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Ocorrência de germinação de sementes de feijão (dicotiledônea) com metade do cotilédone

RC: 30620
10.271
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/agronomia/sementes-de-feijao

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SANTOS, Flavio Wind Nunes dos[1] ,SILVA, Iasmin Cristina Silva da [2],FECURY, Amanda Alves [3],OLIVEIRA, Euzébio de [4],DENDASCK, Carla Viana [5],DIAS, Cláudio Alberto Gellis de Mattos [6]

SANTOS, Flavio Wind Nunes dos. Et al. Ocorrência de germinação de sementes de feijão (dicotiledônea) com metade do cotilédone. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 05, Vol. 10, pp. 43-51 Maio de 2019. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/agronomia/sementes-de-feijao

RESUMO

O feijão é uma semente leguminosa produzida em vagens que possui uma ampla adaptação climática, podendo ser produzido em vários lugares do Brasil. O cotilédone é a reserva de energia da semente e tem a função de possibilitar que a planta possa germinar e crescer. Em ambiente natural, uma semente de feijão leva aproximadamente 3 (três) dias para germinar. O objetivo deste trabalho foi verificar se ocorre germinação de uma semente de feijão (dicotiledônea) com metade do cotilédone. Foram divididos 90 copos plásticos em três grupos, denominados Controle (30 copos), Metade Direita (30 copos) e Metade Esquerda (30 copos). As sementes foram colocadas inteiras nos copos do grupo controle (uma semente por copo). As outras sementes foram bipartidas longitudinalmente no sentido do cotilédone e cada metade (esquerda e direita) foram colocadas em copos do respectivo grupo (uma metade em cada copo). Durante sete dias os copos foram deixados na presença de luz solar e regados (uma vez ao dia), no mesmo horário. Os cotilédones inteiros (controle) tiveram maior número de germinações (26), seguidos pelos cotilédones esquerdos (23) e direitos (15). Os direitos germinaram mais rapidamente, seguidos pelos cotilédones inteiros (controle) e pelos cotilédones esquerdos. Os caules, as folhas e as raízes dos cotilédones inteiros (controle) apresentaram maior taxa de crescimento. Os cotilédones inteiros (controle) apresentaram maior taxa de crescimento do número de raízes. Conclui-se que sementes de feijão com metade dos cotilédones germinam, entretanto parecem existir diversos fatores que mostraram que o desenvolvimento do feijão é comprometido já nas primeiras fases de crescimento. Foi perceptível um déficit de crescimento nas sementes com um cotilédone que germinaram. Portanto supõe-se que é mais vantajoso plantá-la com os dois cotilédones sem interferências nas suas reservas de energia.

Palavras-chave: Germinação, Cotilédone, Dicotiledônea, Feijão.

1. INTRODUÇÃO

O feijão é uma semente leguminosa produzida em vagens que possui uma ampla adaptação climática, podendo ser produzido em vários lugares do Brasil(VAZ et al., 2018). Possui quatro formas de crescimento, o que possibilita sua divisão em grupos (tipo I, II, III, IV) (OLIVEIRA et al., 2018).

A semente do feijão é composta pelo embrião, que será futuramente a planta; por dois cotilédones, que são a reserva de energia; e pela casca, que inicia o momento da germinação e protege a semente (GONÇALVES et al., 2019).

O cotilédone é a reserva de energia da semente e tem a função de possibilitar que a planta possa germinar e crescer (LAPAZ et al., 2017; GONÇALVES et al., 2019). As plantas dicotiledôneas possuem, em suas sementes, dois cotilédones (LAPAZ et al., 2017; MELO et al., 2018).

Segundo Oliveira et al. (2018), a germinação do feijão acontece quando ocorre o inchaço das sementes e os cotilédones do feijão chegam até a superfície do solo. Explicando mais detalhadamente, a semente, em meio aquoso, irá absorver água por osmose, que vai fazer com que enzimas dentro do feijão sejam ativadas com o intuito de “quebrar” os cotilédones num processo chamado hidrolização. Esse processo libera energia para que o embrião possa se desenvolver (MORAIS et al., 2018).

Em ambiente natural, uma semente de feijão leva aproximadamente 3 (três) dias para germinar (SENA et al., 2016), mas é comum que já no primeiro dia após a plantação e a irrigação, com o ambiente em condições favoráveis, ocorra a germinação (OLIVEIRA et al., 2018). O feijoeiro necessita de um ambiente muito específico, no qual temperatura e disponibilidade de água são variáveis essenciais para seu desenvolvimento. Leva de 75 a 110 dias para atingir a fase adulta, tendo sementes prontas para a colheita (FRANCISCO et al., 2016).

2. OBJETIVOS

2.1 GERAL

Verificar se ocorre germinação de uma semente de feijão (dicotiledônea) com metade do cotilédone.

2.2 ESPECÍFICO

Verificar o tempo de germinação de uma semente de feijão (dicotiledônea) com metade do cotilédone.

Comparar o tempo de germinação de uma semente de feijão com metade do cotilédone com uma semente com ambos os cotilédones.

3. MÉTODO

3.1 MATERIAS

Foram utilizados 90 copos plásticos de 50 mililitros (ml), de marca FC OLIVEIRA; 180 bolas de algodão 100% hidrófilo; 01 seringa de 10 mililitros (ml); 60 sementes de feijão rajado, tipo um (1), marca TIMBIRAS; 05 garrafas de água sem gás, marca INDAIÁ, de pH a 25°C = 7,24 com 1.500 mililitros (ml) cada. Todos os itens foram adquiridos no comércio local.

3.2 PROCEDIMENTO DO EXPERIMENTO

Foram divididos 90 copos plásticos em três grupos, denominados Controle (30 copos), Metade Direita (30 copos) e Metade Esquerda (30 copos). Em cada copo foi colocada uma bolinha de algodão dividida em duas partes: três quartos (3/4) foram colocadas no fundo do copo e o um quarto (1/4) utilizado para cobrir a semente. As sementes foram colocadas inteiras nos copos do grupo controle (uma semente por copo). As outras sementes foram bipartidas longitudinalmente no sentido do cotilédone e cada metade (esquerda e direita) foram colocadas em copos do respectivo grupo (uma metade em cada copo). Durante sete dias os copos foram deixados na presença de luz solar e regados (uma vez ao dia), no mesmo horário, com 10 mililitros (ml) de água. No quinto dia foi necessário realizar a troca dos algodões. Os dados sobre a germinação e crescimento foram tabulados no programa Excel do pacote Office da Microsoft Corporation e analisados.

4. RESULTADOS

A figura 1 mostra o número total de germinações ocorridas em amostras com 30 feijões inteiros e 30 metades (direitas e esquerdas). Os cotilédones inteiros (controle) tiveram maior número de germinações (26), seguidos pelos cotilédones esquerdos (23) e direitos (15).

Figura 1 Mostra o número total de germinações ocorridas (n=30).

Fonte: Autor.

A figura 2 mostra a média do número de dias para o início da germinação. Os cotilédones direitos germinaram mais rapidamente, seguidos pelos cotilédones inteiros (controle) e pelos cotilédones esquerdos.

Figura 2 Mostra a média do número de dias para o início da germinação.

Fonte: Autor.

A figura 3 mostra a média do crescimento da planta desde o início da germinação. Os cotilédones inteiros (controle) apresentaram maior taxa de crescimento, seguidos pelos cotilédones esquerdos e pelos cotilédones direitos.

Figura 3 Mostra a média do crescimento da planta até o início da germinação.

Fonte: Autor.

A figura 4 mostra a média do crescimento da raiz planta desde o início da germinação. As raízes dos cotilédones inteiros (controle) apresentaram maior taxa de crescimento, seguidos pelas raízes dos cotilédones esquerdos e dos cotilédones direitos.

Figura 4 Mostra a média do crescimento da raiz da planta desde o início da germinação.

Fonte: Autor.

A figura 5 mostra a média do crescimento do caule planta desde o início da germinação. Os cotilédones inteiros (controle) apresentaram maior taxa de crescimento do caule, seguidos pelo crescimento do caule dos cotilédones esquerdos e por último dos cotilédones direitos.

Figura 5 Mostra a média do crescimento do caule da planta desde o início da germinação.

Fonte: Autor.

A figura 6 mostra a média do crescimento de folhas da planta desde o início da germinação. Os cotilédones inteiros (controle) apresentaram maior taxa de crescimento das folhas, seguidos pelas folhas dos cotilédones esquerdos e pelas folhas dos cotilédones direitos.

Figura 6 Mostra a média do crescimento de folhas da planta desde o início da germinação.

Fonte: Autor.

A figura 7 mostra a média do crescimento do número de raízes da planta desde o início da germinação. Os cotilédones inteiros (controle) apresentaram maior taxa de crescimento do número de raízes, seguidos pelos cotilédones esquerdos e posteriormente pelos cotilédones direitos.

Figura 7 Mostra a média do crescimento do número de raízes da planta desde o início da germinação.

Fonte: Autor.

5. DISCUSSÃO

As sementes dos grupos ME e MD (gráfico 1) tiveram seus cotilédones separados e, possivelmente, danos podem ter ocorrido na semente. Isso pode ter comprometido o cotilédone e influenciado na taxa de germinação (LAPAZ et al., 2017).

A germinação da semente acontece quando a radícula se desenvolve rompendo a casca da semente. Entretanto, no experimento houve o rompimento do tegumento na separação dos cotilédones, observando-se apenas o processo de desenvolvimento dos grupos ME e MD. Levando em conta o dano causado quando da separação dos cotilédones da semente, especula-se que o grupo MD teve sua germinação tardia, diferente do grupo ME, que teve o desenvolvimento do embrião perceptível logo nas primeiras fases por conta dos fatores citados acima (LAPAZ et al., 2017; BARBOSA et al., 2018).

As sementes com cotilédones inteiros tendem a crescer mais por conta da maior disponibilidade de nutrientes, o que não ocorre com as sementes do grupo ME e MD (gráfico 3). Estes perderam metade da sua reserva e, portanto, cresceram menos ou simplesmente tiveram uma drástica redução na taxa de crescimento (LAPAZ et al., 2017).

A razão pela qual os cotilédones inteiros (controle) apresentaram maior taxa de crescimento no comprimento da raiz, pode estar ligada ao fato de que cotilédones inteiros possuem mais energia do que os cotilédones esquerdos e os cotilédones direitos, visto que ao separá-los, pode ter sido prejudicial, pela perda parcial da reserva de energia (LAPAZ et al., 2017).

Os cotilédones inteiros (controle) apresentaram maior taxa de crescimento do caule, pois sua fonte de energia pode ser considerada maior para esse crescimento. Um cotilédone inteiro deve possuir mais energia do apenas uma metade (LAPAZ et al., 2017).

Os cotilédones inteiros (controle) apresentaram maior taxa de crescimento das folhas, seguidos pelas folhas dos cotilédones esquerdos e pelas folhas dos cotilédones direitos. A razão a qual isso pode ter ocorrido basea-se ao fato de que com os cotilédones inteiros pode-se obter mais energia para o desenvolvimento da planta enquanto as metades possuem um abastecimento de nutrientes no cotilédone menor. Por essa razão pode-se concluir que o controle obteve um maior desenvolvimento de folhas (LAPAZ et al., 2017).

Os cotilédones inteiros (controle) apresentaram maior taxa de crescimento do número de raízes, seguidos pelos cotilédones esquerdos e posteriormente pelos cotilédones direitos. Com isso pode-se observar que o controle possuía maior taxa de nutrientes para desenvolver a planta, visto que seus cotilédones estavam inteiros enquanto os outros encontravam-se pela metade. Assim, o desenvolvimentos das plantas podem ter sido comprometidos por falta de energia no desenvolvimento das mesmas (LAPAZ et al., 2017).

6. CONCLUSÃO

Conclui-se que sementes de feijão com metade dos cotilédones germinam, entretanto parecem existir diversos fatores que mostraram que o desenvolvimento do feijão é comprometido já nas primeiras fases de crescimento. Foi perceptível um déficit de crescimento nas sementes com um cotilédone que germinaram. Portanto supõe-se que é mais vantajoso plantá-la com os dois cotilédones sem interferências nas suas reservas de energia.

REFERENCIAS

BARBOSA, C. A. C. et al. Envelhecimento acelerado e teste de germinação em sementes de feijão carioca (Phaseolus vulgaris). Revista Terra & Cultura: Cadernos de Ensino e Pesquisa,, v. 39, p. 223-230, 2018.

FRANCISCO, P. R. M. et al. Aptidão Climática da Cultura do Feijão Comum (Phaseolus Vulgaris) para o Estado da Paraíba. Revista Brasileira de Climatologia, v. 19, p. 1-13, 2016.

GONÇALVES, B. et al. A importância dos cotilédones para o feijão. 2019. Disponível em: < http://www.rc.unesp.br/biosferas/Art0078.html >. Acesso em: 20 fev 2019.

LAPAZ, A. D. M. et al. Perda dos cotilédones em diferentes épocas no crescimento inicial do feijoeiro. Iheringia, v. 72, n. 2, p. 287-294, 2017.

MELO, A. S. D. et al. Crescimento e Pigmentos Cloroplastídicos de Genótipos de Feijão Vigna Sob Déficit Hídrico. Revista Brasileira de Agricultura Irrigada, v. 12, n. 3, p. 2579-2591, 2018.

MORAIS, M. A. D. S. et al. O NaCl inibe a germinação e a atividade da amilase em duas espécies de feijão. Revista Nordestina de Ciências Biológicas, v. 1, p. 50-56, 2018.

OLIVEIRA, M. G. D. C. et al. Conhecendo a fenologia do feijoeiro e seus aspectos fitotécnicos Brasília, DF: Embrapa, 2018. 59.

SENA, T. T. O. et al. Germinação de Sementes e Ensino de Estatística: Uma Proposta Interdisciplinar. Revista da Jornada de Pós-graduação e Pesquisa, v. 13, p. 594-608, 2016.

VAZ, V. et al. Morfofisiologia de Cultivares de Feijão-comum e Híbridos de Mamona Cultivados em Consórcio e Monocultivo. IV Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão Goiania GO: UEG 2018.

[1]Graduando em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

[2]Técnica em Redes de Computadores, Campus Macapá, Instituto Federal do Amapá (IFAP).

[3]Biomédica, Doutora em Doenças Topicais, Professora e pesquisadora do Curso de Medicina do Campus Macapá, Universidade Federal do Amapá (UNIFAP).

[4]Biólogo, Doutor em Doenças Topicais, Professor e pesquisador do Curso de Educação Física da Universidade Federal do Pará (UFPA).

[5]Teóloga, Doutora em Psicanálise, pesquisadora do Centro de Pesquisa e Estudos Avançados- CEPA.

[6]Biólogo, Doutor em Teoria e Pesquisa do Comportamento, Professor e pesquisador do Colegiado de Química, Campus Macapá, Instituto Federal do Amapá (IFAP).

Enviado: Maio, 2019.

Aprovado: Maio, 2019.

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Carla Dendasck

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