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Estratégias de Convivência com o Semiárido no Centro Xingó

RC: 20028
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/agronomia/convivencia

CONTEÚDO

SILVA, Derllânio Telecio [1]

SILVA, Derllânio Telecio. Estratégias de Convivência com o Semiárido no Centro Xingó. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 15, pp. 25-40, Agosto de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

O presente artigo baseia-se no conhecimento adquirido no Centro Xingó de Convivência com o Semiárido, onde foram realizadas distintas atividades do ramo agropecuário. Neste relatório será exposto distintas estratégias de se conviver no semiárido alagoano, especialmente no Centro Xingó, localizado no município de Piranhas-AL. Tendo em vista todas as problemáticas e dificuldades enfrentadas no sertão alagoano houve a necessidade de usar técnicas estratégicas para se obter êxito produtivo diante da região do semiárido e o bioma da Caatinga e, também, diante de todos os aspectos sociais e climáticos decorrente do médio e alto sertão alagoano.

O Centro Xingó de Convivência com o Semiárido vem como forma de integração socioeconômica para região e também como forma de equalização social, tendo em vista as necessidades socioeconômicas do sertão de Alagoas.

Palavras chave: Semiárido, Centro Xingó, integração socioeconômica.

INTRODUÇÃO

O Centro Xingó de Convivência com o Semiárido é um órgão fruto do esforço institucional onde envolve inúmeros atores internacionais e nacionais, unindo métodos de convivência com o Semiárido. O principal objetivo do Centro Xingó é contribuir de forma ímpar para a geração de renda e a melhoria da qualidade de vida no estado de Alagoas e no semiárido brasileiro.

O município de Piranhas está localizado no oeste do estado de Alagoas, sua população 25.130 habitantes e sua área é de aproximadamente 409,1 km², limita ao norte com o município de Inhapi, ao sul com o estado de Sergipe, a leste com os municípios de São José da Tapera e Pão de Açúcar, a oeste com o município de Olho d’Água do Casado e a noroeste com o município de Senador Rui Palmeira.

O maior desafio do Centro Xingó é encontrar técnicas inovadoras e sustentáveis para a promoção uma melhor qualidade de vida e ilustrar novas perspectivas econômicas para as pessoas que sentem dificuldades e que tem poucas alternativas no semiárido alagoano. Enfim, ter êxito produtivo no semiárido não é fácil, porém há alternativas que podem ser necessárias para suprir com essas dificuldades, é sob esta perspectiva que a instituição trabalha.

O Centro Xingó de Convivência com o Semiárido surge a partir da negociação da CHESF e do Governo do Estado de Alagoas, tendo como objetivo o uso das antigas instalações do Instituto Xingó, para contribuir de forma significativa na geração de renda e da melhoria das famílias sertanejas e também realizando suas pesquisas, tanto no campo empírico, quanto no científico.

Alagoas por ser um estado precário de investimentos e com seus indicadores sociais alarmantes sempre precisou de órgãos tanto de cunho estatal como privados como suporte para a melhoria da qualidade de vida da sua população.

O Semiárido brasileiro corresponde a 969.589,4 km², onde reúne 1.133 municípios divididos em nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe (ASA, 2015). O termo “semiárido”, é utilizado para denotar zonas submetidas a períodos cíclicos de secas. No semiárido alagoano, o período de chuvas se concentra geralmente entre os meses de março a junho e a época de seca perdura durante os outros oito meses do ano.

Segundo dados da EMATER (Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas), a agricultura familiar exerce papel de suma importância para a economia de Alagoas representa cerca de 72% da mão de obra no meio rural. Haja vista dados como estes o Centro Xingó tende a trazer melhorias para os agricultores da região através de inúmeras pesquisas e atividades com uma grande diversidade.

2 HISTÓRICO E CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

O Centro Xingó é uma instituição de cunho estatal que executa suas atividades no ramo da agropecuária com uma grande diversidade. A empresa localiza-se na cidade de Piranhas-AL e possui uma área total de 70 hectares (Figura 1).

Figura 1. Área administrativa do Centro Xingó

Fonte: autor

Dentre as principais atividades realizadas no centro destacam-se a ovinocaprinocultura, avicultura caipira, apicultura, cultura de espécies forrageiras e da biofábrica para a produção de sementes e mudas. Essas práticas são realizadas constantemente e sempre buscam inovações para a promoção de melhor qualidade de produção para os produtores e agricultores locais. As linhas de atuação são bem diversificadas, como pesquisa e inovação, difusão e extensão, formação e capacitação, sensibilização e conscientização, apoio ao desenvolvimento de políticas e programas, intercâmbio de conhecimentos, promoção de produtos locais, entre outros.

Todos os anos o Centro Xingó recebe inúmeros estagiários de distintas instituições tanto para cumprir sua carga horária acadêmica, como também apara adquirir conhecimento de novas práticas tanto da agricultura como da pecuária. Há uma parceria com órgãos de outros países onde o centro sempre recebe pessoas com objetivo de intercâmbio para a realização de suas pesquisas para o aprimoramento de seus trabalhos acadêmicos como também a busca por alternativas inteligentes para práticas no meio rural da região do Semiárido.

Há frequentemente no centro inúmeras ações desenvolvidas contendo o compartilhamento de experiências praticadas por agricultores e técnicos tanto de Alagoas quanto de outras regiões do Brasil, formando um vasto ciclo de troca de conhecimentos e saberes. A instituição abrange ações de pesquisa, experimentações, capacitação, extensões e outras atividades de cunho acadêmico e científico. Vale destacar também o uso de tecnologias sociais impostas pelo centro em 20 propriedades rurais vizinhas.

O maior foco do Centro Xingó é ser um grande propagador de conhecimentos, metodologias e também procedimentos que possam ser aplicáveis para a realidade da região, a favor da convivência com o semiárido brasileiro.

3 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS DURANTE O ESTÁGIO

O estágio teve duração de 4 meses e, durante este período, foram realizadas atividades tanto diárias como também semanais para as áreas de ovinocaprinocultura, bovinocultura, apicultura, piscicultura, avicultura, horticultura orgânica, produção de palma forrageira, fruticultura e espécies nativas, e irrigação.

3.1 OVINOCAPRINOCULTURA

Umas das principais técnicas realizadas no Centro referia-se as práticas de manejo de ovinos e caprinos. O Centro possui cerca de 27 caprinos, sendo 2 reprodutores e, 23 ovinos, distribuídos pelas raças Raça Santa Inês e Dorper. Se tratando de sistemas de criação tinham ovinos sob um sistema intensivo e caprinos no sistema semi-intensivo.

As instalações para criação de ovinos e caprinos seguiam normas técnicas para ter um bom resultado produtivo. Logo na entrada da área das instalações encontrava-se um pé-de-lúvio no qual tinha como objetivo a prevenção de inúmeros problemas nos animais, isolando também os animais de possíveis doenças, esse manejo sanitário é de grande importância para se manter a qualidade na produção.

O Centro possui 3 apriscos (Figura 2). Tais instalações eram denominadas por box de reprodutores, maternidade e o matrizeiro, onde eram constituídos por 12 baias.

Figura 2. Instalações no Centro Xingó

Fonte: autor

O objetivo principal das instalações no Centro Xingó é viabilizar um manejo aos ovinos e caprinos onde não implica no estresse dos animais, focando também na redução de custos e implicando diretamente na produtividade.

A limpeza dos três apriscos era feita diariamente, seguindo todas as recomendações técnicas necessárias para uma boa sanidade dos ovinos e caprinos. Todas as fezes dos animais eram armazenadas e posteriormente usadas para outras práticas agrícolas no próprio centro.

A prática de controle de doenças nos ovinos e caprinos era constantemente realizada. No dia 08/03/2017 foi feito a cirurgia de retirada da Linfadenite caseosa (Figura 3), conhecida popularmente como “Mal do Caroço”. Considerada uma doença muito prejudicial e também de caráter crônico é causada pelo agente bacteriano Corynebacterium pseudotuberculosis. Tal doença está presente em todo o mundo e afeta principalmente ovinos e caprinos e também pode causar inúmeros impactos econômicos com a perda de peso e também a condenação da carcaça em casos abscessos internos.

Figura 3. Tratamento da Linfadenite caseosa.

Fonte: autor

A realização da retirada da Linfadenite caseosa foi feita de forma manual, onde primeiramente o animal foi separado do rebanho. As ferramentas necessárias foram algodão, lâmina cirúrgica e o Iodo 10%. Foi necessário prender o animal e fazer uma análise para saber em que parte do corpo o animal apresenta o caroço e posteriormente cortar com a lâmina retirando assim tudo presente no caroço para logo depois se fazer a limpeza das áreas tratadas com o Iodo 10%. Após todo o processo da cirurgia foi de suma importância realizar o descarte do algodão, luvas e lâmina para evitar a contaminação. O animal após esse processo não pôde ser incluso imediatamente no rebanho. Todo o processo foi realizado com muita cautela para que assim se obtivesse êxito na cirurgia.

O tratamento do vírus ectima contagioso (boqueira) foi realizado para que o animal se torne resistente ao vírus. A técnica (Figura 4) consistia em passar Iodo 10% com algodão nos ferimentos diariamente até os ferimentos desaparecerem, agindo de forma eficaz no combate do vírus, esse método foi o mais eficiente no tratamento. Houve a necessidade de separar o animal doente do restante do rebanho para evitar a contaminação no restante dos animais.

Figura 4. Tratamento Ectima contagioso.

Fonte: autor

É necessário utilizar todo o material de higiene na hora da aplicação do produto e também posteriormente realizar o descarte dos materiais como luva e algodão. Sabe-se que todo o manejo é feito com higienização.

Regularmente eram realizadas vacinações nos caprinos para se manter sempre a qualidade dos animais, vale reforçar também sobre a importância do uso de todos os equipamentos necessários para a realização e acerca da essencialidade se ater a bons costumes referente a higiene na hora da aplicação da vacina. Um ótimo manejo de vacinação se inicia antes da aplicação e permite maximizar a produtividade do rebanho e o investimento na educação sanitária dos funcionários é de suma importância. Após todo o processo de vacinação deve-se agir com cautela referente a nutrição do animal para que todo o processo tenha total ganhos positivos. Outra estratégia bastante importante para o centro é sempre buscar apoio de veterinários e técnicos para a execução dessas atividades.

Em 05/04/2017 foi realizada a vacinação em um caprino gestante para o aumento de sua imunidade e para a melhora de suas condições físicas. Foi percebido uma grande melhora do animal após a aplicação da vacina. A vacinação no caprino gestante foi realizada com o objetivo de se elevar sua imunidade. Tal prática se remete a uma forma estratégica em busca de êxito na saúde dos animais, sendo necessário se planejar diante o período certo para a vacinação.

A castração cirúrgica dos ovinos também foi uma das atividades praticadas durante o estágio, sendo esta geralmente utilizada em animais maiores com a recomendação da ap1icação de anestésico no local.

Existem algumas técnicas para a castração dos animais, sendo nos ovinos mais realizada. A técnica utilizada na prática profissional foi através da castração com burdizzo (ferramenta em forma de alicate) (Figura 5). Vale lembrar que essa técnica não oferece perigo de hemorragia, não corta, não fere a pele e não provoca complicações ao animal. É importante saber que geralmente é feito a castração quando o macho estiver com 2 a 4 meses de vida, pois posterior a isso o animal já começa a produzir espermatozoides.

Figura 6. Burdizzo utilizado na castração.

Fonte: autor

3.2 BOVINOCULTURA

Basicamente a atividade diária realizada com os bovinos eram o pastoreamento. Diariamente, pela manhã, os bovinos eram levados para o pasto onde se alimentavam. Não havia um local específico para que estes se alimentassem, portanto era necessário se fazer o pastoreamento para que os animais não invadissem as áreas de produção, principalmente, de palma forrageira e de horticultura orgânica.

A raça de bovino que predomina no centro é a raça Curraleiro, conhecida também no Brasil como Pé-Duro. Tratavam-se de animais puros, ideais para estudos sobre a resistência destes ao clima semiárido da região. Vale lembrar que essa raça foi trazida para o Brasil no período colonial pelos portugueses e tem até hoje grande relevância pelos produtores rurais.

3.3 APICULTURA

A apicultura era uma das atividades desenvolvidas pela empresa, essa prática é de muita importância para a região do sertão e resulta em grandes ganhos econômicos. A área da apicultura fica em um lugar restrito e exclusivo onde facilita o manejo de produção.

O Centro Xingó constantemente recebe estudantes e pesquisadores para a aplicação de melhores técnicas para a produção da apicultura, com objetivo de reforçar novas metodologias que venham se aplicar nessa atividade econômica.

Práticas como separação das rainhas, produção de mel, alimentação e outras são realizadas com total cautela e recomendações técnicas para um maior ganho produtivo na atividade econômica da apicultura no centro.

3.4 PISCICULTURA

A área de produção de piscicultura do Centro Xingó ficava a alguns metros da área administrativa, estando localizada vizinho a Hidroelétrica de Xingó, contendo pequenas barragens e tanques onde são criados os alevinos e peixes adultos.

São distribuídos frequentemente para os produtores da região alevinos (alevim) como incentivo para a produção e propagação da piscicultura. Vale ressaltar que essa distribuição é feita através de parcerias com outras instituições e entregues de forma gratuita.

Os peixes adultos produzidos eram distribuídos para associações, cooperativas e para produtores rurais do sertão de Alagoas, incentivando assim a produção e comercialização da piscicultura diante da realidade do Semiárido.

3.5 AVICULTURA

A criação de galinha caipira é uma das principais atividades exercidas no centro, todavia durante o primeiro semestre de 2017 a produção de avicultura não foi realizada devido à ausência de investimentos necessários para se obter a qualidade que o a instituição sempre busca, pois, o Centro Xingó só faz a realização de atividades que cumpram seu padrão de qualidade. Diante disso, há previsão de retorno da produção de galinha caipira em breve, quando os investimentos necessários forem adquiridos.

Se tratando da estrutura para a produção da avicultura no Centro, os galpões de criação de galinhas caipiras cumprem todas as exigências técnicas como a direção necessária (Leste-Oeste), a temperatura ideal, material de qualidade, entre outras recomendações necessárias para se obter impactos produtivos positivos.

3.6 HORTICULTURA ORGÂNICA

Em relação a horticultura orgânica as práticas de produção e manejo consistiam na produção de hortaliças de forma mais saudável, pois em tais técnicas de produção das hortaliças não se utilizavam produtos químicos ou qualquer produto que viesse trazer prejuízos à saúde humana.

As principais hortaliças produzidas foram coentro (Coriandrum sativum), cebolinha (Allium schoenoprasum), salsa (Petroselinum crispum), rúcula (Eruca sativa), tomate (Lycopersicon esculentum), entre outras variedades.

O controle das ervas daninhas, ou seja, plantas que nascem espontaneamente em um determinado local e que podem interferir de forma direta na produção das olerícolas e demais culturas agrícolas, no Centro Xingó, era realizado de forma manual. O manejo de pragas e doenças eram feitos através de defensivos orgânicos alternativos e também através de técnicas de plantio.

A rotação de culturas foi uma das técnicas de plantio utilizada para um maior êxito produtivo, visando diminuir a exaustão do solo, isto é, a cada novo plantio usar culturas distintas. Baseia-se numa prática essencial para aumentar a estabilidade da produção das culturas.

A escarificação do solo (Figura 7) é de suma importância para se obter êxito produtivo. Trata-se de um método de preparo da terra baseado na ruptura do solo através da penetração de hastes mecânicas, é necessário a utilização do equipamento agrícola conhecido como “escarificador”. Essa técnica utilizada na horticultura orgânica é realizada frequentemente, para que assim a produção tenha ganhos positivos, vale lembrar que o manejo que é utilizado resulta na qualidade dos resultados.

Figura 7. Prática da escarificação.

Fonte: autor

A adubação também era realizada de forma orgânica. Era feito constantemente a compostagem com uso da matéria orgânica. A compostagem é uma técnica usada para a aceleração produtiva das hortaliças onde foram aplicadas como adubo.

As hortaliças produzidas no centro são utilizadas para as refeições na própria instituição e também é realizada a doação para órgãos como ONGS e estatais tanto do município de Piranhas, como também para cidades vizinhas.

3.7 FRUTICULTURA E ESPÉCIES NATIVAS

Foi realizada a prática de plantio de bananeiras (Figura 8), onde pudemos encontrar com maior relevância de cultivo no Centro a banana Pacovan e Naninca. Há também a presença da acerola, caju e outras culturas de frutíferas conhecidas de forte impacto social e econômico e que se produz com potencialidade no Semiárido alagoano.

Figura 8. Covas para arborização com árvores nativas.

Fonte: autor

A preservação e o interesse pelo bioma da Caatinga são julgada como uma das razões para o Centro Xingó, frequentemente são realizadas palestras, simpósios, reuniões e debates em relação ao bioma Caatinga. As espécies nativas encontradas no centro são Umbuzeiro (Spondias tuberosa), Juazeiro (Ziziphus joazeiro), Trapiá (Morinda citrifolia) e várias outras espécies que tem foco de preservação em uma área específica.

3.8 PALMA FORRAGEIRA

Eram produzidas espécies distintas de palma forrageira, no qual eram utilizadas para nutrição animal, principalmente para os ovinos e caprinos. As espécies encontradas foram: Palma gigante (Opuntia fícus-indica), Palma mexicana (Opuntia cochenillifera) e a Palma miúda (Napolea cochenilifera). Vale lembrar que a palma era plantada geralmente em canteiros e, também, utilizadas como fonte de pesquisas em busca de um melhoramento das espécies.

Fonte: autor

Para a construção dos canteiros (Figura 9) foi feito cálculo de área, levando em consideração que para transformar de m² para ha tem que dividir o valor por 10000 e para transformar de m² pra tarefa tem que fazer uma divisão do valor por 3,3. O plantio (Figura 10) foi realizado manualmente, com o auxílio de enxadas para a confecção dos sulcos de plantio.

Figura 9. Construção dos canteiros.

Figura 10. Plantio da palma gigante

Fonte: autor

Para se plantar qualquer espécie de palma era necessário primeiramente realizar a seleção das melhores raquetes, posteriormente eram colocadas em descanso para que a palma tivesse seu processo de cicatrização completo para obter êxito produtivo, portanto, vale ressaltar que se o plantio for realizado sem a devida cicatrização do corte, a palma pode apresentar problemas como a ação de fungos.

4 SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO

O Centro Xingó aplica em suas técnicas distintos sistemas de irrigação como gotejamento, aspersão, por superfície e localizada. Cada um de acordo com as suas exigências de produção específica aplicada. A aplicação de sistemas de irrigação consistia no aproveitamento e distribuição de água necessária para a produção, evitando assim perdas econômicas.

Uma das facilidades encontradas no Centro é pelo simples fato de estar próximo as margens do Rio São Francisco, desta forma melhorando as possibilidades de implantação de um sistema de irrigação na área de produção.

O sistema de irrigação por gotejamento era aplicado em espécies frutíferas e palma forrageira, já as hortaliças orgânicas, tubérculos, ervas e outras espécies da horta o sistema de irrigação aplicado era por microaspersão. Por sua vez, o sistema de irrigação por aspersão era utilizado em capins, sorgo, variedades forrageiras, milho e outros.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto no relatório, denota-se uma grande variedade de formas estratégicas que o Centro Xingó utiliza para obter grandes feitos no semiárido alagoano. Região esta que é tida como dificultosa para a aplicabilidade de tecnologias sócias no âmbito agrário. Apesar de as regiões semiáridas serem as mais vulneráveis as mudanças climáticas, é notório que há sim possibilidades de se produzir nessas regiões.

A parceria do Centro com outros órgãos nacionais e internacionais possibilita um vasto campo de pesquisa e de aplicação de tecnologias sociais no sertão alagoano, sempre visando combater a vulnerabilidade produtiva nesta região.

Para o Centro Xingó, a qualidade implica em se trabalhar todas as características de produção, seja lá qual for, desde a estrutura do local às técnicas aplicadas. A convivência do Centro com o semiárido não implica mais em um campo inibido, aliás, é visto como um campo inovador com perspectivas de progresso. Os diversos estudos vêm demostrando a eficiência para o desenvolvimento sustentável.

Significando um objeto de pesquisa inovador, este relatório de estágio buscou enaltecer as potencialidades encontradas no sertão de Alagoas promovidas pelo Centro Xingó de Convivência com o Semiárido. Em síntese, este trabalho é resultante da pesquisa prática e se configurou como fundamentalmente importante para a conclusão do curso de Técnico em Agropecuária.

REFERÊNCIAS

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[1] Formado em história pela Universidade Federal de alagoas

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Derllânio Telecio Da Silva

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