Rs da Epigenética”, proposto por Matheus em 2008, traz abordagem que a exposição dietéticas e ambientais são recebidas e registradas pelo genoma humano e que as evidencias dessas exposições são relembradas nas gerações posteriores das células e as consequências são reveladas como expressão alteradas nos genes, função das células e consequentemente seu efeito na saúde. As regulações dos processos metabólicas que estão envolvidos na iniciação e no desenvolvimento de alguns estados patológicos como câncer, obesidade, doenças cardiológicas, alterações das respostas imunes, são em partes de responsabilidades das interações gene-nutrientes. (SIGNORI, LARISSA LUIZA HAAS, 2012)

Tomando como base princípios científicos genômicos, nutricionais e dietéticos comprovaremos a relação da iniquidade com a epigenética através de suas características equivalentes, por meio dos efeitos epigenômicos influenciando todo o organismo por meio da contínua influência de um agente gerador de marcador.

ABORDAGEM TEOLÓGICA

A bíblia apresenta uma distinção muito objetiva entre três termos: transgressão, pecado e iniquidade. Essa distinção pode ser vista no livro de Jó 14:17, Daniel 4:27 e em Salmo 51:1-2 descrito abaixo:

“Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.
Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu pecado.”

A iniquidade é produto da transgressão e do pecado, iníquo é aquele que é contrário ao que é justo segundo os padrões de Deus e perverso aos olhos do Senhor, é aquele que carrega a iniquidade, o produto que o iníquo desenvolve e propaga entre as gerações. Assim como a epigenética, a iniquidade exerce um papel muito importante na construção do indivíduo, onde no lugar de nossas convicções de uma construção pessoal autônoma e livre de influências, temos comprovado bíblica e cientificamente, que somos uma rede de programação hereditária pré-estabelecida e evolutiva, e quanto mais ignorada esta verdade, mais somos conduzidos e dominados, como um inseto na teia de aranha. Dentro do objetivo comprobatório da uniformidade entre ambas as estruturas, vejamos as características bíblicas da iniquidade:

DESENVOLVIMENTO

Dentro do objetivo comprobatório da uniformidade entre ambas as estruturas, vejamos as características entre as estruturas:

CARACTERÍSTICA TRANSMUTATIVA

Abordagem Científica

A primeira citação sobre ação epigenética foi em 1970, onde destruiu as convicções de uma estabilidade genética por parte do DNA. A epigenética possui como principal característica, segundo diferentes pesquisadores de todo o mundo, que fatores ambientais estressantes, fortes sentimentos como ódio, amargura e tristeza vivenciados por uma pessoa, e pensamentos negativos constantes, possuem o poder de trazer modificações ao nosso genoma e controlar a expressão do gene, não na alteração da fita do DNA que mantém sua característica genética, mas ligando e desligando sua manifestação, dai o termo “epi” = acima, perto e “genética” = gene (superior ao gene, ou fora do gene). Essa atividade cerebral de impacto súbito ou constante gera os marcadores epigenéticos, que são bases de metilação (-CH3), acetilação (-COCH3) ou fosforilação (PO4), que ativam e desativam a atividade gênica por meio da modificação de histonas, um exemplo, é a metilação mindFulness, onde segundo a Dra. Lia Romano – Médica em seu artigo de contribuição da epigenética na abordagem psicossomática, os pensamentos passam a ter acesso a atividade citológica interferindo diretamente no funcionamento no interior da célula. A transmutação ocorre no interior da célula pela ação dos peptídeos dos pensamentos, decorrentes dos sentimentos e emoções gerados pelo efeito externo. Esse evento eletroquímico é responsável pela liberação de uma descarga fisiológica de hormônios, enzimas e neurotransmissores como cortisol, noradrenalina entre outros, o que induz a formação das bases epigenéticas para reagir à nova programação estabelecida.

Todo esse fato foi comprovado por um artigo publicado a partir de uma pesquisa realizada no Hospital Monte Sinai, em Nova York, que comparou a composição genética de um grupo de 32 homens e mulheres judeus que sofreram em um campo de concentração, com a composição genética de seus filhos que não tiveram contato algum com esse trauma. A pesquisa revelou um padrão genético de esteresse nas novas gerações decorrentes das cargas emocionais sofridas pelas gerações passadas, trazendo uma grande probabilidade de sofrerem problemas ligados ao estresse. Com isso, a neurociência estabelece a epigenética como produto bioquímico do comportamento, sentimento e pensamento que penetra em nosso corpo através das bases epigenéticas atuando no nosso sistema fisiológico e cognitivo, sem alterar o DNA, o que mantém as características genéticas naturais. (VALENTE,; BARBOSA; RODRIGUES; VIEIRA; BARBOSA, 2014)

Abordagem Teológica

O termo transmutação significa “transformação”, que faz referência ao efeito metafísico de transformar cognições e consequências espirituais de comportamento pecaminoso e transgressivo em uma estrutura bioquímica. No Salmo 109:14-18 temos o termo “penetre”, onde aparece apenas uma vez em toda a bíblia, ele trata de um assunto bem específico e único, a iniquidade vinda dos pais e exercida pelo filho:

“Assim como se vestiu de maldição tal como de uma veste, assim penetre no seu corpo como água e em seus ossos como azeite. 19 Seja para ele como a veste que o cobre e como cinto que o cinja sempre.”

Temos aqui, o relato de um indivíduo que apresenta as características comportamentais e cognitivas condenatórias de seus pais, o que a bíblia trata em Isaías 5:18 como

“puxam pela iniquidade”

Assim, Davi relata no versículo 18 o que ocorrerá no mundo espiritual e físico, como ele “vestiu” as malignidades de seus pais, que estão relatadas nos versículos 2-5, ou seja, praticou as maldades impetuosamente, isso vai “penetrar em seu corpo” como água. Há uma ordem no mundo espiritual estabelecendo um limite, um prazo para que ele venha a lembrar-se de usar de misericórdia com as pessoas, essa ordem “penetre” estabelece um castigo ou condenação pelos pecados e transgressões cometidos diante de Deus através de sentimentos e comportamento, não apenas para ele, mas para suas descendências, que trará necessidades, sofrimento e dor como pode ser visto nos versos 9-13.

Podemos observar que a condenação aplicável primeiramente é uma maldição, algo com atuação hereditária como relatada no verso 18, e segundo, o versículo relata onde esta maldição vai atuar: no corpo e nos ossos. A descrição bíblica é muito objetiva, Davi trata de uma prática de iniquidade através de pensamentos, sentimentos e comportamentos, que agora vão ser transformados em algo físico, é a transmutação do corpo de pecado das futuras gerações.

Outro versículo que se associa a esta evidência, está no Salmo 23:7ª (tradução RA):

“Porque, como imagina em sua alma, assim ele é…”

Temos descrito aqui, as referências de relação entre o efeito dos pensamentos (“imagina”) e emoções (“em sua alma”), na formação sistêmica do ser, é o “penetre” sendo descrito de outra forma, construindo todo o indivíduo.

CARACTERÍSTICA HEREDITÁRIA

Abordagem Científica

Mudando nossas concepções, sentimentos agora fazem parte de nossa anatomia e muitos deles, como traços físicos, são herdados. Em 1992, Moshe Szyf (biólogo molecular e geneticista) e Michael Meaney (neurobiólogo), começaram a discutir sobre traços herdados. Meaney acreditava que alguns sentimentos poderiam ser passados de uma geração para outra por genes no cérebro, segundo ele, quando os pais passam por alguma situação marcante na vida eles desenvolveriam alguma mudança em seu cérebro que poderia levar a alguma mudança epigenética.

Segundo estudos atuais de epigenética, mudanças na dieta, exposição a certos elementos do ambiente, intensidades das relações e os modos como vivemos nossas vidas podem alterar nosso DNA, com isso, as hipóteses do professor Meaney criaram um novo braço das ciências: o estudo do comportamento epigenético. Isso significa que quando nossas gerações anteriores passam por momentos traumáticos, nosso comportamento é alterado segundo os estímulos desenvolvidos por este trauma, afetando nossas decisões, perspectivas, emoções e sentimentos.

A teoria da herança epigenética é polêmica, cientificamente, a única forma de transmitir informação biológica entre as gerações é através do DNA, mas, segundo essa teoria, o estilo de vida e as influências do meio ambiente – por exemplo, fumo, estresse ou a dieta – podem provocar mudanças genéticas em nossa descendência e ter um papel importante em seu desenvolvimento. Os genes mudam pela influência do ambiente mediante uma “etiqueta química” (o epigenoma) que adere ao DNA e funciona como um interruptor: modifica a expressão dos genes, ativando-os ou silenciando-os. (VALENTE; BARBOSA; RODRIGUES; VIEIRA; BARBOSA, 2014)

Outra fonte de pesquisa foi realizada por Gregg Henriques, professor de psicologia na James Madison University no blog da Psychology Today e registrada por Katrin Weigmann em Oldenburg , Alemanha através do artigo “Estilo de vida no esperma: Há evidências crescentes de que marcas epigenéticas podem ser herdadas. Mas qual é a natureza da informação que armazenam e quantas gerações elas prevalecem?”. Segundo Gregg, ficou claro que os fatores ambientais, nutricionais ou experiências estressantes deixam marcas permanentes no epigenoma alterando a expressão gênica, afetando o comportamento muitos anos depois, podendo ser herdados através das gerações.

Abordagem Teológica

Segundo as Escrituras Sagradas, a iniquidade possui a característica da transmissão de sementes de iniquidade, onde as sementes desenvolvidas são passadas de geração em geração como descrito no livro de Êxodo 20:5:

“Eu visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração.”

A contração da preposição “em” somada ao artigo “os” origina o termo “(em) = dentro (os) = deles” dentro deles, ou seja, a iniquidade dos pais vai estar dentro dos filhos a nível citológico e genético, o que é comprovado em Salmos 109:18 com os termos “corpo como água e ossos como azeite”. Outra característica hereditária é a extenção atinginda, de até três ou quatro gerações.

AÇÃO SISTÊMICA FISIOLÓGICA

Abordagem Científica

De acordo com o artigo publicado na II COMBRACIS “Bases Epigenéticas do Câncer: Um novo olhar sobre a progressão Tumoral” Os mecanismos que regulam a epigenética exercem forte influencia nos processos vitais dos organismos, onde encontramos diferentes alterações como consequência das marcas epigenomicas, sendo assim, abordaremos algumas abrangências que possibilitem a visão sistêmica das ações epigenéticas sobre o homem por meio do polimorfismo, alterações epigenéticas não patológicas ou com poucas consequências nas células que possibilitam uma alteração fenotípica. (Geilza Carla de Lima Silva1; Alanna Silva dos Santos2; Sabrina Barbosa da Silva3)

O polimorfismo é uma marcação epigenética de extrema importância, segundo o geneticista norte-americano Alec Jeffreys que descreveu a técnica conhecida hoje como “DNA firgerprinting”, um conjunto de marcadores genéticos chamados minissatélites ou sequências repetitivas de número variável (VNTR), são altamente específicas a um indivíduo, a ponto de estarem sendo utilizados para identificação Forence. Isso não apenas descreve o padrão de formação individual fora do DNA, mas principalmente, descreve a existência de um padrão familiar epigenético geracional, marcas especificas de comportamentos, emoções e sentimentos sendo praticado por todas as gerações, o que mantém ativo os marcadores e o comportamento epigenético.

DIABETES MELLITUS TIPO 2: NUTRIGENOMICA E NUTRIGENÉTICA

“De acordo com o ponto de vista genético, para que haja a estimativa de risco de diversas doenças, torna-se necessário conhecer o impacto da combinação de milhões de polimorfismos bem como as alterações epigenéticas distribuídos no genoma (FUJI et al., 2010)”

A literatura traz diversos relatos de vários polimorfismos e alterações epigenéticas, inclusive no que desrespeito a DMT2. No entanto, faz necessário novas pesquisas que relacionem a interação gene versus nutriente.

A via de conecção entre as patologias obesidade e resistência à insulina com a síndrome metabólica e DMT2 representa um fenótipo progressivo (ROCHE, et al., 2005). A quantidade excessiva do Tecido adiposo gera um grande estresse metabólico (ácidos graxos não esterificados) e adipocitocinas pró-inflamatórias (TNF-α, leptina, IL-6, o angiotensinogênio, PAI-1) desta maneira impedem a capacidade de resposta sistêmica de insulina, com isso, a insulina deixa de ter uma ação normal e passa a ter uma ação prejudicada, pode resultar em hiperinsulinemia compensatória e intolerância à glicose (ROCHE, et al., 2005). Alguns genes cuja interação gene versus nutrientes foi descrita para obesidade e diabetes mellitus, ocorrência resultante do polimorfismo, alterações epigenéticas não patológicas que pode ou não refletir uma alteração fenotípica. Vejamos alguns polimorfismos:

Polimorfismo Gene Dail-6

A IL-6é uma citocina com efeito pró-inflamatório, liberada por vários tipos de células, incluindo leucócitos e células endoteliais, tecido muscular e adiposo. A presença de uma grande quantidade concentrada de IL-6 se relaciona à inflamação. O polimorfismo mais comum do gene da IL-6 é -174C/G, o qual tem sido associado à obesidade e a outras comorbidades, como a resistência à insulina (RI), SM e DMT2 (15-17).

O consumo energético parece ter um papel significante nos fenótipos da obesidade na presença de distintos polimorfismos da IL-6. Não existem dados sobre a possível interação entre gene e nutriente desse polimorfismo em pacientes com DMT2. (THAIS STEEMBURGO, MIRELA J DE AZEVEDO, JOSÉ ALFREDO MARTÍNEZ; 2009)

Polimorfismo do Gene PPAR-Gama

Os receptores ativados por PPARs controlam a expressão de diversos genes relativos ao metabolismo dos lipídeos e da glicose. O PPAR-gama se expressa influente no tecido adiposo e exerce um papel importante na diferenciação dos adipócitos e na expressão de diversos genes. São duas as isoformas de PPAR-gama: PPAR-gama1e PPAR-gama2. A primeira se expressa em diversos tecidos, incluindo o adiposo, o musculoesquelético, do coração e do fígado. Já a PPAR-gama2 é expressa quase que exclusivamente no tecido adiposo, mais principalmente nos adipócitos, e determina a expressão de genes específicos das células adiposas, os quais codificam proteínas diretamente relacionadas às vias lipogênicas. (THAIS STEEMBURGO, MIRELA J DE AZEVEDO, JOSÉ ALFREDO MARTÍNEZ; 2009)

Polimorfismo do Gene ADRB

Estes genes são mais expressos no tecido adiposo branco, eles estão intimamente envolvidos na mobilização dos lipídeos. Existem três genes da família do ADRBs: ADRB1, ADRB2e ADRB3, que são importantes genes candidatos à obesidade por causa da sua participação na regulação do gasto energético. Os genes do ADRB2 prejudicam especialmente a lipólise, e seus diferentes polimorfismos vêm sendo associados à obesidade.

Em uma pesquisa sobre a interação entre gene e nutriente, foi demonstrado que o consumo de carboidrato (> 49% da energia total) pode estar associado com um aumento de risco para obesidade (RR = 2,56), particularmente em mulheres portadoras do alelo Glu do polimorfismo Gln27Glu do ADRB2

Outro estudo referente à interação entre gene e nutriente, detectou que o alto consumo de carboidratos foi positivamente associado à composição corporal de pacientes com obesidade grave (IMC > 40 kg/m²) e portadores do alelo de risco do polimorfismo V1031I do gene MCR4. (THAIS STEEMBURGO, MIRELA J DE AZEVEDO, JOSÉ ALFREDO MARTÍNEZ; 2009)

Gametogenese

Segundo citação realizada pelo professor Fernando Portela Câmara da UFRJ, Camundongos criados nas mesmas condições tiveram duas gerações de descendentes com alta proporção de depressão e ansiedade, mesmo sendo criados em ambiente saudável. Este resultado levou a alguns geneticistas a questionarem quanto a informação genética presente nos espermatozoides e óvulos podia ser afetada pelo meio ambiente, comprovando a presença de alterações epigenéticas nos gametas, violando a teoria da separação entre as linhagens somáticas e germinativas. A conclusão da pesquisa revelou que as ações destes genes que se livram da reprogramação, são responsáveis pelos transtornos mentais tais como esquizofrenias e transtorno bipolar, bem  como genes implicados em distúrbios metabólicos e obesidade (TANG WWC, DIETMANN S, IRIE N ET AL., 2015).

Segundo a pesquisa realizada por Brian Dias e Kerry Ressler, da Emory University, em Atlanta, Georgia, EUA, relatam que os ratos podem herdar memórias olfativas de seus pais. Eles induziram ratos para terem medo de odores específicos, associando a eletrochoques leves nos pés, e constataram que os descendentes destes ratos (filhos e netos) também tinham maior sensibilidade a cheiros específicos. (WEIGMANN; OLDENBURG, 2014)

Metabólica e alterações de saciedade

Com relação à obesidade, o controle da necessidade de ingestão alimentar é especialmente afetado por polimorfismos em genes codificadores de receptores ou de peptídeos sinalizadores periféricos (como por exemplo a insulina, a leptina e a adiponectina), e com a homeostasia energética (como o gene PLIN e os genes UCP´s) e como resultado, o consumo dietético total e a saciedade para diversos alimentos podem ser interferidos pelos efeitos causados por estes genes (Ferguson 2006)

Câncer

“A carcinogenese é um processo cumulativo e microevolutivo, onde há a perda do controle do ciclo celular, resultando na capacidade de proliferacao descontrolada, fenótipo invasivo e, muitas vezes, resistência a uma grande variedade de farmacos citotoxicos. Há, portanto, uma co-ocorrência entre fatores geneticos e epigeneticos no desenvolvimento tumoral e isso sugere que a estabilidade genética e epigenética estejam intimamente associadas” (PISANIC II et al., 2016; PERRI et al., 2017). Vemos na citação acima a ação epigenética na formação e evolução tumoral.

Doenças Cardiovasculares

Segundo pesquisas, alterações no metabolismo lipídico recentemente ganhou grande interesse, uma vez que está diretamente associado às desordens cardiovasculares permitindo identificar e relacionar a expressão de marcadores epigenéticos específicos com essas doenças. As doenças de origem cardiovasculares são uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, sendo realizada intensa busca para a compreensão dos mecanismos envolvidos no desenvolvimento e na evolução dessas desordens. Nas últimas décadas, algumas pesquisas vêm destacando a importância das interações entre genes e nutriente nestes processos, apontando para nutrientes e compostos bioativos naturais como promissores agentes na prevenção ou mitigação dessas doenças (HUANG, FROLICH, IGNASZEWSKI, 2005).

Doenças Neurológicas

As causas da doença de Alzheimer são diversas e complexas, envolvendo muitos fatores genéticos e ambientais (EISENSTEIN, 2011; MASTROENI et al, 2011; MILL, 2011; WALTER et al., 2011). O Alzheimer é uma das principais doenças esporádica, ou seja, a forma com instalação tardia não envolve mutações herdadas. Muitas variantes genéticas comuns estão implicadas como fatores de risco. Particularmente relevante é a apoenzima E, APOE, essencial para o tráfego de colesterol no sistema nervoso central. Ela exerce um papel crítico na doença de Alzheimer: uma única cópia da variante gênica APOE4 está ligada a um aumento quadriplicação do risco da doença, enquanto que duas cópias dessa variante aumenta o risco em dez vezes. Por outro lado, a variante APOE2 pode proteger contra a doença de Alzheimer, comparado ao alelo mais comum, APOE3. Estudos do genoma estão agora identificando SNPs em vários genes candidatos que também podem exercer papéis essenciais na doença de Alzheimer (EISENSTEIN, 2011).

Ações epigenética psicossomática

Segundo o estudo publicado pela Dra. Lia Romano no Instituto Junguiano de ensino e pesquisa de contribuição da epigenética na abordagem psicossomática, “Uma das áreas mais pesquisadas na atualidade demonstra como os estímulos ambientais, os fatores estressantes e os pensamentos/ sentimentos vivenciados por uma pessoa interferem no binômio saúde-doença. Esta área é a Epigenética, o estudo dos mecanismos moleculares através dos quais os fatores psicossociais controlam a expressão dos genes, ligando ou desligando sua manifestação” isso significa, que pensamentos passam a ter acesso a atividade citológica interferindo diretamente no funcionamento no interior da célula. A transmutação ocorre no interior da célula pela ação dos peptídeos dos pensamentos, decorrentes dos sentimentos e emoções gerados pelo efeito externo ou interno, “possibilitando que as alterações epigenéticas atinjam até a terceiras e quartas gerações” segundo pesquisas realizadas.

Outro detalhe foram os efeitos epigenéticos no cérebro de pessoas que cometeram suicídio, segundo a pesquisa, “Estudos realizados em cérebros de pessoas que cometeram suicídio encontraram uma associação entre maior metilação da região do gene que sintetiza RNA ribossômico e história de negligência e/ou abuso identificada no perfil psicopatológico do indivíduo. A metilação impede a síntese proteica, interferindo na expressão de genes na região do hipocampo (estrutura associada à impulsividade), fato que resulta em menores volumes dessa região. A redução do hipocampo em crianças vítimas de maus-tratos já era conhecida, mas esses estudos ajudam na compreensão do fenômeno”, porém, o que torna mais preocupante, são os efeitos transgeracional epigenéticos, onde marcadores que são repassados de geração em geração, afetando o desenvolvimento emocional, cognitivo e comportamental, alterando a perspectiva da vida dessas pessoas.

Abordagem Teológica

A Palvra de Deus agora faz referências físicas no Salmo 109:18 para trazer ênfase ao processo de transmutação, e não apenas isso, ela faz referência ao processo físico sistemático da iniquidade, onde ela tomará todo “seu corpo como água, e seus ossos como azeite”. Temos descrito aqui um processo bioquímico envolvendo estas estruturas, demonstrando que a maldição que penetrou vai tomar suas celulas e seus óssos, influenciando nos processos fisiológicos, bioquímicos, hemodinâmicos e estruturais do corpo. Quando o Salmista fala “como água”, faz referência ao estado físico de 65% de água no corpo, o que representaria tomar de forma sistêmica como relatado neste versículo:

“penetre no seu corpo como água e em seus ossos como azeite.”

Assim, como na epigenética, cognições, fatores ambientais e comportamentos se tornam algo bioquímico, interferindo na estrutura e fisilogia do corpo, além da formação de disfunção cognitiva e disposição mental condenatória, obedecendo às programações estabelecidas pelas marcações hereditárias.

PROCESSO EVOLUTIVO

Abordagem Científica

A característica mais marcante da epigenética é a hereditariedade, o poder de carregar características entre multigerações, porém, segundo as descobertas publicadas pelo grupo de geneticistas molecular da Universidade de Cambridge, no Reino Unido em 2012, Craig Mello e Eric Miska e ganhadora do Prêmio Nobel, atrae ainda mais nossa atenção. Segundo os pesquisadores, encontraram um caminho (RNAi nuclear) que permite a transferência entre as diversas gerações segundo Miska, “e um mecanismo de silenciamento, onde modula a estrutura da cromatina para desligar o gene (RNAs)”, o que segundo eles, chamaram de “paramutação”, uma característica que indica a estabilização ou autonomia de um marcador epigenético, ou seja, já não é mais uma alteração epigenética, passou a ser um “organismo” pessoal.

Todo esse achado indica sem sombra de dúvida, um processo evolutivo e de estabilização geracional, onde há um índice inicial e um crescente processo de melhoramento das programações contidas nos marcadores através da influência sobre as gerações posteriores por meio de um ciclo contínuo de evolução e estabilização. Isso significa na prática, que um indivíduo desenvolvendo um marcador emocional de ódio e vingança, ele será apenas uma pessoa emocionalmente instável e rancorosa, mas sua quarta geração subsequente, pode se tornar um assassino frio e um possível psicopata devido à estabilização e aprimoramento da marca; ou num contexto patológico, um indivíduo que passa fome, sua quarta geração nascer com diabettes tipo I.

Abordagem Teológica

Vemos em Gênesis, o processo evolutivo da semente de violência entre as gerações de Caim (1º geração) em Gênesis 4:8 e Lameque (4º geração) em Gênesis 4:23, muito bem enfatizada pela própria Palavra para demonstrar este processo diacrônico, no sentimento de inveja e no descontrole emocional de Caim, não havia um temperamento de violência instalado, o que havia, era um temperamento sanguíneo e explosivo, demonstrando um processo evolucional e de domínio, mas não de instalação. Já em Lameque, vemos os sentimentos, temperamento e personalidade instalados, a violência, ódio e a intolerância que é demonstrada em Gênesis 4:23 quando ele afirma que matou um homem porque o feriu e um outro simplesmente porque lhe pisou, o que revela a evolução de algumas sementes específicas ao longo de 4 gerações e alcançando o ápice de instalação na quarta geração em Lameque descendente de Caím. Esses versículos indicam duas características importantes deste processo:

a) um marcador hereditário estável: onde esta semente de iniquidade específica de violência resiste entre as gerações, levando essas características de geração em geração.

b) marcador evolutivo: onde notamos uma intensificação e um domínio maior dos sentimentos, temperamento, emoções e comportamento encontrados na primeira geração, criando uma semente própria, garantia que a evolução realizada não seja perdida, iniciando na próxima geração do ponto em que a anterior parou, atingindo um ápice evolutivo na quarta geração.

AÇÃO PERMANENTE

Abordagem Científica

Segundo pesquisas e uma entrevista dada pelo professor de psicologia Gregg Henriques, professor de psicologia na James Madison University, no blog da Psychology Today ( http://www.psychologytoday.com/ ), a alteração epigenética desenvolvida por ações nutricionais ou de elevado nível de estresse altera permanentemente a expressão gênica do DNA, afetando saúde e comportamento.

Abordagem Teológica

Dentro das características hereditárias da iniquidade, há uma grave abordagem bíblica quando as Escrituras citam o período de permanência da iniquidade agindo contra este indivíduo. A palavra de Deus estabelece no Salmo 109:19 a eternidade como limite, ou seja, é algo que ultrapassa a morte, apesar dos seus efeitos físicos como descrito (“como roupa que o cobre”), sua ação nociva é eternal (“e como cinto que o cinja para sempre”), até o dia do juízo.

AÇÃO ACUMULATIVA

Abordagem Científica

Segundo o pesquisador Dr. Daniel Antunes, que atualmente faz seu segundo pós-doutorado em Genética pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP) relatou em uma conferência que foi registrada e publicada pela Revista Eletrônica do Hemocentro da USP, “segundo a estimativa de pesquisas, temos mais de 100 modificações epigenéticas que podem afetar a cromatina”, isso caracteriza a inevitável associação de marcadores somados segundo o desenvolvimento socioetário e hereditário, que possuindo uma marca estável e evolutiva, acumula ao longo das gerações o aperfeiçoamento dos seus marcadores, não apenas uma evolução em conjunto das marcas, como também individual.

Também segundo o artigo de Larissa Signori, o nível da Taxa de Epimutação pode influenciar, facilitando a adaptação do indivíduo ao meio ambiente, o que comprova o processo acumulativo e evolutivo da epigenética. (SIGNORI, LARISSA LUIZA HAAS, 2012)

Podemos tomar como exemplo, um indivíduo com ódio e com constantes pensamentos de suicídio, segundo o estudo publicado pela Dra. Lia Romano – Médica e Professora no curso de pós-graduação em Psicossomática do IJEP, “Estudos realizados em cérebros de pessoas que cometeram suicídio encontraram uma associação entre maior metilação da região do gene que sintetiza RNA ribossômico e história de negligência e/ou abuso identificada no perfil psicopatológico do indivíduo. A metilação impede a síntese proteica, interferindo na expressão de genes na região do hipocampo (estrutura associada à impulsividade), fato que resulta em menores volumes dessa região, uma alteração anatômica”. Sendo assim, o aperfeiçoamento da marca de suicídio ao longo das gerações é independente do aperfeiçoamento da marca de ódio.

Abordagem Teológica

Segundo a palavra de Deus, a ação acumulativa da iniquidade pode ser representada nas passagens de Provérbios 5:22, Apocalipse 18:5, Jó 22:15, e também descrita no Salmo 69:27, que demonstra duas características:

a) Ela é acumulativa: representa que um indivíduo pode acumular diferentes tipos de semente de iniquidade

“Soma-lhes iniquidade à iniquidade, e não gozem da tua absolvição”

b) a multiplicidade de sementes: A bíblia demonstra que existem diferentes tipos de iniquidade que vão se somando segundo a maneira com que vivemos, sentimos e pensamos, e do que recebemos como herança de nossos pais e antepassados.

Podemos tomar também como referência as passagens bíblicas de Provérbios 5:22, Apocalipse 18:5 e Jó 22:5 entre outras.

FORMAÇÃO DE REALIDADES

Abordagem Científica

Os pesquisadores Moshe Szyf (biólogo molecular e geneticista) e Michael Meaney (neurobiólogo) registraram em seu artigo publicado em 2016 (Regulação Epigenética de Todo o Genoma por Traumas de Vida Antecipada) na CIHR IRSC, que:

“a herança genética emocional pode vir à tona como uma predisposição a perceber o mundo de uma determinada forma, tanto positivamente quanto negativamente”

Isso demonstra que existe a formação de realidades que não são verdades, existindo esta perspectiva da vida apenas para o portador destes marcadores.

Essa revelação científica demonstra não apenas persepções, mas formação de convicções, ocorrendo uma grave divergência, é o cérebro mentindo para os olhos e enganando o homem, interferindo e comprometendo gravemente a vida de pessoas comuns, trazendo tristeza, amargura e nos casos mais graves, levando o indivíduo a depressão e morte ao longo dos anos.

Também segundo o artigo de Larissa Signori, o nível da Taxa de Epimutação pode influenciar a percepção sobre o ambiente facilitando a adaptação do indivíduo ao meio ambiente. (SIGNORI, LARISSA LUIZA HAAS, 2012)

Abordagem Teológica

A bíblia apresenta outra característica equivalente a epigenética, abordando a construção do indivíduo. Agindo de forma sistêmica não apenas fisológicamente, a iniquidade trabalha também na neurociência, onde através das sementes de iniquidade, ela manipula ou altera a perspectiva da vida, como demonstrado em Isaías 5:20, fazendo com que o senso de justiça e juízo sejam alterados, além da leitura do dia a dia, mudando conceitos sobre coisas e pessoas, percepção de ambientes, e nos casos de maior evolução geracional, ocasionando perspectivas patológicas, a desrealização e a despersonalização, formando realidades no lugar de verdades (João 17:17).

“Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz trevas; e fazem do amargo doce, e do doce amargo!”

Essa ação da iniquidade interfere diretamente na caminhada cristã do homem e em seu processo de conversão devido a batalha interna das emoções e convicções contra os caminhos estipulados por Deus.

O Domínio

Essa alteração da perspectiva da vida ocorre através de outra característica da iniquidade, o domínio. Podemos observar em dois versículos bíblicos este princípio de domínio, onde são citados as sementes da iniquidade tentando controlar o pensar, o sentir e o agir. A primeira referência encontra-se em Provérbios 5:22 que diz:

“Quanto ao perverso, as suas iniquidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido”

Temos aqui primeiramente a distinção entre pecado e iniquidade para caracterizar que não ações, mas as influências. Outro ponto,
temos o domínio da iniquidade sobre o perverso, uma prisão que o domina impedindo que ele tenha liberdade de escolha, são prisões da alma, condicionando o homem segundo seus caminhos.

A segunda referência está no Salmo 119:133b que diz:

“… não me domine iniquidade alguma.”

Temos descrito no verso a consciência sobre a batalha pessoal contra a iniquidade e sua tentativa de domínio sobre o homem.

Com isso, quando não há uma consciência sobre sua existência, a insubmição às sementes de iniquidade fica improvável e impossível, possibilitando que haja a exposição química e suas consequências sobre o indivíduo.

LIMPEZA GERACIONAL

Abordagem Científica

De acordo com duas pesquisas desenvolvidas e publicadas, uma pelo professor de psicologia Gregg Henriques, professor de psicologia na James Madison University, no blog da Psychology Today e outra pela equipe Azim Surani (Cambridge University) existe um sistema fisiológico de limpeza chamado “reprogramação epigenética”, onde na formação dos gametas (gametogênese) e no desenvolvimento embrionário os marcadores são destruídos. Nas pesquisas é citada a força dos marcadores epigenéticos na resistência ao sistema de reprogramação, isso significa que há um processo de destruição das marcas adquiridas, e que também, segundo a equipe Cambridge, pode haver um processo decrescente de ação ao longo das gerações, segundo os pesquisadores “mas ainda assim pode impactar as futuras gerações de filhos e netos embora em menor grau”.

Abordagem Teológica

Como relatado nas Escrituras no Salmo 109:19, a iniquidade é uma maldição que estará dentro de nós “para sempre”, porém, a bíblia descreve em Romanos 6:6 que essa sentença eterna será expurgada da vida daqueles que morrerem com Cristo e nascerem novamente. Essa morte carnal e o nascimento espiritual do homem mata a iniquidade contida no velho homem, isso significa, que a partir do momento que deixamos o pecado, a rebeldia e nosso homem carnal com todas as suas convicções, sentimentos, emoções e comportamentos, essas iniquidades serão retiradas de dentro de nós.

“Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado”

O corpo de pecado é o conjunto de sementes de iniquidades reunidas, é a semente hereditária que é passada pra a próxima geração. O corpo de pecado é formado pela iniquidade herdada (todas as iniquidades somadas das gerações passadas, e transmitidas para nós) que é somada à iniquidade pessoal (as iniquidades geradas por nosso próprio pecado e o aperfeiçoamento das iniquidades herdadas).

CORPO DE PECADO

Abordagem Científica

O polimorfismo é uma marcação epigenética não patológica de extrema importância, segundo o geneticista norte-americano Alec Jeffreys que descreveu a técnica conhecida hoje como “DNA firgerprinting”, “um conjunto de marcadores genéticos chamados minissatélites ou sequências repetitivas de número variável (VNTR), são altamente específicas a um indivíduo”, motivo pelo qual, a ciência forence faz uso para identificação. Isso não apenas descreve o padrão de formação individual fora do DNA, mas principalmente, descreve a existência de um padrão pessoal epigenético, único a cada ser humano, resultante de suas características emocionais, sentimentais e comportamentais pessoais que se somam a sua singular “cadeia” herdada de marcadores. Esse conjunto de associações forma o padrão epigenético passado para a próxima geração.

Abordagem Teológica

Segundo a bíblia descreve em Romanos 6:6

“Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado”

Segundo a descrição do versículo, “o velho homem” possui algo chamado de “corpo de pecado”, algo que nos faz servir ao pecado como verdadeiros escravos. Esse corpo de pecado está formado pela iniquidade herdada de gerações anteriores que se soma às iniquidades pessoais que produzimos ao longo da vida, essa união, forma a semente hereditária da nova geração, o que a bíblia trata de corpo de pecado.

Essa união forma uma composto epigético muito particular, é o somatório de marcadores geracionais pessoais de até 3 gerações que unem, isso traz uma marca muito expressiva genéticamente, sendo o DNA do pecado pessoal, a marca da criação de Satanás.

COMPORTAMENTO EPIGENÉTICO

Abordagem Científica

Segundo os termos científicos encontramos o “comportamento epigenético”, que seria a reação fisiológica, comportamental e cognitiva dos marcadores epigenéticos herdados. Segundo o artigo “Epigenética Comportamental” publicado pela PMC-EUA, “A epigenética comportamental foi descrita como a aplicação dos princípios da epigenética ao estudo dos mecanismos fisiológicos, genéticos, ambientais e de desenvolvimento do comportamento em animais humanos e não humanos. As investigações geralmente concentram-se no nível de mudanças químicas, expressão gênica e processos biológicos subjacentes ao comportamento normal e anormal. Isso inclui como o comportamento afeta e é afetado por processos epigenéticos. Interdisciplinar em sua abordagem, baseia-se em ciências, como neurociência, psicologia e psiquiatria, genética, bioquímica e psicofarmacologia”. Esse braço da ciência surgiu a partir de Meaney, que decidiu estudar a influência hereditária sobre as gerações.

Segundo Larissa Signori “Mesmo que as epimutações sejam induzidas por ambiente, a epigenética pode desempenhar um papel importante na evolução.”. Esse artigo trata do poder de influência comportamental epigenético na formação comportamental, emocional, de saúde e cognitiva do indivíduo e de suas gerações independente das influências externas. (SIGNORI, LARISSA LUIZA HAAS, 2012)

Abordagem Teológica

A palavra de Deus apresenta duas referências para tratar do “comportamento programado do corpo de pecado”, a primeira está em Isaías 5:18 que diz:

“Ai dos que puxam pela iniquidade com cordas de vaidade…”

Is 5:18

Temos aqui a bíblia descrevendo a ação do homem de forma comportamental e cognitiva reagindo a indução do corpo de pecado em seu interior. O verbo “puxam” empregado no versículo, vem do termo grego “anaspaõ” que significa “puxar para cima” ou “fazer aparecer” ou “exelkõ” que significa “puxar para fora de”, “exteriorizar”.

O outro termo está descrito em Romanos 6:13:

”os vossos membros como instrumento de iniquidade”

Rm 6:13

Conseguimos observar neste versículo, o domínio do corpo de pecado sobre a mente e o comportamento, onde o corpo agora vai ser usado ou manipulado segundo a programação do corpo de pecado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

EQUIPOLENCIA

A síntese das características comprova uma inquestionável equivalência, a descoberta metafísica das relações da iniquidade e da epigenética de transmutação pneumocognitiva e da hereditariedade com base comprobatória científica e teológica atestando um achado metafísico.

Achamos a iniquidade! Isso muda plenamente as metodologias de pesquisa, estudo e ensino, principalmente no meio teológico, onde amplia a necessidade de um conhecimento específico e a quebra de paradigmas em favor de algo muito maior do que as convicções dos líderes, a busca pela excelência no aconselhamento pastoral, deixando de ser unicamente teológico, e passando a ter caráter cientificamente profilático, técnico e geracional, sendo o resultado da transformação das emoções, sentimentos e comportamentos em algo físico, formando um fenótipo recorrente específico marcado pelo comportamento epigenético, onde uma base metil ou acetil toma todo o corpo, inclusive os gametas, garantindo a propagação hereditária e evolutiva daquilo que se instalou.

CONCLUSÃO

Teologia X Ciência

Este estudo vem comprovar atrvés de indícios científicos renomados não apenas que iniquidade é epigenética, mas demonstra a impossibilidade do homem de julgar o que é certo e errado ante aos caminhos e os princípios éticos da palavra de Deus, sendo ele um ser influenciado genéticamente por alterações hereditárias sistêmicas, que atingem o âmbito emocional (ex: sentimentos de ódio, vingança, amrgura…), cognitivo (ex: pensamentos de rejeição, solidão, suicídio…) fisiológico (ex: problemas nutricionais, doenças, hormonais…) e comportamental (ex: violência, isolamento…) que o dominam mudando a maneira como vê e interpreta a vida, o que torna o homem passível de equívoco no seu senso de justiça e juízo, temer ao Senhor é o princípio da sabedoria (Provérbios 9:10).

REFERÊNCIAS

[1] Oleuropeína: https://www.blogsoestado.com/pedrobrito/tag/azeite-de-oliva-e-vida-para-os-ossos/

[2] Psicologia e epigenética: http://pdhpsicologia.com.br/estudos-de-epigenetica/

[3] US National Library of Medicine : Parte superior do formulário

Parte inferior do formulário

Genome-wide Epigenetic Regulation by Early-Life Trauma https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4991944

[4] Scientific Parenting: What Science Reveals About Parental Influence – 1992 moshe e meaney receptor gene expression.

[5] BBC News Brasil – Pais podem transmitir traumas aos filhos pelos genes, creem cientistas (26 de agosto de 2015)

[6] Coluna Psiquiatria Contemporânea: Evidência confirmada de reprogramação epigenética em humanos – Fernando Portela Câmara, Prof. Associado UFRJ https://www.polbr.med.br/ano15/cpc0615.php

[7] Food as exposure: Nutritional epigenetics and the new metabolism https://link.springer.com/article/10.1057/biosoc.2011.1

[8] Alimentos que nos moldam: como a dieta pode mudar o nosso epigenoma https://www.scienceinschool.org/pt/2014/issue28/epigenetics

[9] piRNAs Can Trigger a Multigenerational Epigenetic Memory in the Germline of C. elegans

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3464430/

[10] Epigenetic inheritance, prions and evolution https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28761008

[11] Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP) http://ead.hemocentro.fmrp.usp.br/joomla/index.php/noticias/adotepauta/669-mecanismos-epigeneticos

[12] Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa http://www.ijep.com.br/index.php?sec=artigos&id=254&re

[13] Epigenétics: A new genétic Field Henrique Reichmann Muller 1, Kabin Braun Prado https://pt.linkedin.com/pulse/epigen%C3%A9tica-um-novo-campo-da-gen%C3%A9tica-epigenetics-new-rumbelsperger

[14] Instituto de Neurociência e Comportamento – As Bases Biológicas do Comportamento Marcos Lira Brandão – ISBN 85-12-40630-5

[15] Lifestyle in the sperm http://embor.embopress.org/content/15/12/1233

[16] Bíblia Palavra Chave CPAD

[17] Bíblia Thomas Nelson – Cronológica NTLH

[18] Bíblia ACF

[19] Bília ARA

[20] Bíblia NVT

[21] Bíblia NVI

[22] Bíblia ARC

[23] Comentário Bíblico Atos AT e NT – Ed. Atos

[24] Comentário Bíblico O Novo – AT e NT Ed. Central Gospel

[25] Dicionário VINE

[26]

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊNCIAS FORENSES

UTILIZAÇÃO DA EPIGENÉTICA NA CIÊNCIA FORENSE

Getúlio Pereira de Oliveira Júnior1 – Túlio Cesar de Lima Lins2

[27] Pesquisa Forense http://www.cpgls.pucgoias.edu.br/7mostra/Artigos/SAUDE%20E%20BIOLOGICAS/Utiliza%C3%A7%C3%A3o%20da%20Epigen%C3%A9tica%20na%20Ci%C3%AAncia%20Forense.pdf.

[28] http://pdhpsicologia.com.br/estudos-de-epigenetica/ – Comportamento epigenético

[29] https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3783959/ – Comportamento Epigenético

[30] Nutrigenômica e nutrigenética: importantes conceitos para a ciência da nutrição – Fujii, Tatiane Mieko; Medeiros, Roberta de;

[1] Dr. Psicanálise Clínica Cristã, Bacharel em Teologia

[2] Nutricionista

Enviado: Outubro, 2018

Aprovado: Outubro, 2018

5/5 - (209 votes)
Guilherme Mello Marques Rodrigues

8 respostas

  1. Dá pra ver que é um artigo nível acadêmico, que possui um conteúdo relevante.
    Na minha opinião alcançaria mais pessoas se fosse também divulgado em uma linguagem popular, tornando o conteúdo simples e acessível a qualquer pessoa com menos termos técnicos.

    1. Parabéns pelo excelente trabalho de pesquisa e publicação. Me ajudou muito encontrar todas essas referências científicas e bíblicas em um só lugar onde posso traduzi em um local linguagem mais popular para um grupo de mulheres Cristãs sobre Saúde física e Emocional.
      Luciane Monreal – Terapeuta pela Medicina Germânica.

  2. Hoje é 28 de nov de 2022, as 04:34h. Pela primeira vez em minha vida que tudo o que sei ,sinto e compreendo vejo outra pessoa falando com tanta clareza. Parabéns!

  3. O problema aqui é tentar criar uma falsa equivalência entre os fatores que influenciam a expressão genética e pecados, como se fossem situações intercambiáveis, como se aquilo que se é considerado pecado fosse necessariamente influenciar a expressão genética (de forma epigenética). Se você quiser comprovar que essa tese está correta, você terá que conduzir estudos com pessoas que pecaram e analisar as alterações epigenéticas, como acetilação de histonas, alterações no splicing do pré-RNA mensageiro, em fatores de transcrição e outros reguladores da expressão genética, entre outros mecanismos.

  4. Boa noite Jonas, muito obrigado pelo seu comentário! Nosso objetivo não foi criar uma relação entre pecado e epigenetica, se esse fosse o caso, seria uma grande falha, concordo com você. Na verdade, nosso objetivo foi demonstrar que os mesmos princípios bíblicos que estabelecem o transporte de modelos comportamentais e cognitivos entre gerações (Salmos 109), foram de forma equivalente, citados pela classe científica e denominado epigenetica. Reconhecer o termo “iniquidade” simplesmente como pecado é um erro, pois existem no mínimo 16 termos entre grego, hebraico e aramaico que ampliam esse conceito restrito. Espero ter esclarecido seu questionamento.

  5. parabéns pela exposição nessa analise bíblia ciência trabalho como ministro de libertação e cura interior e os seus artigos tem sido extremamente enriquecedor para minha vida e ministério.

  6. Esclarecedor essa exposição, além de me alcançar de tal forma, me induziu a fazer várias pesquisas relacionado au assunto.

  7. Excelente artigo! Muito proveitoso!
    Dessa base do artigo vejo muitos cruzamentos com o sistema de constelação familiar, que claramente deveria ser um método melhorado/modificado/aprimorado para uso de recuperação de laços familiar pela igreja.
    Parabéns pelo artigo.

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